Opinião

Fé e esperança no futuro

Ainda que em uma vida difícil e caótica, é possível sim viver e enxergar para além do corpo. Sentir na alma uma outra forma de existir.

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Fiquei por um bom tempo pensando em qual tema me motivaria a abertura desta sessão, pois começamos um novo ano e também uma nova sessão. Achei emblemático, mas só decidi escrever depois de assistir um programa que eu admiro, por me sentir provocada a falar sobre fé e esperança no futuro, que é um assunto bem propício para recomeços. 

No programa, ao ouvir a análise complexa de um filósofo e de psicanalistas sobre comportamentos humanos, tive uma sensação muito infeliz, na minha percepção só ouvi negatividades e expectativas destrutivas de futuro. Vislumbrei o amanhã sobre ruínas, sem chances de sobrevivências, só o caos do capitalismo e da tecnologia, sem amor, só a desesperança e a frieza de uma mente analitica sem afeto, dando seu parecer tão desumanizado, no seu papel de cientista branco e eurocêntrico, que cheguei a pensar: teremos alguma chance depois dessa análise?

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Então resolvi propor o exercício de resgatarmos algo puro que podemos dar e receber. Uma troca cheia de humanidade, com valores reais, onde abrir o coração a outras possibilidades que são internas, que se a cultuarmos podemos enxergar para além do fatídico, violento e desumano. A beleza da vida e do amor que também existe em nós.

Isso é possível, podemos observar como buscamos através da arte, da música e da cultura que é tão rica, a beleza e o amor que são reflexos de algo interior que flui de dentro. Entendo que é uma conexão do indivíduo que cria sua arte através da sua essência, que é uma força motriz da vida que está para além do ego e apresenta novas possibilidades de enxergar o mundo, ressignificando a vida através dos sentidos. É ver além da dor e do medo.

Essa proposta de observar a vida fora dos sentidos físicos e ter a capacidade de existir e ser aberto ao amor, a sentimentos que precisamos fortalecer para resistir não é uma ilusão, é uma necessidade para o momento que vivemos.

Precisamos parar e enxergar para além de nós, sermos mais altruístas, exercitar o dar e receber. Ter olhos para ver a essência das pessoas, o que elas tem de bom, o que temos de positivo para nutrir outras formas mais puras de amar e recuperar a fé no futuro. Assim, podemos recuperar a saúde mental, física e espiritual. 

É possível sim vivermos ainda que uma vida difícil e caótica, enxergar para além do corpo e sentir na alma uma outra forma de existir. Ressignificar as amarguras, amar as pequenas e grandes coisas que estão fora do racional e intelectual. 

Este é um conteúdo opinativo. O Desenrola e Não Me Enrola não modifica os conteúdos de seus colaboradores colunistas. 


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