ENTREVISTA

“Eu sou admiradora”: moradora relata impacto de comunidade de samba na Vila Império

Moradora da Vila Império há 25 anos, Suely Macedo, relata como a comunidade de samba valoriza pais, mães e crianças do bairro, com atividades de fortalecimento do vínculo comunitário e social.
Por:
Adryo Dyogo Santana
Edição:
Ronaldo Matos

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Indo na contramão de experiências ruins que muitos moradores das periferias relatam sobre festas de rua que viram a madrugada e bailes funks que não respeitam os vizinhos, Suely Macedo, moradora da Vila Império, zona sul de São Paulo, há mais de 20 anos, assiste sentada na entrada da garagem da sua casa o processo de montagem de palco e passagem de som do Samba na Calçada, um coletivo de moradores que preservam a tradição de utilizar a música como instrumento de fortalecimento de vínculo comunitário.

A moradora conta que se sente honrada em ser vizinha do Samba na Calçada e ser impactada pelas ações solidárias promovidas pela iniciativa, que existe há 13 anos. Em datas comemorativas como o dia das mães e pais e festas de final de ano, os organizadores do samba distribuem  presentes para os vizinhos e realizam uma super festa beneficente com direito a presentes e montagem de brinquedos para as crianças, com comida solidária para todos que quiserem participar do evento.

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Enquanto moradores e vizinhos começam a chegar no Samba na Calçada, a moradora conta ao Você Repórter da Periferia que costuma ceder a sua garagem para os organizadores distribuírem refeições solidárias para o público no final do ano.

Ela conta com bastante carinho os cuidados que os organizadores têm com os moradores, para garantir a segurança das casas e carros estacionados, limpeza da rua, horário para início e fim do evento, bem como evitar brigas e discussões entre o público. 

VCRP: O que a Comunidade Samba da Calçada significa para você como moradora?

Eu sou admiradora do evento, gosto do que eles proporcionam para o bairro, para a rua e os moradores, principalmente para as crianças, que no final do ano eles fazem a distribuição de brinquedo para todas as crianças carentes e não carentes, montam brinquedos na rua, para as crianças terem um momento de lazer. Quanto ao Samba, não tenho nada a reclamar! Somos livres para fazermos o que quisermos! Se quisermos sair, ok! Se quisermos ficar em casa, ok! Se quiser participar, ok. Somos todos convidados. a festa é do bairro e a rua é de todos.

VCRP: Qual é o principal diferencial do samba na calçada que mais afeta você como moradora?

Somos todos livres para fazer o que quisermos, se quiser montar algum comércio podemos montar sem nenhum problema, não tem não tem nenhuma restrição em relação a isso, quem puder vende o que quer, somos todos livres para fazermos o que quiser, não existe uma regra e não existe impedimentos.

VCRP: Você Relatou sobre a segurança. Como você se sente nos dias de samba aqui no bairro?

O término do samba não ultrapassa às 10 horas, geralmente é no horário combinado que termina, existe uma equipe de limpeza que deixa a rua limpíssima. Caso venha ocorrer algum problema, há uma interferência de imediato para resolver. É um evento de rua onde cada um é responsável por si, mas tem sempre pessoas do samba olhando para ver se está tudo bem com os moradores e as casas no entorno.

VCRP: Você se sente beneficiada estando aqui com esse evento cultural?

Quando vejo quem monta um comércio e consegue fazer uma renda eu fico mais feliz E mais honrada ainda, pelo que eles conseguem proporcionar para as crianças carentes, e nós mães, somos todas lembradas no Dia das Mães, todos os pais da Rua São lembrados no dia dos pais, então isso já é gratificante.


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