Notícia

Solidariedade digital: página cria outdoor de doações para moradores

Leia também:

Através de perfil no Facebook, a página Piraporinha City está criando uma rede de solidariedade digital, ajudando moradores a receber alimentos e propostas de emprego durante a pandemia de covid-19.

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Cadastre seu e-mail e receba nossos informativos.


Patricia Ferreira com seu filho William Ferreira (Foto: Igor Ferreira)

Desde que a crise econômica gerada pela pandemia de coronavírus afetou os moradores das periferias e favelas, a página Piraporinha City, iniciativa comunitária que divulga de maneira séria e cômica os acontecimentos que fazem parte do cotidiano dos moradores do Jardim São Luís e Jardim Ângela, impactando mais de 60 mil seguidores, passou a desempenhar o importante papel de aproximar moradores das periferias que podem doar alimentos de pessoas que podem ser seus vizinhos e estão passando por muitas dificuldades financeiras, falta de emprego e alimentos dentro de casa.

Uma dessas pessoas que utiliza a página para solicitar doações de alimentos para a sua família é Patrícia Ferreira, 49, moradora do Jardim Santa Margarida. Ela está sobrevivendo através de pedidos de doações que divulga na página Piraporinha City.

Hoje suas maiores fontes de arrecadação de alimentos vêm das ações de solidariedade digital organizadas pela Piraporinha City. Ferreira conta que logo no começo da pandemia perdeu seu emprego de condutora escolar, a partir de então ela vem contando com o apoio da rede de solidariedade digital criada pela página para sustentar seus filhos. “Como eu tenho um filho especial acamado, a página publica coisas do meu filho para me ajudar com a dieta, fralda ou até mesmo com meu serviço de condutora escolar, a gente coloca lá na página essas informações que me ajuda muito”, descreve a moradora.

 “Hoje eu recebi mais de 30 mensagens de famílias precisando de cesta básica”

Durante a entrevista com um dos organizadores da página, obtivemos a informação que mais de 30 pedidos de doações haviam chegado na sua caixa de entrada do Facebook para serem publicados ao longo do dia. “No início da pandemia a gente postava individualmente quando alguém estava precisando de alguma coisa, porém hoje, somente na parte da manhã eu recebi mais de 30 mensagens de famílias precisando de cesta básica, pedindo leite, arroz e produtos de higiene”, conta um dos produtores de conteúdo da Piraporinha City, que preferiu não se identificar devido algumas ameaças que eles recebem por se posicionar politicamente nas periferias.

Ele enfatiza que com o agravamento da pandemia e do desemprego, semanalmente a página reserva um espaço de anúncios para mapear onde está acontecendo doações de alimentos e a partir desse momento o próprio seguidor começa a informar nos comentários quais organizações ou igrejas estão fazendo doações de alimentos.

O administrador da página ressalta que além das doações, a Piraporinha City também procura divulgar vagas de emprego. “Toda semana também a gente posta em relação de vagas de emprego e muitos seguidores já conseguiram emprego através das nossas postagens”, afirma.

O administrador explica que para organizar o crescente fluxo de pedidos de doações, foi preciso adotar uma política de privacidade para preservar os dados de contato das pessoas que precisam de ajuda. “A gente não gosta de expor o contato da pessoa nas redes sociais, só quando a pessoa quer expor mesmo, normalmente funciona assim: a gente faz a solicitação e posta na página , ai algum grupo de doadores ou alguma instituição entra em contato com a gente, aí a gente repassa o contato da pessoa que precisa das doações”, explica.

A Piraporinha City existe desde 2013, porém ficou inativa durante três anos, e em 2016 começou a distribuir conteúdo, que segundo o administrador é criado pelos próprios seguidores, que fornecem informações sobre doações, oportunidades de emprego, situação do trânsito local, entre outros assuntos relevantes para os moradores.

 “Graças a Piraporinha City eu paguei meu aluguel esse mês”

Ruth no celular (Foto: Bruno da Silva)

“Eu só recebo só 180,00 do bolsa família, eu estava muito preocupada, não sabia o que fazer, ai eu falei: vou pedir ajuda na página Piraporinha City, pois eles sempre me ajudam, ai eu fui lá e pedi ajuda, pra ver se alguém podia me ajudar a pagar o aluguel porque eu não estou conseguindo vender bala e nem água no farol”, conta Ruth Costa, 24, moradora do Jardim Leônidas , localizado no distrito do Campo Limpo, zona sul da cidade.

Ela trabalha vendendo balas no farol, uma atividade empreendedora comum no cotidiano do morador da quebrada, mas que em meio pandemia ficou mais difícil de ser executada, devido aos protocolos sanitários. Para a moradora, a sua situação ficou ainda mais complica pelo fato dela ter problemas mentais e não ter um suporte de políticas públicas do governo. “Eu sou especial, tenho problema mental, não consegui encostar no INSS ainda, estou há três meses esperando o INSS e até agora nada”, conta ela.

Enquanto o apoio do governo não chega até Ruth, ela afirma que ao recorrer a página para pedir ajuda, o engajamento dos seguidores foi imediato. “As pessoas do grupo me ajudaram, pediram meu Pix e depositaram na minha conta, me chamaram no WhatsApp e graças ao Piraporinha City eu paguei meu aluguel desse mês”, revela.

Mesmo contato com o apoio da página para suprir essas emergências financeiras, Ruth conta que o acesso à internet ainda é uma barreira para conseguir receber doações por meio de soluções digitais.. “Não ter acesso à internet é muito ruim, a gente fica longe da família, dos amigos, não tem como se comunicar, não tem como falar com ninguém, a gente fica isolado no mundo, não tem como você falar com ninguém é muito ruim”, finaliza a moradora.

Autor

2 COMENTÁRIOS

  1. Estou precisando urgente de ajuda. Pago aluguel, não tenho nem mesmo o dinheiro da condução para ir trabalhar. Não tenho alimentos em casa. Estou sem nada. Tenho contas de luz e água para pagar. Está muito difícil para mim. Se alguém poder me ajudar ao menos com um quilo de alimento ficarei muito grata.

  2. Preciso de ajuda, não tenho alimentos em casa. Pago aluguel, conta de água e luz. Não sei o que fazer. Se alguém poder me ajudar com qualquer coisa, agradeço muito.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Cadastre seu e-mail e receba nossos informativos.

Pular para o conteúdo