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Sarau pelas vidas das mulheres acontece nesta sexta-feira no Metrô Capão Redondo

Edição:
Redação

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A proposta é mostrar para as mulheres que passam pelo metrô que elas não estam sozinhas na luta contra o feminicídio nas periferias. Além disso, o sarau também visa fazer uma provocação para os homens, para eles refletirem sobre a importância de compreender o efeito do machismo na sociedade. 



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Estação do Metrô Capão Redondo (Foto: Divulgação Via Mobilidade)

A partir das 18h desta sexta-feira (06), o calçadão do Metro Capão Redondo será palco de diversas intervenções poéticas, promovidas por mulheres que decidiram utilizar a literatura para denunciar a violência que afeta principalmente mulheres que moram em territórios periféricos da zona sul de São Paulo.

A iniciativa é da Escola Feminista Abya Yala, espaço de estudo coletivo, fortalecimento e cuidado entre mulheres ativistas na periferia. O projeto articulado pela escritora Helena Silvestre tem se dedicado a criar espaços de troca de afetos, como forma de cuidar do esgotamento físico e mental, que afeta a população feminina nas periferias.

Para Silvestre, o sarau é uma forma de sensibilizar as mulheres que moram no Capão Redondo, a fim de mostrar que elas não estão sozinhas na luta com o machismo e o feminicídio. “O sarau pretende mostrar para as mulheres que vão circular pela saída do metrô que é possível que a gente se junte, que a gente se organize, se una, que a gente se fortaleça entre mulheres e que elas não estão sozinhas.”

A escritora enfatiza: “toda vez que uma mulher se junta com a outra é uma força que nos dá caminhos abertos para lutar contra a opressão, para sair de uma condição de violência”. A declaração é feita num momento em que o distrito do Capão Redondo se torna marcado pelo constante aumento de casos de violência contra a mulher, o chamado feminicídio.

Com microfone aberto, o ato cultural abre espaço para inúmeras reflexões sobre o dia 8 de março, data que é celebrado o Dia Internacional da Mulher. “Nós queremos que elas saibam que no território há mulheres que estão organizadas com os braços abertos para acolher qualquer irmã que precisar”, conta a escritora.

Ela finaliza a entrevista para o Desenrola ressaltando que o encontro poético também fará uma provocação aos homens que passarão pelo Metro Capão Redondo durante o ato. “Eles não podem reproduzir com as mulheres as violências que eles sofrem. Porque ao fazerem isso eles estão enfraquecendo a luta por uma periferia melhor, mais justa e menos violenta. Então nós queremos provocar essa reflexão”, conclui Silvestre, afirmando a importância de praticar um feminismo construído na quebrada que entenda todas essas questões sociais que afetam os moradores e principalmente as mulheres.

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