Em entrevista para o “Você Repórter Da Periferia”, Liu Mr. conta sobre participação da Kombi do rap na Virada Cultural e comenta sobre a expansão do movimento circulante que vem das quebradas.
Após percorrerem os asfaltos da periferia pelos quatro cantos de São Paulo, Liu Mr. e seus companheiros estacionaram a Kombi do Rap pela segunda vez na Virada Cultural de São Paulo, neste último sábado (20), no Vale do Anhangabaú.
Segundo Liu Mr., idealizador da Kombi do Rap, este ano o espaço cedido para a localização do coletivo na programação do evento foi melhor do que o do ano anterior. Com isso, muitas pessoas que passaram por lá reconheceram a atividade por conta da visibilidade e engajamento que a Kombi tem na periferia e de outras idas e vindas que ela já deu.
“A gente normalmente vai aonde o governo não vai”, conta Liu. Outras pessoas que não conheciam o projeto puderam se aproximar e conhecer um pouco mais sobre a iniciativa circulante durante o evento. “Para algumas pessoas aqui hoje está sendo o primeiro contato com a Kombi”, afirma.
O artista, que além de cantar faz teatro, contou também sobre a reação de quem se depara com a Kombi. “A receptividade das pessoas é muito calorosa, porque a gente tá indo levar cultura, música, entretenimento”, explica.
Transportando protagonismo, a Kombi já ajudou até na recuperação de um colega de rapper, que sofria de depressão. “Eu jamais imaginei que ia poder ajudar com meu projeto na saúde de alguém, tá ligado? Um cara me falou que eu consegui ajudar ele, na depressão, ele parou de tomar remédio porque ele tinha oportunidade de cantar”.
O carro chefe do coletivo é o microfone aberto ao público, onde todos podem se manifestar, seja recitando um poema ou fazendo um som. “A Kombi é um espaço democrático, qualquer um pode chegar”, diz o artista, sobre a abertura voltada a pessoas e MC’s que queiram mostrar seu talento.
Rodando pelas quebradas desde 2012, quando o rapper da Zona Sul decidiu comprar a Kombi para levar cultura onde o alcance é limitado, o coletivo transporta literalmente, entretenimento e arte para a periferia por meio de saraus e intervenções. “Eu comprei a Kombi, investi em um projeto cultural em que eu vou me ajudar e ajudar a diversas pessoas”, revela.
Pioneiros da cultura sobre as quatro rodas na periferia, com o projeto surgido de São Caetano do Sul, hoje os rappers da Kombi influenciam diversos outros coletivos que levam arte, protagonismo jovem e educação itinerante pela capital paulista, fazendo com que o movimento cresça e ganhe espaço nas comunidades, levando voz, influência e revelando novos artistas nas quebradas de São Paulo.
Clique aqui e entre em contato com os organizadores da Kombi do Rap para um “Tour” pela sua quebrada.