Matéria

Grupo OPNI leva mais cor e vida para a comunidade de São Mateus

Edição:
Redação

Leia também:

Na reabertura do espaço do coletivo São Mateus em Movimento, integrantes do OPNI marcaram presença e reafirmaram a importância de espaços culturais na periferia 

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Cadastre seu e-mail e receba nossos informativos.


Presente desde 1997 em São Mateus, zona leste de São Paulo, o Grupo OPNI, um dos fundadores do São Mateus em Movimento, esteve presente na reabertura do espaço do coletivo, no início de julho, para aumentar a galeria de grafite a céu aberto dentro da comunidade que eles mantêm desde 2009.

Declarados como um grito de guerra que representa a voz da periferia, o OPNI cresceu da revolta de 20 meninos que queriam se expressar de alguma maneira e viram no grafite uma forma de demonstrar o cotidiano periférico.

“O pessoal tá falando muito em crise, já foram me perguntar o que eu achava da crise no Brasil, mas quem mora na periferia já vive em crise há décadas, então tá tudo normal pra gente. Hoje vemos o OPNI como um sentido de vida, por isso falamos que é um grito de guerra, além da palavra ele significa amor, sentimento e raiva de querer transformar o que nos incomoda. É um grito de oportunidade para falar que nós estamos aqui no nosso espaço. A gente exige nosso espaço, que sempre foi tirado de nós”, ressalta Val, integrante do OPNI e um dos fundadores do São Mateus em Movimento.

O incomodo foi um dos pontos mais fortes que incentivou os integrantes durante toda a trajetória do OPNI. Seu projeto principal, a Galeria a Céu Aberto, localizada nas ruas e vielas de São Mateus, traz grafites que abordam temas como trabalho infantil, desigualdade e exclusão social e combate às drogas.

O grupo amadureceu ao longo dos anos e hoje oferece no São Mateus em Movimento oficinas socioeducativas gratuitas para a população, além de trazer o acesso a cultura para a periferia.

“A nossa ideia é colocar a arte de uma forma democrática que seja pública para todos. A partir do momento que você vê e enxerga que dentro de uma periferia não existe nenhum tipo de museu, galeria de arte ou simplesmente uma biblioteca, tem coisa errada. Porque nos lugares nobres tem? Eles precisam, mas a gente também precisa. Quando colocamos a arte de uma forma pública, o próprio povo começa a discutir sobre a arte e questionar a própria sociedade”, afirma Val.

Mulheres também grafitam

Durantes os 17 anos de trajetória, o grupo OPNI incentivou muita gente, principalmente dentro de São Mateus. A Galeria de Céu Aberto é formada por grafites de diversos artistas que passam por lá para deixar seus traços e cores.

As irmãs Maíra Carvalho e Janaina Carvalho, moradoras da comunidade, viram no grafite uma forma de exercer um tipo de hobby e resolveram criar o coletivo Duas. Janaina, fotógrafa e frequentadora de eventos de grafite, tirou suas primeiras fotos de trabalhos do grupo OPNI. Sua irmã, Maíra começou a participar como espectadora e então as duas resolveram participar atuando, na reabertura do São Mateus em Movimento, as meninas estavam levando seu estêncil e texturas para os muros da comunidade.

Formado em sua maioria por homens, o movimento do grafite vem recebendo uma maior notabilidade feminina. “Nós não vemos muitas mulheres grafitando e falta sim uma representatividade, mas a gente acha que o reconhecimento tem que vir do trampo e não por você ser mulher ou homem”, comenta Maíra.

Autor

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Cadastre seu e-mail e receba nossos informativos.

Pular para o conteúdo