Com visitação gratuita de terça a domingo, a exposição realizada no Museu da Cidade, destaca as múltiplas linguagens dos artistas participantes.
Com realização do Museu da Cidade, a exposição ‘Intersecções: Negros (as) indígenas e periféricos(as) na Cidade de São Paulo’ conta com mais de 300 obras entre fotografias, pinturas, vídeos, instrumentos musicais e figurinos de diversas linguagens artísticas produzidos por mais de 100 artistas paulistanos nos últimos 40 anos.
A exposição apresenta movimentos artísticos e culturais que contribuíram não somente para fomentar as narrativas negras, indígenas e periféricas na cidade nos últimos 40 anos, como também foram fundamentais para a construção do que entendemos como cultura paulistana nos dias atuais.
“Essa exposição parte de um pensamento decolonial. Se hoje a gente tem um processo crítico em relação à produção intelectual e cultural se deve a esses movimentos que ajudaram a construir esse campo de arte-ativismo que temos hoje.”
Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e co-curadora da exposição
Territórios, Sujeitos e Imaginários
“Essa exposição vai proporcionar ao público imergir numa contação de histórias sobre quem se é quanto indivíduos negros, periféricos e indígenas”.
Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e co-curadora da exposição
A exposição busca proporcionar aos visitantes memórias e reconhecimento do processo de formação de identidades e movimentos culturais a partir de eixos que lembram “Territórios”, como o Centro Cultural Quilombaque; “Sujeitos”, com aos vídeos da equipe de baile Black Mad e Zezão Eventos, assim como para os populares fluxos que ocorrem nas comunidades de Heliópolis e Paraisópolis, e “Imaginários”, com uma reflexão que gira em torno da popularização da expressão “da ponte pra cá” e do futebol de várzea.
“Não dá para pensar a vida cultural de São Paulo sem o rap, o pagode, o fluxo, a literatura de quebrada, o grafitti, a moda forjada pela juventude preta. Tentamos construir um panorama dessas produções que, se para muitos é desconhecida, para muitos outros foram responsáveis pela construção de suas identidades.”
Nabor Júnior, jornalista e co-curador da exposição.
Realidades em retratos
Em formato imersivo e cronológico, a exposição conecta os conceitos de negritude, periférico e indígena, sem sobrepor uns aos outros, compreendendo essas zonas de cruzamento e horizontalidade. A exposição também proporcionará o contato com obras e experiências inéditas.
A exposição busca também situar o público de que o povo indígena está às margens da cidade, e por isso também compõe sua periferia, além de possibilitar o acesso à conhecimentos como o fato de que somente no município de São Paulo existem mais de 20 aldeias e inclusive uma cachoeira.
Dentro da exposição é possível ter o contato visual com elementos naturais da aldeia, como a água da cachoeira Capivari da terra Tenondé, que é a única e última com água limpa dentro do município de São Paulo.
Outras experiências inéditas serão a exibição de duas pinturas do artista plástico Sidney Amaral, além de um estandarte do bloco Ilu Inã, de autoria de Dona Jacira.
Carnaval: samba, pagode e blocos afro
A exposição também traz elementos que rememoram as narrativas de como a celebração do carnaval, por meio dos blocos afro, das rodas de samba e do pagode dos anos 90, fizeram parte dessa construção. Manifestações como o Samba da Vela, o Pagode da 27, os blocos afro Ilu Obá de Min e Ilu Inã são exaltados durante o percurso da exposição.
Serviço
Exposição Intersecções: Negros (as) indígenas e periféricos(as) na Cidade de São Paulo
Local: Solar da Marquesa de Santos e Casa da Imagem/Museu da Cidade de São Paulo
Endereço: R. Roberto Simonsen, 136 e 136B – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP, CEP 01017-020.
Período de visitação: Terça a domingo, das 09h às 16h, até 28/07/2023.