Você deve estar se perguntando o que você tem a ver com isso, mas se por acaso te passou pela mente adotar ou abandonar um amiguinho quatro patas, por favor leia esse texto até o final.
Adotamos dois cachorros na pandemia e não foi por solidão, nem depressão como acontece na maioria dos casos. Ano passado o Beat, nosso vira-lata de estimação morreu e deixou um vazio enorme, principalmente para minha mãe que é deficiente auditiva. O cachorro não era só um pet, ele lhe servia de ouvidos quando nós não estávamos em casa.
Dois meses depois da perda do Beat sentimos a necessidade de adotar um filhote. Procuramos nos grupos de adoção no Facebook, uma ferramenta que por sinal funciona muito bem! A todo momento, fotos e depoimentos eram postados por pessoas de todo lugar do estado. Demorou para encontrarmos o dog pretinho como queríamos, até que apareceu no feed a foto do Jersey. Foi amor à primeira vista.
Bom, você deve estar se perguntando o que você tem a ver com isso, mas se por acaso te passou pela mente adotar ou abandonar um amiguinho quatro patas, por favor leia esse texto até o final.
Com o início da pandemia houve uma explosão de adoção de pets e o principal motivo foi a carência das pessoas em busca de companhia durante a solidão do isolamento social.
A ONG União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), que fica na Zona Norte em São Paulo, registrou um crescimento de 400% na procura por cães e gatos. Muitas pessoas, infelizmente, não levam em consideração que um pet é para sempre. Eis a problemática que temos que lidar: o aumento repentino de abandono de cães. Pessoas têm usado a pandemia como desculpa para se desfazer de seus pets.
Segundo um levantamento da Ampara Animal, houve um aumento de 70% de cães, gatos, entre outros bichos domésticos abandonados no Brasil . A falta de instruções e de conhecimento dos tutores sobre o comportamento natural dos animais, os cuidados e gastos que requerem é um dos motivos de abandono e de maus-tratos.
Uma pesquisa realizada em 2019 pelo Instituto Pet Brasil aponta que a população de cães e gatos alojados em organizações não governamentais (ONGs) e instituições é de cerca de 172 mil. 96% desses animais são cães e os outros 4% são gatos.
Fora desse quadro, existem quase 3,9 milhões de animais em condições de vulnerabilidade, aqueles que vivem sob cuidados de famílias abaixo da linha de pobreza ou que vivem nas ruas. O Sudeste é a região com a maior parte dos animais nessa situação, com mais de 78 mil.
Com tantos casos e mortes de pessoas vítimas do covid-19, fica mesmo difícil prestar atenção nos vira-latas, mas se observarmos bem, o abandono de animais nas ruas ou a procriação descontrolada, pode levar a problemas de Saúde Pública, como acidentes por mordeduras, atropelamentos, sarnas e infestação por pulgas e carrapatos até doenças mais graves, como a cinomose, raiva, leishmaniose, parvovirose e leptospirose, principalmente por serem animais que não estão vacinados, o que de consequência, aumenta a transmissão de doenças em seres humanos.
Além de ser cruel, é uma questão de saúde pública que necessita do envolvimento de todos os cidadãos e de promulgação de leis mais específicas, visando o controle de prevenção de zoonoses, a conscientização, a educação em guarda responsável e o bem-estar animal.
A presença de animais em situação de rua tem relação direta com o aumento da aquisição ou adoção por impulso e o posterior abandono desses animais.
E foi assim que, a menos de um mês, encontramos um filhote lindo, sozinho na frente da estação Capão Redondo. Uma fêmea pretinha igual a Jersey. Os comerciantes disseram que ela estava lá há três dias. A levamos para casa pensando em colocá-la em adoção, mas decidimos ficar com ela. Agora temos um novo membro na família, Jequié, em homenagem à cidade onde eu, Lena, nasci. Como o Jersey, que foi batizado com o nome do estado onde o BiXop nasceu.
Tivemos um doguinho, o Iggy, que viveu 14 anos e deixou saudades!! Nosso vira-latas peludo e safado!❤️