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Fácil, Rápido e Seguro: doe para a campanha #CentroDeMídia2019

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Fortalecer a comunicação feita na periferia é fácil e rápido

Apoiando o Centro de Mídia você fortalece o desenvolvimento territorial das periferias

Para manter suas atividades em 2019, o Centro de Mídia M’Boi Mirim conta com sua contribuição. Em apenas 5 minutos, você consegue fazer a doação e fortalecer a campanha e a comunicação nas periferias.

Veja como é fácil:

1) Acesse a site: juntos.com.vc/centrodemidia2019

Na plataforma da Juntos.com.vc, é possível conferir como surgiu o Centro de Mídia e quais são as atividades que acontecem no espaço.

2) Clique em “Apoie este projeto” ou no valor de uma das recompensas

3) Faça seu login pelo Facebook ou crie um conta na Juntos.com.vc


4) Escolha um dos valores – para cada valor tem uma recompensa diferente

Também é possível digitar outro valor para doação. O Desenrola E Não Me Enrola pensou nas recompensas com muito carinho, aproveite!

5) Preencha seus dados

6) Escolha o meio de pagamento

Você pode escolher entre cartão de crédito ou boleto

7) Pronto! Você fortaleceu a comunicação nas periferias!

Agora, compartilhe com seus amigos nas suas redes sociais que você fortaleceu essa campanha e assim conserguirmos atingir a meta! 

Cursinho pré-vestibular abre vagas para professores voluntários no Jardim Ângela e Capão Redondo

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O curso pré-vestibular oferece a professores a oportunidade de contribuir diretamente com o aumento de jovens da periferia no ambiente universitário.

Foto: Divulgação

Para atender o crescente número de alunos interessados em ingressar no ambiente universitário, o Cursinho Popular Carolina de Jesus está precisando de professores voluntários engajados em compartilhar conhecimento com jovens da periferia que estão no processo de ampliar o seu repertório acadêmico para aumentar suas chances de passar no vestibular de universidades públicas e privadas.

Tendo como base a luta pela democratização das universidades, desenvolvimento da autonomia e senso crítico da juventude periférica, o cursinho busca influenciar a transformação social a partir da educação. E foi a partir desta ideologia que em oito anos de existência já atenderam quase quatro mil estudantes.

Para completar a grade de aulas, o cursinho está aceitando a inscrição de professores de diversas áreas, interessados em dar aulas nas duas unidades, ambas localizadas na zona sul de São Paulo: uma na escola Luis Magalhães de Araújo no Jardim Ângela, e outra na Escola Terezinha Mota Figueiredo, no bairro Mutirão, no distrito do Capão Redondo. As aulas acontecem aos sábados, das 8h45 às 18h, e os professores interessados podem se inscrever através deste formulário ou entrar em contato diretamente pela pagina do cursinho.

Mais Informações

Cursinho Popular Carolina de Jesus

Site: http://cursinhocarolina.org/

E-mail: cursinhocarolinadejesus@gmail.com

Contato: Edson Lopes | 11 986 619 164 (Tim)

Batalhas de rima criam espaços políticos no Jardim Ângela

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A ocupação de espaços públicos e a inclusão de discussões sobre gênero e racismo são alguns dos legados consolidados por jovens que articulam manifestações culturais no território onde vivem. 

Os coletivos A irmandade, Periferima, Empodere Cinego e Genkidama estão utilizando batalhas de rima e a cultura hip hop para difundir informação de cunho político e social para a juventude e os moradores dos bairros do Jardim Caiçara, Jardim Kagohara e Jardim Dionísio, territórios do distrito do Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo.

Enquanto as decisões sobre a aprovação e implantação de políticas públicas são tomadas nos gabinetes pelos representantes do poder público brasileiro, nas periferias de São Paulo os jovens se engajam em promover encontros de conhecimento. Ocupando espaços públicos, descobrem a importância do direito à cidade por meio da realização de batalhas de rima.

Jovens ocupam praça do Bambuzal com batalha de rima no Jardim Ângela

Ocupação e transformação urbana

O processo de troca de saberes populares e de transformação de praças e quadras em espaços políticos é crescente entre jovens moradores de territórios periféricos, locais que historicamente são desprovidos de equipamentos culturais públicos.

A realização das batalhas é um fenômeno social que mudou a imagem de alguns locais do distrito do Jardim Ângela. “A gente está usando um espaço público que é uma praça que estava parada, sem nada acontecendo, e movimentamos um pólo cultural nesse espaço. Esse é um serviço que os nossos políticos deveriam fazer pra gente”, conta Jefferson Portugal, conhecido como Jotapê, integrante do coletivo Genkidama e organizador da Batalha das Quadras, no Jardim Kagohara.

No centro do distrito do Jardim Ângela está localizado o Jardim Dionísio. Apesar de ter sido ocupado pela população desde a década de 50, o bairro passou por profundas transformações em sua urbanização, como pavimentação de ruas e encanamentos de água e esgoto entre 1997 e 2000. No bairro há apenas uma creche para atender as famílias cujos pais precisam trabalhar. Ao lado dela se encontra o projeto Cio da Terra, organização social que sedia a Batalha do Dionísio. A jovem Lorrana Lisboa,16, é uma das organizadoras do evento e defende sua relevância para dar voz à juventude local. “Nós organizamos a batalha para o público jovem ter uma voz. Porque assim como eu preciso de uma voz, eles também precisam”, enaltece a integrante do coletivo A Irmandade.

Um dos distritos mais populosos da cidade, o Jardim Ângela tem 295.434 mil habitantes, segundo dados atualizados em novembro de 2017 pela Prefeitura de São Paulo. Junto ao distrito de Jardim São Luis, que possui mais de 267 mil moradores, eles formam a prefeitura regional de M´Boi Mirim. Atualmente, o distrito do Jardim São Luis concentra uma Casa de Cultura Municipal e uma Fábrica de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para atender mais de 550 mil habitantes, fator demográfico e político que impossibilita o acesso da população a esses espaços.

Juventude, cultura e resistência

Com forte vocação para ecoar as vozes da juventude periférica, as batalhas de rima se afirmam na cultura hip hop para discutir, denunciar, problematizar e compartilhar conhecimento sobre o cotidiano de quem mora em territórios da cidade que têm nas suas raízes a ausência de políticas públicas.

Outro legado já consolidado das batalhas é a inclusão de discussões sobre racismo, gênero e a presença feminina nas atividades. A articuladora cultural Magda de Sousa, integrante do coletivo Empodere Cinego, atua como fotógrafa e mediadora de batalhas dedicadas às mulheres. Durante a sua participação na Batalha do Bambuzal, na qual ajuda na organização, enfatiza algumas características marcantes dos eventos: “As batalhas que acontecem no território do Jardim Ângela são diferenciadas porque não têm racismo, não têm homofobia. Todo o contexto é político, não por ser imposto, mas porque já é uma característica entranhada nos jovens.”

A marcante presença de adolescentes e moradores nas batalhas demonstra o impacto e a transformação social causada pelos coletivos que organizam essas ações na região. Um exemplo desse perfil de público é a MC Fran, 16, integrante do coletivo Encrespados que mora numa ocupação habitacional próxima à estrada da M´Boi Mirim e iniciou sua participação no movimento das batalhas sob os olhares atentos da mãe. Antes da sua apresentação, ela relatou a importância do encontro dos jovens para a troca de conhecimento político:”Aqui eu vejo que tem muito jovem com potencial de explicar para outros jovens e até mesmo pros seus pais o que é política, pois a gente falando do nosso jeito, qualquer pessoa pode entender, porque a política está no nosso dia dia. É uma coisa que a gente vive e aprende diariamente.”

“As batalhas de rima têm um potencial enorme para politizar os jovens. Quando eles ocupam esses espaços públicos, eles estão fazendo o papel do direito à cidade. Na prática isso é maravilhoso, ainda mais ocupando esses lugares com rimas e poesias. Além de ser direito à cidade, também é poetizar a cidade”, define o pesquisador e ativista Cultural Fernando Ferrari, integrante do Movimento Cultural das Periferias e morador do território.

Magda lembra que o fato de ter poucos espaços públicos de cultura na região torna ainda mais legítima a ocupação das praças e quadras para a realização das batalhas: “A gente precisa de uma condução para chegar na Casa de Cultura mais próxima daqui. Então eu me reconheci muito dentro do território querendo circular, porque esse rolê é representativo pra mim, justamente pela falta de acesso a cultura que o Jardim Ângela tem,” argumenta.

O acesso a espaços públicos culturais na cidade de São Paulo se relaciona diretamente com a desigualdade social presente nos grandes bolsões populacionais do município. Em pesquisa realizada recentemente pela Rede Nossa São Paulo, os dados revelam que 24% da população não usufrui de acesso a nenhum dos equipamentos pautados no estudo, como cinemas, centros culturais, shows, museus, teatros e bibliotecas. Outro fator demográfico significativo é o fato dessa parcela de habitantes ser menos escolarizada, ter uma renda familiar de até dois salários mínimos e ser preta ou parda. 

Conheça 4 batalhas de rima na M´Boi Mirim que estimulam o contato da juventude com a cultura Hip Hop

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Com atividades contínuas e abertas ao público, as batalhas de rima acontecem em diferentes bairros do distrito da M´Boi Mirim, como Piraporinha, Jd. Dionísio, Jd. Caiçara e Jd. Kagohara.

9º edição da Batalha do Bambuzal (Foto: Magda Souza)

As atividades propostas por coletivos e artistas independentes atuantes no distrito da M´Boi Mirim estão cumprindo um importante papel de engajar a juventude periférica na produção de um conhecimento que auxilia o despertar do senso critico por meio da cultura hip-hop.

No epicentro dessas ações afirmativas, o ato de escrever e produzir rimas improvisadas possibilita o incentivo a escrita e a produção de suas próprias narrativas, um importante caminho de representatividade para os jovens.

Confira 4 batalhas de rima que acontecem durante o mês março nos bairros de Piraporinha, Jd. Dionísio, Jd. Caiçara e Jd. Kagohara.

1.Batalha do Dionísio

Conhecida também como batalha de conhecimento, a Batalha do Dionísio é uma iniciativa do instituto Cio da terra e do Coletivo A Irmandade. Na próxima penúltima sexta-feira de marco (23), o evento celebra a sua 5° edição com microfone aberto para poesia e divulgação de trabalhos e projetos de artistas e coletivos do território.

Quando: 23/03

Onde: Instituto Cio da Terra

Endereço: William Cremer, 2, Jd. Dionísio – São Paulo.

Horário: 19h às 22h30

Gratuito

2.Batalha do Bambuzal

Para defender e compartilhar a cultura Hip Hop, a Batalha do Bambuzal, organizada pelo coletivo Periferima, promove uma edição especial da batalha dedicada às mulheres periféricas. O evento acontece no próximo dia 25 de março com um pocket show da grafiteira e rapper Mc Melinka. No mês internacional da mulher, o evento concentra suas atividades para motivar ainda mais a participação das minas do território da M´boi Mirim, que já estão envolvidas ou não com a cultura Hip Hop.

Quando: 25/03

Onde: Praça do Bambuzal

Endereço: Rua Colônia Nova, s/n – Jardim São Manoel – São Paulo

Horário: 19h às 23h

Gratuito

3.Batalha da Casa

Articulada pelo rapper Cocão A Voz e pelo Dj Zeca, integrantes do grupo Versão Popular, a Batalha da Casa acontece um vez por mês na Casa Popular de Cultura M´Boi Mirim, localizada na Piraporinha, zona sul de São Paulo. O encontro contempla a participação de 16 mc´s a cada edição. O participante mais ovacionado pelo público presente ganha um prêmio no valor de R$ 200. Em marcço, a Batalha da Casa acontece no sábado, 17 de março.

Quando: 17/03

Onde: Casa Popular de Cultura M´Boi Mirim

Endereço: Avenida Inácio Dias da Silva, S/N – Piraporinha – São Paulo

Horário: 18h

Gratuito

4.Batalha Das Quadras

A Batalha das Quadras segue o mesmo propósito do Coletivo Genkidama, criador da iniciativa. O encontro de mc´s que acontece no Jardim Kagohara reforça a importância de fortalecer e difundir a cultura urbana, por meio de batalhas de rimas. Um dos principais públicos do projeto é a juventude periférica, que se reúne para apoiar e também mostrar o seu talento com o microfone. Nesta 5 º edição do evento, prevista para acontecer no próximo dia 24 de março, o vencedor ganha ingressos para o evento “Zona Sul, Zona Show”, protagonizados por MC´s do território do Jardim Ângela.

Quando: 24/03

Onde: Quadras do Kagohara

Endereço: Rua das Variações Musicais, s/n – Jardim Kagohara – São Paulo

Horário: 18h às 20h

Gratuito

Reparação Histórica: a visão de empreendedores das Periferias no Fórum de Finanças Sociais

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O Desenrola bateu um papo com alguns empreendedores periféricos, para mostrar o que eles pensam sobre a possibilidade de promover ou não reparação histórica no contexto racial, econômico, cultural e educacional por meio de projetos de impacto social que estão sendo realizados nos territórios por pessoas que nasceram, cresceram e ascenderam socialmente por meio de iniciativas de valor público.

Apresentação do DJ Bola na mesa Periferias, Raça e Gênero (Foto: Leonardo Brito)

Como o empreendedorismo e os projetos de impacto social podem ser utilizados para promover reparação histórica para os moradores das periferias? Foi a partir desta questão de valor intrigante e extremamente necessária para ser discutida que o Desenrola E Não Me Enrola entrevistou alguns agentes sociais que participaram do Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto realizado nesta quarta-feira (06) e quinta-feira (07), no Complexo Cultural Ohtake, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.

Em meio a um cenário, no qual as políticas públicas estão cada vez mais escassas e com menos poder de impacto, o empreendedorismo social vem avançando e ocupando um lugar que mobiliza cada vez mais agentes sociais que atuam ou atuavam em coletivos, para empregar o seu conhecimento sobre o cotidiano das Periferias em projetos que visam transformar para melhor a vida das pessoas.

Neste contexto, esta edição do Fórum, além das diversas discussões sobre investimentos sociais, metodologias de impacto, tecnologias, tendências e inovação, a “Periferia” foi um dos temas disparadores para apresentar o potencial de iniciativas que estão sendo construídas à base de questões estruturais, como raça, classe e gênero em várias regiões do Brasil.

Antes de assistir o primeiro bate papo sobre Periferias, Raça e Gênero do Fórum, a educadora social e produtora cultural, Alania Cerqueira, moradora do Jardim São Luis e criadora da Macambira Sociocultural, negócio que atua na zona sul de São Paulo, se sentiu provocada com essa questão da reparação histórica atrelado ao empreendedorismo de impacto social produzida nas periferias. “Eu acho que empreender com essa intencionalidade de atuar nos territórios ainda não promove a reparação. Más eu acredito realmente que a constância disso, com eu fazendo, o outro fazendo, nós fazendo, ou seja, um conjunto de pessoas fazendo, é inevitável que algum tipo de reparação aconteça.”

Foto: Ronaldo Matos – Alania Cerqueira, criadora da Macambira Sociocultural.

A poucos metros de onde se encontrava a empreendedora Alania e um grupo de colegas, estava o jovem Diogo Bezerra, morador do Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo. A atuação dele dentro do empreendedorismo social consiste na criação de uma escola de inglês chamada PLT For Way, para levar o ensino do inglês para jovens das periferias com custo acessível e uma metodologia de ensino diferenciada. Com algumas experiências bem sucedidas em seu negócio, ele acredita que a construção da sua identidade como empreendedor enquanto jovem negro e periférico é um sinal dessa reparação histórica estar acontecendo.

“Eu sou um exemplo disso. Eu sou um jovem que não deveria saber falar inglês, que não deveria estar empreendendo, porque o sistema indicou que eu deveria seguir outro caminho, trabalhando braçalmente, ou seja, fazer outras coisas. Então, empreender socialmente mudou a minha vida e a de outras pessoas ao meu redor também”, descreve, lembrando que alguns jovens do seu território já o procuram para pedir opiniões sobre projetos e tirar dúvidas sobre empreendedorismo, enxergando o como exemplo.

Foto: Ronaldo Matos – Diogo Bezerra, criador da PLT For Way.

Bezerra chama atenção para o fato do contato com o empreendedorismo social mudar a sua visão sobre as riquezas das periferias. “A primeira vez que eu cheguei na minha comunidade, eu tinha uma visão de guerra, pensando que não havia nada ali e que não dava para produzir nada ali. Porém quando eu comecei empreender eu vi outro mundo e isso mudou totalmente a minha visão. Eu passei a entender que ali era um lugar fértil e de muitas oportunidades, para desenvolver negócios de impacto, tanto pra mim, como para outras pessoa.”

Ao longo do evento e principalmente durante as mesas que discutiram Periferias, Raça e Gênero, um dos palestrantes mais citados em tom positivo e transformador pelos visitantes foi Marcelo Silva Rocha, mais conhecido como DJ Bola, um dos criadores da A BANCA, uma produtora social e cultural de impacto, que começou atuando no distrito do Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, e hoje já atua com relevância em outras regiões do país.

Para o DJ Bola, a reparação histórica só vai acontecer de fato quando os moradores das periferias tiverem plena igualdade de direitos em relação às outras classes sociais. “A reparação histórica só vai se dá de fato quando a gente for protagonista e conseguir ter acesso a esses recursos e tecnologias que vem sendo utilizadas do lado de cá da ponte, tanto para ganhar grana, quanto para nós mesmos investir nos projetos da quebrada.”

A teoria do empreendedorismo chegou à vida do DJ Bola dez anos depois que ele já estava articulando projetos culturais à base da cultura Hip Hop. “Eu não tinha clareza que eu era empreendedor. Eu tinha claro o que eu queria fazer. Hoje, com mais vivências e experiências em diversos lugares e projetos eu olho para a quebrada como um lugar de grandes oportunidades, para elevar a auto-estima e valorizar o ser humano”, enfatiza, citando a importância de valorizar os talentos das pessoas que vivem nas periferias.

Um dos legados citados por Bola deixados pelo empreendedorismo na periferia é a autonomia dos indivíduos. “A nossa maior riqueza é o tempo. Então, quando as pessoas da quebrada conseguem viver dos seus sonhos ou busca realizar aquilo que acredita, a transformação é nítida”, afirma.

Inovação Ancestral e Periférica

Em Salvador, cidade brasileira que possui mais de 80% da população negra, segundo o IBGE, berço de relações ancestrais e tradições africanas, o contexto do empreendedorismo social vem ganhando cada vez mais espaço para incluir a juventude e mulheres negras que residem nas periferias do município. Esse processo está sendo viabilizado por meio de ações estratégicas da Vale do Dendê, uma iniciativa focada em fomentar ecossistemas de inovação e economia criativa, protagonizado por moradores de territórios com altos índices de desigualdade social.

Itala Herta, mulheres negra soteropolitana que atua como relações públicas e diretora de operações da Vale do Dendê, descreve que a organização foca em três frentes: acelerar negócios com foco em diversidade, difundir formação por meio de uma escola de inovação e atuando como uma consultoria para negócios públicos e privados, para o fomento de negócios criativos.

Foto: Ronaldo Matos – Itala Herta durante reunião com membros do Fundo EdiTodos.

“Para muitas pessoas do mercado, a tecnologia e a inovação nos coloca distantes da cadeia produtiva. Só que a tecnologia e a inovação é algo de África. Isso não sou eu que estou dizendo. Isso é histórico. A áfrica produz tecnologias que até hoje nós usamos. Então, o nosso papel é contrapor a idéia de um olhar que nos colocaram, que não corresponde ao nosso passado histórico e as nossas produções e cadeias produtivas que alimentam uma serie de indústrias no Brasil e no mundo”, explica ela.

Assim como a Vale do Dendê, que desenvolve essas iniciativas afro-centradas no campo do empreendedorismo em Salvador, na cidade de São Paulo, mais precisamente na zona sul da cidade, a Aceleradora de Negócios de Impacto (NIP), um dos projetos desenvolvidos pela A BANCA, oferece formação estratégica para potencializar o processo de desenvolvimento de negócios, para gerar mais capital e mais impacto de valor social nos territórios do M´Boi Mirim, Capela do Socorro, Campo Limpo e Capão Redondo.

“Os empreendedores e empreendedoras das quebradas precisam se permitir a esses tipos de provocações e experiências, porque isso agrega muito valor pessoal e profissional e consequentemente aumenta o impacto social e financeiro dos projetos”, argumenta.

Ele ressalta que o empreendedorismo produzido a partir da periferia não se baseia em criar soluções para os problemas sociais dos territórios, mas sim, na necessidade natural e histórica que cada pessoa tem de viver com mais qualidade de vida. “A gente faz projetos pelo nosso sonho, mas a gente quer atacar o problema que a gente vive todo dia. E quem está do lado de cá da ponte cria coisas para um problema que eles não vivem”, distingue o empreendedor, más deixando claro que o encontro entre as pessoas do centro e da periferia tem uma grande importância para trocas de saberes, visando uma conexão que possa fazer a diferença com intencionalidade.

Confira arraiás na M’Boi Mirim e Campo Limpo

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É tempo de festa junina! Sucesso nas periferias, os arraiás resgatam o vínculo dos moradores com as tradições nordestinas e oferecem oportunidade de lazer e convivência para os moradores

Aqueça os fins de semana nas festas juninas da quebrada (Foto: Fundação Julita)

Chegou o mês de junho nas periferias, um período que as festas nordestinas de São João envolvem moradores, artistas, organizações sociais, coletivos e agentes comunitários para mobilizar comunidades com o objetivo de celebrar uma das principais tradições da cultura popular brasileira.

No território da M´Boi Mirim e Campo Limpo, as festas juninas além de resgatar tradições, também promovem o encontro dos moradores.

Acompanhe abaixo datas e locais que promovem arraiás:

Festa Junina da Fundação Julita
09 de junho, 14h às 20h
Rua Nova do Tuparoquera, 249 – Jardim São Luís
Saiba mais aqui!

Arraiá Santos Mártires
09 e 10 de junho, das 18h às 20h30
Paróquia Santos Mártires: Rua Luís Baldinato, 09 – Jardim Ângela
Saiba mais aqui!

Arraiá do Beco
16 de junho, das 16h às 23h
Saiba mais aqui!
Endereço: Rua Bento Barroso Pereira, 2, Jardim Ibirapuera

Arraiá do Monte Azul
30 de junho , 18h às 00h
Centro Cultural Monte Azul : Av. Tomas de Souza, 552 – Jardim Monte Azul


Festa Junina Fábrica de Cultura Jardim São Luis

30 de junho, 12h00 às 21h00
Rua Antônio Ramos Rosa, 651 – Jardim São Luís
Saiba mais aqui!

Festa Junina do CITA
Tema: História do Forró e do CITA – Cantinho de Integração de Todas as Artes
07 de julho, 18h ás 23h
R. Aroldo de Azevedo, 20 – Jardim Bom Refúgio (Praça do Campo Limpo)

2º Festa Agostina no Jardim Monte Azul
11 de Agosto 2018, das 14h às 00h
Rua Francisco Xavier de Abreu – Jardim Monte Azul
Saiba mais!

Batalhas de rima criam espaços políticos no Jardim Ângela

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A ocupação de espaços públicos e a inclusão de discussões sobre gênero e racismo são alguns dos legados consolidados por jovens que articulam manifestações culturais no território onde vivem

Jovens ocupam praça do Bambuzal no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo. (Foto: Thais Siqueira )

Os coletivos A irmandade, Periferima, Empodere Cinego e Genkidama estão utilizando batalhas de rima e a cultura hip hop para difundir informação de cunho político e social para a juventude e os moradores dos bairros do Jardim Caiçara, Jardim Kagohara e Jardim Dionísio, territórios do distrito do Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo.

Enquanto as decisões sobre a aprovação e implantação de políticas públicas são tomadas nos gabinetes pelos representantes do poder público brasileiro, nas periferias de São Paulo os jovens se engajam em promover encontros de conhecimento. Ocupando espaços públicos, descobrem a importância do direito à cidade por meio da realização de batalhas de rima.

Confira abaixo a reportagem completa. 

Ocupação e transformação urbana

O processo de troca de saberes populares e de transformação de praças e quadras em espaços políticos é crescente entre jovens moradores de territórios periféricos, locais que historicamente são desprovidos de equipamentos culturais públicos.

A realização das batalhas é um fenômeno social que mudou a imagem de alguns locais do distrito do Jardim Ângela. “A gente está usando um espaço público que é uma praça que estava parada, sem nada acontecendo, e movimentamos um pólo cultural nesse espaço. Esse é um serviço que os nossos políticos deveriam fazer pra gente”, conta Jefferson Portugal, conhecido como Jotapê, integrante do coletivo Genkidama e organizador da Batalha das Quadras, no Jardim Kagohara.

No centro do distrito do Jardim Ângela está localizado o Jardim Dionísio. Apesar de ter sido ocupado pela população desde a década de 50, o bairro passou por profundas transformações em sua urbanização, como pavimentação de ruas e encanamentos de água e esgoto entre 1997 e 2000. No bairro há apenas uma creche para atender as famílias cujos pais precisam trabalhar. Ao lado dela se encontra o projeto Cio da Terra, organização social que sedia a Batalha do Dionísio. A jovem Lorrana Lisboa,16, é uma das organizadoras do evento e defende sua relevância para dar voz à juventude local. “Nós organizamos a batalha para o público jovem ter uma voz. Porque assim como eu preciso de uma voz, eles também precisam”, enaltece a integrante do coletivo A Irmandade.

Um dos distritos mais populosos da cidade, o Jardim Ângela tem 295.434 mil habitantes, segundo dados atualizados em novembro de 2017 pela Prefeitura de São Paulo. Junto ao distrito de Jardim São Luis, que possui mais de 267 mil moradores, eles formam a prefeitura regional de M´Boi Mirim. Atualmente, o distrito do Jardim São Luis concentra uma Casa de Cultura Municipal e uma Fábrica de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para atender mais de 550 mil habitantes, fator demográfico e político que impossibilita o acesso da população a esses espaços.

Juventude, cultura e resistência

Com forte vocação para ecoar as vozes da juventude periférica, as batalhas de rima se afirmam na cultura hip hop para discutir, denunciar, problematizar e compartilhar conhecimento sobre o cotidiano de quem mora em territórios da cidade que têm nas suas raízes a ausência de políticas públicas.

Outro legado já consolidado das batalhas é a inclusão de discussões sobre racismo, gênero e a presença feminina nas atividades. A articuladora cultural Magda de Sousa, integrante do coletivo Empodere Cinego, atua como fotógrafa e mediadora de batalhas dedicadas às mulheres. Durante a sua participação na Batalha do Bambuzal, na qual ajuda na organização, enfatiza algumas características marcantes dos eventos: “As batalhas que acontecem no território do Jardim Ângela são diferenciadas porque não têm racismo, não têm homofobia. Todo o contexto é político, não por ser imposto, mas porque já é uma característica entranhada nos jovens.”

A marcante presença de adolescentes e moradores nas batalhas demonstra o impacto e a transformação social causada pelos coletivos que organizam essas ações na região. Um exemplo desse perfil de público é a MC Fran, 16, integrante do coletivo Encrespados que mora numa ocupação habitacional próxima à estrada da M´Boi Mirim e iniciou sua participação no movimento das batalhas sob os olhares atentos da mãe. Antes da sua apresentação, ela relatou a importância do encontro dos jovens para a troca de conhecimento político:”Aqui eu vejo que tem muito jovem com potencial de explicar para outros jovens e até mesmo pros seus pais o que é política, pois a gente falando do nosso jeito, qualquer pessoa pode entender, porque a política está no nosso dia dia. É uma coisa que a gente vive e aprende diariamente.”

“As batalhas de rima têm um potencial enorme para politizar os jovens. Quando eles ocupam esses espaços públicos, eles estão fazendo o papel do direito à cidade. Na prática isso é maravilhoso, ainda mais ocupando esses lugares com rimas e poesias. Além de ser direito à cidade, também é poetizar a cidade”, define o pesquisador e ativista Cultural Fernando Ferrari, integrante do Movimento Cultural das Periferias e morador do território.

Magda lembra que o fato de ter poucos espaços públicos de cultura na região torna ainda mais legítima a ocupação das praças e quadras para a realização das batalhas: “A gente precisa de uma condução para chegar na Casa de Cultura mais próxima daqui. Então eu me reconheci muito dentro do território querendo circular, porque esse rolê é representativo pra mim, justamente pela falta de acesso a cultura que o Jardim Ângela tem,” argumenta.

O acesso a espaços públicos culturais na cidade de São Paulo se relaciona diretamente com a desigualdade social presente nos grandes bolsões populacionais do município. Em pesquisa realizada recentemente pela Rede Nossa São Paulo, os dados revelam que 24% da população não usufrui de acesso a nenhum dos equipamentos pautados no estudo, como cinemas, centros culturais, shows, museus, teatros e bibliotecas. Outro fator demográfico significativo é o fato dessa parcela de habitantes ser menos escolarizada, ter uma renda familiar de até dois salários mínimos e ser preta ou parda.

Centro de Mídia M´Boi Mirim inaugura estúdio audiovisual coletivo

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Destinado a coletivos, empreendedores, comunicadores e agentes culturais que atuam com fotografia, vídeo, editoração e animação para produções multimídia, o estúdio também está aberto para receber formações que visam difundir conhecimentos sobre produção audiovisual.

A produção audiovisual nas Periferias não para de crescer. Atento a essa realidade, o Desenrola E Não Me Enrola apresenta neste sábado (28), a partir das 14h o Estúdio Audiovisual Coletivo do Centro de Mídia M´Boi Mirim, iniciativa criada pelo coletivo de comunicação em 2017, para potencializar o trabalho de comunicadores, coletivos e empreendedores que a atuam a partir das periferias.

A designer e gestora do Centro de Mídia, Flávia Lopes considera a inauguração do estúdio um marco na criação de um espaço que potencializa a atuação dos produtores audiovisuais da periferia. “Trabalhar com fotografia e vídeo ainda é uma profissão elitizada, que demanda um bom investimento por parte dos empreendedores que escolhem esse mercado. Por isso, criamos esse espaço, que além de fortalecer com o acesso aos equipamentos, também possibilita a troca de saberes.”

Equipado com duas ilhas de edição, sistema de iluminação, fundo fotográfico e chroma key, o estúdio possibilita o acesso a ferramentas e equipamentos essenciais para fortalecer produções de vídeos, documentários, webséries, ensaios fotográficos e conteúdos para redes sociais, engajados em reforçar as potências sociais, políticas e culturais dos territórios periféricos.

Além de oferecer acesso ao estúdio, o Centro de Mídia M´Boi Mirim está aberto para receber empreendedores, agentes culturais, comunicadores e coletivos para usufruir do Coworking – Escritório de Quebrada e do Auditório, que possibilitam a realização de reuniões com parceiros, reuniões de trabalho, formações sobre comunicação popular, exibições de filmes, cinedebates, entre outras atividades.

O projeto desenvolvido pelo coletivo Desenrola E Não Me Enrola em 2017 tem apoio do Fomento à Cultura da Periferia, uma lei construída a muitas mãos pelo Movimento Cultural das Periferias e executada em 2016 pela Secretaria Municipal de Cultura, para descentralizar recursos públicos que possam impactar positivamente a atuação de coletivos que atuam nos grandes bolsões populacionais da cidade de São Paulo.

Agenda

Apresentação do Estúdio Audiovisual Coletivo

Local: Centro de Mídia M´Boi Mirim

Endereço: Rua Thereza Silveira de Almeida, 03, Jd. Dionísio

Horário: 14h

Aberto ao público

Confira a lista dos selecionados para a 5ª edição do Você Repórter da Periferia

Durante a fase de inscrições foram registradas mais de 150 inscritos de diversas regiões da cidade de São Paulo.

Você Repórter da Periferia (Foto: Divulgação)

Este ano recebemos mais de 150 inscritos com faixa etária de 16 a 39 anos, para preencher as 40 vagas oferecidas pelo projeto. Além de atingir moradores da região do M´Boi Mirim, Capão Redondo e Campo Limpo, o curso despertou o interesse em participantes das regiões norte, leste, oeste e centro da cidade de São Paulo, além de cidades vizinhas da capital paulista.

Seleção: A seleção foi realizada com base nos critérios de participação do projeto, levando em consideração idade, escolaridade e regiões da cidade, buscando abranger um grupo diversificado.

Aos Selecionados: Durante os próximos dias, entre 26/05 a 30/05, entraremos em contato por e-mail e WhatsApp para passar as informações sobre horário, local das oficinas praticas, início das atividades e tirar todas a dúvidas que possam surgir.

Aos que não foram selecionados: Desejamos muito progresso para seus próximos passos e que sejam cheios de boas oportunidades. Fiquem ligados quem em 2019 estaremos com a 6° edição do Você Repórter da Periferia e contamos com você!

Confira a lista dos selecionados:

Rebeca Motta Lourenço

Maria Esther Cardoso Ferreira

Abigail Thais Pinheiro da Silva Santos

Daniel Rodrigues Barbosa

Bianca Tavares Tracanella

Marco Antonio Rocha

Mariana Cristina Alves de Assis

Juliana Ferreira da Silva

Andressa Lorenna Quil Neves

Guilherme Augusto da Silva

Wellington Fernandes Alves

Talita Lopes Vilela

Talita Raimundo Alves

Júlia (Julia.sous@outlook.com)

Talita Marques de Araújo

Luane Marques de Araújo

Israel Paulo

Caio Barbosa Barreto Silva

Kauane Jupira da Cruz dos Reis

Debora de Castro Alexandre

Michaela Ferreira de Sousa

Pedro Henrique Oliveira Santos

Kleiton Rosario Santos

Bianca Campos

Giovanna dos Santos Pereira

Kelly Rodrigues Oliveira

Michely Alves de Oliveira

Raquel Passos da Silva

Eduardo Gaspar da Silva

Laura da Silva Biaggioli

Dariel Costa Rodrigues

Rafael Adriano Mendes Da Silva

Lucas Araújo da Silva

Franciele Silva Ladislau

Ailson Taveira

Monique Caroline da Silva

Ricardo Eleutério Trindade Santos

Carlos Eduardo Silva Rocha

Letícia Moreira

Daniel Huiris Rosa Brasil

Pedro Henrique Santos Passos

Ariane Mikaele da Silva Rocha

Gabriely de Oliveira Silva

Luan Adalberto de Souza Alves

Vitória Guilhermina Alves Moreira

Thamires Vieira de Melo

Tamires Rodrigues da Silva Santos

5 motivos pelos quais você não pode perder o Você Repórter da Periferia

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Inscrições até 22 de maio. Corre gente!!!

Vinícius Faustino, ex aluno da edição de 2017 do Você Repórter da Periferia (Foto: Equipe Você Repórter da Periferia)

1 – Melhor equipe do mundo (pelo menos é o que dizem)

– ah, mas por que?

– Veja bem: time de pessoas engraçadas, preparamos sempre os melhores lanches (hummm), debatemos desde direito à cidade, gênero, classe à assuntos como signos, ascedentes, horóscopo e memes.

2 – Somos mochileiros:

– Mas o que é ser mochileiro, me explica?

– Nós sempre estamos rodando as periferias da cidade. Um dia estamos gravando no Capão Redondo (zona sul), no outro em São Mateus(zona leste) e Brasilândia(zona norte)… quem vamos?

3 – Pautamos sempre as periferias:

– E por que?

– Quem nunca ouviu aquela frase famosa: “No meu bairro não tem nada”?

Pois bem, durante o projeto nós provamos que sim, tem!

O nosso maior objetivo é sair da lógica de estereótipos construído sobre as periferias e mostrar as nuances sociais existentes em cada uma delas, norteando sempre os eixos de identidade, território e repertório.

4- Aprendizado:

– Como é isso?

– O projeto oferece oficinas teóricas e práticas de Redação Jornalística, Fotografia, Edição de Foto, Conteúdo Mobile, Técnicas de Entrevista, Vídeo-reportagem, Técnicas de Filmagem e Captação de áudio.

5- Trocas

-Trocas de que?

– A gente tá sempre em uma bolha de amigos e familiares, e muita das vezes não temos interesse em conhecer e trocar experiências com quem está do nosso lado, mas, no Você Repórter da Periferia essas vivências fazem parte do nosso dia dia.

Venha fazer parte da 5ª edição. Inscrições aqui ?