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“Os conteúdos se recuperam, mas as vidas não”, diz professora em greve

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O Desenrola entrevistou uma integrante do movimento de greve de educadores, que é formado por professores da rede estadual e municipal de ensino de São Paulo. 

Projeção realizada paraa sensibilizar a população sobre a importância da greve de professores. (Imagem: Projetemos)

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (03), que a partir deste sábado (06) de março, o estado entra na fase vermelha, onde o protocolo de isolamento social para contenção da covid-19 exige que bares, restaurantes e comércios não essenciais permaneçam fechados durante 14 dias. A medida aponta também que na fase vermelha, aonde a pandemia alcança os maiores indicadores de mortalidade, a escolas públicas estaduais continuem com suas atividades e seguindo os protocolos sanitários para atendimento dos alunos.

Na contramão dessa medida que autoriza o funcionamento das escolas, um movimento de professores em greve segue engajado em orientar pais, alunos e a comunidade escolar sobre o impacto das informações que o poder público não divulga sobre os malefícios do retorno às aulas presenciais em suas campanhas de conscientização sobre a covid-19.

A iniciativa conta com a participação ativa de professores da rede estadual e municipal de educação pública de São Paulo, que estão unidos para defender o direito à vida das famílias que tem seus filhos matriculados em escolas localizadas em territórios periféricos da cidade.

O Desenrola conversou com Lúcia Guimarães, professora da rede pública municipal de educação. Ela descreve com detalhes como as condições estruturais das escolas públicas estão contribuindo para que esse movimento de greve se junte para difundir informações, que podem evitar um colapso ainda maior da pandemia nos territórios periféricos.

“Os conteúdos se recuperam, mas as vidas não”

A educadora inicia a entrevista enfatizando que os conteúdos se recuperam, mas as vidas não voltam mais e demonstra conhecimento sobre a condição socioeconômica das famílias que precisam enviar os filhos à escola, mesmo diante da pandemia. “Sabemos e entendemos os problemas das famílias, que é muito delicado o aluno não estar indo a escola, inclusive em relação à segurança alimentar, mas a gente entende que os conteúdos se recuperam, mas as vidas não”.

Guimarães lembra que a questão da segurança alimentar poderia ter sido resolvida pela administração municipal em 2020 se eles assim quisessem. “Nós não vimos durante 2020 uma política séria tanto para a questão da segurança alimentar, quanto para garantir que as crianças tivessem acesso ao ensino remoto, que seriam as duas questões que poderia amenizar os problemas da escola fechada”, explica.

O movimento de greve dos professores entende que devido ao aumento no número de mortes e com o surgimento de novas variantes da covid-19, esse é um momento inadequado para a volta às aulas.

“A nossa greve não é baseada na ideia de que não queremos trabalhar, como algumas pessoas dizem. A gente quer sim fazer o ensino remoto e que todas as crianças tenham acesso a esse ensino, que são as condições que nós temos nesse momento”, afirma a educadora.

Descaso do poder público 

Uma das indignações do movimento de greve dos professores é com o descaso que o governo prolifera ao não levar em consideração o diálogo com a comunidade escolar para tomar decisões mais assertivas, que não ofereçam um risco direto à vida das famílias de alunos e dos educadores. “Eu penso que o governo ignora o diálogo com a comunidade escolar como um todo, tanto os representantes professores, como representantes da comunidade local. Eles tomam medidas sem conhecer a realidade específica de cada unidade”, conta.

Ela denuncia que em meio à pandemia, o quadro de funcionários de limpeza de diversas escolas foi reduzido. “As unidades escolares tiveram redução de funcionários da limpeza, num momento que a limpeza é um dos itens primordiais para a questão da segurança, enfim, a gente não entende bem qual é a motivação”.

Ao descrever a infraestrutura das escolas públicas, tanto do ensino fundamental, quanto no estadual, a professora faz uma alerta para as famílias. “A grande maioria das escolas são gradeadas, estão com janelas emperradas e não há circulação de ar adequado, são ambientes fechados, nós entendemos que esse ambiente não é seguro para uma volta às aulas, além disso, nós estamos com uma vacinação indo a passos lentos, porque nós só iremos conter a pandemia quanto tivermos vacinado um número muito grande de pessoas”.

Ao avaliar qual o papel dos professores nesse momento da história da humanidade, a professora enfatiza que os professores deveriam estar inseridos no grupo prioritário para vacinação. “Nós sabemos que grande parte das escolas que reabriram estão fechando, porque as pessoas estão se contaminando, é uma situação bastante delicada”, descreve.

Qualidade do ensino 

Outro fator que tem motivado a greve de professores é a qualidade do ensino oferecido pelas escolas nesse processo de reabertura com distanciamento social. “Essa é uma escola emergencial. Ela coletiviza o ensino e não permite o cuidado individual com os alunos. Nós não podemos considerar que essa aprendizagem com distanciamento social seja a escola que a gente vislumbra e precisa. Então é difícil para os profissionais, crianças e adolescentes essa nova escola”.

O processo pedagógico, responsável por transmitir o conhecimento aos alunos também foi criticado, pelo fato dele se basear apenas em passar conteúdos na lousa e não permitir um contato mais humano com os alunos. “Há uma visão da educação que é conteudista, que eu posso passar mais e mais conteúdos, mas nós não entendemos assim. Nós entendemos que a educação é uma coisa pra vida, que tem relações, que a gente precisa estar em grupo, nós precisamos fazer junto, e é isso que a escola nesses moldes não vai nos oferecer”, analisa.

Saúde mental 

Para o movimento de greve dos professores, o assunto volta às aulas não faz sentido, pois segundo Guimarães, com a vida não se faz teste. “Se a gente não sabe, se a gente está em dúvida, é melhor não reabrir, já que a gente não tem certeza de tudo que está ocorrendo nesse espaço”.

Preocupada com a saúde mental dos professores, alunos e familiares e toda comunidade escolar, a professora se questiona se o Estado está levando em consideração que a escola pode gerar novas doenças para além da covid-19. “A gente vê que virou uma queda de braço. O governo acha que temos que abrir, mas a qual custo? Será que a criança que vai pra escola e que pode levar o vírus pra casa e tem um ente querido que possa adoecer e até morrer, isso não vai causar problemas psíquicos para essas crianças?”

Ela complementa afirmando que a maioria das famílias que têm filhos em escolas públicas nas periferias já perdeu um ente querido nessa pandemia e que o poder público parece não levar isso em consideração. “Eu acho que nós não precisamos ajudar a aumentar esse número de mortes. Eu volto a dizer que é papel do governo dar a garantia ao ensino remeto e dar a garantia de segurança alimentar para essas crianças. É isso que o Estado brasileiro não está conseguindo, mesmo na cidade de São Paulo, que tem o maior orçamento público entre as cidades brasileiras”.

Dinheiro público 

O Desenrola apurou que em 2019, ano que antecedeu o início da pandemia, a cidade de São Paulo arrecadou 60,1 bilhões nos cofres públicos, se tornando o quinta maior município em arrecadação pública do Brasil. Esse valor poderia ser utilizado para investir em diversas políticas públicas em 2020, no entanto, com o advento da pandemia, muitas prioridades do governo foram invertidas, como vem afirmando o movimento de greve dos professores.

Vale ressaltar que os dados apurados mostram que a cidade de São Paulo teve a quinta maior arrecadação pública em 2019, ficando atrás somente da União, Estado de São Paulo, Estado de Minas Gerais e Estado do Rio de Janeiro, ou seja, é a única cidade a ter um orçamento aproximado dos estados.

A professora finaliza a entrevista, enfatizando que o diálogo com as famílias e com a comunidade está muito difícil nesse momento. Ela acredita que a escola tem muito a conversar com o país.

“Nós estamos passando por um momento de negacionista e de descrédito do conhecimento. E eu acho que a escola tem um lugar importante de diálogo, porque a escola é o lugar de desenvolvimento de conhecimento, do diálogo, para discutir e falar sobre as várias possibilidades e pontos de vistas, então eu penso que nós precisamos sim, enquanto educadores, pensarmos como nós vamos reativar esse diálogo com as famílias e a comunidade escolar no território, porque sem diálogo, nós não iremos ver esse país da forma que a gente gostaria que garantisse justiça, que tenha as mínimas condições de vida para todos”, conclui.

Você escuta músicas em outros idiomas?

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Gostaríamos muito de compreender esta dinâmica, porque somos de fato um grupo de hip hop multilíngue e multinacional, visto que falo inglês como primeira língua e espanhol, e a Lena fala português e italiano.

Foto: Jordan Fields e Lena Silva. Arquivo pessoal.

Sinto que faço parte de um grupo muito pequeno e fechado de pessoas nos Estados Unidos que ouvem com frequência música em outros idiomas. Eu escuto música principalmente em espanhol, português e francês ocasional, gosto também de ouvir música em dialetos africanos. Isso não é muito comum nos EUA, já que apenas 4% dos americanos ouvem música em outras línguas sempre, 8% ouvem frequentemente, 25% dizem às vezes, 27% raramente e 34% nunca, segundo pesquisa feita com 5.778 entrevistados. E eu já fiz parte desses 34%.

Os quatro por cento que mencionei são quase inteiramente compostos de imigrantes latinos e seus descendentes que vivem nos Estados Unidos. De todas as pessoas que frequentemente ouvem música em outros idiomas, 52% são espanhóis.

As pessoas nos Estados Unidos vêem o mundo de uma lente extremamente limitada, a maioria de nós não sabemos nada sobre o mundo e, pelo pouco que sabemos, sempre nos colocamos no meio. Esse é um fenômeno maior que a raça, mas com o péssimo sistema de ensino que temos nas áreas negras daquele país, dá para imaginar o quão limitado é o acesso.

Hoje em dia falo português fluente, mas nem eu sabia que o Brasil tinha negros até assistir o filme Cidade de Deus, também achava que se falava espanhol aqui, o Rio de Janeiro era a capital e tudo era uma imensa floresta. Às vezes eu culpo o esporte nos Estados Unidos também, porque vejo que aqui no Brasil, mesmo quem é muito pobre e sem acesso à educação sabe que lugares como Barcelona, Madrid, Manchester e Portugal existem por causa dos times de futebol. Mas você pode acreditar que existem muitos pobres afro-americanos que nunca ouviram falar de nenhum desses lugares? Nossos esportes jogam apenas em outras cidades e estados dos EUA.

Minha jornada começou em 2010, então tenho cerca de 11 anos de imigração, hoje eu sei que outros lugares e línguas existem fora dos Estados Unidos. Primeiro foi com o espanhol, tive que aprender a língua por motivos sociais por causa dos problemas e da violência na minha comunidade. Você acredita que quando eu dirigia pela minha comunidade tocando música em espanhol, recebia muito julgamento do meu povo? Pessoas gritavam comigo quando eu estava com o som alto no meu carro. “Yo! Você é negro!! Ouça música negra, pare de tentar ser espanhol!”

Só para você nos entender um pouco mais, em muitas comunidades negras onde há imigrantes latinos, a maioria dos negros não os chama de latinos, a maioria os chama de “espanhóis”, o que pra mim era normal até eu começar a entender o mundo, e vi que espanhol é espanhol. Os ditos latinos foram colonizados por espanhóis e só falam a língua do colonizador, mas a maioria das pessoas não sabe disso. É como chamar os brasileiros de portugueses ou chamar os americanos de ingleses. Então, realmente, eu estava sendo julgado e discriminado pelo meu próprio povo com base em sua ignorância.

Em contraste os brasileiros são muito diferentes, a maioria das pessoas que vejo toca música em outros idiomas o tempo todo e é normal, ninguém grita, “ei, desligue essa merda de inglês!”. No Brasil, 62% da população acredita que é possível aprender línguas ouvindo música e muitas pessoas aqui pensam nisso porque estão usando as plataformas de streaming de música. Porém, existe outra realidade de muitas pessoas no Brasil que amam ouvir música em inglês ou em espanhol, mas nunca tentam entender as letras. Isso é muito difícil de compreender do ponto de vista dos Estados Unidos, acho que não conheço ninguém que faria algo assim. Lá se ouve música em outro idioma se você já tem conhecimento ou apenas ouve música em inglês.

É injusto quando você pensa sobre isso, para um artista nos Estados Unidos quando ele se torna popular, a arte dele pode se espalhar pelo mundo, oportunidades de shows e tudo, sem nunca ter que aprender nenhuma outra língua. Um exemplo disso foi em 2019, quando Cormega, um dos meus rappers favoritos, veio ao Brasil se apresentar na Zona Leste. Além de cantar todas as suas músicas em inglês, ele realmente tentava falar com o público apenas em inglês, fazendo perguntas e até esperando uma resposta, ou dando comandos como “levanta as mãos pra cima!”. Achei ridículo e disse a mim mesmo que se eu ficasse famoso um dia, nunca faria algo assim, pelo menos tentaria aprender algumas palavras do país em que estou atuando. Um artista brasileiro nunca faria isso, você não pode ir para os EUA e só fazer rap em português, ou só falar em português com o público, isso nunca daria certo e ninguém prestaria atenção em você. Poderia funcionar se fizessem um show para a comunidade brasileira, mas os números de possíveis fãs não ficariam muito altos nesse caso.

Eu tive a oportunidade de sair do país ainda muito jovem. Quando concluí o ensino médio fui para a Europa morar com tias e primas que se estabeleceram no norte da Itália, na cidade de Gênova. Até então eu fui sem muitos propósitos. Eu queria mesmo era sair do bairro onde eu morava aqui em São Paulo, trabalhar e ajudar a minha mãe. Passei 10 anos da minha vida lá, onde eu pude assistir a muitos shows internacionais e viajar por alguns países da Europa. Com o forte fluxo de imigração de povos de alguns países europeus, África e América do Sul, é muito comum entre os italianos ouvir música em outros idiomas, mesmo que não saibam falar esses idiomas e muitos artistas italianos cantam em inglês, espanhol, francês e até mesmo português como é o caso das cantoras Gaia Gozzi e Charlotte de Melo.

Segundo a pesquisa Music Listening 2019 da IFPI (International Forum for Postgraduate Studies Information) – organização que representa a indústria discográfica no mundo inteiro, na Itália a música pop ainda predomina. A Itália segue a tendência geral com algumas peculiaridades. O repertório local continua a dar voz, mas isso também pode ser constatado nos rankings e certificações semanais e anuais que, durante anos, viram principalmente os artistas italianos no topo, com um aumento também no mercado de singles: 61% ouvem ao pop italiano, seguido pelo rock e composição, enquanto trap e hip hop explodem entre os jovens, pontuando 53% na faixa dos 16-24 anos, e latim em alta (37,6%).

E as músicas que têm diversos idiomas em um? Bom, esse é um estudo que não consigo encontrar ou talvez ainda não tenha sido realizado, mas poderia haver um grupo de pessoas que gosta especificamente de ouvir música que tenha mais de um idioma? Gostaríamos muito de compreender esta dinâmica, porque somos de fato um grupo de hip hop multilíngue e multinacional, visto que falo inglês como primeira língua e espanhol, e a Lena fala português e italiano.

Compartilhe conosco qual é o seu pensamento e vamos iniciar essa pesquisa aqui.

Estética e imagens periféricas são temas de festival de fotografias online

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Cerca de 35 profissionais, entre fotógrafos, agentes culturais e produtores, estão envolvidos na realização do FIP – Festival de Imagens Periféricas, que acontece entre os dias 01 de março a 06 de abril. 

Foto: Gsé Silva

Com a temática “Imagens Periféricas”, o festival propõe diálogos e trocas entre fotógrafos de regiões periféricas e da região central da cidade de São Paulo, abordando cinco temas principais: cultura, memória, gente, morada e sobrevivência. A programação estará acessível nos perfis oficiais do YouTube e Facebook do evento. Com programação online e gratuita, o festival conta com bate-papos temáticos, oficinas e uma exposição de lambe-lambes.

Segundo Eliária Andrade, jornalista, repórter fotográfica e uma das organizadoras do festival, a ideia da ação surgiu em 2019, e inicialmente seria de forma presencial nas Casas de Cultura da cidade de São Paulo. Com a pandemia, o festival passou por alterações e hoje conta com a participação de uma rede de fotógrafos e coletivos que somam nessa construção.

Eliária conta também como o festival fortalece o trabalho de fotógrafos independentes e que tem as periferias como principal espaço de construção e produção. “Ele surge como uma exibição dos trabalhos dos fotógrafos, com a sua participação ativa na construção deste festival e um retorno financeiro, até porque o setor fotográfico foi um dos mais atingidos pela pandemia, com cancelamento de shows, eventos, futebol, festas e casamentos”.

Os bate-papos temáticos fazem parte da semana de abertura do festival e acontecem entre os dias 01 a 05 de março, com a participação de profissionais como, Deh Coutinho, Gsé Silva, Nego Júnior, Sheila Signário, Léu Britto, Marcia Zoet, Rodrigo Zaim, Anna Carolina, Carmen Negrão, Preta Pretinha, Sylvia Masini, Evelyn Ruman, Mariana Raphael, Raphael Poesia, Silvia Zamboni, Fernando Solidade, Jardiel Carvalho, Mônica Zarattini, Paulo Tertuliano e Sheyla Melo. As transmissões dos diálogos acontecem através do canal do youtube e facebook do festival, a partir das 19h.

Além dos diálogos temáticos sobre o fazer fotográfico, o festival está com inscrições abertas para as oficinas de: Fotografia e autoria para iniciantes, com Allan Cunha; Fotografia de Moda profissional e de baixo custo, com Túlio Vidal; Retratos e processos criativos, com Tina Gomes; Fotografando seus produtos com o celular, com Júlio César, e O que é Antropologia da Imagem?, com Yara Dines. As oficinas acontecem de 09 a 19 de março e podem participar jovens a partir dos 16 anos.

Ainda como parte da programação do FIP, o público pode participar até 22 de março do Desafio para a exposição de lambe-lambe e projeções dentro do festival. Serão selecionados em torno de 145 fotografias para compor um mural artístico espalhado pela cidade de São Paulo ou para serem exibidas em uma projeção que acontecerá no dia 06 de abril.

Para participar é preciso publicar uma ou mais fotos em seu perfil pessoal do instagram com a hashtag geral #fip_desafios e com a hashtag do tema que melhor definir a sua imagem. Para saber mais sobre a inscrição no desafio, acesse o formulário disponível aqui.

O festival foi contemplado pelo Proac Lei Aldir Blanc, e Eliaria comenta a importância de acessar esse recurso para a realização de um festival que reúne diversas coletividades e segmentos falando sobre imagens periféricas. “Agora o que nos resta fazer é mostrar o que há de melhor na fotografia periférica, pois não é só a que vem da periferia, mas também nas imagens marginalizadas, excluídas que não são mostradas no cotidiano. A realização da exposição dos lambes também só está sendo possível devido a verba da Lei Aldir Blanc”. 

Confira a programação:

FIP – Festival de Imagens Periféricas – 01 de março à 06 de abril

Diálogos 

Culturas Resistentes – Segunda, 01/03 às 19h
Participação: Gsé Silva, Deh Coutinho, João Kulcsár, Nego Júnior e Sheila Signário

Memórias de um tempo de luta – Terça, 02/03 às 19h

Participação: Allan Cunha, Léu Britto, Márcia Zoet, Jardiel Carvalho e Rodrigo Zaim e Yara Dines.

Delicadeza dos seres – Quarta, 03/03 às 19h
Participação: Preta Pretinha, Anna Carolina, Carmen Negrão, Eliária Andrade, Sylvia Masini e Júlio César.

Território do eu – Quinta, 04/03 às 19h
Participação: Evelyn Ruman, Mariana Raphael, Raphael Poesia, Silvia Zamboni e Tina Gomes.

Sobrevivendo, por enquanto – Sexta, 05/03 às 19h
Participação: Fernando Solidade, Jardiel Carvalho, Mônica Zarattini, Noite, Paulo Tertuliano e Sheyla Melo.

Oficinas 

Fotografia e autoria para iniciantes, com Allan Cunha
Dias 09 e 16 de março, das 9h às 12h.
Requisitos: A partir dos 16 anos
Clique aqui e se inscreva.

Fotografia de Moda profissional e de baixo custo, com Túlio Vidal
Dias 11 e 15 de março, das 19h às 22h
Requisitos: Conhecimento básico de fotografia. Equipamento de fotografia semiprofissional ou celular.
Clique aqui e se inscreva.

Retratos e Processos criativos,
com Tina Gomes
Dia 11 de março, das 11h às 13h
Requisitos: A partir dos 16 anos
Clique aqui e se inscreva.

Fotografando seus produtos com o celular, com Júlio César
Dia 20 de março, das 16 às 20h15 com intervalo de 1h
Requisitos: Preferência para empreendedores e empreendedoras pretas e pretos
Clique aqui e se inscreva.

O que é Antropologia da Imagem? com Yara Schreiber Dines
Dias 10, 12, 18 e 19 de março , das 19h às 21h
Requisitos: a partir dos 16 anos
Clique aqui e se inscreva.

Desafios e Exposição

De 23 de fevereiro a 22 de março. Para participar é necessário a publicação de uma ou mais fotos em seu perfil pessoal do instagram com a hashtag geral #fip_desafios e com a hashtag do tema que melhor definir cada imagem. As opções são: #fip_cultura; #fip_gente; #fip_memoria; #fip_morada; #fip_sobrevivencia. Clique aqui e se inscreva.

Projeções 

No dia 06 de abril, às 19h30, o festival realiza a projeção na Avenida Consolação com a rua Caio Prado. A ação encerra a primeira edição do FIP e terá duas horas de projeções com transmissão online.

O CARNAVAL, SEM CARNAVAL

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Os biomas brasileiros se misturam com a musicalidade tornando o carnaval uma miscelânea da história brasileira. Os blocos de carnaval de rua, hoje representam a difusão ou um lembrete da importância dessa cultura, sem ingresso, para todos, com ou sem fantasia, com ou sem bebedeira. Eu acompanho nas ruas a maior manifestação cultural brasileira.

Foto: Arquivo pessoal Anabela Gonçalves – Bloquinho favela Monte Azul em 1994.

O carnaval é uma festa muito antiga, que sempre correspondeu às religiões não cristãs, mas que foi absorvida pelo cristianismo se tornando o período que antecede a quaresma. A palavra carnaval vem do Latim carnem levare, que significa “abster-se, afastar-se da carne”, véspera da quarta-feira de cinzas, tempo onde se inicia a abstinência da carne.

Mas em contraponto, o carnaval é a festa da carne, onde excessos são aceitos e fazem parte dessa tradição.

O carnaval veio nas naus portuguesas e foi envolvida pelos nossos ancestrais africanos em tambores e danças, o misto musical deu origem às marchinhas e logo mais ao samba. No começo feito com farinha e ovos, depois foi civilizado a moda europeia. Com toda sua importância Chiquinha Gonzaga, em 1899, compôs “Ó abre alas” a primeira marchinha feita com o tom mais próximo do que aconchegamos do carnaval.

Foi difícil escrever, pois entre tantos problemas importantes que estamos vivendo em nosso país, pouco mudou do cenário inicial dessa coluna, COVID-19, desgoverno Bolsonaro, crise econômica, mortes, muitas mortes e nosso coração querendo muito extravasar na avenida tanta dor, mas não houve carnaval e não sabemos quando poderemos abraçar as ruas da quebrada com nossos blocos.

Mas resolvi escrever sobre o carnaval, festa que já foi muito discriminada pela sua forma de promover na gente a vontade de romper as barreiras morais para trazer à tona nosso espírito livre.

Ainda nova, a Associação Comunitária Monte Azul fazia pequenos cortejos da favela até o Centro Cultural Monte Azul. Ainda no CJ – Centro para Juventude, meus educadores Cido Cândido e Rogério Modesto que além de educadores, eram atores das artes cênicas, faziam cantigas e sambinhas com a gente.

Dentro do dia a dia do CJ, entre as leituras, a hora do esporte e almoço, havia o tempo das cantigas e sambinhas tradicionais. Era assim como quem não quer nada o samba, o carnaval e a folia em nossas vidas.

Eu cresci em uma viela onde o samba não era a principal cantiga, em minha casa só se tocava Amado Batista e Bartô Galeno, mas o pagode e o samba faziam parte de um cenário maior na favela e na vida.

No natal na periferia a gente ia de casa em casa dos amigos e cada petisco de ceia trazia um pouco de música, muitas músicas e o samba em algumas casas traziam notas diferentes de ser e estar periféricos.

O Bloco do Vagaranha na Monte Azul e depois o Bloco do Beco, já mais velha me trouxe de volta aquela paixão dos 13 anos no cortejo da favela.

O samba dos trabalhadores que uniam culturas em um samba que tinha um tom de caxambu e jongo, na criação dos mestres do samba paulistano. Essas são referências que construí com tempo, com estudo, com as conversas do bar do Prudente, do Matias, do Ceará, tantos malandros reformados pela retórica da vida urbana que trazem em sua narrativa alguma ideia do samba. Chamamos essa sabedoria de Velha Guarda, aqueles que o tempo guarda a história oral de trabalhadores na construção do samba nas ruas e nas escolas de samba tradicionais.

Por isso o Bloco do Beco se tornou minha escola e minha militância, por me mostrar a face política do samba, suas linhas de resistência cultural e como se configura como narrativa e pertencimento do povo periférico.

O samba foi parte da ferramenta educadora que fez minha vida, lá no CJ. Eu entendo a importância da formação musical, mesmo que poética na construção da minha trajetória. Os blocos de carnaval periféricos trazem de volta ao braço dos trabalhadores a experiência subjetiva da produção cultural e artística.

Eu quero aqui homenagear os Blocos que vem fazendo nossos carnavais felizes na quebrada, bonitos em sorrisos, educativos no convívio comunitário, na cultura que enfeita a vida tão dura do nosso povo. Bloco do Vagaranha, Bloco do Beco, Bloco do Hercu, Bloco Afro ÉdiSanto, do Litraço, Fígado de Ferro, Eco Campos, entre outros que surgem entre as ruas da quebrada.

O carnaval é uma manifestação cultural legítima que precisa de tempo, ensaios, recursos para sair na avenida. O carnaval também é um direito cultural conquistado nos últimos anos e com isso fomentado pelo poder público, mesmo que ainda de forma tímida.

Lutamos pela festa do povo, pela vacina, pelas vielas e ruas cheias de alegria, pelo brilho do olho e das purpurinas, lutamos por política pública de auxílio ao povo pobre periférico nesse momento de crise. A cultura tem é luta!

Ascendência

Se eu soubesse naquela avenida,
carnaval que me embalava,
Mesmo que a repressão,
ali tardia
estivessem agourando nosso futuro,
o coração virava a cara,
da agonia de viver fraco.
Hoje olhar triste
sobre a avenida vazia,
Bandeira parada.
Nesta triste alvorada
me resta olhar no retrato dessa vida
A alegria é uma estação sem trilhos,
de milhões de incapazes,
No meu samba metáfora
da aurora que virá.

Anabela Gonçalves

Um ano sem samba é um ano sem reverência aos nossos ancestrais que lutaram para que traços musicais culturais juntos, preservassem também nossa cultura negra em diversas vertentes, seja litorânea, sertaneja ou urbana.

Os biomas brasileiros se misturam com a musicalidade tornando o carnaval uma miscelânea da história brasileira. Os blocos de carnaval de rua, hoje representam a difusão ou um lembrete da importância dessa cultura, sem ingresso, para todos, com ou sem fantasia, com ou sem bebedeira. Eu acompanho nas ruas a maior manifestação cultural brasileira. 

União Akasha realiza a IV Feira Afetiva com programação online

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Com sede no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, a União Akasha traz para o ambiente virtual a programação de seu tradicional evento de troca de saberes

 Com a realização de transmissões ao vivo pelo Facebook, Instagram e Youtube, a União Akasha, espaço cultural de cura e artes, localizado no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, promove a IV Feira Afetiva entre os dias 28 de fevereiro a 07 de março. O tema deste ano é “Nutrindo o novo mundo”.

A União Akasha é um centro de desenvolvimento humano, focado no autoconhecimento, artes, cultura e cura que oferece atividades em sua sede. Por conta do distanciamento social exigido pela pandemia, a Feira Afetiva é realizada pela segunda vez consecutiva no formato virtual.

A programação é gratuita e variada, trazendo atividades para crianças e adultos, como performances poéticas, teatrais e shows. A abertura do evento conta com a apresentação musical de Marlon Cruz, às 18h, e de Déa Trancoso, às 19h no domingo, dia 28.

Entre as atividades disponíveis, está a oficina de “Escrita Quântica” com o poeta Michel Yakini. Por meio de estudos e práticas que relacionam a escrita criativa e o autoconhecimento, o poeta de Pirituba, território da zona noroeste de São Paulo, propõe um exercício baseado em quatro estágios deste processo, são eles: dedicação, relaxamento, intuição e criação.

Para participar desta oficina, é necessário fazer a inscrição previamente por este link porque as vagas são limitadas e o encontro será realizado em um ambiente virtual restrito.

Programação completa 

28 de Fevereiro
18h – Aquecimento – Marlon Luz
19h – Show de Abertura – Déa Trancoso

01 de Março
12h – Vídeo performance Marco Miranda
14h – Poesias para o Novo Mundo
16h – Doação mudas e sabão no Terminal Campo Limpo
19h – Curso Escrita Quântica – Michel Yakini ( Sala Fechada, vagas limitadas)

02 de Março
12h – Performance Vitória Benevides
14h – Poesias para o Novo Mundo
16h – Doação de mudas na Praça do Campo Limpo
19h – LaLoba Um Rito de Ressurreição – Natalie Revorêdo (Curso fechado Vagas Limitadas)

03 de Março
12h – Performance Deco (Teatro de Bonecos)
14h – Poesias para o Novo Mundo
16h – Doação de mudas Metro Campo Limpo
19h – A periferia como produtora de Cultura de Cura” -Elania Francisca
21h – Cânticos as 12 Deusas – Raíssa Padial Corso

04 de Março
12h – Doação de mudas Feira de Quinta14:00 Performance Dança Cigana – Grupo Luares
15h – Da Compostagem ao Suco – Gaya e Salomão
16h – Poesias para o Novo Mundo
16h – Hortas Urbanas – Clodoaldo Cajado
19h – Mesa Masculinidades Luan Luando e Marlon Luz
19h – Oficina Cosméticos Naturais – Jesuana Sampaio (Curso Fechado 15 vagas)

05 de Março
11h30 às 14h30 – Cozinhando com Tia Lola
14h – Poesias para o Novo Mundo
14h30 – Performance La Loba – Lua Rodrigues
15h – Uso Terapêutico dos Cristais – Lua Sato
16h – O Que é Isso Doutora? Ayô Oliveira Entrevista Alana Benevides
18h – Mesa Habitação, Permacultura e Moradia – Sirlene Araújo, Irene Maestro e Santiago Quill
20h30 – Show Uma Luiza Pessoa

06 de Março
11h-  Vegetarirango – Flávio Giusti
13h30 – Mulheres na Ciência – Alana Benevides
15h – Poesias para o Novo Mundo
16h – Intervenção Palhaço – Deco
16h20 – O Palhaço, a Poesia e as Sete Leis Herméticas e os 7 Pecados Capitais- Luan Luando
19h – Documentário “Carolina” (Pilar) Camilla Lima + Pedro Lucas e Dandara Pilar
21h – Tocando Memórias – Adriani Diniz

07 de Março
14h – Show Cantigas de Lá-Calé Alencar e Marlon Luz
16h – Sarau Diálogos de um novo Mundo – União Akasha
18h – Show ” Acreditar” – Mari Ananias
19h –  Show de Encerramento

#SeLiga 

IV Feira Afetiva da União Akasha
28 de fevereiro a 07 de março
Pelas redes sociais da União Akasha: Facebook, Instagram e Youtube.

Budismo online: lives viram templo digital de religião na M´Boi Mirim

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Organização budista aproveitou o momento da pandemia para criar espaços virtuais de difusão da filosofia humanística do budismo. O núcleo virtual da M´Boi Mirim já conta com 400 famílias, que se reúnem por meio de lives para trocar conhecimento.

Marlon Mitsunaga organiza os encontros virtuais sobre budismo. Créditos Tamires Rodrigues

O distrito do Jardim Ângela, localizado na zona sul de São Paulo, se tornou um dos bairros onde a Associação Brasil Soka Gakkai Internacional aproveitou o momento de pandemia para criar espaços virtuais de difusão do budismo, por meio da criação de um núcleo virtual onde moradores das periferias da zona sul de São Paulo, se encontram para trocar e aprofundar seus conhecimentos sobre a religião. 

O núcleo conta com 443 famílias que se reúnem por meio de lives, formadas por moradores nas localidades do Jardim Ângela, Guarapiranga, Capão Redondo e Jardim São Luis.

A realização de lives comunitárias com a participação de moradores de bairros do distrito da zona sul tem mirado na família, como ponto de partida para construir núcleos de moradores. O morador Marlon Mitsunaga, 23, morador do Jardim Santa Margarida, tem se dedicado a organizar esses encontros virtuais.

O morador define o budismo como uma filosofia que mostra que todas as pessoas têm o direito de ser feliz. Mitsunaga é psicólogo e praticante do budismo. Uma das suas funções é organizar o núcleo de crianças e adolescentes da M’boi Mirim.

Segundo Mitsunaga, a filosofia budista tem o propósito de despertar uma transformação social no próprio sujeito periférico. “Entendendo que essa realidade pode ser transformada por nós mesmos da quebrada, em vários momentos a gente espera uma transformação externa, mas a gente tem um potencial gigantesco em nosso próprio bairro”, conta ele.

O organizador do núcleo de crianças e adolescentes da M’boi Mirim relembra que tomou a decisão de seguir o budismo quando era criança e percebeu a transformação que a filosofia causou em seu avô.

“Um evento muito próximo que me fez perceber isso foi o meu avô, que ele começou a praticar o budismo já na terceira idade, quando ele já tinha 70 e poucos anos, e ele era alcoólatra, fumante, tinhas várias questões com ele né, e por meio da prática budista ele começou o processo de revolução humana dele, e isso foi muito perceptível pra mim, enquanto criança que tava crescendo e percebendo uma pessoa diferente dentro de casa”.

Cada bairro representa um núcleo virtual onde são organizados os diálogos, possibilitando o surgimento de pequenos coletivos de moradores que vão se consolidando com o avanço dos diálogos nos grupos de famílias que se reúnem periodicamente. Atualmente região da M’boi Mirim tem 400 famílias. “Dentro desses bairros a gente consegue entender a realidade de cada pessoa e entender de que forma isso conversa com a filosofia de vida budista”, afirma Mitsunaga, ressaltando a importância de entender a realidade da vida nos territórios.

Ela considera que a formação de pequenos coletivos corresponde às famílias da quebrada participantes da religião e destaca que a proposta do budismo é estar entrar dentro do núcleo familiar.

Antes da pandemia os encontros aconteciam de maneira presencial regado de comes e bebes, porém diante dos cenários de adaptações a organização trouxe uma proposta de virtualizar os diálogos humanistas e se conectar com os moradores através de telas de celulares, tablets e computadores.

“A gente percebeu que através desses encontros virtuais são possíveis”, avalia o organizador. Cada localidade utilizar um aplicativo de sala virtual diferente, porém a plataforma Google Meet costuma ser a mais utilizada. “A gente tem muitas visitas que estão acontecendo de maneira virtual, então a videochamada de dupla ou trio, para facilitar são feitas pelo pro whatsapp”, relata o morador.

Ele conta que além dos diálogos organizados por meios dos núcleos virtuais, durante a pandemia, os membros costumam utilizar aplicativos de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones para discutir sobre a filosofia budista em determinados dias da semana, sempre no período da tarde.

“A gente troca ideia de coração pra coração mesmo. Quem está no seu quarto acaba trocando ideia com seus amigos que estão a fim de trocar uma ideia sobre essa filosofia humanista tá ligado”, descreve Mitsunaga.

Antes de eu conhecer o budismo eu não sabia que tinha na periferia

Nathalia Porcelli

Nathalia Porcelli durante a live.
Arquivo pessoal/ créditos Sonia Maria

Uma das participantes do núcleo virtual de filosofia budista é Nathalia Porcelli, 29. Ela conheceu o budismo através da sua irmã, porém antes disso, a moradora do Jardim Santa Margarida, localizado no distrito do Jardim Ângela, relembra que tinha uma percepção totalmente distante sobre o que é a religião e a realidade da quebrada.

“O curioso é que antes de eu conhecer o budismo eu não sabia que tinha essa religião na periferia, eu achava que era uma coisa que só iria ter lá no bairro da Liberdade, ai quando eu conheci percebi que é bem acessível, e tem em várias localidades”, relata Porcelli.

Ela confidencia que durante a pandemia os ensinamentos da filosofia budista serviram como também uma rede de apoio virtual para renovar suas energias. “As atividades sempre são energizantes, sempre que participo eu fico muito animada, e é muito gostoso né, você renova totalmente a energia”, afirma.

Para a moradora, a maior conexão entre as pessoas que fazem parte dos diálogos virtuais é o propósito em comum do grupo presente. “Agora que estamos praticamente um ano sem fazer atividades presenciais, essas atividades virtuais são muito importantes, por mais que a gente esteja fisicamente separado, a gente vê que a gente tá junto no coração, na mente e nos nossos objetivos”, acredita.

Além dos encontros virtuais, Nathalia considera importante estudar a filosofia budista por meio de livros e outros conteúdos que ajuda na evolução pessoal do sujeito. “A gente tem muita orientação né, têm livros, jornal, muitos canais digitais e meios para gente conseguir ter uma consulta”, argumenta a moradora.

Ao relembrar um dos encontros que mais marcaram as conexões virtuais Nathalia conta: “a gente teve uma apresentação musical com uma Drag Queen e foi maravilhoso. Ela cantou aquela musica ‘ Como uma deusa’, ela estava toda caracterizada, maquiada, com direito a peruca e tudo, e a gente teve também um teatrinho neste dia, foi bem legal”. Porcelli conclui seu relato reafirmando o quanto esse encontro foi marcante para sua memória afetiva. “Foi um show exclusivo pra gente feito virtualmente, a gente viu pela telinha do computador, mas foi maravilhoso”.

 Desconectados

O organizador do núcleo virtual de crianças e adolescentes da M´Boi Mirim ressalta que uma quantidade significativa de participantes não está habituado com a tecnologia, fazendo com que muitas pessoas desistam de acompanhar os encontros.

“Eles acabam achando que não são capazes de entrar nessa realidade, então acabam ficando de fora, e nosso desafio tem sido não deixar ninguém para trás e estar conectado a essas pessoas”, relata ele, ressaltando suas próprias dificuldades durante as reuniões. “Eu já precisei repetir várias vezes o que falei porque minha internet caiu, meu equipamento não é de última geração ou o mais moderno do mundo, não é raro nas reuniões virtuais desaparecer as imagens de todo mundo, são dificuldades dessa nova realidade contemporânea nesse mundo pandêmico que a gente tá tentando se adaptar”, explica.

Em tom de preocupação com os moradores mais velhos, Mitsunaga destaca o impacto da falta de recursos de letramento digital entre os moradores, como um empecilho para construção de uma metodologia de comunicação virtual humanizada. “A dificuldade de recursos no sentido de termos membros que não possui um computador para poder acessar essa atividade virtual ou não possui um celular que tenha disponibilidade pra baixar um aplicativo, ou tem celular, tem computador e não tem internet que permita essa conexão na atividade ou então pode ter internet ou celular, mas a pessoa não saber manusear, isso também é uma realidade que a gente tá vivenciando principalmente entre os veteranos que não são muito familiarizados com essa dinâmica virtual”, finaliza.

A gente sabe que essas questões de sexualidade e de gênero são assuntos que não são dialogados, que são invisibilizados

Marlon Mitsunaga

Creditos: Tamires Rodrigues

“A gente sabe que essas questões de sexualidade e de gênero são assuntos que não são dialogados, que são invisibilizados , de que pode acontecer fora de casa , com vizinho , amigo , mas dentro da minha casa não ” Relata Marlon sobre apresentação da performance Drag queen no encontro, utilizando essa conexão para trazer assuntos não abordados em lares de famílias periféricas “Trazer isso é muito revolucionário, é trazer pautas silenciadas pro diálogo, entendendo o diálogo como essa principal ferramenta de transformação social ”

E diante disso o jovem relembra o contexto do momento da apresentação “Quem performou foi a tia Frane, foi dois momento um momento ela ser convidada para atividade é participando da atividade , falando as considerações dela a partir dessa atividade ensinada né, e depois ela entende que estava se sentindo como uma deusa e aí começou a performance dessa música ” Relata Marlon , conectando com os ideias que a organização traz “A proposta foi justamente essa de transmitir esse potencial divino que você tem em você e que você pode evidenciar através da sua própria existência”

Mitsunaga Finaliza fazendo uma comparação com o contexto social do sujeito periférico e a prática do budismo , que ensina a refletir sobre a sua existência no território e como ela pode impactar o seu individual “Praticar o budismo é entender justamente como que essas violações de direitos, como que essas possibilidades , e como que essas impossibilidades vão se dando na realidade que eu estou vivenciando aqui e agora” E complementa “hoje com os recursos que a gente tem , a gente já consegue vê essa transformação rolando , quando a gente conseguir se organizar como um todo em pró dessa transformação efetiva e profunda desse lugar aonde a gente tá , eu não tenho dimensão para onde isso vai , de tão grandioso isso , é tão grandioso que me falta palavra “

Celular ajuda jovem com esclerose múltipla a quebrar barreiras na quebrada

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 Atento ao surgimento de aplicativos e funcionalidades nativas do seu smartphone, jovem lida com ruas esburacadas e poucos espaços com acessibilidade para circular em seu território.

Henrique busca apoio as funcionalidades do celular para superar as dificuldades do dia a dia.

Creditos Tamires Rodrigues

 Através do acesso à internet e dispositivos móveis, o jovem Henrique de Oliveira, 27, morador do Parque Maria Alice, zona sul de São Paulo, busca ferramentas para facilitar a acessibilidade a lugares e serviços essenciais da quebrada.

“A esclerose múltipla faz parte da minha vida literalmente, em pé, deitado, tento esquecê-la, mas é difícil pois ela está presente em cada centímetro do meu corpo”, conta Oliveira, afirmando que a doença degenerativa o força a se adaptar constantemente.

“Essa é uma doença degenerativa que progride conforme o tempo, daí em diante minha vida foi se transformando e fui me adaptando aos tratamentos, uma rotina exaustiva, abdiquei do trabalho, a cada dia uma surpresa, então a mudança me define, pois a minha vida é uma eterna metamorfose”, relata ele.

Para organizar melhor sua rotina e manter o sonho vivo pela cura, Oliveira está sempre em busca de informações científicas sobre possíveis tratamentos para a esclerose múltipla. Enquanto a cura não é descoberta, o jovem não mede esforços para encontrar novas tecnologias que possibilitem realizar tarefas do cotidiano com maior facilidade.

“Muitas das coisas que eu faço utilizo o celular, como pagar contas, fazer compras, usar aplicativos de delivery, comunicação e entre outros”, afirma Oliveira, enfatizando que os aplicativos de mobilidade acabam tendo um grande impacto na sua locomoção pela cidade.

Segundo ele, para evitar o trajeto de ir ao ponto de ônibus e pegar conduções lotadas, tendo que muitas vezes que ir em pé, os aplicativos de transporte surgem como grandes aliados para evitar o mau estado do transporte público.

Outro fator que reforça a importância dos apps de transporte é o relevo do seu território, que ele define como uma região montanhosa. “A minha maior dificuldade é a locomoção e por morar em região montanhosa acaba por ser ainda mais complicado. A acessibilidade é ruim, ruas esburacadas, moradores não respeitam calçadas e tomam posse”, aponta Henrique.

Oliveira ressalta que “dependo muito de aplicativos e não sabe como faria se não os tivessem” acessível no seu cotidiano. Ele enfatiza que o uso dos apps é fundamental para sua autonomia. “Sou uma pessoa com comorbidades, diante disso, eu faço uso frequente de apps e mediante as minhas condições tenho que resolver tudo pelo smartphone, do qual noventa por cento consigo solucionar”

“Mesmo diante dessas adversidades, Oliveira destaca que a tecnologia o ajuda a dedicar a maior parte do seu tempo para cuidar do seu bem estar. “Gosto muito de cuidar do meu eu, da minha saúde, fazer musculação, do meu bem-estar psicológico, adoro aprender coisas novas e aperfeiçoar aquilo que já sei”, finaliza.

Gambiologia e a inovação das estratégias periféricas de sobrevivência

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O “jeitinho brasileiro” dito muitas vezes de forma irônica ou pejorativa no dito popular é, na verdade, uma ciência tão potente que sustenta uma parte da cidade em que o direito ao urbano é negado. A gambiarra é a capacidade do improviso diário, de se adaptar às adversidades de um contexto de ausências.

Foto: @Juhnavarzea

A formação dos territórios periféricos se deu a partir do deslocamento de milhares de pessoas, em busca de melhores condições de vida. Seja pela intensa migração do campo para cidade, seja pelos constantes processos de expulsão das áreas centrais, historicamente providas de recursos, às margens da cidade se mantém exclusivamente da sabedoria popular, já que permanecem esquecidas ou mesmo negligenciadas pelos olhos do Estado.

Quem vê São Paulo da ponte pra lá, a cidade mais rica da América Latina, com prédios comerciais espelhados e tecnologia de ponta, nem imagina que toda noite falta “água da rua” na quebrada – isso quando a Sabesp chega! Antes disso, mesmo sem acesso ao ensino formal, o conhecimento sobre o solo é suficiente para abrir um poço e garantir água para muitas famílias. Mas o “b.o” não para por aí, a ineficiência governamental é contínua e se ramifica na escassez de vários outros serviços básicos.

E nós podemos citar muitas coisas: É água, é luz, a internet que não funciona, sacola no pé pra não sujar o tênis pra ir pro trampo, o cuidado com as cria, é o busão que só passa de meia em meia hora, conseguir entrar no trem lotado, é o alimento cada vez mais caro que obriga a dona de casa a eliminar itens da lista de compras, é a rua escura, é a violência… É tanta coisa, que às vezes a gente acaba naturalizando diversas situações pelo simples fato de não ter outra referência: – “Não falta água no final do dia na sua goma?”

O “jeitinho brasileiro” dito muitas vezes de forma irônica ou pejorativa no dito popular é, na verdade, uma ciência tão potente que sustenta uma parte da cidade em que o direito ao urbano é negado. A gambiarra é a capacidade do improviso diário, de se adaptar às adversidades de um contexto de ausências.

Esta gambiologia, diferentemente de outras ciências, é transmitida de forma oral, no contato com o outro, de geração em geração e assim como em outros conhecimentos, é preservado e aperfeiçoado ao longo do tempo. Isto é, além de estratégias para desviar dos problemas, a periferia cada vez mais protagoniza formas de enfrentamento dessa realidade.

Nesse sentido, a oportunidade e o acesso à informação são verdadeiras incubadoras. Conforme pessoas periféricas ocupam os espaços, semeiam novos caminhos para cada um dos nossos. Exemplo disso é o próprio acesso ao ensino superior. Nos últimos anos, com programas como ProUni, SISU e a política de cotas vemos, aos poucos, um ambiente totalmente elitizado se diversificar. Porém, a lacuna entre a escola pública e a universidade ainda é grande e para isso, torna-se necessário um esforço coletivo. Nesse caso, os cursinhos populares se multiplicam pelas margens.

Mas o que isso tem a ver com gambiarra? Ora, gambiarra não é um trabalho feito com peças alternativas perante a falta de algo essencial? Pois bem. Não é segredo pra ninguém a falta de infraestrutura e recursos na educação básica pública. Também são sabidos os altos custos de cursinhos particulares, principalmente pra gente, que às vezes falta grana até pra condução. A escolha de um lugar comum (escola, ocupação, etc) e a união de profissionais voluntários, garante hoje o acesso de milhares de estudantes no ensino superior e, esta entrada, modifica (ainda que lentamente) as estruturas dessa sociedade excludente.

O cursinho popular é apenas um exemplo. Podemos citar aqui os coletivos periféricos artísticos, associações de moradores, mutirões no bairro e muitas outras iniciativas do cotidiano das margens. Desde a lombada feita pelos moradores pra prevenir acidentes até o jogo de futebol que arrecada alimentos na quebrada, são mobilizações populares potentes, mas que não podemos esquecer que cumprem um dever do estado. Sem recursos, com grandes demandas e muitos empecilhos diários. Gambiarra é o que não é o ideal, mas é eficiente.

Isso não quer dizer que estas ações não exerçam esse papel com maestria. Ainda no exemplo dos cursinhos, tais espaços não transmitem apenas conhecimentos sobre vestibular. É ali que muitos jovens vão começar a se engajar e politizar, acessar arte e cultura e encontrar nessa ferramenta uma forma de expressão e, assim, construir um sentimento de pertencimento e comprometimento de florescer transformação em cada canto da quebrada.

Em minha passagem pela Agência Mural de Jornalismo das Periferias, lembro-me de uma fala do Anderson Meneses sobre o trabalho da associação “Nosso principal objetivo é que um dia a Agência Mural não precise mais existir, que o jornalismo seja tão diverso que não seja necessária essa iniciativa”. É sobre isso. A gambiologia é ponte! Que futuramente estejamos criando novas possibilidades de vivência no mundo e não renovando estratégias de sobreviver em uma parte da cidade. Mas ainda assim, como disse Milton Santos: 

“O mundo é formado não apenas pelo que existe, mas pelo que pode efetivamente existir”

Cada ação social, por menor que seja, cria essa realidade. Que isso nos impulsione a continuar!

Nossas histórias escritas por nós: é possível construir novas narrativas na universidade?

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Com a recente entrada de jovens periféricos na universidade novos sonhos começaram a ser possíveis, um caminho que está sendo trilhado e será escrito pelas nossas mãos e que é fruto de muita luta das gerações passadas, é importante que os nossos acessem o ensino superior para que as estruturas mudem, para que possamos erguer os nossos também por meio da universidade junto ao nosso saber popular. 

Reunião de pesquisadores do território e coordenadores da pesquisa.

No ano passado tive a oportunidade de participar de uma pesquisa que envolve diversas universidades como UFABC e FGV, nossa pesquisa foi inteiramente online e se tratava do tema “Vulnerabilidades urbanas e o enfrentamento ao COVID-19 em M’Boi Mirim e região: acesso à informação, prevenções e ações comunitárias” dividida em quatro eixos:

1) serviços públicos
2) estratégias de prevenção ao COVID-19
3) trabalho e renda 
4) redes comunitárias

Cada um deles tinha um coordenador responsável e já gostaria de agradecer a eles inicialmente Peter Spink (FGV), Tiago Matheus (FGV), Lúcio Bittencourt (UFABC), Carla Corrochano (UFSCAR) e Roberth Tavanti (UEL), muito obrigada por abrirem esse espaço e tocarem a pesquisa com tanta escuta!

E nesse “rolê” todo eu não estava sozinha, era um grupo com mais de dez jovens moradores do M’Boi Mirim que tiveram a oportunidade de acessar a universidade e agora estariam pesquisando sobre sua região num momento de desesperança. Lembrar do início da pesquisa já me faz ter diversos sentimentos, nossas dificuldades de acesso a internet, por exemplo, que se refletia num problema de outros jovens que foram entrevistados por mim, essa pesquisa foi repleta de afetividades e histórias.

Quando falávamos em problemas de saúde também estávamos falando dos problemas que nós enfrentamos enquanto moradores, isso tem um peso muito grande pois a universidade sempre foi um lugar distante de nós, um sonho e narrativas que nunca nos contemplaram…

Assim me propus a perguntar, é possível construir novas narrativas? Podemos então narrar nossas histórias? Alguém estará disposto a nos ouvir?

Isso tem tudo a ver com política e com educação, falar em acesso e em lugares de privilégios de narrativa também conta uma história de onde surgimos… um país colônia, um país com resquício de escravidão e que hoje tem 14 milhões de famílias na miséria segundo dados do IBGE.

Com a recente entrada de jovens periféricos na universidade novos sonhos começaram a ser possíveis, um caminho que está sendo trilhado e será escrito pelas nossas mãos e que é fruto de muita luta das gerações passadas, é importante que os nossos acessem o ensino superior para que as estruturas mudem, para que possamos erguer os nossos também por meio da universidade junto ao nosso saber popular.

A luta pela entrada na universidade não começou na minha geração, a partir de muitos projetos como a Rede Ubuntu – Educação Popular foi possível enxergar sob um novo sol a esperança. Em 2017 fui aluna da Ubuntu e naquela época ainda falávamos pouco sobre cursinhos populares, contudo com as políticas de ações afirmativas (como cotas) agora temos uma luta mais firme sobre o acesso à educação superior e também pela manutenção de nós periféricos lá. Na época, olhar para meus professores do cursinho era ver a mim mesma futuramente, eles também eram da região e tinham acessado a universidade então “EU TAMBÉM POSSO, EU VOU”.

Nós ainda duvidamos muito do poder que tem uma imagem somente ou uma frase, mas elas movem gerações e costumes, se inscrever em um vestibular é por si só um processo excludente e difícil, são muitos documentos, são muitos pensamentos que foram construídos em nós, ter alguém como você nessa jornada retira metade desse peso de suas costas. 

Um sonho que jamais terminou

Desde 2017 vi muitos amigos, alunos meus que sonhavam em entrar na universidade realizarem esse sonho, e me orgulho em dizer que uma parte deles estavam comigo nessa pesquisa. Junto a universidade podemos acessar novas formas de cobrar o poder público e assim usar a ciência para a periferia, usar os dados para melhorias.

De fato, o que foi construído nos exclui muitas vezes, mas agora estamos trilhando novos caminhos, é algo que não irá se desfazer, o conhecimento permanece e que ele volte para a periferia, seja via cursinhos populares, professores, políticas públicas, assistência social ou médica. Ele voltará!

Falar dessa pesquisa é importante porque ela desbrava e marca uma nova forma de se fazer ciência e de se olhar a periferia, ela toca em outros olhares para nossos saberes e nossas histórias e é assim que podemos transformar também nossa quebrada!

O sonho que jamais terminou pois ele não se iniciou em mim e nem terminou também, ele continua e está em outros jovens e viverá.

parece óbvio

mas sempre bom lembrar

que no fundo

somos bem mais

do que as telas mostram

Jefferson Santana

Viviane Duarte, do Plano Feminino, revela técnicas de como vender mais no Empreende aí Cast

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Três maneiras de vender mais em qualquer negócio é o tema do oitavo episódio do Empreende aí Cast, que marca o encerramento da primeira temporada do podcast produzido pela escola de negócios da periferia para a periferia.

Neta de vendedora ambulante, Viviane Duarte é a convidada do oitavo episódio do Empreende Aí Cast. Hoje, a jornalista com especialização em marketing atua como CEO do BuzzFeed Brasil e também é fundadora da empresa de consultoria de marketing focada em raça e gênero, a Plano Feminino. Este bate-papo sobre planos e estratégias de vendas faz parte do último episódio da primeira temporada do podcast apresentado por Luís Coelho e Jennifer Rodrigues e está disponível no Spotify e no Youtube.

Neste episódio, Viviane conta que sua experiência como vendedora de loja em shoppings trouxe grandes aprendizados que a destacavam quando começou atuar no mundo corporativo na área de marketing. Além disso, ela conta dicas de habilidades que favorecem as vendas, como a oratória – técnica de falar em público com assertividade e influenciar comportamentos. 

Histórias e saberes compartilhados 

A Empreende Aí (Escola de Negócios da Periferia para Periferia) lança seu primeiro podcast nas plataformas do Spotify e do Youtube, o Empreende Aí Cast. A ideia do formato podcast é compartilhar histórias e saberes para inspirar e auxiliar as mulheres empreendedoras das periferias.

Criada por Luís Coelho e Jennifer Rodrigues, moradores da periferia do Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, a Empreende Aí é uma iniciativa que busca motivar pessoas das quebradas na criação de seus negócios e na sua capacitação profissional no mundo do empreendedorismo. Neste conteúdo em formato podcast, a ideia é inspirar quem já pensa em criar seu próprio negócio ou quem deseja aprender como melhorá-lo.

Com mais de cinco anos de atuação, o Empreende Aí já realizou diversos cursos e palestras nas periferias e conta com a parceria do Itaú Mulher Empreendedora e a International Finance Corporation (IFC), organismo do Grupo Banco Mundial, para a realização do Empreende Aí Cast.

Conheça os episódios anteriores: