Para a edição de 2024, foram selecionados 20 jovens com prioridade para população negra, LGBTQIAPN+ e com diversidade territorial.
A 8° edição do Você Repórter da Periferia recebeu mais de 120 inscrições de jovens que moram em diversas regiões periféricas. Entre os 20 jovens selecionados, 10 são estudantes do 1° ano do Ensino Superior (até 2° semestre) e 10 são estudantes ou concluíram o Ensino Médio.
A seleção foi realizada levando em consideração idade, raça, gênero, escolaridade e regiões da cidade, buscando abranger um grupo diversificado.
Aos Selecionados: Entraremos em contato por whatsapp para passar as informações sobre o início das atividades e tirar todas as dúvidas que possam surgir.
Aos que não foram selecionados: Desejamos muito progresso em seus próximos passos! Fiquem ligados que em 2025 teremos novas oportunidades no Você Repórter da Periferia.
Nós da quebrada sabemos da importância do esporte para a comunidade. Diversos projetos abordam e procuram trazer para as crianças atividades esportivas para melhorar e aperfeiçoar o desenvolvimento das mesmas.
Aqui em Taipas e região, há diversos projetos voltados para o futebol, capoeira, judô entre outros.
O Instituto Grande Vitória Capadócia tem o projeto voltado para as crianças e adolescentes. São aulas de capoeira e judô que são realizadas na semana, geralmente à noite.
Com isso sabemos da importância desses jovens estarem voltados para algo produtivo e proveitoso.
Na quebrada, o nós por nós sempre funciona, com isso fazem com que os jovens tenham o senso de pertencimento e ajuda a desenvolverem e entenderem o trabalho em equipe.
Ao decorrer dos textos na coluna vou trazendo mais alguns exemplos de projetos que são desenvolvidos aqui na região.
A consequência dessas atitudes dos projetos são positivas e muda a mente de muitas crianças e jovens que buscam se profissionalizar e seguir carreira no esporte.
Viva a galera da quebrada, unida, que vai para cima, lutando sempre por um futuro melhor para todos.
Este é um conteúdo opinativo. O Desenrola e Não Me Enrola não modifica os conteúdos de seus colaboradores colunistas.
“Hoje nós temos condições de viver até 120 anos, como é que você pode falar que uma pessoa de 80 [anos] não pode isso [ou] aquilo? O que ela vai fazer nos outros 20 [anos]?”. Esse questionamento é da Claudete Maia, 68, moradora do bairro Vila Divina Pastora, no distrito de São Lucas, zona leste de São Paulo.
Aposentada, Claudete trabalhou desde os 18 anos como bancária, e entende que a forma como escolhe viver não cabe em padrões. “Enquanto puder fazer, faça. Para quando não puder, ter o que lembrar”, frase que a mãe de Claudete dizia à ela, e que segue colocando em prática.
“Eu sempre gostei de dançar. A minha família era uma família que dançava, eu sempre falo que a gente aprendia a andar e dançar. Eu aprendi em cima dos pés dos meus irmãos”, menciona a aposentada sobre um de seus divertimentos.
Claudete conta que não se casar não foi uma escolha, mas acredita que isso trouxe reflexos nas boas experiências que viveu com viagens e na dança. “Se eu tivesse casado talvez não tivesse feito tudo isso”, diz.
Viagem que Claudete fez para Belém do Pará, em 2022. (Foto: arquivo pessoal)Claudete na Festa da Chiquita, na cidade de Belém, no Pará. (Foto: arquivo pessoal)
Aproveitar a vida independente da idade não é algo novo para Claudete. Sua mãe, Mazilia Maia, que faleceu aos 88 anos, também tinha essa característica. “Minha mãe com 80 [anos] subia em árvores. Nós fomos para Europa quando ela tinha 80 anos”, conta.
Curtir a vida frente às desigualdades
A princípio, a falta de condições financeiras foi o principal entrave para que Claudete pudesse aproveitar a vida plenamente como ela gostaria. “Nós éramos seis irmãos e quando meu pai faleceu minha mãe ficou com seis para criar”, relembra sobre a infância.
Mazilia, mãe de Claudete, trabalhou como empregada doméstica até os 60 anos, e assim sustentou os filhos que começaram a trabalhar desde cedo, aos 13 anos, para ajudar em casa. Claudete conta que foi a única entre os irmãos que começou a trabalhar aos 18 anos, quando passou em um concurso da Caixa Econômica Federal.
Foi a partir de uma viagem feita para o festival Oktoberfest, em Santa Catarina, com um casal de amigos, que Claudete passou a se permitir e a enxergar possibilidades de conhecer novos lugares. Depois dessa experiência, ela fez sua primeira viagem internacional para o Chile com um grupo de amigos do trabalho que já havia a convidado para ir ao Peru e ela recusou.
“Como a gente nunca tinha [dinheiro], então ele era priorizado para as coisas da casa”, conta. No entanto, quando surgiu o convite para a viagem do Chile ela resolveu arriscar.
Foto de 1992, quando Claudete viajou para o Chile, na cidade turística Viña del Mar, em Santiago. (Foto: arquivo pessoal)
“Eu pedi um dinheiro para minha irmã e eu tinha comprado um terreno com meu irmão [que] a gente pagava as parcelas. Eu fiz o cálculo e falei ‘vou ficar três meses sem pagar e vou juntar esse dinheiro’. Imagina ficar sem pagar prestação. Mas eu fiquei, [porque em] três meses meu nome não ia ficar sujo. Peguei o dinheirinho e fui passear”, conta Claudete, que afirma ter sido a melhor coisa que fez por si.
“Você vai amadurecendo, e aí consegue sair com menos [dinheiro]. Aprendi a viajar e a dormir em lugares que têm banheiro compartilhado. Geralmente eu viajo sozinha. Pego a minha mochila e vou”, compartilha a aposentada. Ela também conta que conhecer a Aurora Boreal é o próximo sonho que deseja realizar.
“A questão de morar na periferia não tinha muito destaque, era normal enfrentar o transporte público [por exemplo]”, diz Claudete sobre sua dinâmica de morar na periferia, mas também circular para além do seu território.
“Ser mulher negra nunca me atrapalhou. Só percebi de fato [uma situação de racismo] quando conduzi os trabalhos de uma equipe e um dos meus subordinados não saía para almoçar conosco e só falava comigo sobre trabalho. Depois de algum tempo ele confessou o motivo: ‘Você é uma negra metida”‘, conta Claudete sobre uma das situações que por vezes ocorre com mulheres negras em cargos de gestão.
Corpo em movimento
Claudete praticou yoga durante 10 anos, participava de aulas sobre consciência corporal, pilates e danças brasileiras. No território onde mora, também faz parte da Associação Solidariedança, que a partir da fisioterapia e da dança, atende pessoas com deficiência ou com dificuldade motora.
Claudete com o grupo da Associação Solidariedança. (Foto: arquivo pessoal)
“Como é pertinho [de casa] eu fui para lá e comecei a fazer dança com [as pessoas com deficiência]. Isso foi em 2021 e estou lá até hoje”, compartilha. Atualmente Claudete participa de apresentações de dança cigana e dos grupos Jongo Filhos da Semente, Mistura da Raça e o Jongo de Guaianazes.
Grupo do curso de danças brasileiras (Foto: arquivo pessoal)
No carnaval de 2024, a aposentada desfilou na escola de samba Unidos de São Lucas, e também costuma desfilar com o bloco Unidos dos Palmares.
Para mulheres que deixam de fazer o que gostam por pressão das construções sociais sobre suas idades ou por receio do que possam dizer, Claudete deixa uma dica: “Tem que agradecer a idade que elas têm e usufruir do potencial, porque se Deus te deu a vida é para você viver. Sabe pecado? Eu acho que isso é pecado, você ter a vida e não viver”, pois para ela “a idade para ser feliz é quando você está vivo”, finaliza.
Na manhã desta sexta-feira, 8, data em que é comemorado o Dia Internacional das Mulheres, a coletiva Periferia Segue Sangrando, realizou um ato na Avenida João Dias, na zona sul de São Paulo, com o objetivo de denunciar o aumento nos casos de violência contra as mulheres.
“A intenção é chamar atenção para o número de feminicídios que cresceu bastante no nosso território, mas não só no nosso território. Chamar a atenção para a violência contra as mulheres”, aponta Luana Oliveira, educadora popular e integrante do Periferia Segue Sangrando.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, foram registrados 1.463 casos de feminicídios no Brasil, o que representa o maior número desde a tipificação da lei do feminicídio sancionada em 2015.
Durante o ato, mulheres negras e periféricas, integrantes da coletiva, estenderam uma faixa com a frase “Parem de nos matar”.
Ato realizado na Avenida João Dias, na zona sul de São Paulo, com o objetivo de denunciar o aumento nos casos de violência contra as mulheres. Foto: Pedro Oliveira.
“O 8 de março tem muitas histórias que às vezes se perdem nesses caminhos que vai transformando o dia nessa mitologia, mas principalmente o 8 de março está atrelado a luta das mulheres trabalhadoras”, afirma Alessandra Tavares, antropóloga, atuante no movimento de mulheres da zona sul de São Paulo e integrante da coletiva.
“É importante lembrar que o dia 8 de março não é um dia de parabéns. O dia 8 de março não é dia de homenagem. É um dia de luta e de reconhecimento de todos os nossos direitos pela vida, pelo bem viver e pelos nossos direitos reprodutivos plenos.”
Alessandra Tavares, antropóloga, atuante no movimento de mulheres da zona sul de São Paulo e integrante da coletiva Periferia Segue Sangrando.
Ato organizado pela coletiva Periferia Segue Sangrando denuncia aumento da violência contra as mulheres. Foto: Pedro Oliveira.
Periferia Segue Sangrando é uma rede de mulheres que desde 2015, atuam a partir das dinâmicas sociais que envolvem e aproximam as mulheres nas periferias, do feminismo periférico, e propõem ações que dialoguem com suas necessidades.
Alessandra ressalta que a intervenção é uma resposta para além dos eventos recentes. “Mulheres não só foram mortas, mas seus corpos foram profundamente violados. E a gente sabe os significados que isso tem. Queremos dizer e colocar que nós estamos atentas a isso e que a gente grita, que a gente tem voz e exige que parem de nos matar”, reforça.
Em uma quarta-feira de calor, Marilene Pereira da Silva, 64, nos recebeu em sua casa, no bairro Jardim Itaoca, distrito do Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Apesar de demonstrar estar um pouco tímida, Marilene estava sorridente e muito produzida com anéis nos dedos e um perfume que contou ter usado para participar da entrevista.
Devido a uma infecção de meningite que Marilene teve aos 10 anos, ela perdeu a audição e parte da fala, por isso, toda a entrevista foi mediada pela sua filha, Lena Silva, que trouxe falas em terceira pessoa sobre as vivências de Marilene.
“Ela ficou um longo tempo acamada, perdeu os movimentos motores, não falava, não andava, não fazia nada. Então, aos poucos, depois de quase um ano, ela foi recuperando tudo e sem nenhum tipo de assistência médica, porque na roça não tinha nada disso”, conta Lena sobre o período em que Marilene adoeceu e perdeu a audição.
Marilene Silva gosta de viajar e passear, ampliando com frequência as suas vivências. (Foto: arquivo pessoal)
Nascida em Ipiaú, na Bahia, aos 10 anos, Marilene foi morar no município de Jequié, no mesmo estado, com a mãe, Laurentina da Silva, e ficou por lá até os 19 anos, quando se mudou para trabalhar em São Paulo. Marilene passou boa parte da vida trabalhando na casa de outras pessoas, fato que influenciou em como conseguia ou não se divertir.
“Apesar de ter cuidado bastante da minha avó, [isso] não foi um empecilho [para ela] deixar [de] viver, sair ou passear. Foi de fato o trabalho doméstico que aprisionou ela e não deu possibilidades”
comenta Lena, filha de Marilene
Atualmente aposentada, Marilene trabalhou durante 30 anos como empregada doméstica. Ela dormia na casa em que trabalhava e tinha apenas um dia de folga na semana. Diante dessa dinâmica, Lena tentou negociar para que Marilene tivesse duas folgas na semana e que dormisse em casa. Sem sucesso na negociação, acordaram de pedir a demissão de Marilene, mas os empregadores não aceitaram de forma amigável.
“Aceitamos um acordo onde a minha mãe não teve seus direitos pagos. Mas eu falei para ela: ‘mãe, você está com 50 e tantos anos, se não sair agora dessa casa, dessa condição e não começar a viver sua vida, [vai ficar] presa no dinheiro dos tempos trabalhados. Não vai ser saudável para ninguém’”, conta Lena sobre o período em que Marilene tinha pouco tempo para fazer outras coisas além do trabalho.
Cuidando de si
Desde 2015, quando deixou de trabalhar nas condições relatadas como empregada doméstica, Marilene passou a descobrir outras atividades e ter tempo para si. Já fez curso de artesanato, gastronomia e em 2023 começou na academia. Ela relata que entre as várias motivações para iniciar uma atividade, o que mais a deixa animada é a possibilidade de conhecer pessoas e criar vínculos.
Marilene Silva em um passeio com as amigas. (Foto: arquivo pessoal)
“Na academia, quando ela não vai, todo mundo pergunta, ‘cadê sua mãe?’. E é esse carisma. Às vezes ela chega, não precisa falar nada, só um sorrisinho, aí pronto, todo mundo [pergunta] quem é essa senhora fofinha”, compartilha Lena, enquanto Marilene sinaliza concordar com a análise da filha.
Além da academia, desde jovem a aposentada tem o hábito de viajar para o Guarujá, Guarulhos, Aparecida do Norte e chegou recentemente de Jequié, na Bahia, local no qual ela vai quase todo ano. “Ela tem orgulho, porque consegue se locomover e fazer tudo sozinha”, Lena pontua.
“Gosto de conversar, adoro conversar”, conta Marilene, que sempre está em festas com amigos e familiares em casa, e se diverte com as amigas quando sai para dançar forró e ir ao samba.
(Fotos: arquivo pessoal)
“Quando ela toma uma cervejinha gelada fica muito feliz. Ela gosta de festa, se organiza um churrasco aqui, um almoço com a família, ela fica extremamente feliz. Ela gosta de estar com pessoas”, acrescenta Lena, enquanto Marilene reage com entusiasmo, gesticulando e sorrindo.
Estudos
Na infância, após a meningite, Marilene não conseguiu retomar os estudos, mas em 2022, com o estímulo da filha, ela começou a estudar Língua Brasileira de Sinais (Libras), no Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA), no Campo Limpo. “[No início] ela foi muito resistente, porque nasceu falante e ouvinte, e aí ela tinha esse preconceito”, comenta Lena.
“Fui conversando com ela sobre essa possibilidade da escola, não apenas para aprender libras, mas para aprender outras atividades e aumentar o círculo social. E aí isso ela achou mais interessante. Quando ela foi no Cieja Campo Limpo [e] viu o acolhimento, a professora, que era negra, ela se identificou muito”, conta sua filha sobre o processo de estudar libras.
Embora as condições que vivenciou ao longo da vida não tenham favorecido Marilene se alfabetizar, ela desenvolveu os próprios métodos para dar conta de algumas demandas que envolvem a leitura.
“Ela tem uma memória muito boa. No serviço ela fazia a listinha de produtos que faltava, e aí teve uma vez que a patroa dela me perguntou ‘sua mãe não sabe ler e escrever, como é que ela faz a lista de produtos?’. Aí ela [a Marilene] falou, ‘eu vou olhando e vou copiando’. Ela tem essa memória fotográfica”, explica Lena.
Marilene Silva usando os acessórios que ela confeccionou. (Foto: Pedro Oliveira)
E com essa habilidade Marilene também desenvolveu sua autonomia. “Ela não gosta de ficar em casa, então ela sai para passear. Ela consegue manter relações muito fortes com todo mundo da família, então para ela não tem muito dessa coisa da distância”, conta Lena enquanto Marilene confirma acenando com a cabeça.
Para além dos estigmas, Marilene se permite viver coisas novas, principalmente após descobrir os benefícios de olhar para si, e isso também inspira sua filha. “Aprendo muito com ela a ter disciplina, sabe? Se ela botou na cabeça que ela vai fazer uma coisa, ela de fato faz”, diz Lena, com sorrisos de Marilene ao seu lado.
Homenageando a artista Julieta Hernandez, a Mostra acontece de 6 e 10 de março, e a programação inclui apresentações artísticas e formações.
A 16º Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas acontece entre os dias de 6 a 10 de março, com uma programação diversificada, gratuita e descentralizada: as apresentações vão ocupar as ruas da Sé, Perus, Guaianazes e Parelheiros. Além disso, grupos como Cia Pé Vermei, Cia Rosa Fulô, Rosas Periféricas, Trupe Baião de 2, Núcleo Ás de Paus, Trupe Olho da Rua, entre outros, estarão presentes na mostra que é realizada pelo Movimento de Teatro de Rua de São Paulo.
A Mostra conta com 17 atrações e 4 formações artísticas, momento em que os artistas irão compartilhar seus conhecimentos, com as temáticas: acessibilidade no teatro de rua; discurso na dramaturgia de rua; mediação e formação de público; a rua como espaço seguro e criativo. Também está previsto o lançamento do artigo “Teatro de Rua: Imprevistos e Improvisos”, do Grupo Rosa dos Ventos.
Trupe Baião de 2.
Nos últimos anos, o Movimento de Teatro de Rua de São Paulo sempre prestou homenagens a pessoas e movimentos de relevância para o teatro nacional e o teatro de rua. Nesta 16°, o movimento celebra as mulheres no teatro de rua, com uma programação composta por grupos teatrais de todo Brasil, com um momento especial em memória de Julieta Hernandez. A artista e cicloativista venezuelana foi assassinada em dezembro de 2023, em Presidente Figueiredo – AM.
Julieta Hernandez. Foto: Reprodução.
Sobre a Mostra Lino Rojas
A Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas acontece na cidade de São Paulo desde 2006, realizada pelo Movimento de Teatro de Rua de São Paulo. Este ano, conta com o apoio da Rede Brasileira de Teatro de Rua, da Cooperativa Paulista de Teatro e da mandata coletiva Quilombo Periférico, além do patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura, da Prefeitura de São Paulo.
Programação
Dia 06 de março – centro
4h – Cortejo Movimento de Teatro de Rua de São Paulo Saindo do Largo do Paissandú
15h – Trêm Bão é Coisa Boa, com Cia Pé Vermei Praça Dom José Gaspar, 30
16h – A Farsa do Açúcar Queimado ou a Mulher que Virou Pudim, com o Núcleo sem Drama na Cia da Cabra Orelana Praça Dom José Gaspar, 30
20h – Cabaré de Celebração a Julieta Hernandez Ocupação São João – Av. São João, 588, República.
Dia 07 de março – zona norte
10h – Breve Dança para um Rio, com a Cia Menina Fulô Ocupação Artística Canhoba – Rua Canhoba, nº 299, Perus.
14h – Hoje tem espetáculo, com o Grupo Rosa dos Ventos Ocupação Artística Canhoba – Rua Canhoba, nº 299, Perus.
15h – Lançamento do Artigo ” Teatro de Rua: Imprevistos e improvisos”, com o Grupo Rosa dos Ventos Ocupação Artística Canhoba – Rua Canhoba, nº 299, Perus.
17h – Ensaio para dois Perdidos, com Éssa Compania de Teatro Praça Inácia Dias, S/N, Perus.
20h – Roda de Conversa “A formação do discurso na dramaturgia de rua”, com Luiz Carlos Checcia Ocupação São João – Av. São João, 588 – República.
Dia 08 de março – zona sul
13h – Ladeira das Crianças- Teatro Funk, com o Grupo Rosas Periféricas Praça Julio Cézar Campos, Parelheiros.
14h30 – Pra lá de Teerã, com o Grupo Sobrevento Praça Julio Cézar Campos, Parelheiros.
15h30 – Roda de Conversa “A rua como espaço seguro e criativo”, com Ciléia Biaggioli Praça Julio Cézar Campos, Parelheiros.
19h30 – Em busca de?, com o Duo Caponata Praça Julio Cézar Campos, Parelheiros.
Dia 09 de março – zona oeste
10h – Roda de Conversa “Acessibilidade e Teatro de Rua”, com Amanda Nascimento Ocupação São João – Av. São João, 588 – República
15h – Truques e Trambiques, com a Rué La Companhia Território Cultural Okaracy na Comuna da Terra Irmã Alberta – Rua Leonel Martiniano S/N.
16h30 – Ym Bando – Poemas para Vozes, com a Amora Balaio Criativo Território Cultural Okaracy na Comuna da Terra Irmã Alberta – Rua Leonel Martiniano S/N.
18h – Retirantes, com a Trupe Baião de 2 Território Cultural Okaracy na Comuna da Terra Irmã Alberta – Rua Leonel Martiniano S/N.
Dia 10 de março – zona leste
10h – Roda de Conversa “Mediação e Formação de Público para o Teatro de Rua”, com Michelle Lomba Ocupação São João – Av. São João, 588 – República
15h – Andança da Morte Dum Zé, com o Grupo Teatral Apanel Casa Quilombo – Rua Serra do Mar, 15 – Guaianases.
17h – Um Show de Variedades Palhacísticas, com a Família Rocokóz Casa Quilombo – Rua Serra do Mar, 15 – Guaianases.
18h – Fagulha às 18h, Núcleo Ás de Paus Casa Quilombo – Rua Serra do Mar, 15 – Guaianases.
Com duração de sete meses, a formação une técnicas do jornalismo e vivências em campo nas periferias. As inscrições acontecem até 01 de abril.
O Você Repórter da Periferia, programa de formação em jornalismo, está com inscrições abertas até o dia 01 de abril para sua 8° edição. Com oficinas teóricas e práticas realizadas entre os meses de abril a dezembro, a formação é gratuita e voltada para jovens de 16 a 25 anos, de regiões periféricas da cidade e região metropolitana de São Paulo.
Para participar, os jovens podem ou não estar estudando – concluintes ou estudantes do ensino médio e também podem ser universitários que estejam cursando o 1º ano do ensino superior de qualquer curso na área da comunicação.
As inscrições podem ser realizadas até o dia 01 de abril, clicando aqui.
A formação é dividida em duas fases: teórica, período em que os jovens participam de oficinas como videorreportagem e técnicas de entrevista, com aulas aos sábados na redação do Desenrola e Não Me Enrola, localizada no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo; e a fase prática, momento no qual passam a produzir conteúdos sobre ações e movimentos culturais de diferentes territórios periféricos.
Realizado desde 2013 pelo veículo de jornalismo periférico Desenrola e Não Me Enrola, essa edição irá contemplar 20 jovens periféricos que além da alimentação durante todos os encontros, também irão receber um auxílio transporte para o deslocamento nas oficinas teóricas e práticas.
Elisbão do Cavaco é o nome artístico pelo qual Elisbão Ruy Alves, 69, ficou conhecido na música. Nascido em fevereiro, mês do carnaval, em 2024, foi o homenageado pelo cordão carnavalesco do Samba do Congo, que atua na região da zona norte de São Paulo.
“Falaram [Samba do Congo]: ‘podemos homenagear você mestre?’. Aí eu falei: ‘putz eu?’. ‘[Eles disseram] sim, você tem o hino da Vai-Vai, é um cara do nosso pedaço, já está quase 50 anos aqui na Brasilândia, na Freguesia, sempre vem dar um apoio para nós, então vamos te homenagear, vai sair a marchinha do Congo em sua homenagem’. Aí eu falei tudo bem”, conta Elisbão sobre o convite.
Registros de Elisbão no desfile do cordão carnavalesco do Samba do Congo de 2024, em que foi homenageado. (Foto: arquivo pessoal)
Nascido no distrito do Tucuruvi, em São Paulo, o sambista se mudou para a região da Freguesia do Ó, zona norte da cidade, em 1977, onde vive até hoje com a sua esposa, Isabel Alves, no bairro Guaibim. É nesse território que ele se aproxima do Samba do Congo.
O contato com o samba começou cedo, e em 1971, Elisbão passou a fazer parte da ala de compositores da Vai-Vai, logo no período em que agremiação fez a transição do cordão de carnaval para escola de samba. “Eu não fui fundador [da ala de compositores], mas sou um dos primeiros a participar. Naquela época já tinha o Zé Di, Abate, Fernando Penteado, Odair Fala Macio, Osvaldinho da Cuíca”, relembra Elisbão, que cita os compositores que vieram antes e fundaram a ala na escola.
Desde essa época, Elisbão conta que já foram quase 50 músicas feitas, geralmente com parcerias. Além de compositor, ele também toca diversos instrumentos, como cavaquinho, violão, bandolim, sanfona, piano, violino, entre outros, e boa parte deles aprendeu sozinho.
Formado como técnico de contabilidade e graduado em administração, foi como contador que Elisbão passou a atuar profissionalmente e se aposentou em 2019. “É mais pela paixão de você gostar da música. Não pelo dinheiro”, conta o sambista, que ainda toca em alguns barzinhos e rodas de samba da região em que mora na zona norte de São Paulo.
Raízes
Foi no piano do pai, Valdomiro Alves, com 5 anos, que Elisbão começou a tocar as primeiras notas. Aos 6 anos aprendeu a tocar sanfona, e depois, em semanas, já sabia tocar violão também.
“Meu tio Alípio sempre vinha para as festas de natal e ano novo, [ele] sentava depois do almoço [e tocava]. Ele tinha um cavaquinho de oito cordas, [que] era raro. Eu falava sempre pra ele: ‘oh tio, quando o senhor morrer eu vou querer esse cavaquinho’. Ele veio a falecer [e] passou o cavaquinho para mim, aí eu comecei no cavaquinho”, recorda Elisbão sobre os primeiros contatos com o cavaquinho através do tio, por volta dos 14 anos de idade.
Nessa época, o sambista e compositor conciliava os estudos da música com o encerramento do curso técnico de contabilidade. Ele estava prestes a entrar na faculdade, quando, a convite do irmão, Tadeu da Mazzei, passou a frequentar a Vai-Vai. Impulsionado pelo irmão, Elisbão começou a compor samba-enredo na escola, e a partir daí permaneceu na agremiação até 1984.
“Você tinha que ir se apresentar e fazer a lição de casa, que era fazer dois sambas”, menciona sobre a seleção para fazer parte da ala de compositores da Vai-Vai. Elisbão conta que uma composição tinha que ser sobre a escola e a outra um samba de quadra, um partido alto com temática livre. “Depois de passar nesse vestibular do samba você tinha o direito de começar a compor samba-enredo na escola”, recorda.
Parte da ala de compositores da Vai-Vai, de 1978: Osvaldinho da Cuíca, Galo, Maquito e Elisbão do Cavaco . (Foto: arquivo pessoal)Elisbão em uma propaganda de loja de departamento na década de 1970 (Foto: arquivo pessoal)
Parte da ala de compositores da Vai-Vai, de 1978: Osvaldinho da Cuíca, Galo, Maquito e Elisbão do Cavaco . (Foto: arquivo pessoal)
Elisbão em uma propaganda de loja de departamento na década de 1970 (Foto: arquivo pessoal)
“Eu cheguei várias vezes em segundo lugar, até que um dia em 1984, nós conseguimos o objetivo maior que é a escola sair com seu samba-enredo na avenida”, conta.
O sambista cita que o maior desafio, mas também a maior conquista de sua carreira como compositor foi ganhar a disputa de samba-enredo da Vai-Vai. Disputa que conquistou com a canção ‘O sol da onça caetana ou Miragens do sertão’.
A conquista foi no mesmo ano em que se desligou da agremiação para dar conta de outras demandas. “A escola de samba estava ocupando [muito tempo], aí você tem outros afazeres, outro pensamento. Os filhos vão crescendo”, mas ainda assim a Vai-Vai segue como a escola de samba do seu coração.
Autorreconhecimento através do samba
Quando começou a participar de festivais com o grupo Poeira Pura, que fundou junto com seis amigos, em 1974, foi que Elisbão passou a se reconhecer como músico. “O Poeira Pura era como se fosse o Fundo de Quintal aqui de São Paulo, mas só que a gente não queria levar nada sério. Onde a gente ia tinha um monte de pessoas que acompanhavam a gente”, comenta. No entanto, o compositor nunca enxergou a carreira de sambista como possibilidade de profissão.
Elisbão conta que reconheceu seu próprio valor na música através do retorno das pessoas que consideram e reconhecem os seus feitos como artista. “Olha, nem pensei que eu tinha tanto valor assim”, diz ele enquanto sorri.
A trajetória do sambista foi reverenciada no carnaval de 2024, pelo cordão carnavalesco do Samba do Congo, que escolheu Elisbão como o homenageado do ano.
“Eu chorei tanto, fiquei tão emocionado. Todo mundo na janela olhando, batendo palma, jogando serpentina, confete e o samba exaltando meu nome toda hora, você fica extasiado”
Elisbão do Cavaco
Elisbão do Cavaco é frequentador das rodas de samba do Samba do Congo. (Foto Viviane Lima)
Essa não foi a primeira vez que Elisbão foi homenageado pelo Samba do Congo. Em 2019, o sambista recebeu uma honraria em uma festa de confraternização organizada pelo grupo, “fizeram a camisa com o meu rosto”, ele menciona. Essa festa é realizada todo fim de ano pelo Samba do Congo e mistura o samba e o rap.
“Agora estou só no projeto, aposentado. De vez em quando, a gente fica aqui, nós temos o clube [de futebol] aqui embaixo. O pessoal joga bola e todo domingo depois do meio-dia até às 2 horas da tarde, eles fazem um churrasquinho e tem samba, o samba do Araras”, conta Elisbão sobre sua atuação atualmente.
O sambista ainda toca, mas já não compõe. Está aproveitando a aposentadoria e a família, que também é envolvida com o samba. Apesar de não participar de nenhum grupo ou projeto oficialmente, hoje incentiva a nova geração que o cerca “para que eles continuem e não deixem o samba morrer”, finaliza.
Mais um ano estamos por aqui. Após as festas de fim de ano e carnaval, voltamos a nossa rotina. E nesse espaço de tempo, nós, mães, sabemos muito bem a loucura que sempre são as férias escolares.
Mães que precisam trabalhar e mesmo que seja em home office tem que se desdobrar para poder atender a toda demanda que precisa com a criança em casa e todos os outros compromissos.
Como é bom poder ter com quem contar e aquela rede de apoio para nos fortalecer, seja para trabalhar ou para curtir e descansar um pouco. Infelizmente essa não é a realidade de muitas mães (quem dera todas pudessem ter).
Não ter com quem deixar as crianças, às vezes por questões financeiras, dentre tantas outras questões, é frustrante.
Tantas mães que sigo nas redes sociais e observei o dia a dia delas sendo mostrado e as dificuldades enfrentadas nesse período. Nossa luta em se desdobrar para fazer acontecer mil coisas ao mesmo tempo.
Quero que a galera pense sobre essa mensagem que deixo aqui hoje. Se você consegue, fortaleça ela nesse corre, se você consegue fortalecer para ela trabalhar, descansar, curtir, porque não fazer?
Seja esse apoio que ela tanto precisa.
Com a volta às aulas, a correria continua tentando intercalar entre horários escolares, horários de trabalho e afazeres.
Meu máximo respeito a essas mulheres potentes que fazem tantas coisas acontecerem, mesmo diante de tantas lutas.
Lembre-se: mães não precisam de julgamentos, elas precisam é de rede de apoio!
Entre um cliente e outro, Rita Queiroz, 55, conta como seu comércio, que vende produtos regionais, a aproxima do território que nasceu e viveu parte da infância. “[Ter uma casa do norte] me aproxima [das minhas origens], porque eu vim de lá criança, vivo aqui há muitos anos, mas nunca me esqueci de lá”, comenta. Rita nasceu na cidade de São Miguel, no Rio Grande do Norte, e chegou em São Paulo aos 13 anos, junto com os pais que se mudaram em busca de emprego.
Rita Queiroz é natural do Rio Grande do Norte e dona do Empório Casa do Norte São Francisco. (foto: Viviane Lima)
Atualmente, Rita mora no bairro Jardim Soraia, localizado no distrito do Capão Redondo, zona sul de São Paulo. A comerciante sempre trabalhou com vendas e, em 2020, decidiu abrir uma Casa do Norte, na mesma região onde mora, após seu marido, Luiz Fernandes, 54, que trabalhava em um restaurante, ter ficado desempregado durante a pandemia da covid-19.
Mercadorias do Empório Casa do Norte São Francisco. (foto: Viviane Lima)Fachada do Empório Casa do Norte São Francisco. (foto: Viviane Lima)
“Foi um momento difícil, mas a gente [tem] aquela coisa de nordestino, né, [que] sempre corre atrás e não desiste”, diz Rita. Luiz também é nordestino, natural da cidade de Cariré, no Ceará.
Empório Casa do Norte São Francisco. (foto: Viviane Lima)
Rita afirma que a maior parte de seus clientes são pessoas que também se mudaram de algum estado do nordeste para São Paulo. “A maioria dos nordestinos estão nessa área também”, aponta a comerciante se referindo às periferias.
A carne de jabá é um dos produtos tipicamente nordestinos que faz parte do Empório Casa do Norte São Francisco. (foto: Viviane Lima)
De acordo com o censo de 2010, cerca de 2,3 milhões de pessoas que vivem nas periferias de São Paulo, têm como local de origem a região nordeste do país. Desde então, há um intervalo de 13 anos no levantamento desses dados e, provavelmente, houveram mudanças nesse cenário.
Empório do Nordeste
A Empório do Nordeste existe desde 1991, no bairro Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo. A princípio o comércio era chamado tradicionalmente de Casa do Norte e foi criado por Sebastiana Lopes, 67, e Francisco de Araújo, 72. Os dois mudaram de Natal, capital do Rio Grande do Norte, para São Paulo, em meados de 1975 em busca de oportunidades.
A loja Empório do Nordeste foi criada e está há duas gerações na família de Fabiana Lopes. (foto: Viviane Lima)
“São pessoas muito honestas e vieram bem de baixo mesmo. O que eles têm foi fruto de muito trabalho”, coloca Fabiana Lopes, 40, filha do casal, que em 2016 passou a administrar a loja. Fabiana nasceu em São Paulo, e conta que cresceu nessa casa do norte junto com os pais. “Desde os 7 anos já estou infiltrada no comércio, cresci aqui”, comenta.
Fabiana Lopes administra a loja desde 2016. (foto: Viviane Lima)
Fabiana relata que, embora não tenha nascido na região nordeste, criou um vínculo com o território através dos pais. “Eles me incentivaram a consumir todos os produtos para experimentar”. Ela menciona que muitos dos saberes que têm sobre os produtos típicos vieram daí, dos ensinamentos através dos seus pais.
Empório do Nordeste existe desde 1991, no bairro Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes. (foto: Viviane Lima)
A comerciante mora em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, é formada em gestão comercial e administração de empresas, tem um filho e é casada.
Ela fala que os pais vieram do nordeste com o conhecimento sobre os produtos típicos da região em mente, mas não foi de imediato que eles montaram um comércio. “Eles vieram e foram trabalhar em empresas. E aí conseguiram juntar um capital para montar essa loja aqui em Embu das Artes”. Atualmente os pais de Fabiana, que vivem em São Paulo, são aposentados e passaram o empreendimento para a filha.
Bolo de puba e manteiga. (foto: Viviane Lima)Carne seca e requeijão (foto: Viviane Lima)
“Quando os meus pais começaram 100% dos clientes eram nordestinos, agora está bem dividido, [pois] a culinária nordestina está sendo consumida por todas as pessoas”, coloca. Fabiana conta que a carne seca e o requeijão são os produtos mais procurados na loja, mas que a campeã de venda é a farinha de mandioca.
A farinha de mandioca é o produto mais vendido no Empório do Nordeste. (foto: Viviane Lima)
Casa do Norte Varejão Nobre
Flaviano Pereira, 32, conhecido como Flávio, é subgerente de um supermercado e morador do distrito da Brasilândia. Na mesma região, no bairro Terezinha, ele, junto com Tamires Moreira, 36, sua esposa, administram a Casa do Norte Varejão Nobre.
A Casa do Norte Varejão Nobre fica no bairro Terezinha, distrito da Brasilândia. (foto: Viviane Lima)
“Na região não tinha e aqui é um bairro criado por nordestinos, eu achei uma oportunidade de ganhar dinheiro e montei a Casa do Norte”, conta Flávio sobre a abertura do comércio em 2021. Flávio é da cidade de Boa Viagem, no Ceará, e Tamires é natural do Rio Grande do Norte, do município de Alexandria.
Casa do Norte Varejão Nobre. (foto: Viviane Lima)
Manteiga de garrafa, bolo de rolo, castanha de caju no tacho, bolacha, charque, carne seca, cuscuz e requeijão são alguns dos produtos que fazem parte da loja. Segundo Flávio, o item mais procurado é a farinha de mandioca.
Farinha de mandioca. (foto: Viviane Lima)Castanha de caju. (foto: Viviane Lima)
O comerciante conta que, em média, 80% dos seus clientes são nordestinos. “Porém tem os filhos dos nordestinos que são nossos clientes também”. O comerciante diz que o hábito de consumo de produtos nordestinos é algo que, geralmente, se passa de pais para filhos.
Bolo de rolo típico do estado de Pernambuco. (foto: Viviane Lima)
Flávio menciona que toda a família dele é do nordeste. Ele está em São Paulo desde 2003, mas pretende voltar para o seu lugar de origem. “A vida é assim, tem que trabalhar enquanto é novo, achei uma oportunidade de ganhar dinheiro aqui em São Paulo, por isso que eu estou aqui, mas pretendo um dia morar lá.”
Flávio é da cidade de Boa Viagem, no Ceará, e veio para São Paulo em 2003 para trabalhar. (foto: Viviane Lima)
Flávio conta que tem uma suposição sobre o porquê das Casas do Norte não se chamarem Casas do Nordeste, já que grande parte dos produtos comercializados são dessa região: “Eu acho que [é porque] a sigla é mais fácil de pronunciar do que Nordestino, por isso fica Casa do Norte e aí virou uma marca”, compartilha.