Home Blog Page 91

Exposição de grafiti com obras em aquarela aborda questões de afeto no Grajaú

Intitulada de ‘Háfétô’, a exposição reúne obras de 11 artistas periféricos com a ideia de fomentar o conceito artístico na região.

O artista Lelo ao lado de um dos seus grafites (Foto: Divulgação)

No fim de outubro foi realizada a abertura da exposição ‘Háfétô’, no Ateliê Eloparalelo, localizado no Grajaú, extremo sul de São Paulo. A exposição conta com três obras de cada um dos 11 artistas para dialogar com questões de afetos cotidianos, presente na vida dos moradores da periferia.

“O nome da exposição faz alusão a várias palavras e isso foi pensado. Juntei artistas que têm um trabalho que dialogam com afetos cotidianos e artistas que são novos no rolê do hip-hop e, principalmente, em exposições. Dos 11 artistas, contando comigo, cinco estão expondo pela primeira vez”, explica o curador e também expositor da Háfétô, Weslley Silva, mais conhecido como Lelo.

Lelo, 20, é estudante de artes visuais e dono do Ateliê Eloparalelo, espaço onde está sediada a exposição e onde também vive. Ele conta que o Ateliê nasceu de uma indignação e percepção de ausência de espaços artísticos que promovam artistas periféricos. “Este foi um ano em que senti a necessidade de um espaço meu. Trabalhei nove meses sem parar para conseguir construir o Ateliê junto com meu pai. Foi bem significativo pra mim, é uma construção paterna afetiva”, afirma. Lelo vê o pai como um dos maiores artistas. “Construir uma casa sendo semianalfabetoe sem o ensino fundamental, médio ou superior é uma das maiores artes que já vi em vida.”

“Com a arte eu espero provocar, causar reflexões, identificação, receber elogios – e críticas -, fazer dinheiro. Tudo isso. Com minha presença, espero ver bons amigos, dar uns abraços, uns chêro, uns bejo, beber umas breja, trocar umas ideias”, exclamou o também estudante de artes visuais e expositor Cauã Bertoldo pouco antes da abertura de Háfétô.

“Quando a gente diz uma coisa e a outra pessoa entende, a mensagem é facilmente passada na íntegra, basta conhecer as palavras e o significado delas. Quando a gente diz isso com imagens já é outro rolê. Envolve um debruçar-se sobre a imagem. Desvenda-se a mensagem a partir do que temos em nós. A imagem se comunica com o que há na nossa subjetividade, nosso âmago. No final, a gente não consegue extrair nada de uma arte senão o que já existe em nós mesmos”, conta Bertoldo.

Ana Paula Resende, 22, mais conhecida como Anap, outra artista que está estudando artes visuais e expondo no evento, também fala da ideia e essência que a exposição pretende mostrar. “O fato de passarmos por situações de afetos e desafetos, simultaneamente, faz com que a expo resgate o ‘eu’ mais profundo de cada pessoa de maneira única e exclusiva, trazendo a reflexão e o resgate de sonhos, afetos, desafetos e amores em forma de pinturas e ilustrações”, destaca.

Ana conta que ser mulher no mundo da arte é um ato de resistência. “No meu caso, estou inserida no hip-hop e resisto pelo fato de que faço parte de um movimento que geralmente é composto por homens, e a maioria, infelizmente, é machista”.

Lelo também fala da resistência para explicar o que é, segundo seu ponto de vista, a arte da periferia. “A arte periférica é resistir, sabe? É correr três vezes mais com recursos três vezes menos. É não ter saneamento básico, ser assaltado, sentir a repressão e o descaso das vias públicas e transformar isso em música, poesia, tinta e sentimento”, diz.

“Acho que a falta de espaço e representatividade pra gente é enorme, mas aos poucos estamos mudando isso. A periferia está criando seu próprio conteúdo. Estamos saindo da dependência e aprovação do clero e fazendo as coisas girarem entre gente da gente – e eles não gostam disso”, enfatiza o artista.

Cauã é militante da causa LGBT. O artista fala que em todas as suas artes faz um discurso de militância como forma de acabar com preconceitos. “Sempre pinto personagens de pele escura e todo personagem é de certa forma um autorretrato. Levo nas costas a vontade de fazer o outro se ver e se sentir naquela pintura. O outro eixo é a questão da bissexualidade. Desenho meus personagens sem me preocupar se ele é menino ou menina, por exemplo. Construo a imagem do jovem negro LGBT ao nosso modo, usando nossos símbolos, nossas experimentações de mundo, para exorcizar todo estereótipo ou preconceito que está atrelado a imagem social negativa do que é ser negro, em todos esses contextos”, explica.

Weslley Silva, o Lelo, conheceu todos os artistas de Háfétô através da arte, da rua, das mídias sociais e de exposições passadas. “Foram quase quatro meses de planejamento e convívio, atividades como painéis de divulgação, mutirão, troca de ideias, rodas de conversa e diálogos. Foi louco ver como tudo foi fluindo bem para que chegasse neste resultado final. A periferia é forte porque trabalha em redes”, completa.

“Não existe só um ou uma artista que me inspira, principalmente porque moro no Grajaú. Praticamente todos os dias eu conheço um artista novo e, assim, sempre acabo absorvendo um pouquinho de cada um. A arte é provocativa. Ela causa rumores, faz pensar e repensar. Se ela não causasse esses efeitos não faria sentido”, argumenta a expositora Ana Paula Resende (Anap).

A exposição Háfétô conta com obras produzidas com técnica de aquarela sob canson, acrílica, óleo, recorte, spray e lápis de cor e podem ser adquiridas por valores que ficam entre 60 e 175 reais. A exposição fica em cartaz até o dia 25 de novembro no Ateliê Eloparalelo.

Universidade Livre de Inovação prorroga prazo de inscrições

0

Além de ser gratuito, o curso tem um formato diferenciado, baseado no conceito “Sala de Aula Invertida”, ou seja, os alunos têm acesso a teoria antes das aulas. Desta forma, os encontros servem para resolução de casos, esclarecimentos de dúvidas e troca de experiência com os professores.

A Universidade Livre da Inovação (ULI) prorrogou até o fim do mês de fevereiro as inscrições para o Curso de “Gestão e Inovação para projetos de impacto social”. A formação gratuita visa capacitar empreendedores e articuladores sociais e culturais para solucionar problemas complexos presentes no cotidiano de profissionais que atuam para promover transformação social nas periferias.

Com duração de 24 meses, a formação está dividida em quatro módulos: Gestão, Inovação, Social e Prática, que abrangem questões de captação de recursos, negócios sociais, gestão estratégica, estatística e avaliação de impacto. O curso acontece simultaneamente em duas unidades, em dias e horários diferentes. No Jardim São Luís, as aulas acontecem de segunda a sexta, das 19h15 às 22h15. Já na unidade do Capão Redondo, as aulas acontecem aos sábados, 8h às 13h.

Achou interessante? Clique aqui e faça a sua inscrição para a primeira fase do processo seletivo. Confira os endereços das unidades Capão Redondo e Jardim São Luís.

Jardim São Luí – Orpas
Rua Bartolomeu do Santos, 219 – Chácara Santana – São Paulo – SP

Capão Redondo – Fábrica de Criatividade
Rua Dr. Luis da Fonseca Galvão, 248 – Capão Redondo – São Paulo – SP (próximo ao Metrô Capão Redondo)

Mais informações
Universidade Livre da Inovação – ULI
Atendimento: Segunda a sexta, das 14h as 22h, e aos Sábados das 8h as 13h.
E-mail: universidade.uli@gmail.com
Telefones: (11) 4477-0146

5 blocos de carnaval para curtir na M´Boi Mirim e Grajaú

0

Listamos 5 blocos de carnaval, que já se tornaram referência entre os moradores dos territórios da M´Boi Mirim e Grajaú, zona sul de São Paulo.

Bloco do Beco – JD. Ibirapuera – São Paulo (Foto: DiCampana Foto Coletivo)

Além de celebrar uma das festas mais movimentadas e tradicionais do país, os blocos de rua organizados por articuladores culturais independentes, vem ano após anos reunindo uma grade quantidade de público das mais diversas idades, raça e gênero. Nos territórios periféricos, os blocos já se tornaram símbolo de resistência e preservação da cultura popular.

Pensando nisso, o Desenrola listou 5 blocos que acontecem na periferia, para você curtir o carnaval nos territórios da M´Boi Mirim e Grajaú, zona sul de São Paulo.

1.Bloco Afro É Di Santo

Há 8 anos, o bloco sai às ruas da M’boi Mirim disseminando a cultura e ancestralidade africana. O grupo vem fortalecendo a resistência da cultura afro e periférica por meio da percussão, além de desenvolver atividades culturais na Casa de Cultura do M’boi Mirim.

Data: 12/02

Horário: a partir das 16h

Concentração: Casa Popular De Cultura M’boi Mirim – Avenida Inácio Dias da Silva, S/N

Evento: https://goo.gl/rYQKUd

2.Bloco do Hercu

Fundado em 2013 por educadores sociais e moradores da zona sul do território da M´Boi Mirim, o Bloco do Hercu vem fortalecendo as tradições culturais já existentes no território do Jardim Herculano, localizado no distrito do Jardim Ângela, por meio da bateria formada por moradores do bairro que organizam o bloco de rua.

Neste ano, além de muitas marchinhas, a discotecagem será do DJ Sergio Ricardo e som ao vivo com a Bateria Chapação.

Data: 11/02

Horário: a partir das 16h

Concentração: Ignácio Lima, n° 14, Jardim Herculano.

Evento: https://goo.gl/UVTvay

3.Bloco do Beco

Um dos blocos de rua mais tradicionais da Zona Sul de São Paulo, o Bloco do Beco é uma associação cultural que atua desde 2002 no Jd. Ibirapuera. O bloco busca ser referência para crianças e jovens se desenvolverem através da arte, valorizando a cultura local, e integrando família, escola e a comunidade do Jardim Ibirapuera.

Como já é tradição, neste ano, o Bloco do Beco receberá o Bloco Afro É DI Santo para fechar o encontro.

Data: 10/02

Horário: a partir das 14h

Concentração: Rua Salgueiro do Campo, Jardim Ibirapuera.

Evento: https://goo.gl/PDBsLL

4.Bloco Ô Grajaú Vem Tomar No Copo

O Bloco de Carnaval é organizado pela Cia. Humbalada de Teatro, grupo que produz arte a partir de suas aflições e reflexões. Comemorando 5 anos do bloco, o tema da festa desta ano é “5 Ânus desbundando a Belmira”. A festa inicia sua concentração no Galpão Cultural Humbalada e percorre diversas ruas do distrito do Grajaú, zona sul de São Paulo.

Data: 10/11

Horário: a partir das 15h

Concentração: Galpão Cultural Humbalada, Av. Grande São Paulo, 282.

Evento: https://goo.gl/4iafUY

5.Acadêmicos do Campo Limpo

O grupo surgiu a partir da vontade de seus integrantes de criar espaços de trocas e vivências enraizadas na cultura do samba, com um público de diversas idades. Desde 2013, o grupo vem fomentando a tradição do Samba de Comunidade na região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

Data: 08/02

Horário:A partir das 19h

Concentração: Casa de Cultura do Campo Limpo – Rua Aroldo de Azevedo, n° 100.

Evento: https://goo.gl/RzAag3

Paraisópolis tem primeiro banco grafitado na periferia de São Paulo

O trabalho desenvolvido pelo Coletivo Cinz’Art motivou a instituição a colorir a fachada do imóvel.

Foto: Foto Dilvugação

Criado por três grafiteiros, o projeto Cinz’Art atua há um ano com o objetivo de colorir ruas e vielas de Paraisópolis, comunidade localizada na Zona Sul de São Paulo. Entre os diversos trabalhos realizados pelo coletivo, um está chamando a atenção da comunidade, por estampar a fachada de um banco privado com rostos de pessoas que se assemelham com moradores.

A fachada da instituição tem um dos mais belos cenários da comunidade de Paraisópolis, um fator sociocultural que não se encontra em outras comunidades localizadas na periferia de São Paulo, mas que pode ser um ponto de partida para influenciar um movimento artístico dessa natureza em parceria com instituições financeiras e artistas da periferia.

Diego Soares, morador de Paraisópolis há 30 anos, é um dos integrantes do coletivo Cinz’Art. Ele começou a grafitar em 1992, daí em diante não parou mais. “O nosso intuito é transformar as vielas em galerias abertas, dando assim mais vida para estes espaços”, conta ele sobre a essência do trabalho do grupo, que além de fazer arte na comunidade, também realiza trabalhos artísticos em outros locais do país.

Ele releva seu objetivo como artista. “Eu quero ver Paraisópolis como metade que São Matheus é, tudo bem colorido”, enfatiza ele, afirmando que deseja luz através das cores, arte e cultura para a garotada que está descobrindo seus talentos. Para tornar esse desejo realidade, o grafiteiro também realiza oficinas nas escolas públicas do bairro, mostrando um novo olhar para juventude, um olhar que mistura cores, raízes culturais e diversidade, mostrando que é possível trabalhar com muito amor pelas quebradas de São Paulo.

O projeto de grafitar o banco surgiu a partir de uma proposta de revitalização do imóvel, que estava com a fachada depredada. Neste processo, a instituição entrou em contato com a Associação de Moradores de Paraisópolis, que acabou indicando o trabalho do coletivo Cinz’Art, para dar uma nova cara ao espaço. Logo no primeiro contato com os grafiteiros, eles sugeriram fazer uma arte com o tema “Diversidade”.

O projeto também reuni grafiteiros de outros lugares de São Paulo. A partir dessa união, eles se organizam para grafitar sem datas especificas, quando surgem eventos a união acontece, desta maneira todos trabalham juntos, colorindo diferentes regiões. Diego e mais um companheiro vivem somente do grafite, e ele diz que não tem sido fácil se manter somente com esse trabalho, pois muitas das vezes os próprios materiais saem de seus bolsos, pois nem sempre são remunerados.

Educadores mobilizam moradores da periferia para discutir ensino público em São Paulo

0

No final de 2016 foi aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 ou 55, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos. Entenda o que isso causou na vida dos moradores da periferia.

2º Encontro Rede Educação e Culturas Periféricas (Foto: Reprodução/Facebook)

A proposta que congela durante 20 anos o investimento no orçamento do governo federal em serviços sociais básicos como educação e saúde passa a valer a partir do primeiro mês de 2018. Deste período em diante, o projeto aprovado na gestão do atual presidente Michel Temer prevê a correção fiscal do orçamento dado ao ano anterior. Neste contexto, uma grande parcela da população brasileira irá sofrer impactos diretos no seu desenvolvimento socioeconômico, atingindo principalmente os moradores da periferia, com serviços ligados a educação, cultura e acesso ao trabalho.

Em reposta a esta medida do governo brasileiro, um grupo de professores, educadores e moradores da região sul de São Paulo, que residem em bairros como Jardim Ângela, Capão Redondo, Campo Limpo e Jardim São Luis passaram a se encontrar periodicamente para pensarem alternativas para a educação pública na cidade de São Paulo, neste momento nasce a Rede de Educação e Culturas Periféricas, que visa estabelecer a criação de programas de educação popular e libertadora.

Moradora do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo e uma das incentivadoras para pensar novos rumos para educação na periferia, Marilu Cardoso, doutoranda em educação pela PUC-SP e ex-diretora da Diretoria Regional de Educação de Campo Limpo (DRE), afirma que os impactos do congelamento no orçamento já são vistos no dia a dia dentro das escolas de ensino público.

“Na prefeitura, por exemplo, houve uma unificação da demanda com a secretaria estadual, isso tem garantido ao Estado a reorganização escolar inicialmente barrada pelos movimentos estudantis, ao mesmo tempo ocorre à superlotação das salas de aula nas escolas municipais,” alerta a educadora sobre os processos pedagógicos, administrados pelo governo que já estão em andamento.

Dada a situação dos professores da rede pública, ela ressalta também o impacto causado diretamente no ambiente escolar. “Os cortes de materiais, lanches e as portarias que reduzem o número de professores atuantes em módulos nas Unidades Educacionais também se relacionam à redução de gastos”, enfatiza Cardoso, ressaltando o panorama do desmonte do ensino na cidade, após a decisão do governo federal no repasse de verbas para os municípios.

Para a professora, as pessoas que se propõe a discutir políticas públicas na periferia precisam se unir e somar forças para retomar o diálogo com o poder público. “Desde o início da atual gestão no município de São Paulo percebemos que a falta de diálogo seria constante, além disso, carecemos de uma representatividade sindical efetiva e autônoma. Diante disso, apostamos na organização local, a partir do território, para que pudéssemos continuar defendendo os avanços, sobretudo os curriculares”, afirma.

Educação e os direitos da Juventude

No início de 2015, a atuação do movimento dos secundaristas cresceu grandiosamente no estado de São Paulo. Esse evento político que tomou o país serviu para mostrar que os jovens estão preocupados com o seu futuro e das próximas gerações que dependem do ensino público brasileiro.

“Quando veio à aprovação da PEC 241, no começo foi um pontapé pra gente falar: como isso foi aprovado? Esse foi o maior incentivo da nossa mobilização no território”, conta Ariane Fachinetto, estudante de 16 anos, que integra o movimento de secundaristas desde 2014 na periferia de São Paulo.

Foi por aqui, que após o escândalo da “máfia da merenda”, as primeiras escolas estaduais e municipais começaram a ser ocupadas. Participar de decisões de impacto na escola foi a principal reivindicação dos estudantes, ao lado da interrupção da reorganização proposta pelo governo paulista.

Ela lembra que mobilizar as pessoas foi um importante passo para alertar a sociedade sobre o que estava de fato acontecendo. “Fizemos ações nas praças públicas, distribuímos panfletos e realizamos rodas de debate com a comunidade, tudo isso para nos juntar, para discutir entre nós mesmos formatos de resistência a tantos desmontes.”

Conjuntura

Enquanto se discute a falta de verba para a educação e o rumos do ensino público, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) aprova a inclusão do ensino religioso no plano pedagógico das escolas em âmbito nacional, visto que, desde o começo do ano as escolas das esferas municipais e estaduais sofrem com a grande demanda de crianças sem vagas em creches e escolas de ensino fundamental e médio, superlotação de alunos, cortes gradativos na merenda escolar e aulas optativas, como por exemplo, aulas de sertanejo.

A partir deste cenário é possível entender o por que do crescente número de mobilizações sociais organizadas na periferia, levando em consideração que o número de pessoas atingidas pelas propostas estabelecidas pelo governo se encontram nestes territórios. 

ADESAMPA reformula VAI TEC e promove encontro inspirador no Campo Limpo para estimular jovens empreendedores

0

Além de poder conhecer melhor sobre o programa, o público presente irá participar de uma palestra com articuladores e empreendedores da quebrada que transformaram ideias em projetos e negócios de impacto na cidade de São Paulo.

VAI TEC 3ª edição (Reprodução/Facebook)

Com o objetivo de apresentar projetos que deram certo e trazer um direcionamento para pessoas que querem se dar bem na hora de escrever seu projeto na terceira edição do edital, o programa de valorização a iniciativas tecnológicas – VAI TEC, promove o primeiro “Encontros de Inspiração – Zona sul” nesta quinta-feira (14), a partir das 18h30, no espaço do Projeto Arrastão, localizado ao lado da Praça do Campo Limpo, região sul de São Paulo.

Focado em apoiar atividades inovadoras, ligadas à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), a terceira edição do VAI TEC, programa municipal, gerido pela Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADESAMPA), será composta por quatro fases: a primeira consiste em promover encontros inspiradores com projetos que deram certo para estimular o público a pensar em propostas de impacto para o edital; a segunda fase será focada em oferecer oficinas para fomentar o desenvolvimento de ideias; a terceira oferece capacitações e ferramentas para por todas as ideias em prática; e a última e mais esperada fase será um acompanhamento de especialistas para gestão do negócio, estimulo ao networking e apoio financeiro de até R$ 32 mil por projeto.

O evento será dividido em dois momentos: a primeira parte haverá uma palestra com os criadores do projeto Empreende Aí, na qual o administrador Luís Coelho e a psicóloga Jennifer Rodrigues compartilham suas experiências em forma empreendedores de impacto social; no segundo momento acontece um bate-papo participações de Arthur Gandra, criador da empresa social Jovens Hackers, Thaís Siqueira, jornalista e educomunicadora, e a designer Flávia Lopes, integrantes do coletivo de comunicação Desenrola e Não me Enrola.

Agenda

VAI TEC – Encontro de Inspiração – Zona Sul

Local: Projeto Arrastão

Data: 14 de dezembro

Horário: 18h30

Endereço: Rua Doutor Joviano Pacheco de Aguirre, 255, Jardim Bom Refúgio – São Paulo

Entrada: Gratuita

Jornalistas discutem como dispositivos móveis se tornaram uma importante ferramenta de comunicação na periferia

0

Durante a roda de conversa, os convidados apontaram como o aparelho tem contribuído para combater a invisibilidade social das periferias e violação de direitos promovida pelo poder público e pela grande mídia.

O debate aconteceu no Sesc Campo Limpo como parte das atividades do Festival Percurso. (Foto: Júlia Cruz)

A Agência Solano Trindade em parceira com o Sesc Campo Limpo convidou jornalistas e comunicadores das periferias de São Paulo e Recife, para promover reflexões sobre como os dispositivos móveis se tornaram uma importante ferramenta para construção de narrativas nas redes sociais. O encontro que aconteceu na sexta-feira (07) integra a série de encontros “Território Campo Limpo – Percursos”, realizado como parte das atividades do 4º Festival Percurso.

Durante o encontro, a mediadora e jornalista Mariana Belmont do coletivo Imargem e as debatedoras: Gisele Brito, que faz parte da Rede Jornalistas das Periferias; Thais Siqueira do coletivo de comunicação Desenrola e Não Me Enrola; e a pesquisadora e gestora da Casa Coletivo, Elaine Gomes, apresentaram vivências sobre a produção de conteúdo, a partir das ferramentas tecnológicas que já utilizam no dia dia e como elas contribuem para desconstrução de estereótipos criados em torno da periferia.

A população que antes não imaginava a revolução que a tecnologia dos dispositivos móveis traria, hoje se adaptou a ela e ainda produz conteúdo com estes aparelhos, mas ainda não possuem essa percepção, como conta a jornalista Gisele Brito. “Eu acho que a gente não precisa falar para as pessoas usarem os seus celulares e isso se transformar em uma notícia. A linguagem jornalística foi decodificada e as pessoas fazem isso com grande facilidade. Elas já passaram a tirar uma foto e falar ‘olha, aconteceu isso e isso aqui’, acontece um acidente na rua e as pessoas com muita facilidade vão lá registram os fatos, mostram os atores.”

A partir dessa facilidade de produção e difusão de conteúdo, também é preciso cautela naquilo que se quer propagar. “As pessoas conseguem usar a ferramenta, mas elas estão num padrão de desenvolvimento do centro. Tem muito ‘Datena’ na quebrada. Aquele que pega o celular e que mostra que o transito está ruim, que roubaram um celular, que morreu alguém e situações do tipo. Essas pessoas passaram a ter mais espaço graças à facilidade do celular e passaram a ser representativos, mas é preciso ter outro olhar para o território”, relata Gisele sobre criar uma narrativa diferente daquela que a grande mídia já produz a cerca da periferia.

Ainda hoje, a grande mídia insiste em difundir o estereótipo de vitimização das periferias. “Acho que é uma perspectiva comum na periferia do Brasil isso de sempre nos vermos estigmatizados pela grande mídia. A gente sempre se vê nesse local de vitimização ou então de protagonista das mazelas sociais. Nós da Casa Coletivo passamos a se incomodar com isso e começamos a pensar nessa perspectiva da comunicação e do audiovisual a partir daí, mostrando que não somos vítimas. Nós fomos vítimas, mas agora somos protagonistas da solução dos nossos próprios problemas”, ressalta Elaine Gomes sobre a visão criada e torno da periferia.

A jornalista Thais Siqueira acredita que a tecnologia dos dispositivos móveis trouxe mais facilidade para as mídias independentes, que hoje vem conquistando cada vez mais espaço e alcance de público. “É muito bacana essa questão do quanto que o aparelho transmite a informação nos dias atuais e o quanto passamos a ser independentes também. Não dependemos mais somente das mídias tradicionais por conta do celular.”

De acordo com uma pesquisa publicada em 2016 pelo IBGE, 92,1% dos domicílios brasileiros usam o celular para acessar a internet. E as regiões Norte e Nordeste que antes tinham pouco acesso a internet, deram um salto importante na corrida pela inclusão digital. Os indicadores mostram que (93,9%) dos domicílios do nordeste tem e (96,7%) da região Norte já tem acesso a internet pelo celular. E isso vem contribuindo para democratizar e descentralizar a visibilidade de fatos relevantes propiciada pelo uso das ferramentas tecnológicas, mostrando um ponto importante nessa evolução do jornalismo. Embora os números sejam animadores, apenas 58% da população brasileira usam a internet, segundo dados levantados em 2016 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

“Sou de Parelheiros, do bairro colônia que fica no extremo sul de São Paulo. Esse é um local que não pega sinal de celular e quando tem internet é porque o cara da lan house fez algum esquema à rádio, só que é muito caro. Então algumas casas têm e outras não. Eu lembro que quando era menor a gente tinha que subir o morro pra usar o celular lá em cima porque lá funcionava”, relembra a jornalista Mariana Belmont, falando sobre a dificuldade de acesso a internet em determinadas regiões.

Na contramão deste cenário temos iniciativas promovidas por coletivos e movimentos culturais que vem ganhando força a partir da produção com dispositivos tecnológicos, assim como relata Elaine. “A Casa Coletivo passou a produzir películas audiovisuais de forma amadora. A partir disso começamos a trabalhar com diversas tecnologias para produção de documentários e dossiês promovendo a perspectiva histórica da comunidade. Percebemos que assim estávamos montando um sistema, uma forma de se comunicar. Assim surgiu a Plataforma de Comunicação Amaro Branco em 2014, que nasceu do anseio de falarmos a partir de quem nos somos, tanto para dentro da comunidade quanto para fora, com o nosso próprio olhar.”

A evolução do jornalismo possibilitou que o celular e outras ferramentas se tornassem um potente dispositivo na criação de conteúdos que passaram a ser divulgados em tempo real. Ainda que os movimentos de comunicação tenham ganhado força e conquistado espaço na periferia, é necessário o reconhecimento do jornalismo independente quem vem inovando na criação de pautas e temas relevantes ao público, fugindo do padrão criado pela mídia atual, mudando a visão criada sobre a periferia, como coloca Gisele: “É necessário quebrar a colonização das nossas ideias e dos nossos valores”. 

Forró pé de serra do Trio Virgulino agita Casa de Cultura do Campo Limpo neste sábado

0

Além de diversas intervenções artísticas, o encontro contará com apresentação de violão, exposições de artes e grafite produzidas por alunos das oficinas que são oferecidas no equipamento cultural.

Velha Guarda do Helga na Casa de Cultura Campo Limpo (Foto: Divulgação)

A Casa de Cultura do Campo Limpo realiza em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a festa de encerramento do final de ano que acontece neste sábado (09), a partir das 10h no equipamento cultural localizado ao lado da Praça do Campo Limpo, região sul de São Paulo. Para resgatar ritmos musicais nordestinos, a festa conta com a presença do Trio Virgulino, um dos percussores do forró pé de serra na música popular brasileira.

Além do forró pé de serra, a festa contará com diversas atividades, oficinas e intervenções artísticas para fortalecer artistas do território, entre elas estão: espetáculo que retrata o holocausto brasileiro com o Grupo PLES; performance da bailarina Mayara Yasmim; samba rock com o projeto Eu Soul Sambarock; trecho da peça “Bambaquerê” com Grupo Corpo Molde; apresentação de dança do ventre com a Cia Sabah; e apresentação da Escola de Samba Acadêmicos do Campo Limpo.

Garantindo o acesso da população a cultura e reflexão crítica, a Casa de Cultura Campo Limpo oferece diversas atividades artísticas que buscam desenvolver a criatividade e fomentar a participação da comunidade nas manifestações culturais. O espaço oferece atividades gratuitas como oficinas de artesanato, danças, capoeira, cinema, teatro, espetáculos, debates, palestras, saraus entre outras, que buscam inserir os moradores no fazer cultural do território.

Agenda

Trio Virgulino + festa de encerramento

Local: Casa de Cultural Campo Limpo

Endereço: Rua Aroldo de Azevedo, n° 100, São Paulo.

Data: 09/12/17

Horário: 10h as 19h

Entrada: Gratuita

Classificação: Livre

Coletivo Perifatividade realiza último encontro poético do ano

0

O último sarau do ano terá a apresentação do trabalho desenvolvido ao longo do ano nas atividades artístico-culturais oferecidas no espaço cultural gerido pelo coletivo.

Sarau Perifatividade (Foto: João Claudio de Moura e Paulo Rams)

Reunindo todas as atividades desenvolvidas em 2017, o Coletivo Perifatividade realiza o ultimo Sarau do ano neste sábado (09), a partir das 18hs, no Espaço Perifatividade Círculo de Cultura, localizado no bairro Parque Bistrol, zona sul da capital paulista. O encontro poético receberá o rapper Vinão AloBrasil, lançando o seu novo cd “Vida” e a discotecagem fica por conta do DJ Ruivo Lopes.

Formado por poetas, educadores, produtores culturais e músicos, o Coletivo Perifatividade vem há sete anos desenvolvendo ações afirmativas nos bairros Parque Bristol, Jardim Clímax, Jardim São Savério, Heliópolis, entre outros. O grupo vem realizando diversas atividades no Espaço Perifatividade Círculo de Cultura, como curso de inglês, graffiti, dança do ventre, audiovisual, defesa pessoal, MC com ênfase no ensino do ECA para crianças e adolescentes e formação em Direitos Humanos, Cultura e Educação Popular.

Agenda

Último Sarau Perifatividade de 2017

Local: Espaço Perifatividade Círculo de Cultura

Endereço: Rua Doutor Benedito Tolosa, n° 729, Parque Bristol, CEP: 04193020 São Paulo.

Data: 09/12/17

Horário: 18h as 22h

Entrada: Gratuita

Classificação: Livre

Centro Cultural Grajaú exibe a web série Babado Periférico

0

O encontro terá a exibição dos 3 episódios da web série que aborda questões ligadas a sexualidade e a população LGBT.

Estreia dos dois primeiros episódios do Babado Periférico, na zona sul de São Paulo. (Foto: Wellington Amorim)

Produzida por produtores audiovisuais LGBTs das periferias de São Paulo, a web série Babado Periférico será exibida neste sábado (09), a partir das 19h, no Centro Cultural Grajaú, localizado na região sul de São Paulo. O projeto faz parte da tentativa de diminuir a contradição entre a alta concentração de LGBTs nas periferias de São Paulo e o pouco que se fala sobre o assunto.

Com direção de Nayara Mendl e Rosa Caldeira, a web série Babado Periférico é fruto de uma iniciativa totalmente independente protagonizada por personagens LGBTs das periferias de São Paulo. Os episódios abordam temas como: saúde, educação, família, aceitação da comunidade, juventude, cultura e tantos outros que fazem parte da realidade de resistência diante do preconceito, exclusão e exploração.

Agenda

Cine Debate – Babado Periférico

Local: Centro Cultural Grajaú

Endereço: Rua Professor Oscar Barreto Filho, nº 252, CEP: 04822-300, SP.

Data: 09/12/17

Horário: 19h as 22h

Entrada: Gratuita

Classificação: Livre