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Movimento Negro mostra ao mundo como estado brasileiro promove genocídio nas favelas e periferias

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A partir da unificação de experiências de organização política do Movimento Negro no Brasil, um grupo formado por organizações e pessoas está construindo uma agenda pública com inúmeros diálogos com representantes do poder público em escala nacional e internacional. A presença na audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) realizada na Jamaica reforça esse cenário de incidência política, a favor dos direitos da população negra. 

Audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Foto: Pedro Borges)

Durante a participação na audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), realizada nesta quinta-feira (09) na cidade de Kingston, Jamaica, um grupo de representantes do movimento negro brasileiro alertou os participantes que estavam representando inúmeras entidades internacionais, sobre o conteúdo do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que visa mudar o Código Penal e Eleitoral brasileiro, impactando diretamente a vida da população negra que vive nas periferias e favelas espalhadas pelo país.

Com uma olhar crítico para o atual momento político do Brasil, o Movimento Negro, representado por diversas organizações de diferentes partes do país, considera emergencial construir uma articulação unificada e que represente de fato os interesses do povo negro, que representa 52% da população brasileira.

“Nós estamos num momento da história do Brasil, onde é fundamental que a população negra tenha uma representação política articulada, unificada e que possa incidir e ser ouvida politicamente dentro e fora do país”, afirma Douglas Belchior, educador social e um dos representantes do movimento negro na Comissão Interamericana de Direitos Humanos na Jamaica.

A diversidade territorial de representantes do Movimento Negro na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) serviu também para mostrar ao mundo o impacto das medidas do governo em diferentes estados brasileiros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, onde as poucas políticas públicas existentes de garantia à vida estão dando lugar a projetos de criminalização da população que vive nas periferias e favelas.

A comunicadora comunitária e representante do Movimento de Favelas do Rio de Janeiro, Gisele Martins, integrou a comissão do Movimento Negro e ressaltou a importância da audiência para denunciar “o comportamento e a prática política racista do governo brasileiro tanto em nível federal quanto estadual.”

Ela exemplificou esse cenário ao relembrar uma ação recente que ocorreu na favela da Maré, onde reside que tirou a vida de oito moradores, a partir da ação de policiais que atiraram nas pessoas de cima pra baixo, utilizando um helicóptero. “Foram contabilizados nas ruas da favela da Maré 190 tiros disparados pelo caveirão aéreo. Essas operações policiais aterrorizantes impedem todo o nosso cotidiano nesse lugar”, descreve a comunicadora.

Coalizão negra pela vida

A moradora de Goiás, Iêda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU) integrou a comissão na Jamaica e trouxe importantes reflexões sobre o legado dessa articulação política internacional. “Essa coalizão nacional de várias entidades é fundamental para a busca de apoio internacional, que vai nos ajudar a continuar realizando a nossa luta.”, conta ela.

êda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU). Foto: Pedro Borges

Ela enfatiza que ao retornar para o Brasil, o movimento negro irá fortalecer ainda mais a sua presença em todos os espaços de disputa política nas capitais e áreas rurais. “É o que eu sempre digo: cada negro e cada negra é um quilombo de resistência, então nós não podemos deixar que o fascismo tome conta do país.”

Consciente da potência que está se formando diante das organizações e pessoas que fazem parte dessa coalizão nacional do Movimento Negro, Belchior acredita que essas articulações, como a experiência na Jamaica irá aos poucos estimular e fortalecer a organização popular da população negra nas periferias e favelas brasileiras.

“Eu não tenho dúvidas que a denúncia do racismo causa mais impacto fora do Brasil, do que dentro do país. Isso muda nossa vida? Não. O que vai mudar é a organização do povo para fazer lutas desde baixo, para alterar as hierarquias”, concluiu ele.

Confira os selecionados para a 6° edição do Você Repórter da Periferia

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Durante a fase de inscrições foram registradas mais de 140 inscritos de diversas regiões da cidade de São Paulo.

Foto: Divulgação

Este ano recebemos mais de 140 inscritos com faixa etária de 16 a 40 anos, para preencher as 30 vagas oferecidas pelo projeto. Jovens de diversas regiões periférica manifestaram interesse, mas a seleção foi realizada com base nos critérios divulgados no período de inscrição, levando em consideração idade, escolaridade e regiões da cidade, buscando abranger um grupo diversificado.

Aos Selecionados: Durante os próximos dias, entre 10/05 a 11/05, entraremos em contato por e-mail e WhatsApp para passar as informações sobre horário, local das oficinas práticas, início das atividades e tirar todas a dúvidas que possam surgir.

Aos que não foram selecionados: Desejamos muito progresso para seus próximos passos e que sejam cheios de boas oportunidades.

Confira a lista dos selecionados:

Geovanna Carlos Rodrigues

Carine de Oliveira Machado

Victor Juventino Guerra de Souza

Flávia da Costa Santos

Paulo Vinicius Santos Evangelista

Patrick da Silva Nascimento

Queila Ribeiro Fraga

Rebeca Vitoria Neves dos Santos

Felipi Nascimento Santos

Higor Pereira Dos Santos

Julie De Souza e Silva Batista

Beatriz Pereira da Silva

Bianca Moreira e Silva Barbosa

Monise Antunes Rodrigues

Yasmin Vaz De Oliveira

Leonardo Lima de Morais

Caio Breno da Costa

Gabriel Caldas Rezende

Jéssica Hellen Lopes Rodrigues

Mariana cristina alves de assis

Mateus Fernandes dos Santos

Bruno Gonçalves Marchioto

Antonia Carolina Garcia Da Silva

Victória Carolina Nascimento

Andressa Cristina Mathias Barbosa

Guilherme Augusto da Silva

Laiane da silva dos santos

Caroline Aguida Santos Aguiar Aguida Aguiar

Karla Samara do Nascimento Santos

Sarah Stephanie Pereira Evangelista

Bianca janaina dos Santos Souza Lourenço

Alex Lacerda de Morais

Helen Cristina Teixeira Santos

Caique Vítor da Silva

Beatriz Alves Leal

Semana de jornalismo da Universidade Cruzeiro Sul debate jornalismo periférico

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Com o tema “Na borda: o jornalismo periférico como combate à marginalização”, a abertura da III Semana de Jornalismo contou com participações de jornalistas que representaram a Agência Mural, Desenrola E Não Me Enrola e Periferia em Movimento.

Semana de jornalismo da Universidade Cruzeiro Sul debate jornalismo periférico. (Foto: Luiz Lucas)

Na manhã da última segunda-feira (29), a Universidade Cruzeiro do Sul abriu a Semana de Jornalismo no Campus São Miguel, localizado na zona leste de São Paulo, com um importante debate sobre a produção de jornalismo nas periferias de São Paulo.

Ronaldo Matos, integrante do Desenrola e Não Me Enrola, esteve presente na mesa de abertura, que debateu o tema “Na borda: o jornalismo periférico como combate à marginalização”. Além dele, compuseram a mesa Aline Rodrigues, do Periferia em Movimento e Eduardo Silva, da Agência Mural.

Aline começou a mesa quebrando paradigmas e indo contra teorias de comunicação que dizem respeito à imparcialidade. Para ela, a comunicação deve assumir posturas e o jornalismo periférico traduz isso. “É muito importante saber do lugar que a gente parte para fazer jornalismo”, comenta a jornalista.

Ronaldo, idealizador do Desenrola E Não Me Enrola, juntamente com Thais Siqueira, também explicou aos alunos como é a produção de uma comunicação periférica na visão do coletivo, que parte do pressuposto de um jornalismo não padronizado. “Para não reproduzirmos os estereótipos das grande mídia, produzimos um jornalismo para investigar as invisibilidades das periferias.”

Ele reforça o processo de produção jornalística do coletivo. “Quando as pessoas contam as histórias, as deixamos construir a narrativa ao invés de definirmos o que queremos contar”, conta ele, em tom de crítica ao formato de noticiabilidade da mídia tradicional.

Além do Desenrola, Ronaldo e Thais são responsáveis pelo Centro de Mídia M’Boi Mirim, coworking localizado no Jardim Ângela, zona Sul de São Paulo e pelo curso Você Repórter da Periferia, que forma jovens das mais diversas regiões de São Paulo, através de teorias e técnicas jornalísticas, por meio de coberturas jornalísticas periféricas. “O curso foi idealizado para jovens construírem um olhar da cidade que não começa pelo centro de são Paulo, mas sim pelo seu bairro, pelos seus vizinhos”, explica.

As inscrições para a edição de 2019 do Você Repórter da Periferia estão abertas. Saiba mais clicando aqui.

A III Semana de Jornalismo vai até o dia 3 de maio, com os temas Lugar de fala: mulher negra no jornalismo contemporâneo; O futuro do profissional LGBTQ no jornalismo brasileiro; Jornalismo esportivo e direitos humanos: não ao racismo, à homofobia e ao machismo, entre outros.

6° edição do Você Repórter da Periferia oferece 30 vagas para jovens das periferias de SP

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Com duração de 7 meses, o curso busca compartilhar técnicas e vivências sobre o fazer jornalístico nas periferias. As inscrições podem ser realizadas através do preenchimento de um formulário online até o dia 07 de maio.

Júlia Mali aluna da 5° edição do VCRP (Foto: Foto divulgação)

O Você Repórter da periferia é um programa de formação gratuita voltado para jovens de 16 a 25 anos de todas as regiões periféricas da cidade de São Paulo que sejam estudantes cursando ou que tenha concluído o ensino médio, ou universitários que estejam cursando o 1º ano do ensino superior. As aulas teóricas do curso acontecem no Centro de Mídia M’Boi Mirim, localizado no Jardim Ângela – zona sul, e as inscrições podem ser feitas até o dia 07 de maio, clicando aqui

Ao longo do curso, os jovens têm contato com diversas ferramentas e técnicas da comunicação, entre elas: redação jornalística, fotografia, videorreportagem, técnicas de entrevista, técnicas de filmagem, técnicas de captação de áudio e produção de conteúdo para redes sociais, sempre apresentando uma perspectiva do jornalismo produzido nas periferias e as suas distinções em relação a mídia tradicional.

“O curso é dividido em duas partes, a teórica e a prática. Após o contato com a técnica, os jovens passam a circular pelas periferias da cidade. É nesse momento que eles começam a descobrir na prática as potências que existem em seus territórios. A partir dessas vivências começam a enxergar seus bairros como espaços de produção cultural e econômica”, conta Evelyn Vilhena, integrante do coletivo Desenrola e Não Me Enrola e coordenadora executiva do projeto.

“Foi bem importante para mim olhar para o trabalho na minha e em outras quebradas. Reconhecer e afirmar esses espaços como grandes potências de uma forma humanizada. Estar sempre atenta as histórias que as ruas da nossa quebrada tem e que não precisamos que outras pessoas as conte, mas que podemos falar sobre nós mesmos, e nossos espaços”, compartilha a jovem Vitória Guilhermina, moradora do Rio Pequeno, zona oeste, aluna da 5° edição do Você Repórter da Periferia realizada, realizada em 2018.

Neste ano o curso terá início no dia 18 de maio, com aulas teóricas aos sábados, das 10h30 às 14h30, no Centro de Mídia M’Boi Mirim, espaço voltado para comunicação, localizado no Jardim Ângela. A partir das aulas práticas, eventualmente as atividades podem acontecer aos domingos, é durante esse período que os jovens começam a produzir reportagens em campo.

Uma das marcas do Você Repórter da Periferia é a construção de conhecimento crítico a partir das periferias, esse e outros pontos sobre a construção do programa de formação são contados no livro “Você Repórter da Periferia: visões e vivências do jornalismo nas periferias”, que traz as vivências e descobertas dos integrantes do coletivo consolidadas a partir do projeto. Acompanhe a agenda de lançamentos do livro.

Os interessados em participar do projeto devem realizar sua inscrição até o dia 07/05 clicando aqui, e aguardar a divulgação dos selecionados até o dia 09/05.

Sobre o Desenrola e Não me Enrola

O Desenrola E Não Me Enrola é um coletivo de comunicação que há seis anos está engajado em criar e ressignificar práticas e métodos de produção de Conteúdo, Pesquisa e Formação, tendo como ponto de partida a produção de conhecimento presente nos diferentes contextos sociais presentes nas periferias de São Paulo. Todos os projetos desenvolvidos pelo coletivo atuam a partir dos eixos de identidade, Território e Repertório, impactando jovens, empreendedores e coletivos culturais das periferias de São Paulo.

A escritora e atriz Tula Pilar dá adeus a literatura periférica

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Tula Pilar conquistou o respeito e admiração de muitos artistas e coletivos do cenário da cultura periférica de São Paulo, por suas poesias, obras e intervenções artísticas, que davam evidência a história de Carolina Maria de Jesus.

Foto: Sonia Regina Bichain

Autora dos livros “Palavras Inacadêmicas”, produzido de forma independente em 2004, e “Sensualidade de fino trato”, publicado pelo selo do Sarau do Binho em 2017, Tula pilar faleceu nessa tarde de quinta-feira (11), devido um ataque cardíaco. Segundo amigos da família, Tula já chegou a Unidade de Pronto Atendimento Akira Tada em Taboão da Serra, Grande São Paulo, sem vida.

O velório e sepultamento ocorrerá nesta sexta-feira (12), das 13h ás 16h, no Cemitério da Saudade em Taboão da Serra. Familiares pedem para que as pessoas que desejarem prestar homenagem a escritora, evitem comparecer trajado todo de preto. O desejo da família é que as cores alegres representem a alegria e alto-astral que Tula Pilar alastrava e transmitia as pessoas ao seu redor.

A escritora fazia questão de interpretar e resgatar com dedicação e sensibilidade a trajetória da escritora Carolina Maria de Jesus, da qual, sempre enfatizou a semelhança com a sua própria história de vida.

A escritora também teve participação em obras coletivas, como o “Negras de Lá, Negras Daqui”, lançado em fevereiro deste ano. Recentemente, ela teve parte de sua história de vida retratada em um perfil literário, publicado em 2018, por meio do livro “Identidade e Força Ancestral: Histórias de mulheres dentro da periferiade São Paulo” – que aborda os fazeres femininos dentro dos territórios periféricos da capital paulista.

O livro escrito pelas jornalistas Brenda Torres e Sabrina Nascimento, contou inclusive com a participação de Tula Pilar em uma roda de conversa de lançamento da obra, realizada no último domingo (7), na Livraria Cultura, na região central da cidade.

Com a partida da escritora, familiares e amigos organizam uma campanha para arrecadar doações, que visam pagar as despesas funerárias. Os interessados podem contribuir por meio dos dados bancários abaixo pertencente filha da autora:

Samantha Pilar Ferreira
Caixa Econômica Federal
Agência:0357
Operação: 013
Conta Poupança: 0000 1062-0
CPF: 363319688 90

Conheça um trecho do livro “Identidade e Força Ancestral: histórias de mulheres dentro da periferia de São Paulo”, que intitula o capítulo da escritora de “TULA PILAR – RESISTÊNCIA”.

Sua jornada se assemelha, e muito, com a de Carolina Maria de Jesus, uma de suas maiores referências. Assim como a de tantas outras mulheres brasileiras que permanecem lutando, diariamente, contra opressões e impedimentos que são justificados com base em uma estrutura racista e misógina. Inclusive observamos que quando fala em Carolina, talvez, Tula esteja falando de si mesma.

Negra com traços fortes, normalmente usando roupas que destacam sua pele e seu sorriso largo, ela não espera por perguntas e se solta para se apresentar sem eira nem beira, sempre com o astral lá em cima.

Sua história tem início em Minas Gerais. Sua mãe, Dona Antônia, era cozinheira, lavadeira e diarista conhecida em Belo Horizonte. Mãe solo de sete meninas, morava na favela Alto do Minério e como a casa da patroa era longe, Tula e as irmãs passaram a viver na casa onde a mãe trabalhava para não ficarem sozinhas.

Em seus poemas entoa, que: a caneta é seu troféu, que quer bordar as palavras no papel e tudo o que quiser dizer. Porque é hora de rufar os tambores e ouvir os rumores: poder e voz para as mulheres negras. Tula é poesia, uma garota ousada e seus pés a levam para onde quer ir, para onde possa sonhar.

PerifaCon atrai jovens nerds dos becos e vielas, diz moradora do Capão Redondo

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A primeira edição da PerifaCon reuniu cerca de quatro mil pessoas, um público representado por crianças, jovens e adultos, fãs de quadrinhos, séries, games e toda cultura geek. O evento ocupou 5 andares do prédio da Fábrica De Cultura do Capão Redondo, no último domingo (24).

Feira de editoras e artistas independentes da PerifaCon (Foto: Vitória Guilhermina)

O universo Nerd ocupou as ruas do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, com a primeira Comic Con da Periferia. Com diversas experiências da cultura pop, como uma feira de quadrinhos, bate papos e oficinas, a iniciativa revelou o interesse da periferia por conteúdos que não são acessíveis aos bairros mais afastados da região central da cidade. O evento também mostrou o seu potencial de público e relevância ao gerar uma extensa fila composta por pessoas e famílias de várias regiões, que contornavam as ruas no entorno da Fábrica de Cultura, equipamento público que sediou o evento aberto ao público.

A Perifacon foi pensada e organizada por um grupo de sete pessoas moradoras das periferias e que são fãs desse universo. O propósito do grupo era levar essa cultura para os extremos da cidade. “A ideia do evento vem a partir de uma galera que é apaixonada por ilustrações, quadrinhos e todo esse universo nerds, de uma forma acessível e gratuita, pensado para estabelecer conexões, relações de troca e afeto” diz Gabrielly Oliveira, 23, uma das organizadoras da iniciativa.

Não foi apenas na gratuidade ou a localização que tornaram o evento histórico, mas toda sua diferença na valorização de artistas e ídolos do próprio território. O beco dos artistas, por exemplo, um dos setores da Perifacon com maior presença de público contou com várias editoras independentes e artistas ingressantes que estavam expondo seu trabalho pela primeira vez. Nas mesas de debate, os principais pontos levantados pelos convidados abordaram a inclusão de mulheres nas produções de conteúdos nerds, representatividade negra e a cultura como forma de resistência.

Enquanto essas atrações movimentaram o público dentro da Fábrica de Cultura, na área externa do espaço acontecia um concurso de cosplay, cultura na qual as pessoas se fantasiam de heróis e personagens de desenhos animados. Mais de quinze pessoas participaram da atividade, com fantasias clássicas, que iam desde Batman e Homem Aranha até a versão feminina do Super Choque e Mario Bross.

Foto: PerifaCon

“Vir aqui hoje é um sonho. Sempre quis muito um evento como esse na periferia.”

Muitos visitantes e artistas estavam comparando o evento com a Comic Con Experience, considerado o maior evento do mundo da cultura geek. No Brasil, essa iniciativa acontece na região central de São Paulo, com ingressos que custam de noventa a quinhentos reais, tornando assim uma programação com acesso restrito a um público que possui uma condição socioeconômica que viabiliza a sua participação no evento.

“Vir aqui hoje é um sonho. Sempre quis muito um evento como esse na periferia. Ser cosplay em um evento como esse é incrível, diferente dos outros espaços, me sinto em casa, é meu espaço”, conta a Amanda Yara, jovem que estava trajando o cosplay da Jubileu, personagem do X-Mean. Ela é moradora do Itaim Paulista, distrito da zona leste. O seu trajeto até o Capão Redondo incluiu a travessia da cidade de metrô, trem e uma linha de ônibus que a deixou próxima ao evento. “Ainda é um mundo muito caro e fechado”, argumenta ela, ressaltando a elitização da cultura nerd.

A jovem Jhennyfer Oliveira, 22, participou da PerifaCon como expositora da área de games. Para ela, a iniciativa fortalece a juventude periférica que curte o movimento geek. “Esse evento é muito importante porque movimenta as pessoas da quebrada a ter contato com outras realidades, alimenta a alma dos jovens. E ajuda a dar visibilidade para essa cultura geek e os trampos das periferias”, ressalta.

“Não tem eventos de nerd na quebrada e tem muito nerd aqui.” 

Antes da realização da PerifaCon, o movimento da cultura geek em São Paulo não possuía uma diálogo direto com o público que mora nas margens da cidade. “A gente cresce vendo os eventos acontecerem sempre no centro da cidade ou em outro país. Não tem eventos de nerd na quebrada e tem muito nerd aqui. Consumimos muito esse universo e eventos iguais a esse reúne todos os nerds que tem escondido dentro das vielas e becos”, enfatiza Larissa Machado, 18 anos, moradora do Capão Redondo, afirmando a representatividade do evento e a sua potência para descentralizar o acesso a cultura nerd na cidade.

Outro ponto marcante da primeira edição da Comic Con da favela, nome pelo qual estava sendo chamado o evento por muitos visitantes, foi a participação ativa de cerca de 40 voluntários, em sua maioria jovens e fãs do universo nerd. Juntos eles produziram os cinco andares do evento aberto ao público. A principal justifica entre eles que os motivou a participar como voluntário foi o fato do evento acontecer na periferia e ser gratuito.

“Esse evento é muito significativo e importante para as periferias, por ele ser na favela e gratuito faz com que as pessoas tenham acesso e consumam isso. Eu quis ser voluntária porque eu nunca tinha ido a Comic Con, eu não sabia como era um evento igual a esse, eu consumo essa cultura e queria ver de perto”, diz Maria Ferreira, 23, moradora de Santo Amaro.

Após o sucesso de público, a organizadora Gabrielly já confirma a realização de outras edições. “É incrível ver a dimensão que o evento se tornou com pessoas de diversas quebradas, crianças fantasiadas e famílias participando. Toda equipe trabalhou muito conjuntamente para fazer isso acontecer, e ver acontecer é emocionante, queremos muitas edições em vários lugares.”

Programa VAI aproxima juventude periférica da gestão pública municipal de SP

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Desde 2003, ano de aprovação do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais – VAI, jovens de diversas regiões periféricas da cidade têm administrado o dinheiro público, para devolvê-lo ao seu território em forma de produções artísticas que geram impactos na economia local e importantes transformações sociais nos moradores.

Oficina de audiovisual do coletivo Mundo em Foco, 2017. (Foto: Mundo em Foco)

Nos últimos 15 anos, o programa VAI mexeu com três importantes estruturas da sociedade civil: impedir o desenvolvimento de atividades artísticas abertas ao público sem o apoio financeiro e institucional do poder público; reconheceu como campo profissional o trabalho desenvolvido pelos coletivos culturais nos territórios periféricos; e viabilizou a participação de jovens com idade entre 18 e 29 anos na gestão de recursos públicos destinados a cultura na cidade de São Paulo.

A partir desses três importantes elementos, essa política pública tem sido importante para promover a descentralização de recursos públicos, inserindo a juventude num dos principais movimentos de produção artística e articulação política dos últimos 20 anos: o Movimento Cultural das Periferias.

Buscando entender os impactos das ações afirmativas, protagonizadas por jovens moradores das periferias, conversamos com três jovens que trabalham a partir do audiovisual, teatro e literatura, e passaram pela experiência de administrar e investir o dinheiro público em seus territórios.

Assista a reportagem completa do projeto #NoCentrodaPauta produzida pelo Desenrola e Não Me Enrola. 

Política cultural de direito: altos e baixos 

Segundo dados da Secretaria Municipal de Cultura, em 2016 o programa VAI apoiou 230 projetos. Já em 2018, esse número caiu para 150 contemplados. Ou seja, cerca de 80 projetos deixaram de receber o recurso público para aplicar em suas ações, contrariando uma cultura da política pública de sempre ampliar o número de iniciativas fomentadas anualmente.

Um dos principais motivos que contribuíram para essa redução no número de projetos contemplados está ligada ao congelamento de 43,5% do orçamento da pasta da cultura na cidade, ocorrido em janeiro de 2017, no início da nova gestão da prefeitura.

O gestor cultural Gil Marçal, ex-coordenador de políticas públicas da Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo, reforça a importância de discutir o orçamento da cidade junto ao poder público: “a política pública e o poder público só avançam com acompanhamento da sociedade, e muitas vezes só avança com pressão. Então é necessário realizar a pressão para inovação e ampliação dos programas.”

A cultura de dialogar com a sociedade sobre suas reais demandas ainda é um desafio para os gestores de diversas políticas públicas. Programas que possibilitam o acesso a recursos e que contribuem para o desenvolvimento do protagonismo juvenil, afetam inclusive a participação política desses jovens.

“O VAI possibilitou que a galera entendesse que esse programa não é um favor, não é uma política de ajuda. É uma política cultural de direito”, enfatiza o gestor cultural.

Marçal ressalta que a partir desse ponto, as pessoas entendem que elas pautam políticas culturais. “É entender que você é um ativo na participação e na construção de novas políticas públicas e de formas que dialoguem com a nossa realidade.”

Autoafirmação e profissionalização da Juventude 

Um dos principais legados do programa VAI consiste na inserção orgânica da juventude periférica no diálogo com o poder público e na gestão de recursos financeiros aportados por essa lei de fomento cultural.

“Enquanto coletivo éramos apenas fotógrafos, não tínhamos isso de fazer oficina. Quando ganhamos o VAI conseguimos passar nosso conhecimento por meio das formações que passamos a oferecer”, relata Rodrigo Sousa e Sousa, integrante do coletivo Mundo em Foco, que atua por meio do audiovisual em Ermelino Matarazzo, contemplados pelo programa pela primeira vez em 2008.

A resposta da juventude para esse investimento tem se apresentando de várias formas, entre elas estão o fortalecimento da economia local à base da produção artística, bem como na ativação de importantes transformações sociais que impactam moradores que participam das ações promovidas pelos coletivos.

“O acesso a esse tipo de recurso fez com que entendêssemos a importância do nosso trabalho. A importância do nosso papel no território. Nosso foco era nos fortalecer e atuar em equipamentos próximos, mas passamos a atuar em outras regiões. Isso foi importante porque começamos a conhecer outros coletivos e outros lugares de resistência que são parceiros até hoje”, conta Rodrigo Candido, integrante da Cia Diversidança, coletivo de teatro atuante no Capão Redondo, zona sul de São Paulo.

Para Carol Peixoto, integrante do Poetas Ambulantes, coletivo que há 6 anos leva poesia para os transportes públicos de São Paulo, contemplados pela primeira vez em 2013, esse recurso afetou na profissionalização do coletivo: “Hoje a maioria do coletivo consegue se manter só com o trabalho cultural. Porque muitas vezes o artista independente faz poesia, mas precisa dar aula. Vende seu livro, mas precisa de outras formas para se bancar. O programa trouxe essa profissionalização de poder receber pelo seu trabalho artístico, porque é uma profissão.”

Para além da profissionalização do trabalho, criação de redes e desenvolvimento territorial, o acesso a políticas públicas como o VAI, contribui para os coletivos ganharem força política e cultural para cobrir lacunas deixadas pelo estado, reforçando ainda mais a importância do direcionamento de recursos para a juventude que produz arte nas periferias.

São ferramentas como essa que dão mais força aos movimentos culturais que sempre existiram nesses territórios, construindo novas possibilidades de vivencia e atuação nesses espaços. “As pessoas não querem mais sair da periferia, eles querem mudar a periferia. Esses jovens tem um senso de mudança para melhor pensando nas suas famílias, seus amigos, nas futuras gerações, e essa marca é muito significativa. Isso é política”, finaliza Gil Marçal.

Esta reportagem faz parte do projeto #NoCentroDaPauta, uma realização dos coletivos Alma Preta, Casa no Meio do Mundo, Desenrola e Não me Enrola, Imargem, Historiorama, Periferia em Movimento e TV Grajaú, com patrocínio da Fundação Tide Setubal.

Cerca de 30 reportagens serão publicadas até o final de outubro com assuntos de interesses da população das periferias de São Paulo em ano eleitoral. Acompanhe os sites e as redes sociais dos coletivos e não perca nada!

Livro retrata ancestralidade de mulheres das periferias de São Paulo

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O lançamento do livro acontece na II Literamina, feira literária feminina articulada por coletivas de literatura atuantes no Grajaú, zona sul da cidade.

Tula Pila é uma das mulheres que tem sua história contada na publicação. (Foto: Sonia Regina Bischain)

Escrito pelas jornalistas Sabrina Nascimento e Brenda Torres, moradoras dos distritos de Grajaú e Cidade Ademar, zona sul da cidade, o livro “Identidade e Força Ancestral: Histórias de mulheres dentro da periferia de São Paulo” – aborda os fazeres femininos dentro dos territórios periféricos da capital paulista. O lançamento acontece neste sábado (23) na segunda edição da Literamina, uma feira literária feminina produzida pela coletiva Sarau das Minas. Aberto ao público, o evento acontece das 12h às 21h no Centro Cultural Santo Amaro com uma programação dedicada a dar voz à representatividade feminina, através da arte e literatura.

Lançado no final de 2018, através do site do Grupo Editorial Letramento, a publicação levanta debates e perspectivas sobre a atuação de mulheres frente a questões sociopolíticas, além disso, o livro faz um balanço sobre o movimento feminista na periferia, a partir da atuação de sete mulheres que compartilharam alguns fragmentos de suas histórias; são elas: Tula Pilar, Ana Paula Nascimento, Marilu Cardoso, Giovana Tazinazzo, Aline Anaya, Jéssica Moreira e Bea Andrade.

O livro faz essa análise através de recortes sobre gênero, raça, classe e sexualidade, levando em consideração um discurso que parte tanto das semelhanças, quanto das diferenças existentes entre as tantas formas e possibilidades de ser mulher.

O projeto foi desenvolvido em 2016 para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) pelas jornalistas Brenda Torres e Sabrina Nascimento, que em 2018 foram selecionadas para o edital “Temporada de Originais” do Grupo Editorial Letramento.

A feira literária feminina contará também com o lançamento da Coletânea Sarau das Mina, desenvolvido pelas organizadoras do evento, além de rodas de conversas, pockets shows, oficinas e performances artísticas.

Agenda
II Feira Literamina
23 de março, das 12h às 21h
Casa de Cultura Santo Amaro – Avenida João Dias, 822

“A literatura irrigou a subjetividade dos moradores das periferias”, diz Maria Vilani em debate no Congresso de Escritores

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Com participações da escritora Maria Vilani, o poeta Binho e mediação da jornalista Simone Freire, a primeira mesa de debate do Congresso Escritores das Periferias voltou no tempo para discutir como foi o processo de surgimento e expansão do movimento literário nas periferias de São Paulo.

Mesa de abertura sobre o surgimento e expansão dos saraus literários (Foto: Ricardo Trindade)

A abertura do 4º Congresso de Escritores da Periferia, realizado neste sábado (24) contou com a presença dos poetas Binho e Maria Vilani e mediação da jornalista Simone Freire. Um dos pontos mais tocados na primeira mesa foi a liberdade de expressão presente nos movimentos literários, que atuam dentro das periferias de São Paulo.

Os poetas Binho e Maria Vilani inicialmente falaram sobre o surgimento e expansão dos movimentos literários na periferia, abordando logo em seguida a importância que os saraus tem para dar voz ao povo periférico, em um local de fala que pertence à eles, por meio de suas poesias e vivências cultuais.

“Pessoas chegavam tremendo para ler algo escrito em algum guardanapo, e hoje são poetas de mão cheia”, lembra Binho, emocionado ao falar de sua experiência pessoal, quando ele tinha um bar que servia como espaço cultural na região do Campo Limpo, zona sul da cidade.

Ao longo do tempo, o poeta percebeu a evolução das pessoas que chegavam tímidas para recitar a primeira poesia e hoje articulam diversos eventos literários em diversos locais de São Paulo e do Brasil.

Já a filosofa Maria Vilani, aproveitou o encontro para contar como se descobriu artista, a partir da relação que criou com os territórios periféricos: “recebi muitas críticas por ocupar as ruas, principalmente por ser mulher, más sempre acreditei que a rua é meu lugar”.

Para Vilani, a relação que temos com o território é essencial para a criação de uma consciência coletiva sobre espaço público. “Não temos que ter medo da rua, temos que melhorar a rua, pois ela é uma extensão de nós mesmos”, enfatiza.

A escritora relembrou que os saraus literários eram eventos comuns no século XIX, entre os aristocratas e burgueses. Vilani se referiu aos poetas como Mecenas, pois eles são os patrocinadores da arte contemporânea em suas comunidades. “As poesias saíram das bibliotecas e estão nas ruas com os Mecenas das periferias. Sarau é um espaço de liberdade que esses poetas têm conquistado”.Após quase três décadas de trabalhos dedicados a produção cultural no Grajaú, periferia da zona sul da cidade, ela reforça: “a literatura irrigou a subjetividade dos moradores das periferias.”

Ao longo do diálogo, os convidados trouxeram muitas experiências pessoais para a roda de conversa e atestaram a importância dos saraus como uma ferramenta de revolução na sociedade, pois através deles somos capazes de entender a nós mesmos e o outro, fomentando a importância do movimento para o povo periférico, que consegue sempre se reinventar, promovendo um ambiente de acesso à cultura cada vez mais democrático.

Moradores do Jardim Ângela marcham pelo direito à vida das mulheres

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Um grupo de cerca de 200 moradores ocupou a Estrada do M´Boi Mirim na noite desta quinta-feira (14), durante um ato que relembrou a morte da vereadora carioca Marielle Franco.

Foto: Thais Siqueira

 Após um ano da morte de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 14 de março de 2018, um grito de resistência da população periférica passou a ecoar o seu nome em favelas e periferias de todo o Brasil. Nesta quinta-feira (14), em diversas cidades brasileiras, manifestantes percorreram ruas e avenidas em atos para homenagear e lembrar a memória da vereadora.

No distrito do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, enquanto moradores chegavam do trabalho e desciam no ponto de ônibus, localizado em frente à base comunitária da polícia militar, no centro do distrito, outro grupo de moradores, em sua maioria representado por mulheres e lideranças comunitárias, com cerca de 200 pessoas, se concentravam ao lado da base da polícia para dar inicio ao ato – Marielle Vive, Nós Também! Pelo direito à vida das mulheres! -, organizado pelo Fórum em Defesa da Vida, uma articulação de organizações sociais que militam por políticas públicas que visam pautar direitos humanos, e a Casa Sofia, um Centro de Defesa e de Convivência da Mulher, que atende mulheres em situação de vulnerabilidade no território do Jardim Ângela.

Veja aqui a cobertura completa do ato.

Ao longo do ato que circulou pela estrada do M´Boi Mirim e ruas paralelas à avenida, as mulheres entoaram falas contra o feminicídio e a constante luta pela garantia de direitos. A escritora Jennifer Nascimento, integrante da coletiva Fala Guerreira que atua na região, acompanhou o trajeto e ressaltou o quanto está sendo importante manter viva a memória de Marielle.

“Acho importante estarmos aqui na quebrada do Jardim Ângela, tristes mas com a memória viva de Marielle, porque nesse território muitas mulheres são mortas, muitas mulheres negras são assassinadas, e nós estamos de olho, sabemos o que está acontecendo e não podemos nos calar”, conta a escritora, que em todo o seu repertório de atuação busca estabelecer laços de afeto e cuidado, abordando questões de gênero no território.

Atenta ao movimento de inúmeros grupos de mulheres que participavam do ato, a escritora ressaltou: “a voz dela foi silenciada, porque aquilo que ela fazia de denunciar o Estado, denunciar a polícia é muito perigoso. A morte da Marielle foi um salve pra gente ficar esperto, mas se eles queriam nos calar, não conseguiram.”

Marielle foi socióloga, feminista e defensora dos direitos humanos. Eleita em 2016 como vereadora do Rio de Janeiro, ela só precisou de 90 dias no cargo de parlamentar para entregar o seu primeiro projeto de lei, uma proposta que previa a garantia de tratamento humanizado para as mulheres que conquistaram na Justiça o direito de realizar o aborto.

Essa agilidade e senso de urgência que Marielle emanava em suas ações políticas, ainda permanecem como um legado das mulheres das periferias. Sejam elas acadêmicas, militantes, artistas, líderes comunitárias ou donas de casa. “Somente no mês de janeiro desse ano 119 mulheres foram vitimas de violência de companheiros. Esse é o numero conhecido. E quantas outras não são conhecidas?”, questiona o padre Jaime Crowe, militante dos direitos humanos que há mais de 30 anos atua na região do M´Boi Mirim.

O ato foi encerrado na Paróquia Santos Mártires, onde uma corrente de oração foi realizada em homenagem à Marielle durante uma missa ministrada pelo padre Jaime.

Agentes de serviços sociais, atuantes na região da M´Boi Mirim que atendem mulheres e jovens, também marcaram presença no ato e denunciaram à população o processo de desmonte desta política pública de assistência social, que está sendo articulado pelo governo municipal de São Paulo. Um grupo de organizações e movimentos sociais, como a Sociedade Santos Mártires, Anistia Internacional, Marcha Mundial de Mulheres Negras e o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo (CDHEP) reforçaram essa denúncia ao longo do ato.