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Rincon Sapiência mostra a força do rap e da arte produzida na periferia durante show em São Mateus

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Conhecido pela autenticidade e estilo musical inovador, o rapper foi umas das atrações do Ensaio Geral, tradicional encontro do rap nacional, promovido pelos articuladores culturais da rede de coletivos São Mateus em Movimento.

Foto: Thais Siqueira

A festa de reinauguração do espaço cultural São Mateus Em Movimento contou com a presença de Odisséia das Flores, De Menos Crime, Dexter, Doctor M´Cs e Rincon Sapiência no palco do Ensaio Geral, evento promovido por Negotinho, um dos fundadores da rede de coletivos. A iniciativa tem aproximado cada vez mais a comunidade da Vila Flávia, bairro do distrito de São Mateus, localizado na Zona Leste de São Paulo, da cultura do rap nacional.

Para o rapper Rincon Sapiência é importante ter ações na periferia que reúnam a cultura e a arte da comunidade. Conhecido pelas suas rimas, Rincon começou sua carreira com o freestyle e acredita que o estilo de fazer rap foi o condutor da sua história. “O freestyle é um lance louco porque na época a gente tinha muito anseio de ocupar os palcos e de cantar, e a gente não tinha tanto recurso como hoje, para produzir e gravar. Eu tinha muita música, mas só no papel de uma forma informal. O jeito de colocar as caras e apresentar nosso talento era fazendo freestyle”, afirma o rapper.

Ao longo da carreira, Rincon Sapiência cantou com NX Zero, Emicida e fez participações em filmes. Em 2013 Rincon contracenou com Wagner Moura no filme “A Busca”, de Luciano Moura e diz que pretende investir na carreira de ator. “Eu fiz uma outra ponta também no filme Jonas e as Baleias, que ainda não saiu, e isso só meu deu ânimo pra atuar, além de fazer música”.

Rincon ressalta que tem produzido e pesquisado músicas de matriz africana, tanto brasileira quanto da própria África, para lançar em breve o seu primeiro CD.

Durante o evento a comunidade pôde participar de Oficinas de Grafitte, Rodas de Samba, Sarau e um Tour pela Galeria de Arte a Céu Aberto com grafittis pintados nos muros do bairro. 

1° Mostra de Teatro de Heliópolis reúne articuladores da dramaturgia na periferia

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Marcada para acontecer em agosto, o evento conta com a presença de entidades, grupos, coletivos e artistas independentes que desenvolvem ações culturais em comunidades do Estado de São Paulo.

A 1° Mostra de Teatro de Heliópolis acontece na própria comunidade de 1 a 9 de agosto. O evento conta com direção artística de Miguel Rocha, fundador da Cia. de Teatro Heliópolis, que este ano completa 15 anos, e curadoria de Alexandre Mate (ECA/USP). A mostra tem como objetivo promover um panorama teatral de espetáculos periféricos e os artistas selecionados receberão cachês por suas apresentações.

A programação será composta por oito apresentações teatrais (adultos e infantis), seis intervenções artísticas, workshop de teatro físico, oficina de produção cultural, além de rodas de conversas, saraus e debates. O intuito da 1° Mostra vem da necessidade de dar continuidade a ações que fortaleçam e estimulem a divulgação de criações artísticas que surgem em meio às comunidades do Estado de São Paulo, dando espaço para novos artistas, principalmente aos que residam na comunidade de Heliópolis.

O diretor artístico, Miguel Rocha apresentará um espetáculo inédito no evento e Daniel Gaggini, responsável pela reestruturação do Festival Cine Favela de Cinema, entre outros projetos, será responsável pela produção do evento. A Mostra será realizada pela Associação Comunitária Nova Heliópolis, Cia. De Teatro Heliópolis e MUK.

Sarau em Guarulhos reforça movimento da literatura feminista

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O evento ganha espaço na agenda cultural da cidade, após sucesso de palestras e rodas de bate papo promovidas pela arte-educadora Nata Neumann. 

Sarau em Guarulhos reforça movimento da literatura feministaNesta sábado (18), acontece o primeiro “Sarau Feminista”, realizado pela arte-educadora Nata Neumann, a partir das 14hs no CEU Presidente Dutra em Guarulhos. Ela que já organizou, no mês de março, palestras e rodas de bate papo com o tema “Mulheres na sociedade contemporânea”, no município, convida, em especial, a todas as mulheres, de coletivos ou não, para participarem.

Com a repercussão e o sucesso dos eventos anteriores, Nata foi convidada pela coordenadora pedagógica Bete Namur a continuar com suas atividades. Ganhando calendário fixo, os eventos acontecerão mensalmente em parceria com a prefeitura.O Sarau ganha destaque como um evento especial no mês de julho, sendo aberto ao público em geral.

Agenda

Sarau Feminista

Local: CEU Presidente Dutra

Endereço: Rua Maria Paula Mota – (no final da rua)

Horário: 14h

Entrada: Gratuita

Evento reúne comunidades do samba na Casa de Cultura M’Boi Mirim

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A União Sul, evento organizado por um time de sambistas de renome, acontece neste feriado (9) de Julho, com a presença de diversas rodas de samba de São Paulo.

Atuando como uma roda única e rotativa, onde os sambistas se revezarão dando vida ao movimento,agrande roda de samba, nomeada “União Sul Comunidades de Samba”acontece pela primeira vez nesta quinta (9), a partir das 14hrs e tem como intuito fortalecer o samba de raiz como forma de valorizar a cultura popular da zona sul de São Paulo. A Casa Popular de Cultura M’ Boi Mirim foi o espaço escolhido para sediar o evento.

Além do samba, o evento terá a presença de expositores, como a “lojinha do samba”, comercializando produtos das rodas de samba presente. Para a comunidade prestigiar o evento, a organização solicita que seja doado um quilo de alimento não perecível, que será destinado a ONGs, asilos, orfanatos e entidades carentes.

Por abrigar um grupo de compositores, a Casa Popular de Cultura M’Boi Mirim tem forte tradição na cultura do samba tradicional, além disso, o espaço oferece diversas atividades culturais e educativas para a comunidade desde 1984, quando foi fundado por uma rede de entidades e movimentos sociais.

Agenda

União Sul Comunidade de Samba

Endereço: Casa de Cultura Popular M’Boi Mirim (Av. Inácio Dias da Silva, s/n º – Piraporinha)

Horário: 14h às 21h

Mais informações: (11) 5514-3408

Entrada: um quilo de alimente não perecível 

Filme “Capitães de Areia” é exibido ao ar livre no Jardim São Luís

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No dia 13 de julho às 18h, a Fundação Julita, organização não-governamental situada no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, realizará a exibição do filme “Capitães de Areia” ao ar livre. Essa exibição especial é realizada pelo “Cine_Juventude”, um momento de exibição de vídeos e roda de conversa com a juventude.

No dia 13 de julho às 18h, a Fundação Julita, organização não-governamental situada no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, realizará a exibição do filme “Capitães de Areia” ao ar livre. Essa exibição especial é realizada pelo “Cine_Juventude”, um momento de exibição de vídeos e roda de conversa com a juventude.

O objetivo do Cine_Juventude é exibir filmes e dialogar sobre a vida do jovem morador da periferia. Acontece toda segunda segunda-feira de todo mês e é aberto à comunidade com entrada gratuita. A atividade começa às 18h e é servido lanche aos participantes.

Sinopse do filme

Um grupo de adolescentes abandonados por suas famílias crescem nas ruas de Salvador e vivem em comunidade. Eles praticam uma série de assaltos, o que faz com que sejam constantemente perseguidos pela polícia. Tudo munda quando, aos poucos, nasce o afeto entre o líder do grupo e a jovem que acabou de integrar o bando.
Baseado no livro homônimo de Jorge Amado, escrito em 1937. Em 2011, ganhou a versão em longa metragem em comemoração ao centenário do escritor.

Cine_Juventude na Fundação Julita
Data: 13 de julho (acontece toda segunda segunda-feira de cada mês)
Horário: a partir das 18h
Local: Fundação Julita: Rua Nova do Tuparoquera, 249 –Jd. São Luís (zona sul de São Paulo)
Contato: 5853-2050 falar com Adélia ou Carlos
Mais Informações: Entrada gratuita com lanche para os participantes

Bloco de Pedra mostra gingado na Virada Cultural com cortejo de Maracatu

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Apresentação do Coletivo invadiu o calçadão do Vale do Anhangabaú e contagiou os foliões que foram assistir o encerramento da Virada Cultural.

Foto: Raphael Poesia

A apresentação do Coletivo Bloco de Pedra invadiu as ruas do centro de São Paulo na tarde do encerramento da Virada Cultural, espalhando alegria e contagiando o público presente com o seu gingado. O grupo surgiu em uma escola pública de São Paulo com um grupo de ex-alunos que se prontificaram a dar aula de maracatu de baque virado, um estilo da dança enraizada na cultura afro-brasileira.

O Maracatu, ritmo afro-brasileiro que mescla percussão, canto e dança tem raízes fortes no estado de Pernambuco, devido à forte relação local com as religiões de matrizes africanas. Já em São Paulo, essa presença está sendo construído aos poucos com apoio de coletivos culturais, como o Bloco de Pedra que prática o Maracatu de Baque Virado. “O grupo é minha vida, vivo para eles, e quero continuar fazendo isto para o resto da minha vida”, destaca Márcio Lozana, diretor artístico do coletivo.

Durante a apresentação do Bloco de Pedra, as pessoas não paravam de dançar e interagir com o ritmo contagiante da percussão e das cantigas. “O nosso barato é tocar maracatu, o que fazemos é apenas uma representação dos afros brasileiros”, diz Lozana sobre os princípios da atuação do coletivo. .

Em mais de 15 anos com aulas de percussão, dança e construção de instrumentos, já se passaram mais de 10 mil pessoas pelas apresentações do coletivo e a Virada Cultural serviu para este número crescer ainda mais, espalhando a cultura do Maracatu pelas ruas de São Paulo. “A dança é feita na periferia, em casa, na rua, em apresentações, no centro ou em Paris, então podemos levar para qualquer lugar, pois além de ser uma técnica de dominação, o Maracatu também é uma alternativa para reunir as pessoas”, finaliza o diretor do coletivo.

Rashid destaca importância da Virada Cultural para o lazer na periferia

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O rapper ressaltou para a equipe de reportagem do Você Repórter da Periferia, a importância do rap para a periferia e a iniciativa do evento de estruturar bons palcos para apresentações em diversas regiões da cidade.

A Virada Cultural, evento que acontece anualmente em São Paulo, teve muitas atrações entre elas, o rapper Michel Dias Costa, mais conhecido como Rashid no cenário do rap nacional. Ele se apresentou no palco da Ocupação Sesc no Parque Dom Pedro II, fechando a programação do evento.

Em sua terceira participação na Virada Cultural, ele destaca a importância do evento estar distribuído por toda a cidade e não só concentrada no centro. “Estou muito feliz porque esse ano tem vários palcos pelas quebradas e não está só concentrado no centro. Tem quer ter cultura de graça nos espaços públicos no centro da cidade e nas quebradas também”, diz.

O Rapper que também atua como compositor e produtor argumentou sobre a importância do rap para a periferia. “O rap é um grande veículo, não só de protesto, mais é uma saída para vários moleques que poderiam estar enfiado em coisas erradas. E vê no rap uma saída de emergência, uma válvula de escape”.

Rashid ressaltou também que pretende atingir todos os públicos com sua música. “Minha música não tem freio, não só minha música, mas no rap. Não se pode colocar freio em músicas que tem tanta coisa pra dizer, temos que deixar que todo mundo ouça”. Ele afirmou ainda que está começando a gravar o seu primeiro álbum oficial. 

Compositores do Samba da Vela esbanjam autenticidade na Virada Cultural

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Em entrevista exclusiva, Chapinha Partideiro, um dos idealizadores do grupo, conta um pouco mais sobre a participação num dos maiores eventos culturais de São Paulo e a proposta da roda de samba de agregar um celeiro de compositores.

Foto: Samba da Vela

A Virada Cultural de 2015 apresentou para os admiradores do samba tradicional a autenticidade dos compositores do Samba da Vela, uma roda de samba fundada há 15 anos pelos batuqueiros Chapinha Partideiro e Paquera Vela, no bairro de Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo, com a proposta de tornar as segundas-feiras do bairro mais amistosas com uma boa roda de samba. Um dos símbolos da roda de samba, uma vela acesa é quem determina a hora de encerramento do encontro de compositores.

Chapinha descreve os 15 anos de existência do grupo como um período de conquistas e cita a participação na Virada Cultural como uma delas. “São 15 anos de resistência, de luta, de batalha e por que não de vitória? Um artista chegar aqui e cantar músicas que fazem sucesso na rádio é fácil, agora nós que cantamos composições da comunidade, chegar aqui e ver o povo cantar junto desse jeito é algo indescritível e impagável.

Com o intuito de dar voz aos compositores da periferia, a roda de samba ainda abre espaço para aqueles que queiram compartilhar suas composições. “O Samba da vela foi criado para abrir espaço pro compositor de samba tradicional que estava “engavetado”. Nós não estamos resgatando o samba, estamos resgatando o compositor que outrora fora esquecido. Qualquer pessoa que escreve uma letra terá a oportunidade de mostrar para nós. É para todos, sem exceção: negro, branco, amarelo, magro, alto, baixinho que nem eu (risos)”, relatou o compositor.

O samba da Vela vem se destacando como uma das rodas de samba mais conhecidas de São Paulo, que pela sua história e luta tem sido considerada uma das principais porta-vozes da cultura periférica da cidade, mobilizando milhares de pessoas nesses 15 anos de trajetória. Durante a entrevista, perguntamos como ele vê a repercussão do grupo, que tem Beth Carvalho como madrinha. “Foi feita uma pesquisa e nela se concluiu que o Samba da Vela (SDV) é visto hoje em 153 países. Isso seria impossível sem a vinda da nossa madrinha Beth Carvalho. Eu acho que se estamos nesse patamar é porque temos alguma qualidade, mas claro, não podemos nos vangloriar e dizer que foi apenas pelo nosso talento. A chegada dela e de outras pessoas fortaleceram e tudo isso foi importante. Recebemos tantas personalidades, jornalistas, jogadores de futebol, cantores e cantoras de todos os segmentos. E tudo isso nos ajudou a fortalecer e dar visibilidade ao nosso trabalho”.

Ele ainda fez diversas homenagens ao seu amigo, já falecido Paquera Vela, presidente do grupo e inventor do uso da vela como cronômetro. “Fazer homenagem pro cara que foi meu parceiro desde 1982, um amigo de tantas histórias e composições, é muito satisfatório e automático. Criamos o projeto Samba da Vela juntos, é muita coisa… Mas antes do (SDV), eu já tinha outros projetos que acabaram parando pelo caminho. Mas o (SDV) foi o marco né, e ele que deu a idéia de colocar a vela como cronômetro e eu sugeri o relógio. E até hoje, as pessoas que não conhecem tem a curiosidade por conta desse diferencial”. Em tom de brincadeira, perguntamos o que acontece se a vela durar sete dias. “Aí tem que levar sete7 pares de sapato, um pra cada dia (risos)”, brincou Chapinha.

Durante a entrevista, ele destacou a importância do interesse dos jovens no samba e na cultura brasileira. “Pra eu dar entrevista pra jovens como vocês é uma satisfação. Os caras da mídia, da rádio, é outra coisa. Isso aqui que é sucesso verdadeiro, pois significa a continuidade do nosso trabalho”, revela o fundador do grupo.

Red Hot Chilli Peppers no Samba da Vela

Ainda falando sobre a expansão do samba e da quebra de fronteiras, Chapinha relata a presença inusitada de um artista durante uma reunião de segunda-feira. “Pra você ter uma noção, uma vez chegou um cara lá, de cabelo vermelho e estilo diferente e todos ficaram curiosos, aí alguém falou que era o Flea, o baixista do Red Hot Chilli Peppers, olha que louco! O cara veio pro Rock In Rio e ao chegar no Rio de Janeiro perguntaram pra onde eles queriam ir: Corcovado, Pão de Açúcar e tal e eles responderam que queriam ir pro Samba da vela. Eles pegaram um avião, decretado a nos assistir, olha o porte do cara! Ultrapassamos fronteiras que antes era impossível pro samba, e só temos que agradecer. Mas o nosso trabalho é simples: é comunidade, união, e é mostrar a capacidade de cada compositor, não fazemos nada demais”, conclui Chapinha.

“Go Skate Day” promove inclusão social e amor ao esporte

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Paralelo a Virada Cultural, o evento contou com a participação de skatistas e admiradores do esporte que cresce a cada dia nas comunidades de São Paulo.

Foto: Rarissa Santos

O “Go Skate Day”, evento conhecido mundialmente e celebrado no dia 21 de junho, reuniu skatistas de diversas regiões de São Paulo para fazer percursos por ruas e avenidas da cidade. Este ano, o evento foi organizado e divulgado pelas redes sociais, convidando os skatistas a se reunirem no vão livre do Masp. Ao som de fogos, eles percorreram até a Praça Roosevelt, onde aconteceu the best trick, forma livre de competição em que cada participante mostrou suas manobras, com direito a brindes e aplausos do público presente.

Em 1988, o então prefeito Jânio Quadros proibiu a prática do skate em alguns locais públicos da cidade. Segundo o jovem Gabriel, um dos participantes do evento, praticante do esporte há um ano e seis meses, a iniciativa serve para marcar os tempos de liberdade para se andar e divulgar o esporte.

Para Pedro, outro participante do evento, andar de skate na rua ainda incomoda a velha geração, que fazem comentários maldosos, afirmando que skatistas são ‘vagabundos’ e ‘maconheiro’, mas de acordo com a sua vivencia, em muitos casos não é bem assim, já que ele e seus colegas só querem andar e se divertir.

O “Go Skate Day” vem para quebrar este paradigma, tornando-se uma ferramenta de inclusão, pois entre os participantes do evento não importa a maneira de se vestir, idade, o modo de falar, cor e nem a condição financeira, pelo elo que os unem vir do amor pela prática do esporte, juntamente com as diversas possibilidades de manobras.

Durante a competição, a animação presente nos participantes se tornava cada vez mais perceptível, pois mesmo com algumas quedas, todos se levantavam e em seguida estavam prontos para mais uma manobra. “Skate é vida, amor, família, união e respeito”, ressalta Nicolas Silva, que há dois anos e meio participa do evento. Encontrando no skate uma solução para se divertir e estar bem consigo mesmo.

Daniel Oliveira, que participa do evento há cerca de dois anos, complementa a declaração do amigo Nicolas, explicando o seu sentimento pelo esporte. ”O skate, sei lá, abre barreiras, como se fosse um ponto de equilíbrio. Esta com stress? Skate. Tá nervoso? Skate. Ele deixa você mais calmo, é algo diferente, quem anda sabe, é difícil explicar para alguém de fora”.

Nas ruas de São Paulo, o skate não representa apenas um esporte, mas sim, um meio de transporte, que incorpora diversão e lazer, servindo também para reunir os amigos.

Pagode da 27 levanta bandeira contra Redução da Maioridade Penal durante Virada Cultural

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Os batuqueiros do Grajaú se apresentaram no palco da Sé-Toniquinho e contagiaram centenas de pessoas com a alegria de suas canções. Antes de iniciar o show, eles afirmaram ser contra a aprovação da lei de redução da maioridade penal.

Divulgação Facebook Pagode da 27/Thais Siqueira

Os paulistanos que decidiram curtir a virada cultural de 2015 durante a madrugada de domingo (21) não ficaram parados. A tradicional roda de samba do Grajaú, bairro localizado na zona sul de São Paulo, contagiou centenas de pessoas que estavam na Praça da Sé, com a alegria em suas canções.

“O Pagode da 27 surgiu há 10 anos, numa roda de samba entre amigos, sem propósito algum, apenas de cantar samba que é o que a gente gosta”, afirmou Nenê Partideiro, um dos responsáveis pelo grupo.

Além de levar alegria à região, a formação da roda de samba mudou o antigo conceito de violência do bairro e isso tem sido motivo de orgulho para todos que contribuem com esse encontro entre amigos. “Eu me sinto orgulhoso e feliz porque uma rua que era perigosa, que era vista no jornal por homicídio, por roubo, hoje é vista pela cultura e todo mundo quer conhecer a 27. É só jogar no Google o nome ‘Pagode da 27’ que aparece a rua como um projeto cultural e todo mundo quer conhecer lá por causa do samba”.

Sabrina Nascimento do Você Repórter da Periferia, em entrevista com integrante do Pagode da 27 Nenê Partideiro.

Nenê acredita que o convite para participar da virada cultural significa um reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos nas periferias. “Você faz um trabalho na quebrada que é o que a gente faz. O que a gente ama. E a maioria das pessoas que conhecem é só as pessoas dos bairros próximos. Quando você expande isso e é convidado para uma virada cultural e você vai ao centro, no marco zero de São Paulo, onde vai ter várias pessoas, como nordestino, baiano, paulista e vai estar todo o estado concentrado no centro da cidade, isso é bom porque o seu trabalho é visto por todo mundo, não só do Grajaú, da ponte pra cá também tem muita importância”, completou.

Os batuqueiros da 27 também realizam um projeto social, no qual arrecadam doações para distribuir alimentos a famílias e entidades carentes. “Eu me sinto honrado juntamente com meus amigos do pagode e meus amigos músicos por fazer parte dessa transformação social”, comentou Nenê sobre as consequências positivas dessa iniciativa, que convida o público presente no samba a doar um quilo de alimento que será destinado às ações beneficentes do projeto.

O batuqueiro também define em “Amor, gratidão, respeito e transformação social” o sentimento que tem por fazer parte do grupo e das ações sociais realizadas.

Maioridade Penal

Como um grupo pertencente à periferia e que vivência diariamente as carências educacionais e culturais que os jovens têm nos bairros distantes do centro, além da exposição constante ao tráfico de drogas e à violência física e moral que eles são submetidos, o Pagode da 27, antes de iniciar seu show afirmou ser contra a aprovação da lei de redução da maioridade penal e esse foi um assunto comum nos palcos onde se apresentaram grupos das periferias da cidade, como Filhos de Ururaí (zona leste) e Sarau do Grajaú (zona sul).

A lei de redução da maioridade penal pretende diminuir a idade prisional de 18 para 16 anos e está em debate na Câmara, ainda sem aprovação absoluta, mas com muitas oposições já que não há uma boa estrutura penitenciária no país e nem educação de qualidade para os jovens da periferia.