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Coletivo #SomosNós reforça militância cultural e política na zona leste

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Articulado pelo militante sociocultural, Douglas Belchior, o coletivo vem desenvolvendo iniciativas para buscar representatividade política na Câmara Municipal de São Paulo em parceria com artistas, músicos, escritores e professores filiados à APEOSP.

Foto: Rogério Suenaga

Por meio de um sarau articulado pelo militante dos direitos da população jovem e negra da periferia, Douglas Belchior, na subsede do Sindicato de Professores Oficiais do Estado de São Paulo (Apeoesp), no bairro de Itaquera, zona leste da cidade, o coletivo #SomosNós deu inicio a uma série de ações focadas em promover debates e apresentações culturais, para fortalecer a representatividade política dos movimentos de luta social na Camará Municipal de São Paulo.

Além de contribuir para construção de redes de cursinhos populares e comunitários na Educafro e Uneafro, o idealizador da proposta do coletivo, Douglas Belchior, é graduado em história e leciona em escolas públicas da cidade de São Paulo.

Segundo Belchior, o coletivo #SomosNós, tem o objetivo de reunir diversos grupos populares da cidade, como militantes da Uneafro, professores ligados a sindicatos, grupos autônomos sindicais, militantes de saraus, grupos feministas, entre outros. “A ideia está crescendo e que este ponto de encontro que reúne ativistas de vários lugares continue independente da campanha eleitoral e permaneça alimentando este espaço de diálogo”, enfatiza ele, que é candidato à vereador pelo PSOL.

As Despejadas, um grupo musical formado por mulheres há um ano no município de Guarulhos, está entre o time de artistas que marcaram a realização do evento na sede da APEOSP, chamando atenção do público presente pelas letras de suas canções que abordam temas como: preconceito, machismo, violência policial, entre outros questões sociais.

“A Pastoral foi o começo de militância e o início do desenvolvimento artístico através da música e do teatro”, conta a integrante do grupo, Nataly Ferreira, lembrando que elas se conhecem desde os tempos de escola e dos encontros na Pastoral da Juventude, entidade símbolo de empoderamento juvenil.

Para Vitória Silva que também integra o grupo Despejadas, a escola foi importante para a formação política e cultural o grupo. “Participamos de debates sobre diversos temas, como ditadura, violência, machismo, consciência negra, temas que servem de base para algumas das nossas canções”, ressalta.

Outro protagonista do evento foi o poeta Sergio Vaz, com o lançamento do seu livro “Flores de Alvenaria”. Ele enfatiza que “a ideia é homenagear o povo da periferia que moram nas casas de alvenaria. As casas são as flores e as pessoas são a sementes”, diz o autor, ressaltando que é a primeira vez que lança seu livro na zona leste.

Belchior conta que a diversidade e representatividade do coletivo faz parte do propósito de ocupar um espaço na Câmara municipal de São Paulo, como vereador, para dialogar com as demandas em favor da população negra, periférica e trabalhadora.

Lurdez da Luz lança novo EP intitulado “BEM VINDA”

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Em 2016 Lurdez fez a família crescer e nos presenteia com um novo trabalho cheio de inspiração e esperança.

A ideia de aproveitar esse momento para compor e registrar canções foi dos músicos que já a acompanhavam na estrada a um certo tempo: Bruno Esteves e Heder Vicente. Os dois formam uma dupla de produção musical chamada PParalelo, que visa a criatividade aplicada em diversas áreas da música. Eles levaram um fantástico estúdio móvel até a casa de Lurdez e assim encontraram um conceito consistente para as 5 faixas do EP.

Como músicos, os dois já acompanharam Gaby Amarantos, Thiaguinho, Tony e Izzy Gordon, Luiza Possi e mais uma grande lista de artistas brasileiros, porém eles queriam mais espaço para criação e então começaram uma série de vídeos no youtube – PParalelo Live Sessions, com artistas de diversos segmentos e se permitindo viver algo novo.

E foi isso que aconteceu em BEM VINDA, o background da música pop dos produtores com a vivência de uma mc que vem da cena underground do rap de São Paulo resultou em um som bastante original. “Eu a uns 15 anos venho fazendo músicas onde procuro mesclar o hip hop com a música brasileira e outras sonoridades atuais de todo o mundo, e esse trabalho é um registro precioso dessa busca”, sintetiza Lurdez.

A gente se aproxima muito da fonte de toda criação quando está gerando uma nova vida, e se a mulher ficar atenta vai perceber uma conexão enorme com os canais para inspiração”, declara Lurdez da Luz sobre o porquê de produzir durante a gravidez.

De fato, a rapper desde o começo dos anos 2.000 escreve uma trajetória ímpar: já abriu shows de ícones do rap norte americano como Jurassic Five e De la Soul, tem um disco coletivo com a participação de Nana Vasconcellos, assina parcerias com Jorge Du Peixe (Nação Zumbi), Russo Passapusso (Baiana System), Kiko Dinucci (Metá Metá) e com a banda Aláfia, além de uma apresentação na premiação do extinto VMB com Karol Conká, Flora Mattos e Marcelo D2 por conta de um clipe que chegou a primeiro lugar nas paradas da emissora.

Ela também foi contemplada pelo Natura Musical com uma turnê por diversas capitais do Brasil, participou do primeiro programa Cantoras do Brasil, que contava também com Malu Magalhães e até Camila Pitanga entre outras divas e já abriu o show do grupo mais importante de rap da história do país, os Racionais MC’s dentro da turnê Cores e Valores em 2015.

Rádio Tambor contribui para o surgimento de novos artistas na região da Pedreira

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Foto: Instituto Cultural Dandara

Com a realização de oficinas de formação cultural, nas áreas de DJ, Mc, Mixagem, Teatro, Confecção de Roupas e Criação de artes gráficas, a Rádio Tambor, projeto contemplado como Ponto de Cultura junto ao Instituto Cultural Dandara, organização localizada no distrito da Pedreira, zona sul de São Paulo, está mudando o cotidiano dos jovens da região.

Em parceria com o CEU Alvarenga, a Rádio Tambor vem realizando apresentações artísticas e expondo produções autorais desenvolvidas pelos alunos que participaram das oficinas. A iniciativa é resultado de meses de aprendizado nas variadas oficinas oferecidas pelo Ponto de Cultura, administrado pelo projeto, que tem atuação direta em três regiões da zona sul: Pedreira, Jabaquara e Cidade Ademar.

Atuando como coodernador de polo na unidade do CÉU Alvarenga, o rapper Yamada conta que a ideia da Rádio é levar a Pedreira para o mapa da cultura paulistana: “Aqui tem educação, aqui tem artista, cultura hip-hop, afro e nordestina. Queremos mostrar que o lado de cá da Pedreira tem voz”, afirma ele, ressaltando que toda a produção do evento é feita por alunos, desde o figurino até a escolha das apresentações.

O Rapper diz que a participação desses aprendizes na montagem de eventos, revela a evolução que eles ganham com os meses de aprendizado: “Essa participação nos mostra o quanto eles estão inseridos”, declara..

Rapper há 10 anos, Yamada começou a participar do Instituto Dandara com intervenções artísticas nos eventos da organização. Seu talento e criatividade como Rapper chamaram a atenção do coordenador do espaço, que o convidou para atuar efetivamente no projeto Rádio Tambor.

No grafite, o jovem Alex Mout encontrou sua vocação para o desenho e aguçou sua criatividade. As ruas mostraram a ele uma maneira de ganhar a vida fazendo o que gosta. Desta forma, Mout formou – se em Design gráfico e foi professor de web designer na Rádio Tambor, no último bimestre.

Tímido e sem experiência para atuar como professor, o designer se interessou pela proposta em fazer algo novo e desafiador. Hoje, ele exalta como evoluiu com seus alunos: “Na primeira aula eles não sabiam nem abrir o programa. Na última, eles que fizeram o flyer do evento. A troca de conhecimento foi essencial”, contou. Apesar de o curso entrar em uma nova etapa, sem Mout, as aulas dadas por ele serviram para agregar valores no designer: “O curso que eu dei é muito caro por fora. Facilitar o acesso é mudar a vida das pessoas e abrir as portas para novos talentos”.

Formada em publicidade e estudante de moda, Pamela Monte é aluna na oficina de Cenografia e figurino há dois meses. A estudante se interessou pelo projeto por oferecer a sua área uma nova visão sobre confecção de roupas: “Aprendemos a fazer muita coisa com pouco. Reutilizar material, usar sua criatividade com o que tem ali. O improviso foi o mais importante pra mim”, destaca.

Moradora de Diadema e atuante do coletivo “Cabroxa”, que exalta a cultura nordestina, Pamela conta que pôde agregar valores com outros participantes do projeto e leva-los para sua região. “Você sempre acha que fora da sua quebrada é mais legal, que no centro eles sabem fazer melhor. Mas nós sabemos fazer. Se encontrar com os seus vizinhos, conviver com eles, é o que torna a mudança para cada um”, finaliza ela, reforçando a importância de um projeto social em regiões mais afastadas do centro de São Paulo.

Feira Literária da Zona Sul promove duas semanas de atividades culturais em espaços públicos da periferia

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Criada pelo coletivo Sarau do Binho, a segunda edição do evento traz o tema “Gente que lê, une e Transforma”. Ao longo de 12 dias, uma série de atividades ocuparão equipamentos públicos de cultura e educação, localizados no Campo Limpo, Jardim São Luiz e Capão Redondo.

De 12 a 24 de setembro, a Feira Literária da Zona Sul (FELIZS), iniciativa do Sarau do Binho, coletivo formado por artistas, educadores e autores independentes da região do Campo Limpo, bairro da zona sul de São Paulo, ocupará diversos espaços culturais e educacionais da cidade, possibilitando maior acesso das pessoas às atividades propostas pelo evento, para evidenciar a diversidade cultural da produção literária na periferia.

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Com uma programação composta por conversas literárias, feira de livros, saraus, oficinas culturais, apresentações musicais, intervenções de dança e teatro, feira de artesanato, debates e exposição sobre mídias independentes da periferia, entre outras ações, a FELIZS 2016 irá percorrer unidades de CEUs, Casas de Cultura, Escolas Públicas, Bibliotecas Públicas e espaços culturais independentes, como o Bloco do Beco, Espaço CITA, CIEJA Campo Limpo, Espaço Clariô de Teatro e o SESC Campo Limpo.

Diane Padial, umas das curadoras da programação da Feira Literária da Zona Sul, destaca que o evento cresceu em relação à primeira edição, realizada em 2015. “Nós teremos 12 dias de programação seguidos. Isso significa um aumento de 100% em relação ao número de atividades realizadas no ano passado. Ou seja, vamos conseguir ampliar o número de pessoas impactadas pelos artistas da periferia e manter o nosso propósito de transformar pessoas por meio do contato com o universo da leitura”, afirma ela, citando que o evento tem uma estimativa de público de 9 mil pessoas.

Com o tema “Gente que lê, une e Transforma”, a segunda edição do evento apresenta importantes levantamentos sobre a produção literária da zona sul de São Paulo. “Nesta edição, vamos fazer uma homenagem à Raquel Trindade, a Kambinda, ativista da cultura negra, artista plástica, poeta, dançarina e coreógrafa, que este ano completou 80 anos, sendo 60 deles dedicados à carreira de artista popular”, ressalta Padial.

Um dos destaques da abertura da Feira Literária da Zona Sul, no dia 12, é a realização do tradicional Sarau do Binho, no espaço Clariô. Já no encerramento do evento, que será realizado no dia 24, na Praça do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, a Feira de Livros, composta por mais de 50 de expositores, representados por editoras e autores independentes, será o centro das atenções do público presente, em paralelo a realização de conversas literárias e intervenções artísticas.

A educadora Suzi Soares, integrante do Sarau do Binho destaca que um dos principais objetivos da FELIZS é trazer a tona diversos temas relevantes em torno da literatura, sociedade e território. “A produção literária da periferia é muito rica. E sua linguagem e estética merece não só um evento como esse, mas vários por ano. Por isso, fazemos questão de ocupar espaços onde está a juventude, para compartilhar essa informação com eles.”

Outro compromisso da FELIZS está focado na educação, como uma forte aliada dos processos do conhecimento. “Por meio do Sarau do Binho, nós estamos desenvolvendo um trabalho de base, junto às escolas, CEUs e bibliotecas da região, em parceria com os educadores, pois acreditamos que é possível mostrar aos estudantes que a arte estimula o conhecimento de forma natural e prazerosa”, finaliza Soares, lembrando que o evento terá uma programação dedicada a formação de 500 educadores do ensino público.

Sobre a Feira Literária da Zona Sul (FELIZS)

Criada em 2015 pelo Sarau do Binho, um dos principais coletivos literários da periferia de São Paulo, a FELIZS nasce de um desejo de reflexão sobre o movimento cultural que temos vivido ao longo dos últimos anos. Temos hoje um panorama pulsante de múltiplas linguagens que vem sendo, em parte, impulsionado pelos saraus nas periferias. Há uma multiplicação de iniciativas e estas reverberam cada dia mais nos mais variados espaços comunitários e culturais.

O evento também é uma iniciativa para unir potenciais num único espaço e observar a grandiosidade de propostas que a periferia vem desenvolvendo. Queremos nos ver e fortalecer num processo de sinergia, potencializando as ações individuais conectadas ao processo coletivo. Dentro dessa lógica, o fazer cotidiano é essencial, mas é saudável um respiro para reflexão: pensar sobre os caminhos, identificar nossa grandeza e nossas dificuldades.

Confira aqui a programação completa do evento.

Confira a matéria do Você Repórter da Periferia na Felizs 2015!

Festa Sound System mobiliza público para apoiar ações culturais coletivas no Capão Redondo

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Para levar a cultura Sound System a todas as quebradas, o coletivo Guetho Dance Posse está em busca de financiamento colaborativo para fazer manutenção dos seus equipamento de som.

Neste domingo (04), a Barraca do Saldanha, tradicional espaço de cultura, localizado no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, será palco de mais uma festa sound system, promovida pelo coletivo Guetho Dance Posse. O coletivo atua de forma itinerante, realizando festas dub em várias comunidades da zona sul, como Jardim São Luiz, Capão Redondo e região.

Além de garantir muito agitação e energia positivas ao publico ao som de muito Dub, Ragga e Raggae, o evento é uma iniciativa para arrecadar dinheiro para a manutenção do sistema de som do coletivo, com a intenção de manter a realização contínua de outros eventos gratuitos para toda comunidade.

Com oito integrantes e um histórico de sucesso na realização de várias Sound Systens na Praça do Chácara Santana, localizada no Jardim São Luiz, o Guetho Dance Posse começou a desenvolver esse trabalho em 2013. E de lá pra cá, tem se dedicado a fazer a periferia dançar, segundo informações de Henrique Cabette, articulador cultural do coletivo.

Agenda

Saldanha In Dub 1ª Edição: Guetho Dance Sistema de Som

Local: Barraca do Saldanha

Endereço: Rua Marco Basaiti, s/nº, Capão Redondo, São Paulo – SP

Data: 04/09

Horário: Das 14h às 22h

Entrada: Homem – R$ 2,00

Mulher Free

Mutirão Cultural agita comunidade da Brasilândia com festa Sound System

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O evento é uma iniciativa de articulação entre os coletivos Raízes Sound System e , que se uniram para levar Grafite, Rap, Reggae e Dub em uma ação cultural aberta à comunidade.

Com músicas de raiz tocadas com consciência, neste sábado (13), acontece a primeira edição do Mutirão Cultural na Vila Santa Terezinha, bairro localizado no Distrito da Brasilândia, na zona norte de São Paulo. Além de muito Rap, Reggae, Dub e Grafite, o evento terá microfone aberto para manifestações culturais, espaço para arte infantil com premiação para os melhores artistas mirins e um bate papo sobre a importância da cultura na sociedade moderna e o seu impacto na periferia para diminuir a criminalidade.

O evento é fruto da articulação comunitária dos coletivos Raízes Sound System e Jaúmaica Sound System, que estão apostando em iniciativas como essa para difundir a cultura sound system na periferia de São Paulo.

Agenda

Mutirão Cultural de Graffiti, Rap E Dub

Endereço: Rua Alípio Batista Pinto – Vila Santa Terezinha

Data: 13/08

Horário: 10h

Entrada: Gratuita

Coletivo inicia série de rodas de conversa no Capão Redondo para resgatar ancestralidades da periferia

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Com a presença de moradores, artistas da periferia, ativistas culturais e pesquisadores, o Coletivo Periferia, Cultura e Resgate, formado por um grupo de historiadores, realizou a primeira roda de conversa, cujo tema abordou a “despersonalização do negro na sociedade”.

Com o objetivo de discutir e estudar as origens africanas e indígenas dos moradores da periferia de São Paulo, o Coletivo Periferia, Cultura e Resgate, formado por um grupo de amigos historiadores, iniciou um ciclo de rodas de conversa no último domingo (31), numa quadra comunitária do Jardim Sonia Ingá, um dos mais de 60 micro bairros que compõe o distrito do Capão Redondo, localizado na zona sul de São Paulo. Em Tupi, Capão Redondo significa “ilha do mato” ou “uma porção de árvores isoladas no meio de um terreno”.

Além da roda de conversa que estimulou importantes debates e gerou conhecimento sobre a despersonalização do negro na sociedade, luta de classes, identidades e raízes afro e indígenas, o coletivo promoveu importantes atividades culturais, como oficinas de turbante, stencil, mandalas, apresentações musicas, literatura e uma ação focada em troca de livros. A presença de crianças da comunidade que se juntaram ao evento, para participar das oficinas de turbante foi um dos momentos marcantes nas atividades desenvolvidas pelo coletivo.

Segundo Will Ferreira, integrante do coletivo e morador de Parelheiros, bairro da zona sul de São Paulo que abriga algumas aldeias indígenas, a formação do coletivo se consolidou durante o processo de escrever o projeto para o VAI, programa de valorização de iniciativas culturais da Secretaria Municipal de Cultura. “A ideia era fazer um sarau itinerante e ter esse resgate histórico e que fosse dentro da periferia”, explica o ativista cultural sobre o processo de criação do projeto.

Ele ressalta que ser contemplado pelo VAI propiciou ao projeto o suporte necessário para começar suas atividades focadas em resgatar a história dentro da periferia e aproximar as quebradas. A escolha e justificativa dos temas para os debates, parte muito das referencias e percepções de cada integrante do coletivo e a proposta também é trazer dessas rodas de conversa soluções.

Durante a roda de conversa, a professora de história, Angélica Bispo, moradora da Cidade Dutra, bairro próximo ao Grajaú, zona sul de São Paulo, relata uma pesquisa realizada por ela em torno das publicações de três grandes revistas focadas na mulher brasileira. “Da década de 80 até o outubro de 2015, eu pesquisei 1.200 capas de revistas, entre elas a Claudia, Nova e a Marie Claire e nesse meio tempo eu só encontrei 10 capas que trazia uma mulher negra, mas em todas elas a personagem era a Thais Araújo. Mas há muitas outras mulheres negras que poderiam ocupar essas e outras capas”, disse a professora sobre a falta de espaço da mulher negra na mídia brasileira.

Por meio destas rodas de conversa que abordam racismo, território, gênero e identidade cultural, o coletivo espera contribuir para resgatar e fortalecer cada vez mais os laços do povo negro e periférico com as suas ancestralidades.

Poeta enriquece patrimônio cultural da periferia com exposição de artes plásticas

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Criada pelo poeta Casulo, a exposição Metal Morfose foi um dos destaques do Festival Percurso, chamando a atenção do público em meio as diversas intervenções artísticas que aconteceram na Praça do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

A exposição Metal Morfose, criada por Gilmar Ribeiro, mais conhecido como poeta Casulo nos saraus literários da periferia de São Paulo, foi um dos pontos marcantes da terceira edição do Festival Percurso, que aconteceu no mês de julho, na Praça do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

O evento foi realizado pela Agência Popular de Cultura Solano Trindade em parceria com a União Popular de Mulheres de Campo Limpo, ambos grupos que atuam de forma coletiva para sugerir, criar e implantar soluções de combate a vulnerabilidade social e estimular a produção cultural da periferia. Além de apresentações musicais, intervenções culturais espalhadas por todo o território da praça do Campo Limpo, o evento destacou o trabalho de alguns artistas da periferia que tem uma atuação diferenciada e integrada com diferentes linguagens artísticas, como por exemplo, o trabalho do poeta Casulo.

Com peças de carro reaproveitadas, Casulo deu vida à esculturas em forma de animais que ocuparam a parte central da praça e chamaram a atenção do público presente. “Quando eu trabalhava de empregado, eu via essas formas diferentes nas peças, enxergava essas outras possibilidades”, diz o artista, sobre a exposição das suas obras na terceira edição do Festiva Percurso.

Enraizado na profissão de funileiro, desde os 18 anos de idade o poeta vem criando novas obras, aproveitando peças automotivas inutilizadas após o conserto de carros, para dar um novo significado às peças, ligando as semelhanças de animais com as sucatas de máquinas.

Ele compara o valor artístico das peças como um patrimônio cultural da arte periférica, devido ao fato de suas obras não serem comercializadas. “Se eu estivesse vendendo, eu não teria mais nenhuma peça e não seria possível estar fazendo isso hoje, nessa feira”, afirma Casulo, ressaltando a essência da criação das esculturas. “A maior ideia é a coisa sustentável, achar que é possível se fazer com o material que se tem.”

Feira de Economia Solidária exalta identidade africana e indígena no Campo Limpo

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O evento aconteceu durante a terceira edição do Festival Percurso, iniciativa que visa estimular o crescimento da economia solidária e destacar a diversidade cultural da periferia de São Paulo.

Foto: Joice Soares

Um dos destaques da terceira edição do Festival do Percurso foi a realização da Feira de Economia Solidária, iniciativa que reuniu mais de 50 expositores, para comercializar produtor e serviços que representam a diversidade cultural e étnica da periferia de São Paulo. O evento foi organizado no mês de julho, na Praça do Campo Limpo, zona sul da cidade, por meio de uma parceria com a Agência Popular de Cultura Solano Trindade e a União Popular de Mulheres do Campo Limpo.

Em meio aos diversos tipos de artesanato, artes plásticas, quadros, acessórios, vestimentas e comidas típicas, comercializadas pelos expositores, a relação com a cultura africana e indígena estava sempre estampada nos artigos e no público presente no evento.

O pirógrafo Rafael Douglas, expositor da Feira de Economia Solidaria, conta que abandonou seu emprego registrado para viver de arte por ser amante da cultura africana. Em parceria com sua esposa Carol Rocha, ele vive hoje de artesanato e tenta passar sua mensagem através da pirografia. “A pirografia é uma arte milenar que exige muita paciência. Mas eu gosto disso. Gosto de ver produtos brutos ganhando forma. Pirografar me proporciona isso”, explica.

Os quadros do expositor revelam sua paixão por animais e por ídolos que marcaram a história da resistência negra no mundo. “A África é o nosso berço. Até mesmo um branco é miscigenado. Temos que valorizar nossos ancestrais e aqueles que lutaram por nós”, destacou, enquanto segurava um quadro de Nelson Mandela.

Tanto os quadros feitos à mão, como o nome da empresa de Rafael (Ewaci Artesanatos), fazem referência aos Orixás africanos. Ele explica que apesar de já ter passado por muitas religiões e se convertido no Islamismo, a única candomblecista do negócio é sua esposa e que ele não é seguidor de nenhuma religião atualmente.

Outro personagem marcante da Feira de Economia Solidaria foi o Pajé Sebastião, representante da Tribo Guarani de Parelheiros. Ele levou para o evento alguns elementos que são símbolos da cultura indígena e valorizavam a essência do povo nativo do Brasil, como por exemplo, o Arco e Flecha e o Berimbau.

Chamando a atenção de quem passava pela sua barraca, o Pajé conversava com outros integrantes na língua da sua Tribo: Guarani MBYA. Engajado em fortalecer as raízes da cultura indígena na cidade, ele ressalta a forma simples que a tribo emprega para manter viva a criação do artesanato. “Aprendemos desde pequeno mesmo e vamos passando o conhecimento, de geração para geração”, diz ele, enquanto segura em suas mãos um instrumento de percussão utilizado para chamar a chuva.

Sobrevivendo apenas do artesanato, ele conta que não vende muito e que não costuma ir a muitas feiras. Enquanto empacotava os produtos para ir embora, ele explicava que a máscara de couro de jaguatirica servia para tornar o caçador um guerreiro: “Ele coloca no rosto pra mostrar que é forte, que é guerreiro”. Sem entregar cartões ou divulgar seu trabalho em redes sociais, o Pajé Sebastião e sua Tribo enalteceram suas raízes com a beleza da cultura indígena durante o evento.

A professora de Artes, Maria Aparecida André dos Santos – ou Cida, como prefere ser chamada – conta que pagava o material da sua faculdade com o artesanato e conseguiu realizar o sonho de ser professora por meio da sua arte. Vinda de Itaquera para divulgar seu trabalho no evento, Cida afirma que sua identidade cultural foi construída através da familiarização com o crochê. “Eu sempre gostei de mexer com miçangas e fazia pulseiras. Interessei-me pelo crochê e o resto aprendi com a minha mãe”, afirma.

Hoje, sua empresa “Criativitude”, acrescenta valores econômicos e sociais na população, transformando o tempo livre de uma professora de ensino público e empreendedora da periferia. “Agora com essas novas tecnologias, quero divulgar meu trabalho e acredito que vai ser valorizado com o passar dos anos”, finaliza.

Mostra de Curtas Guarulhenses destaca produção audiovisual local e independente da cidade neste sábado

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Um dos filmes que serão exibidos foi produzido com orçamento de R$ 1,500, arrecadados em rifas.

O Cineclube Incinerante, iniciativa do grupo Polissemia, promove neste sábado (30), a 2ª Mostra de Curtas Guarulhenses, a partir das 18h, na cidade de Guarulhos, região metropolitana da grande São Paulo. Com entrada gratuita, o evento tem como objetivo reunir a produção audiovisual local e independente de 2016 e aproximar o público da equipe que está por trás de toda a realização dos curtas-metragens.

Ao todo, 12 curtas-metragens serão exibidos, sendo que quatro deles serão estreados na mostra: Tempos de Guerra (Polissemia); A Criatura (Nova); Entre Máscaras (Cia Bueiro Aberto); Gato Preto (Barreto Filmes). Os gêneros das produções são os mais variados e vão desde ficção, documentário, animação e até musical.

Segundo Renato Santos, um dos organizadores e filmmaker do Polissemia, as expectativas para o evento já estão sendo atingidas. Um dos fatores que remetem isso é o número de filmes inscritos, todos produzidos esse ano. “Pela minha vivencia no audiovisual da cidade, nunca se produziu tanto, é de fato um novo movimento o que estamos presenciando e que precisa ser apresentado ao público guarulhense. Esperamos casa cheia com um proveitoso debate sobre os filmes e sobre o cenário da cidade”, afirma.

No final de cada exibição, ocorrerá um debate com os diretores dos filmes, onde o publico poderá tirar suas dúvidas sobre toda a produção e execução dos trabalhos. Para encerrar a noite, as bandas Vitrola Mágica, Pedra Roxa e a dupla estreante Lopes/Loureiro se apresentam na sacada da Bangnet, levando muito rock’n’roll, MPB e músicas alternativas a todos os convidados.

Agenda: 2ª Mostra de Curtas Guarulhenses

Local: Bangnet

Endereço: Rua Paulo Lenk, n.128, no centro de Guarulhos.

Data: 30 de julho Horário: 18h

Entrada: Gratuita

Classificação: 12 anos