“Eu venho descobrindo essa parada de jogo de celular agora”, diz gamer da quebrada

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O Free Fire é um jogo eletrônico mobile de ação e aventura que faz parte do cotidiano de jovens e crianças que moram nas periferias e favelas, pelo favor de incentivar a criação de comunidades virtuais, propiciar experiências coletivas e fomentar a cultura gamer na quebrada.

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creditos Beatriz Santos

 Jogar Free Fire pra curtir um lazer na quebrada, passar o tempo pra fugir das neuroses e ainda chamar os parças da família para formar o time e colaborar na criação das táticas que só eles conhecem. Esses podem ser os principais atrativos para muitos jovens da quebrada, que estão tendo oportunidade de acessar o universo gamer, a partir da popularização do acesso ao celular nas periferias e favelas de São Paulo.

Um dos jovens que fazem parte desta cultura é Yago Brito, 21, morador do Jardim Santa Lúcia, bairro localizado na zona sul de São Paulo. Ele lembra que a sua namorada lhe apresentou o jogo e logo em seguido fez o download, mas mesmo assim não foi possível jogar devido a problemas com o seu dispositivo.

A cultura gamer sempre esteve distante das periferias, devido alto valor dos consoles e dos jogos. Como o Free Fire é um jogo eletrônico disponível para ser jogado em dispositivos mobile, isso o aproximou e cativou muitos jovens como Yago, que transformou o jogo em um hábito que faz parte da sua rotina dentro da quebrada. “Eu fui me aprofundando, me especializando cada vez mais, e fiquei viciado no Free Fire”.

Ele conta que por dia passa em média de duas a três horas por dia jogando Free Fire, porém esse tempo fica relativo, quando percebe que não ultrapassou seus próprios limites. “Tem vezes que eu acho que não to numa média boa, que eu to ruim, aí eu me esforço mais, eu fico algumas horas a mais”, afirma.

O jovem conta que hoje sua patente é a Diamante 2, pontuação no jogo que serve para classificar por posição os jogadores com mais habilidades. Yago está a 2 posições do mestre, uma das mais altas patentes do jogo. “Toda jogada você sobe de uma patente, e você tem a maior patente que é o mestre e o objetivo é alcançar ela, eu to quase lá, uma hora eu chego lá”, descreve.

 Cultura gamer, família e amigos

creditos Beatriz Santos

A possibilidade de criar uma comunidade virtual formada por amigos e parentes no Free Fire é um dos principais atrativos avaliados por Yago, que o faz passar horas em frente à tela do seu celular. Outros pontos bem importantes observados por ele é a qualidade da computação gráfica que está acessível na tela de celular e a jogabilidade que o jogo oferece.

Essa experiência de ter uma patente Diamante e estar em busca de conseguir a classificação de mestre está sendo vivenciada há apenas um ano, pois foi em 2019 que Yago conseguiu acessar essas tecnologias e vivenciar a cultura gamer na quebrada.

“Eu venho descobrindo essa parada de vídeo-game e jogo de celular agora sabe, antes na minha infância meu pai e minha mãe não tinham condições de proporcionar um vídeo-game, e um celular para que eu e meus irmãos pudéssemos jogar. Foi depois que eu fiquei mais velho, que pude ter essas paradas sabe, e foi agora que foi despertando esses interesses”, argumenta o jovem.

 Yago atribui todas as suas conquistas no universo gamer de Free Fire à sua equipe, composta por amigos e familiares que moram próximo da sua quebrada. “É um grupo de quatro pessoas formado por eu, meu amigo Christopher, meu sobrinho Cameron e o Kauan”, detalha ele, considerando que o fato do jogo ser coletivo o torna muito mais proveitoso, pois em equipe ele tem a oportunidade de formar táticas contra seu oponente.

Mas de tempos em tempos o jovem precisa interromper seus jogos devido à falta de internet ou de um plano de qualidade em seu território, para proporcionar uma boa experiência. “Eu já tive bastante problema com a internet, hoje em dia eu consegui contratar um plano de internet pra minha casa, mas antes tinha que usar a do vizinho, já tive que ficar vários dias sem jogar por conta de não ter internet”, relembra.

Quando está chegando o dia 5 de cada mês é sempre uma apreensão para o gamer. Caso ele atrase um dia o pagamento do boleto, a internet pode ser cortada. “Eu tenho um plano aqui que o negócio é meio loco. Eu tenho que pagar até dia 5, quando o boleto vence. Passou do dia 5 se não pagar já era, a internet fica zoada até quitar”, explica.

Mesmo com as dificuldades para manter a conectividades, Yago conta que se tivesse a oportunidade de se profissionalizar e ganhar uma grana com algo que gosta, que é jogar Free fire seria um sonho. “Se eu tivesse essa chance de poder viver dos jogos, de uma parada que eu gosto de fazer né, seria ótimo, seria bacana demais, porque aí eu ia trabalhar com uma coisa que eu gosto, não tem nada melhor que ganhar dinheiro fazendo uma coisa que você goste né “.

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