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5 ações culturais para você conhecer a potência da mulher periférica

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Prepare o seu roteiro cultural e convide a família e as amigues, pois as atividades começam nesta sexta-feira (09) em diversas regiões da cidade de São Paulo.

Foto: Divulgação

Não existe uma data específica que determina qual é o dia da mulher. O interessante é descobrir, perceber e reconhecer que o dia da mulher é todos os dias. Por isso, neste 08 de março, listamos 5 eventos que mostram a pluralidade e a potência de mulheres da quebrada que ocupam espaços de poder, reconhecem a importância do seu lugar de fala, se organizam em rede e atuam em frentes de questões sociais, políticas e culturais nos territórios da cidade de São Paulo.

Confiram algumas dessas atividades e não deixe de convidar a família pra vivenciar esses encontros.

1.Sarau das Camomilas, Pamelloza Carvalho e Dj Sophia no CITA

Organizado pelo coletivo Camomilas, o encontro irá fortalecer as minas que correm pela arte na quebrada e para a quebrada. O encontro tem show especial de Pamelloza Carvalho e DJ Sophia, além do cardápio típico do boteco do CITA (brejas e petiscos), também vai rolar um rango vegano feito pela Gabriela Gabi.

Quando: 9/03

Onde: Cantinho de Integração de Todas as Artes – CITA

Horário: 19h às 23h

Endereço: Rua Aroldo de Azevedo, 20, Campo Limpo – São Paulo.

Gratuito.

2. Slam do Grajaú

Para além de muita poesia, nessa edição o Slam do Grajaú recebe o lançamento do vídeo clipe Sede – Badrani MC, projeto Sou Minha #2 (Exposição e documentário) – Alessa Melo epocket Show com Tiago Cabeça DJ convidada – Liciss Santos.

Quando: 9/03

Onde: Centro Cultural Humbalada

Horário: 18h às 23h

Endereço: Av. Grande São Paulo, 282, Grajaú – São Paulo.

Gratuito.

3. Mostra de Criadoras em Modas: Mulheres Afro-Latina

Em sua quarta edição, a Mostra de Criadoras em Moda: Mulheres Afro-Latinas propõe abrir espaço para pensar e fazer moda a partir de uma perspectiva mais democrática e inclusiva. O projeto é a união de cinco ateliês de moda (- ABAYOMI ATELIÊ -, Africa Plus Size Fashion Week, Candaces Moda Afro Cynthia Mariah e Xongani Moda Afro) com o objetivo de criar uma coleção exclusiva.

Quando: 9/03

Onde: SESC 24 de Maio

Horário: 20h às 22h

Endereço: Rua 24 de maio, 109, Centro – São Paulo.

Gratuito.

4. Odisséia das Flores 10 anos

O grupo de RAP Odisseia das Flores comemora 10 anos de estrada com uma grande festa. Para celebrar essa data o grupo irá promover apresentações musicais, workshops e rodas de conversa destinadas as mulheres da Vila Flávia, zona leste de São Paulo.

Quando: 17/03

Onde: São Mateus em Movimento

Horário: 10 às 21h

Endereço: Rua Cônego José Maria Fernandes, 127, Vila Flávia – São Paulo.

Gratuito.

5 – Batalha do Bambuzal #11 – Edição das mina

Organizado pelo coletivo Periferima, a 11ª edição da Batalha do Bambuzal terá o pocket show da Mc Melinka e microfone aberto para as minas que quiserem chegar. Essa edição especial é para motivar mulheres que apoiam o movimento, mas, que muitas vezes ficam com vergonha de participar.

Quando: 25/03

Onde: Sítio Bambuzal

Horário: 19h às 23h

Endereço: Rua Nicolino Leo, 20, Jardim Ângela – São Paulo

Gratuito.

Coletivo Quebramundo fomenta produção de videoclipes de artistas do Grajaú

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O primeiro da série de cinco videoclipes retrata o trabalho do rapper e poeta Luiz Semblantes, compositor da música Miscelânifestação. 

Foto: Quebramundo

O Quebramundo, coletivo de mídia independente enraizado nos movimentos culturais do Grajaú, distrito da zona sul de São Paulo, está produzindo uma série de videoclipes para fomentar o trabalho de artistas independentes da periferia.

Com o apoio do Programa Vai da Secretaria de Cultura de São Paulo, o coletivo conseguiu estruturar uma equipe de profissionais periféricos engajados em fortalecer a cena musical do território. Além do rapper Luiz Semblantes, o Quebramundo contribui ainda para fortalecer as carreiras dos artistas Denise Alves, Graja Groove, Nayra Lays, Rodrigo e Rosa X.

O rapper e poeta Luiz Semblantes, autor da música Miscelânifestação, já tem um trabalho de base entre os movimentos culturais do Grajaú, com participações em saraus, rodas de poesia, café filosófico e na cena hip-hop do território. No vídeo clipe, o artista questiona a meritocracia e enaltece os pontos positivos de fazer parte da importante reconstrução social das periferias.

Confira a clipe do rapper Luiz Semblantes, produzido pelo coletivo Quebramundo.

Felizs impacta estudantes da periferia com debate sobre educação e literatura periférica

Roda de conversa, realizada na E.E. Francisco D’amico, contou com a presença do escritor Ferréz e do poeta Binho.

Bate papo com estudantes sobre Literatura e Educação com o autor Ferréz. (Foto: João Victor Santos)

Na manhã desta quarta-feira (14) ocorreu mais um encontro literário da programação da III Feira Literária da Zona Sul (Felizs) na Escola Estadual Francisco D’amico, localizada no Jardim Saporito, na cidade de Taboão da Serra. A atividade teve como convidado o escritor, rapper e fundador da marca 1DASUL Ferréz, que conversou sobre a realidade do território periférico sob a perspectiva da literatura junto ao poeta Binho e aos estudantes da escola, que realiza saraus com seus alunos há cerca de 5 anos.

Organizada pelo Sarau do Binho, a Felizs, que teve sua primeira edição em 2015, surgiu e segue com o objetivo de disseminar e valorizar a literatura periférica e os movimentos culturais e sociais da zona sul de São Paulo. Esse ano, em sua terceira edição, a Felizs vem com uma programação extensa e rica em conteúdo e convidados, seu encerramento acontecerá no dia 23, na Praça do Campo Limpo, com muitas intervenções culturais.

Propondo a literatura marginal como ferramenta na educação dos jovens da rede pública de ensino, a Felizs leva esse tema exclusivamente para dentro da escola, ambiente protagonista na transformação da realidade do jovem periférico, como afirma Binho, um dos organizadores do evento. “Eu acredito que dentro das escolas nós podemos fazer um trabalho melhor em conjunto com os alunos, é uma troca de saberes, e eu acho que a escola é um ambiente bacana para os alunos se expressarem.”

De acordo com o escritor Ferréz, mesmo a escola seguindo os parâmetros do Estado ela deve adotar outras maneiras de ensinar. “Eu sei que tem o ensino formal do Estado e do governo, mas você tem que achar brechas para dar também o que as pessoas gostam, o aluno quer ler, ele quer informação, só temos que cativar, mas eu entendo que os professores possuem poucas ferramentas, mas eles têm que burlar o Estado, de todo jeito, e isso aqui é uma amostra que dá para burlar. Estamos num pátio de uma escola, falando de poesia e literatura, de abrir a consciência, então isso aqui é uma amostra que temos cultura e que podemos transformar a educação.”

Os alunos vêm percebendo que logo após a introdução dos saraus culturais e da literatura periférica na escola eles adotaram um outro olhar para o território em que vivem e para o papel deles na sociedade, como conta a estudante e poetisa Nicoly Soares: “Eu acho que o mais perceptivo foi a representatividade, porque nós fomos acostumados com a literatura que não fala sobre nós, as vezes até fala, mas não sobre as peculiaridades da periferia.Ela não está falando de nós, até porque não é de nossa época, nem está em nossa linguagem. Eu realmente não entendo o que eles estão falando. Trazer pra escola uma literatura produzida pelo meu vizinho, alguém que tem uma vivência parecida, isso é libertador e representativo e é essa a diferença da literatura convencional para a literatura marginal: eu faço literatura e poesia, o Ferréz faz literatura e poesia, falamos de nós, do nosso ponto de vista e estamos no mesmo patamar que Carlos Drummond de Andrade.”

Resta agora aos agentes de educação adaptarem os conteúdos didáticos passados aos jovens das escolas da periferia, deixando-o mais próximo de sua realidade e mostrando uma outra cultura, a que se dirige a eles, aproximando e melhorando o desempenho dos mesmos dentro da sala de aula e na comunidade em que vivem, como disse Ferréz durante a roda de conversa: “A escola tem que se apropriar dessa literatura, pois é muito mais fácil chegar para um aluno e por Pânico na Zona Sul, dos Racionais, do que o obrigar a ler Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. É a mesma coisa, a mesma história: o cara morre no começo e começa à contar a vida dele, só que o aluno vai se sentir mais próximo do rap e da sala de aula”, finaliza.

O exemplo da escola Francisco D’amico mostra a real mudança que está acontecendo na periferia e que impacta diretamente a educação da juventude. Exemplos de escolas, como a citada acima, deixam de lado o conservadorismo cultural do Estado e rompem com as barreiras do atraso histórico-educacional que existe no sistema público de ensino no país.

Empreende Aí abre vagas para curso de empreendedorismo voltado à tecnologia

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Voltado para empreendedores das periferias, o curso totalmente gratuito está com inscrições abertas até 12 de março.

Curso Despertando o Empreendedor (Foto: Divulgação)

Com o objetivo de auxiliar na criação de negócios e potencializar a geração de renda de pequenos empreendedores, o Empreende Aí, negócio social engajado em oferecer capacitação sobre empreendedorismo para moradores da periferia, abre inscrições para a primeira turma do curso que visa criar ou implementar negócios à base de tecnologia. O curso acontece no espaço CUBO, Coworking localizado na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. Para assegurar a sua vaga, clique aqui e faça a sua inscrição.

O curso Despertando o Empreendedor Tech terá duração de 5 meses, sempre com um encontro semanal de 4h. A fim de causar impacto nos empreendedores e deixar um legado para os negócios que serão desenvolvidos ao longo do curso, o Emprende Aí constituiu uma banca de avaliação, onde os empreendedores poderão ser premiados com o valor de R$ 3.000,00 e R$ 6.000,00, além de ter um espaço para trabalhar continuamente dentro do espaço CUBO.

Com uma trajetória pautada em evidenciar e potencializar o trabalho de nano e microempreendedores da zona sul de São Paulo, o Empreende Aí entra nessa nova fase de capacitar projetos à base da tecnologia com o apoio das organizações Fundação Via Varejo, Inoar Cosméticos, Fundação Arymax e por meio da parceria com o espaço CUBO do Itaú.

Mais Informações

Curso Despertando o Empreendedor Tech

Local: Espaço CUBO – Itaú

Endereço: R. Casa do Ator, 919 – Vila Olimpia, São Paulo – SP, 04546-003

Link de Inscrição: Formulário Online

Gê de Lima questiona padrões de afetividade no novo clipe “Acaso”

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Questionando padrões de relacionamentos, através do amor e contra o preconceito, o cantor e compositor Gê de Lima, um dos artistas notáveis do Grajaú, lança o videoclipe “Acaso”.

Foto: Gê de Lima

Disponível nas plataformas digitais, a música “Acaso” foi lançada oficialmente no show realizado pelo cantor e compositor Gê de Lima no final do mês de outubro, no SESC Interlagos, localizado no Parque Colonial, zona sul de São Paulo. Na nova música, o cantor questiona padrões de afetividades, partindo das questões de identidade de gênero.

O clipe de “Acaso” fala de amor, independente de gênero, sexualidade ou padrão de relacionamento, abordando o encontro e o Acaso de amar livremente, seja por um dia, por horas ou segundos. “O amor é uma invenção e cada um vive a sua”, define Gê de Lima.

Assim como foi em seu videoclipe anterior “Fotografia“, Gê também traz a representatividade LGBT negra para o seu trabalho atual. No vídeo são exibidas cenas de um casal formado por dois homens, outro por mulheres e também retrata um encontro entre um não binário e uma trans mulher. “O que o gênero ou a sexualidade do outro interfere na sua vida?”, questiona o cantor ao postar o vídeo em sua rede social.

A produção é totalmente negra e periférica, desde a música ao clipe, tudo foi realizado sem apoio financeiro, apenas com a união e a força de vontade desses artistas envolvidos.

No elenco estão os atores e atrizes Shirley Rosa, Mellanie Reis, Victor Rodrigues, Chris Gomes, Isaquiel Winchester. O clipe foi produzido por Claudinho Irennio, dirigido por Léo F. Carter e roteirizado pelo próprio Gê. A produção da música surgiu da união de Gê com o músico e produtor musical Hadsui.

Inglês Na Quebrada abre inscrições para novas turmas no primeiro semestre de 2018

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Idealizado pelo professor e rapper afro americano Jordan Fields, o curso tem o valor de 65 reais mensais e está com inscrições até 19 de fevereiro.

Aula do curso Inglês Na Quebrada no Centro de Mídia. (Foto: Lena Silva)

Com uma metodologia pedagógica que envolve questões políticas, sociais e culturais das periferias norte americanas, o curso Inglês Na Quebrada retoma suas atividades no primeiro semestre de 2018 abrindo 45 vagas para formação de 03 novas turmas com 15 alunos cada no Centro de Mídia e Comunicação Popular M´Boi Mirim, localizado no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo.

Para 2018, o professor Jordan Fields ressalta que o “Inglês Na Quebrada” terá algumas novidades que prometem impactar ainda mais o processo de envolvimento dos alunos com o curso. “No ano passado nós trouxemos alguns artistas e ativistas afro-americanos para participar de vivências com alunos do curso, mas não foi algo planejado. Mas para esse ano, vamos aproveitar essa articulação para promover esse intercambio cultural, criando um espaço de diálogo entre os alunos e esses visitantes da comunidade negra americana”.

Em parceria com o coletivo de comunicação Desenrola E Não Me Enrola, o rapper conhecido também como BiXop, criou em 2017 o projeto “Inglês Na Quebrada“, curso formatado para oferecer vivências sobre a música negra e debates políticos e sociais sobre o idioma e cultura norte americana. As aulas do curso que tem duração de 05 meses serão realizadas no Centro de Mídia e Comunicação Popular M’ Boi Mirim, localizado no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo.

Visando proporcionar o domínio da língua aos jovens e adultos do Jardim Ângela e bairros vizinhos, a formação tem um custo acessível no valor de R$ 65 para matrícula e para mensalidade. Os interessados em participar da segunda edição do Inglês Na Quebrada que começa no dia 06 de março e termina em 27 de Julho devem fazer sua inscrição até o dia (19) de Fevereiro acessando este formulário para cadastro de candidatos.

Para a segunda edição do curso, as aulas serão realizadas com três turmas, sendo duas turmas às terças-feiras em dois horários das 19h30 às 20h30 e 20h30 às 21h302 e uma turma às quintas-feiras em um único horário das 20h30 às 21h30. Com o intuito de atender a demanda de público que não pôde participar da primeira edição e que tem procurado diariamente o processo seletivo, as turmas serão formadas por até 15 pessoas.

Confira o primeiro episódio da série de vídeos sobre o curso Inglês Na Quebrada.

Além do Inglês Na Quebrada, o rapper Jordan Fields vai apostar na carreira musical em 2018. “Esse ano eu quero unir a minha carreira musical com as atividades que a gente desenvolve no curso. E para isso, eu tenho me dedicado a produzir novas músicas e também alguns clipes que sairão em breve em parceria com a minha esposa Lena Silva, que é minha parceira em composições e também na produção musical.”

Há dois anos morando no Brasil, o rapper conta que aprendeu português por meio da música brasileira. “Eu aprendi falar português cantando o rap brasileiro e eu acredito que as pessoas também podem aprender o inglês cantando e conhecendo mais da música e da cultura negra americana e outras questões que estão presente no seu dia-dia.”

Além de atuar na periferia, ele também leciona aulas particulares do idioma norte americano para colaboradores de empresas localizadas na região central de São Paulo. “Eu já trabalho dando aulas particulares desde 2017, mas para esse ano, o meu foco é aprofundar o impacto do Inglês Na Quebrada na Periferia e unir essas ações com minha carreira artística”, finaliza.

Mais informações

Inglês Na Quebrada

Telefone: (11) 5835-1207

Celular: (11) 9 5814-6202

E-mail: inglesnaquebrada@gmail.com

Formulário de Inscrições: Inscrições Inglês Na Quebrada

Exposição de grafiti com obras em aquarela aborda questões de afeto no Grajaú

Intitulada de ‘Háfétô’, a exposição reúne obras de 11 artistas periféricos com a ideia de fomentar o conceito artístico na região.

O artista Lelo ao lado de um dos seus grafites (Foto: Divulgação)

No fim de outubro foi realizada a abertura da exposição ‘Háfétô’, no Ateliê Eloparalelo, localizado no Grajaú, extremo sul de São Paulo. A exposição conta com três obras de cada um dos 11 artistas para dialogar com questões de afetos cotidianos, presente na vida dos moradores da periferia.

“O nome da exposição faz alusão a várias palavras e isso foi pensado. Juntei artistas que têm um trabalho que dialogam com afetos cotidianos e artistas que são novos no rolê do hip-hop e, principalmente, em exposições. Dos 11 artistas, contando comigo, cinco estão expondo pela primeira vez”, explica o curador e também expositor da Háfétô, Weslley Silva, mais conhecido como Lelo.

Lelo, 20, é estudante de artes visuais e dono do Ateliê Eloparalelo, espaço onde está sediada a exposição e onde também vive. Ele conta que o Ateliê nasceu de uma indignação e percepção de ausência de espaços artísticos que promovam artistas periféricos. “Este foi um ano em que senti a necessidade de um espaço meu. Trabalhei nove meses sem parar para conseguir construir o Ateliê junto com meu pai. Foi bem significativo pra mim, é uma construção paterna afetiva”, afirma. Lelo vê o pai como um dos maiores artistas. “Construir uma casa sendo semianalfabetoe sem o ensino fundamental, médio ou superior é uma das maiores artes que já vi em vida.”

“Com a arte eu espero provocar, causar reflexões, identificação, receber elogios – e críticas -, fazer dinheiro. Tudo isso. Com minha presença, espero ver bons amigos, dar uns abraços, uns chêro, uns bejo, beber umas breja, trocar umas ideias”, exclamou o também estudante de artes visuais e expositor Cauã Bertoldo pouco antes da abertura de Háfétô.

“Quando a gente diz uma coisa e a outra pessoa entende, a mensagem é facilmente passada na íntegra, basta conhecer as palavras e o significado delas. Quando a gente diz isso com imagens já é outro rolê. Envolve um debruçar-se sobre a imagem. Desvenda-se a mensagem a partir do que temos em nós. A imagem se comunica com o que há na nossa subjetividade, nosso âmago. No final, a gente não consegue extrair nada de uma arte senão o que já existe em nós mesmos”, conta Bertoldo.

Ana Paula Resende, 22, mais conhecida como Anap, outra artista que está estudando artes visuais e expondo no evento, também fala da ideia e essência que a exposição pretende mostrar. “O fato de passarmos por situações de afetos e desafetos, simultaneamente, faz com que a expo resgate o ‘eu’ mais profundo de cada pessoa de maneira única e exclusiva, trazendo a reflexão e o resgate de sonhos, afetos, desafetos e amores em forma de pinturas e ilustrações”, destaca.

Ana conta que ser mulher no mundo da arte é um ato de resistência. “No meu caso, estou inserida no hip-hop e resisto pelo fato de que faço parte de um movimento que geralmente é composto por homens, e a maioria, infelizmente, é machista”.

Lelo também fala da resistência para explicar o que é, segundo seu ponto de vista, a arte da periferia. “A arte periférica é resistir, sabe? É correr três vezes mais com recursos três vezes menos. É não ter saneamento básico, ser assaltado, sentir a repressão e o descaso das vias públicas e transformar isso em música, poesia, tinta e sentimento”, diz.

“Acho que a falta de espaço e representatividade pra gente é enorme, mas aos poucos estamos mudando isso. A periferia está criando seu próprio conteúdo. Estamos saindo da dependência e aprovação do clero e fazendo as coisas girarem entre gente da gente – e eles não gostam disso”, enfatiza o artista.

Cauã é militante da causa LGBT. O artista fala que em todas as suas artes faz um discurso de militância como forma de acabar com preconceitos. “Sempre pinto personagens de pele escura e todo personagem é de certa forma um autorretrato. Levo nas costas a vontade de fazer o outro se ver e se sentir naquela pintura. O outro eixo é a questão da bissexualidade. Desenho meus personagens sem me preocupar se ele é menino ou menina, por exemplo. Construo a imagem do jovem negro LGBT ao nosso modo, usando nossos símbolos, nossas experimentações de mundo, para exorcizar todo estereótipo ou preconceito que está atrelado a imagem social negativa do que é ser negro, em todos esses contextos”, explica.

Weslley Silva, o Lelo, conheceu todos os artistas de Háfétô através da arte, da rua, das mídias sociais e de exposições passadas. “Foram quase quatro meses de planejamento e convívio, atividades como painéis de divulgação, mutirão, troca de ideias, rodas de conversa e diálogos. Foi louco ver como tudo foi fluindo bem para que chegasse neste resultado final. A periferia é forte porque trabalha em redes”, completa.

“Não existe só um ou uma artista que me inspira, principalmente porque moro no Grajaú. Praticamente todos os dias eu conheço um artista novo e, assim, sempre acabo absorvendo um pouquinho de cada um. A arte é provocativa. Ela causa rumores, faz pensar e repensar. Se ela não causasse esses efeitos não faria sentido”, argumenta a expositora Ana Paula Resende (Anap).

A exposição Háfétô conta com obras produzidas com técnica de aquarela sob canson, acrílica, óleo, recorte, spray e lápis de cor e podem ser adquiridas por valores que ficam entre 60 e 175 reais. A exposição fica em cartaz até o dia 25 de novembro no Ateliê Eloparalelo.

Universidade Livre de Inovação prorroga prazo de inscrições

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Além de ser gratuito, o curso tem um formato diferenciado, baseado no conceito “Sala de Aula Invertida”, ou seja, os alunos têm acesso a teoria antes das aulas. Desta forma, os encontros servem para resolução de casos, esclarecimentos de dúvidas e troca de experiência com os professores.

A Universidade Livre da Inovação (ULI) prorrogou até o fim do mês de fevereiro as inscrições para o Curso de “Gestão e Inovação para projetos de impacto social”. A formação gratuita visa capacitar empreendedores e articuladores sociais e culturais para solucionar problemas complexos presentes no cotidiano de profissionais que atuam para promover transformação social nas periferias.

Com duração de 24 meses, a formação está dividida em quatro módulos: Gestão, Inovação, Social e Prática, que abrangem questões de captação de recursos, negócios sociais, gestão estratégica, estatística e avaliação de impacto. O curso acontece simultaneamente em duas unidades, em dias e horários diferentes. No Jardim São Luís, as aulas acontecem de segunda a sexta, das 19h15 às 22h15. Já na unidade do Capão Redondo, as aulas acontecem aos sábados, 8h às 13h.

Achou interessante? Clique aqui e faça a sua inscrição para a primeira fase do processo seletivo. Confira os endereços das unidades Capão Redondo e Jardim São Luís.

Jardim São Luí – Orpas
Rua Bartolomeu do Santos, 219 – Chácara Santana – São Paulo – SP

Capão Redondo – Fábrica de Criatividade
Rua Dr. Luis da Fonseca Galvão, 248 – Capão Redondo – São Paulo – SP (próximo ao Metrô Capão Redondo)

Mais informações
Universidade Livre da Inovação – ULI
Atendimento: Segunda a sexta, das 14h as 22h, e aos Sábados das 8h as 13h.
E-mail: universidade.uli@gmail.com
Telefones: (11) 4477-0146

5 blocos de carnaval para curtir na M´Boi Mirim e Grajaú

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Listamos 5 blocos de carnaval, que já se tornaram referência entre os moradores dos territórios da M´Boi Mirim e Grajaú, zona sul de São Paulo.

Bloco do Beco – JD. Ibirapuera – São Paulo (Foto: DiCampana Foto Coletivo)

Além de celebrar uma das festas mais movimentadas e tradicionais do país, os blocos de rua organizados por articuladores culturais independentes, vem ano após anos reunindo uma grade quantidade de público das mais diversas idades, raça e gênero. Nos territórios periféricos, os blocos já se tornaram símbolo de resistência e preservação da cultura popular.

Pensando nisso, o Desenrola listou 5 blocos que acontecem na periferia, para você curtir o carnaval nos territórios da M´Boi Mirim e Grajaú, zona sul de São Paulo.

1.Bloco Afro É Di Santo

Há 8 anos, o bloco sai às ruas da M’boi Mirim disseminando a cultura e ancestralidade africana. O grupo vem fortalecendo a resistência da cultura afro e periférica por meio da percussão, além de desenvolver atividades culturais na Casa de Cultura do M’boi Mirim.

Data: 12/02

Horário: a partir das 16h

Concentração: Casa Popular De Cultura M’boi Mirim – Avenida Inácio Dias da Silva, S/N

Evento: https://goo.gl/rYQKUd

2.Bloco do Hercu

Fundado em 2013 por educadores sociais e moradores da zona sul do território da M´Boi Mirim, o Bloco do Hercu vem fortalecendo as tradições culturais já existentes no território do Jardim Herculano, localizado no distrito do Jardim Ângela, por meio da bateria formada por moradores do bairro que organizam o bloco de rua.

Neste ano, além de muitas marchinhas, a discotecagem será do DJ Sergio Ricardo e som ao vivo com a Bateria Chapação.

Data: 11/02

Horário: a partir das 16h

Concentração: Ignácio Lima, n° 14, Jardim Herculano.

Evento: https://goo.gl/UVTvay

3.Bloco do Beco

Um dos blocos de rua mais tradicionais da Zona Sul de São Paulo, o Bloco do Beco é uma associação cultural que atua desde 2002 no Jd. Ibirapuera. O bloco busca ser referência para crianças e jovens se desenvolverem através da arte, valorizando a cultura local, e integrando família, escola e a comunidade do Jardim Ibirapuera.

Como já é tradição, neste ano, o Bloco do Beco receberá o Bloco Afro É DI Santo para fechar o encontro.

Data: 10/02

Horário: a partir das 14h

Concentração: Rua Salgueiro do Campo, Jardim Ibirapuera.

Evento: https://goo.gl/PDBsLL

4.Bloco Ô Grajaú Vem Tomar No Copo

O Bloco de Carnaval é organizado pela Cia. Humbalada de Teatro, grupo que produz arte a partir de suas aflições e reflexões. Comemorando 5 anos do bloco, o tema da festa desta ano é “5 Ânus desbundando a Belmira”. A festa inicia sua concentração no Galpão Cultural Humbalada e percorre diversas ruas do distrito do Grajaú, zona sul de São Paulo.

Data: 10/11

Horário: a partir das 15h

Concentração: Galpão Cultural Humbalada, Av. Grande São Paulo, 282.

Evento: https://goo.gl/4iafUY

5.Acadêmicos do Campo Limpo

O grupo surgiu a partir da vontade de seus integrantes de criar espaços de trocas e vivências enraizadas na cultura do samba, com um público de diversas idades. Desde 2013, o grupo vem fomentando a tradição do Samba de Comunidade na região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

Data: 08/02

Horário:A partir das 19h

Concentração: Casa de Cultura do Campo Limpo – Rua Aroldo de Azevedo, n° 100.

Evento: https://goo.gl/RzAag3

Paraisópolis tem primeiro banco grafitado na periferia de São Paulo

O trabalho desenvolvido pelo Coletivo Cinz’Art motivou a instituição a colorir a fachada do imóvel.

Foto: Foto Dilvugação

Criado por três grafiteiros, o projeto Cinz’Art atua há um ano com o objetivo de colorir ruas e vielas de Paraisópolis, comunidade localizada na Zona Sul de São Paulo. Entre os diversos trabalhos realizados pelo coletivo, um está chamando a atenção da comunidade, por estampar a fachada de um banco privado com rostos de pessoas que se assemelham com moradores.

A fachada da instituição tem um dos mais belos cenários da comunidade de Paraisópolis, um fator sociocultural que não se encontra em outras comunidades localizadas na periferia de São Paulo, mas que pode ser um ponto de partida para influenciar um movimento artístico dessa natureza em parceria com instituições financeiras e artistas da periferia.

Diego Soares, morador de Paraisópolis há 30 anos, é um dos integrantes do coletivo Cinz’Art. Ele começou a grafitar em 1992, daí em diante não parou mais. “O nosso intuito é transformar as vielas em galerias abertas, dando assim mais vida para estes espaços”, conta ele sobre a essência do trabalho do grupo, que além de fazer arte na comunidade, também realiza trabalhos artísticos em outros locais do país.

Ele releva seu objetivo como artista. “Eu quero ver Paraisópolis como metade que São Matheus é, tudo bem colorido”, enfatiza ele, afirmando que deseja luz através das cores, arte e cultura para a garotada que está descobrindo seus talentos. Para tornar esse desejo realidade, o grafiteiro também realiza oficinas nas escolas públicas do bairro, mostrando um novo olhar para juventude, um olhar que mistura cores, raízes culturais e diversidade, mostrando que é possível trabalhar com muito amor pelas quebradas de São Paulo.

O projeto de grafitar o banco surgiu a partir de uma proposta de revitalização do imóvel, que estava com a fachada depredada. Neste processo, a instituição entrou em contato com a Associação de Moradores de Paraisópolis, que acabou indicando o trabalho do coletivo Cinz’Art, para dar uma nova cara ao espaço. Logo no primeiro contato com os grafiteiros, eles sugeriram fazer uma arte com o tema “Diversidade”.

O projeto também reuni grafiteiros de outros lugares de São Paulo. A partir dessa união, eles se organizam para grafitar sem datas especificas, quando surgem eventos a união acontece, desta maneira todos trabalham juntos, colorindo diferentes regiões. Diego e mais um companheiro vivem somente do grafite, e ele diz que não tem sido fácil se manter somente com esse trabalho, pois muitas das vezes os próprios materiais saem de seus bolsos, pois nem sempre são remunerados.