Abandono paterno: “Os homens não tem prejuízo social por não assumirem seus filhos”, diz antropóloga

A antropóloga, Alessandra Tavares destaca como o abandono paterno pode ter impactos significativos no desenvolvimento das crianças e na vida dos responsáveis que geralmente são as mães.

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Assista a entrevista completa em nosso canal no YouTube.

No Brasil, 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas, é o que aponta a pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, referente ao ano de 2022. Em entrevista ao Desenrola Aí, a antropóloga Alessandra Tavares explica como o abandono paterno pode ter impactos significativos no desenvolvimento emocional e social das crianças, além de gerar sobrecarga emocional e financeira para o responsável pelo cuidado da criança, geralmente as mães.

Enquanto muito se discute sobre a sobrecarga enfrentada pelas mulheres, há uma lacuna nas conversas e avanços sobre a responsabilidade, ou irresponsabilidade, dos homens na reprodução humana. Dados do Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) revelam que, em 2023, houve 172.450 casos de pais ausentes.

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Biologicamente, os homens têm a capacidade de conceber com múltiplas parceiras em um curto espaço de tempo, enquanto as mulheres e pessoas que gestam levam até nove meses para uma única gestação. No entanto, historicamente, a responsabilidade pelo controle da natalidade e a prevenção da gravidez recai sobre as mulheres e pessoas que gestam.

“Quem deixou de falar com um amigo porque ele não assumiu o filho que teve? Ninguém. A gente vai para o samba, conversa e lida como se isso não fosse uma enorme violência. É um comportamento aceitável. O homem não tem prejuízo social por conta de não assumir os próprios filhos e todas as responsabilidades a ele associadas”.

Ressalta, Alessandra Tavares.
Antropóloga, Alessandra Tavares e a jornalista Thais Siqueira durante a gravação do Desenrola Aí. (Abril 2024). Foto: Pedro Oliveira. 

Sobre o Desenrola Aí

O Desenrola Aí é um programa quinzenal que visa trocar ideias com especialistas da quebrada, descomplicando assuntos relevantes, que afetam o cotidiano da população negra e periférica e os direitos humanos, que é a essência da nossa existência e convivência enquanto sociedade. O programa do Desenrola Aí tem como realização o Desenrola e Não Me Enrola e Fluxo Imagens.

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