Reportagem

Memória do transporte público no Jardim João XXIII vira documentário

Edição:
Ronaldo Matos

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O longa metragem “Até onde a gente vai?”, produzido pelo Coletivo da Quebrada registra as memórias de moradores que utilizam o ônibus 7545-10 que sai do João XXIII e faz final na Praça Ramos de Azevedo. A linha foi criada na década de 70 para conectar o território com a região central de São Paulo. 

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Diego Peralta entrevistando Lilia e Pedro Fernandes gravando dentro do ônibus 7545 (Foto: Leticia Lakatos)

João XXIII é um bairro localizado no distrito de Raposo Tavares, na zona oeste da cidade de São Paulo. O território nasce por volta dos anos 50 com suas primeiras ocupações, nele transita a linha de ônibus municipal, 7545-10, João XXIII – Praça Ramos de Azevedo é a linha que conecta o extremo da zona oeste, ao centro histórico de São Paulo. Partindo na Rua Nazir Miguel, 562 e terminando na rua R. Cel. Xavier De Toledo, 254 percorrendo mais de 20 km e fazendo 46 paradas.

Ficar mais de uma hora no ônibus lotado, enfrentando trânsito, lotação, desconforto, passagens que só aumentam e ainda sim, criando laços, memórias é o que muitos trabalhadores que moram em regiões mais afastadas do centro e necessitam do transporte vivenciam no seu cotidiano.

No João XXIII, não é diferente, a linha 7545-10 que tem seus primeiros registros na década de 1970, é uma das primeiras conexões do bairro com o centro da cidade, atravessando gerações com seus percursos que são palcos de cochilos, laços de amizades, raiva e muita memória. É a partir deste cenário urbano e periférico que nasce o documentário “Até onde a gente vai?”, criado pelo Coletivo da Quebrada.

“Muita coisa mudou na cidade de São Paulo. Durante o século XX, a cidade se expandiu demais com a migração massiva de outros cantos do país. A nossa região do Jardim João XXIII foi ocupada nos anos 1950 e 1960, com a construção dos primeiros bairros. Na minha pesquisa de mestrado consegui rastrear a origem da linha 7545 pelo menos até 1970. Muitas gerações pegaram essa linha e acompanharam suas mudanças”, afirma Diego Peralta, 24, mestrando em Sociologia pela USP e integrante do Coletivo da Quebrada.

“O ônibus 7545 é marcante e fundamental para região do João XXIII”

O Coletivo da Quebrada nasce em 2017, mesmo ano que eles iniciam a construção do documentário “Até onde a gente vai?”. Pautando a questão do direito à cidade dentro do Jardim João XXIII, o filme surge a partir da experiência concreta e diária com as dificuldades do transporte público vivenciadas pelos moradores Pedro Henrique Fernandes, 24, e Alvim Almeida Silva Junior, 20.

“O documentário vem da nossa experiência concreta, das experiências que eu e o Alvim estava tendo naquela época e ainda vive no transporte que é a dificuldade em acessar o transporte. A gente pegava muita carona, a gente não conseguia pegar ônibus real, aí vem a ideia de retratar isso com os próprios passageiros, quem entende do transporte. Não é o especialista do transporte, é quem pega ele todo dia, é um documentário que as pessoas que estão fazendo e as que estão falando tem a experiência de estar no ônibus todos os dias”, explica Pedro Henrique, diretor do documentário.

Fernandes complementa descrevendo o porquê de contar a história de passageiros do ônibus 7545 e sua importância para o bairro. “O 7545 é o ônibus mais populoso do bairro. É o ônibus que o nome dele transformou um espaço em ponto de encontro no bairro, a gente se encontra no 7545, as pessoas vão lá conversar, se ver, ele atravessa a história do bairro, ele tá enraizado dentro de um processo histórico, todo mundo conhece e pega”.

O integrante do coletivo Lucca Amaral, 28, ressalta que o transporte público é marcante na vida de quem o utiliza. “Não tem como não considerar o transporte público, principalmente o ônibus, como algo essencial e marcante na vida. O ônibus 7545 é marcante e fundamental para região do João XXIII, e foi uma forma essencial de contar histórias de pessoas desse território ao mesmo tempo em que se demonstram de forma crítica os problemas e dificuldades ao acesso à cidade.” 

Reunião do Coletivo Da Quebrada (Foto: Leticia Lakatos)

“As pessoas do João XXIII são capazes de criar, só precisa de estrutura para isso”

Além de criar um registro histórico sobre as memórias de moradores, o documentário gerou uma série de momentos de reflexões na equipe de produtores audiovisuais do Coletivo da Quebrada, os quais passarão a se identificar com os personagens entrevistados durante o processo de gravação.

“Quando a gente tava filmando, a gente não tava filmando pessoas que não conhecemos e não sabíamos o que elas passavam. A gente tava quase que se filmando, porque elas são muito parecidas com a gente. As questões são muito parecidas”, lembra Fernandes, o diretor do longa metragem.

Ao vivenciar esse processo de escuta dos entrevistados, ele tem a nítida certeza que os moradores estão transformando o bairro. “Também é importante saber que o bairro tá se mexendo, ele está em constante movimento, existe muita gente criando coisas, as pessoas periféricas são capazes de criar, as pessoas do João XXIII são capazes de criar, só precisa de estrutura para isso”, diz.

O documentário retrata as histórias de Lilia, Amanda e Rogério, moradores do Jardim João XXIIII. Lilia é uma mulher baiana que teve sua consciência construída na vivência dentro de uma cidade excludente. “Lilia, a quem tive o prazer de acompanhar nas entrevistas, nascida no sul da Bahia, migrou para São Paulo nos anos 1990 e passou por muitas situações que a conectam com muitas trabalhadoras no país: uma empregada doméstica, babá, negra e periférica. Ela nos contou muitas histórias de conflitos de classe, apuros, adaptação a um meio urbano hostil, mas também sobre seu filho, seu lazer na juventude. Ela nos mostrou uma consciência construída na vivência de uma cidade excludente, mas onde construiu seu lar”, comenta Peralta.

Amanda, por sua vez é a entrevistada mais jovem do documentário. A moradora do CDHU Munk tem outra relação com o transporte, que é o fato de não conseguir usá-lo por não ter dinheiro da passagem, gerando os não acessos à cidade, impactando no direito de estudar.

“Amanda é conhecida no cursinho popular do bairro, o Claudia Silva Ferreira, a mais jovem dos personagens. Ela batalha para ser aprovada no vestibular e entrar na universidade pública para cursar Letras. Nessa luta diária enfrenta as mais diversas questões: falta de dinheiro para ajudar em casa e para pegar o transporte para ir estudar, o desafio de ir e voltar de noite para ir ao Cursinho, que são mais de 2 km de caminhada, sozinha em ruas vazias e mal iluminadas, batalhando para estudar”, descreve Peralta.

O último personagem a ser entrevistado é Rogério. Ele é morador de uma das principais ocupações do bairro o “Pelourinho”. Ele conta nas entrevistas sobre os desafios de cruzar a cidade todos os dias para chegar ao trabalho. “Eu quis participar porque eu achei que ali seria uma oportunidade como cidadão e morador do bairro de expor minha opinião, até mesmo na parte crítica da situação do ônibus da cidade e do nosso bairro, o trajeto que eu faço até meu trabalho se eu fizer ele todo de ônibus eu vou gastar mais de 2 horas, se for um dia de chuva é mais de 3 horas, por isso eu optei por usar a bicicleta, aí eu vou com o 7545, até a faria lima e de lá pedalo mais 25 minutos até meu trabalho”, retrata Rogério da Silva Cruz, 36.

Fernandes, o diretor do documentário diz que encontrou sua própria história dentro da história dos personagens. “A gente encontrou histórias muito parecidas com as nossas, a gente encontrou as nossas histórias dentro do transporte e foi isso, uma questão de reconhecimento, a gente se reconheceu dentro do ônibus, a gente se reconheceu na Lilian, no Rogério, eu encontrei a minha história”.

(Foto: Leticia Lakatos)
(Foto: Leticia Lakatos)
(Foto: Alvim Almeida)
(Foto: Leticia Lakatos)
(Foto: Leticia Lakatos)

 “Quando assisti me senti representada”

O documentário estreou no Youtube em 27 de junho, e desde lá já teve três apresentações online, com direito a uma roda de conversa com a equipe que o produziu. “Teve três apresentações e as respostas foram muito boas. Toda vez que acabava a gente recebia mensagem, como a gente fez na opção de estréia do YouTube o pessoal podia comentar enquanto passava o filme, muita gente comentando, dando parabéns, o pessoal comentando sobre as falas dos personagens, isso foi muito da hora”, exclama Fernandes.

Ele ressalta que a interação das pessoas e os elogios recebidos reforçam a importância do trabalho coletivo nas periferias. “Foi muito legal ver as interações, ver os elogios, porque é isso, nós periféricos estamos tentando apoiar um ao outro, e teve esse apoio muito forte, foi um processo que a gente se sentiu bem com as respostas, e esperamos que possa acontecer presencialmente em algum momento”.

Para os moradores do bairro, o documentário causou emoção e um sentimento de reconhecimento tanto nas histórias quanto nas questões que eles vivenciam com o transporte público. A moradora Jaqueline Lucena, 21, estudante de dança comenta como se sentiu ao assistir o filme. “De primeira, me senti emocionada. Ver um trabalho como esse ser desenrolado, pensado e produzido por pessoas do bairro, e ainda mais emocionada por conhecer as pessoas. Quando assisti me senti representada, por me enxergar nas pessoas que produziram e nas histórias retratadas”.

Ela afirma que além do sentimento de representatividade e orgulho da qualidade do filme, também rolou espaço para manifestar suas indignações com o estado do transporte público no bairro. “Também me senti muito indignada de ver o quanto nós, pessoas pobres e periféricas somos submetidas ao desgaste extremo que não é apenas na exploração do nosso trabalho, mas como somos castigados em todo o trajeto até o trabalho”.

Lucena destaca a importância afirmando o quanto ele é importante para os moradores não normatizar as violências que sofrem no cotidiano, como o aumento da passagem quanto o trajeto em si em condições precárias. “O filme é muito importante tanto para o contexto histórico do bairro, de estar contando nossas histórias, e registrando, quanto para ajudar as pessoas a deixar de normatizar os aumentos de passagens, as precariedades e lotações no transporte, pagamos o transporte duas vezes, nos impostos e nos preços das passagens, e isso não é normal, a passagem aumenta praticamente todo o ano, e tem mais lotações, menos linhas, menos ônibus circulando, o filme incentiva a gente a lutar por condições melhores de transporte na cidade e principalmente no nosso bairro”.

Rogério que teve sua história retratada no documentário comentou como se sentiu vendo o filme pronto pela primeira vez e a importância de uma produção assim para os moradores e para o território do João XXIII.

“Eu me senti um pouco com medo. Será que eu falei alguma besteira? Mas fiquei muito feliz depois que vi, falei com o coração, fiquei muito feliz em poder contribuir em um documentário que é muito importante para o bairro, porque ele trata de histórias reais do dia dia, de pessoas que pegam ônibus, é importante mostrar nosso lado da situação, a dificuldade que é de você chegar no seu trabalho, a dificuldade do transporte público na cidade, você consegue expor isso para as pessoas que vão assistir, porque só quem sabe de verdade é quem vive todos os dias”. 

“Não acontecer nada é o que faz a mobilidade urbana não contemplar a população periférica” 

“A geografia da quebrada é complexa, em geral o que podemos dizer é que os processos históricos que levaram à construção das periferias são muito semelhantes entre si, embora cada uma tenha a sua particularidade, aqui na região temos o icônico 7545, todo mundo pega ele, desde que me entendo por moradora do bairro, ouço boatos que essa linha vai cortar e sempre me pergunto como?”, questiona Hellen Almeida, 25, graduanda em geografia pelo Instituto Federal de São Paulo e moradora do João XXIII.

Ela analisa a relação do transporte público no contexto da quebrada e propõe o aumento da frota de ônibus para suprir a crescente demanda de passageiros. “É o ônibus mais lotado da quebrada, o ideal seria aumentarem a quantidade de ônibus disponível, não cortar as linhas já existentes, felizmente esse ônibus não foi cortado, mas também não ampliaram nada, acho que esse ‘não acontecer nada’ é o que faz a mobilidade urbana não contemplar a população periférica enquanto a demanda por transporte aumenta, a tarifa sobe e a oferta de ônibus não”.

A estudante de geografia afirma que para haver mudanças importantes na forma de pensar a mobilidade urbana na cidade seria necessário incluir os moradores nos processo de elaboração de soluções. “Para contemplar de fato os moradores, o transporte coletivo deveria ser pensado de forma coletiva, de acordo com as demandas dos usuários. Existem os Conselhos Gestores, que são ‘tentativas’ de democratização da gestão pública, mas sinceramente, terça-feira às 14h da tarde é um horário que prioriza a participação de quem? A maioria dessas reuniões acontece em horários que torna inviável a participação da população, que, muitas vezes, sequer é informada de sua existência ou, quando sabem da existência, mal tem o direito de falar quais são suas demandas”.

Almeida complementa dizendo que o transporte dentro do bairro acaba se tornando um espaço de encontro entre os moradores, por passarem mais tempo dentro do transporte. “Se encararmos o transporte coletivo como um local de passagem no qual grande parte da população da quebrada passa bastante tempo, podemos dizer que ele possibilita o encontro entre moradores, não por ser um espaço agradável de socialização, mas porque as pessoas acabam se encontrando nele, sendo, muitas vezes, um local de interação social por conta das várias horas que se passa dentro dele”.

 A geógrafa também aponta que os jovens da quebrada usufruem do transporte de formas diferentes. “Para os jovens da quebrada o uso do transporte coletivo é diferente. Podemos falar em uma infinidade de situações, mas cabe destacar algumas: existe o jovem que usa o transporte para ir à escola; existe o jovem que trabalha e estuda; existe o jovem que não usa o transporte coletivo por não ter condições de bancar a passagem e acaba por ter acesso somente aos locais onde puder ir a pé, de skate ou bicicleta. O direito a cidade é um direito que as pessoas só acessam se tiverem condições financeiras para arcar com ele e as catracas ainda são um empecilho muito grande para o jovem periférico”.

Almeida reafirma as dificuldades no transporte de hoje, apontando que o valor da tarifa não equivale à qualidade de experiência de pegar um ônibus em São Paulo. “Existem inúmeras dificuldades em utilizar o transporte: a superlotação, o estado de conservação, o preço da passagem. Ano após ano o valor da passagem de ônibus aumenta e a qualidade não acompanha esse acréscimo da tarifa. Algumas linhas de ônibus demoram absurdamente, o que faz com que fiquem ainda mais lotados. Recentemente passaram a trocar alguns ônibus velhos por modelos mais novos, com ar condicionado, etc., mas essa era somente uma das questões que precisam ser melhoradas, mesmo porque o transporte é extremamente caro”.

Ela acredita que por conta da pandemia, o transporte público se tornou ainda mais problemático e perigoso para a população periférica. “As pessoas precisam usar máscara ao entrar no transporte coletivo, o que é importantíssimo, mas não resolve uma grande parcela do problema: não existe distanciamento seguro em um ônibus lotado. Muitas vezes as pessoas vão quase encaixadas umas nas outras, sem ventilação. A pergunta que fica é: o transporte coletivo é seguro? E a resposta pode ser categórica: obviamente que não! Se já não era seguro, pois grande parte das pessoas ficam em pé, segurando em barras, durante um tempo considerável, agora com toda essa questão das necessidades de cuidados sanitários são menos ainda.”

Engajada em estudar formas de combater as injustiças sociais presentes no transporte público, Gabriela Dantas, 26, integrante do Movimento Passe Livre, organização política que vem estudando formas de garantir uma tarifa menos abusiva para a população, principalmente pautando a tarifa zero na cidade de São Paulo, fala sobre a importância do documentário para a discussão do acesso ao transporte dentro das periferias.

“Quanto mais gente tiver materiais e mídias que contam a história desde baixo, da perspectiva de quem mora nas periferias e sente na pele o que é depender de um transporte precário e muito caro, mais a gente fortalece a nossa voz e o nosso alcance. Porque pra conseguir mudar de fato esse sistema, a gente vai precisar de muita gente junta. A grande mídia muitas vezes não divulga a real situação vivida pela maioria da população e nem as lutas que acontecem nas periferias, mas por isso mesmo é importante a gente ter canais para mostrar isso tudo nos nossos termos, mostrar que outro transporte é possível e necessário”, afirma Dantas.

Em uma situação extrema como a pandemia de covid-19, era de esperar que a circulação de ônibus aumentasse na cidade para a lotação diminuir, mas em 24 de Junho deste ano, a SPTrans, empresa vinculada à Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, publicou no diário oficial a retirada de 988 ônibus da frota das linhas municipais. A decisão causou um grande impacto nas periferias, territórios onde os moradores precisavam antes mesmo da pandemia de melhores condições de ir e voltar do trabalho.

Dantas aponta que essa redução é uma política de morte. “A redução da frota de ônibus como resposta à pandemia é uma política de morte. Em vez de a prefeitura fazer medidas para diminuir as necessidades de deslocamento das pessoas, diminui os meios de transporte. Isso torna as viagens de quem precisa sair de casa pra trabalhar ainda mais precárias e arriscadas. O transporte coletivo hoje é um dos principais espaços de transmissão do vírus porque tem gerado muita aglomeração. E já foi mostrado que isso acontece principalmente nos trajetos que saem da periferia, onde está a maioria das pessoas que não tem o privilégio de ficar de quarentena e trabalhar em casa.

A integrante do Movimento Passe Livre finaliza comentando a importância de mobilizar os moradores dentro dos bairros para ampliar as discussões sobre o transporte público na cidade. “Não existe uma única receita de mobilização, mas podemos aprender com experiências que já deram certo. Dá pra organizar conversas entre moradores em espaços de encontro, fazer e distribuir panfletos ou materiais que falem da situação do transporte, fazer abaixo-assinados contra cortes de linha ou por outras demandas e até fazer manifestações, inclusive para levar esses abaixo-assinados até a subprefeitura”.

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15 COMENTÁRIOS

  1. […] “Muita coisa mudou na cidade de São Paulo. Durante o século XX, a cidade se expandiu demais com a migração massiva de outros cantos do País. A nossa região do Jardim João XXIII foi ocupada nos anos 1950 e 1960, com a construção dos primeiros bairros. Na minha pesquisa de mestrado consegui rastrear a origem da linha 7545 pelo menos até 1970. Muitas gerações pegaram essa linha e acompanharam suas mudanças”, afirmou Diego Peralta, mestrando em Sociologia pela USP e integrante do Coletivo da Quebrada, ao site Desenrola. […]

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