“A gente tá fazendo uma revolução”, afirma Aline Brito, mãe, sapatão, educadora e periférica

Edição:
Evelyn Vilhena

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Como o dia do orgulho LGBT atravessa a vida das sapatonas que são da quebrada? Como é ser sapatona, periférica e mãe? Essas são algumas das perguntas que permeiam essa reportagem. Vamos falar sobre as lutas por visibilidade, amor, afeto e construção familiar entre corpos que nem sempre são lembrados no Dia Internacional do Orgulho LGBT.

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Aline e Alexandra com suas crianças e seus cachorros tomando um sol na varanda de sua casa (Creditos: Fernanda Piccolo)

Hoje, dia 28 de junho, é o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Data marcada pela revolta da comunidade LGBT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares que eram frequentados pela comunidade. Essa luta se deu em diversos eventos e protestos de ruas que ficou conhecido como a Rebelião de Stonewall Inn.

O Brasil já foi palco do maior protesto LGBT do mundo, ação que aconteceu em São Paulo e chegou a somar 5 milhões de pessoas na rua em 2017 e entrou no recorde mundial do Guinness Book. O primeiro evento aconteceu no ano de 1995, no Rio de Janeiro. A mobilização começou dentro da 17° conferência da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex, e ocupou as ruas de São Paulo pela primeira vez em 1996.

Atualmente, um dos marcos nessa luta é a Parada do orgulho LGBT, evento que acontece anualmente na Avenida Paulista e que conta com grandes marcas e mídias estampando as cores das bandeiras LGBT.

Mas o que é ser lésbica na quebrada? O que é ser lesbica moradora do Capão Redondo? O que é ser lésbica, moradora da quebrada e mãe? O que é dupla maternidade? Como é constituir família sendo uma corpa preta, sapatão e de quebrada? Como é para os corpos que não são vistos dentro do dia internacional do orgulho LGBT?

Aline Cristina Brito da Costa Custódia, 24 anos, nascida em Santos, moradora do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, território onde trabalha como educadora social na Fábrica de Cultura e Alessandra Santos de Oliveira, 30 anos, confeiteira independente. Elas são as mães de Jamal e Jawari, e criadoras do perfil no instagram Maternidade Sapatão, onde elas compartilham a maternidade entre corpas sapatões como algo possível e o dia a dia de duas mães de quebrada.

“Com a página Maternidade Sapatão, a gente se tornou referência pra quebrada sabe, confesso que eu me tornei referência para mim mesma, porque agora quando eu abro o instagram e vejo o maternidade, fico ‘olha existe um casal de duas mães pretas sabe’, eu fico muito emocionada com a nossa história”, conta Aline Brito.

Ela afirma que ama ser mãe, principalmete ser uma mãe preta: “Ser mãe é foda, eu amo ser mãe, e o que eu mais gosto é de ser mãe preta, e eu acho que as mães pretas são muito zikas, ta ligado. Confesso que as mães pretas são verdadeiras deusas mesmos, espero um dia me tornar uma mãe tão foda quanto a minha mãe sabe, é a questão do revolucionario, né”, afirma Aline Brito.

“O amor é um bagulho muito negado, muito negado pra mulher preta né, então eu acho muito foda a gente ter uma família com duas mães pretas, de ter essa resistência, e ser esse amor preto, a gente ta fazendo uma revolução.” Aline Brito

 Brito conta como esse amor nasceu e como o território do Capão Redondo, que é onde elas moram hoje, foi a terra desse amor. “A gente se conheceu na sarrada do brejo, que era uma festa né, só de sapatão e bissexual, aí depois começamos a trocar ideia pelas redes sociais, e aí papo vem e papo vai, ela me cozinhando, 5 meses depois, a gente se trombou no Capão”.

Ela compartilha que o Capão Redondo sempre esteve presente na vida e história de amor das duas. “O Capão sempre esteve presente na nossa vida, na nossa história de amor. Nosso primeiro beijo foi no Capão, e depois se trombamo lá de novo, e desde então a gente tá junta né, desde 11 de abril de 2018, é nossa data mesmo, porque é isso, a gente é sapatão, é intensa”, afirma.

Aline e Alessandra foram morar juntas em 2019, quando já sentiam que não conseguiam ficar mais uma longe da outra e nem ficar se deslocando de um canto para outro da cidade para viver esse amor de pertinho.

“Quando foi em 2019, a gente decidiu morar juntas, porque é isso né, eu morava lá na Cidade Tiradentes, no fundão da leste e ela morava na zona sul né, lá na Chácara Santana, era 3 horas né, mó rolê atravessando a cidade, a gente vinha ficava dois, três dias na casa dela, ficava dois, três dias na minha casa né, daí a gente chegou a conclusão que já estávamos morando juntas, só que tava pagando dois aluguel”, relata Aline.

Ela conta que quando percebiam já estavam o mês todo juntas e não conseguiamos mais ficar longe uma da outra, então resolveram ir morar juntas e alugar uma casa maior. “A gente já tinha uma ideia de alugar uma casa grande, com quintal, com espaço para ter cachorro e tudo, com dois quartos, um para nois e outro para estudar, pra jogos, quem sabe filhos”, conta. 

“A gente conseguiu registrar os meninos certinho, inclusive a gente foi o primeiro casal a registrar dois filhos legítimos no nosso nome, um casal de duas mães, no cartório de Capão Redondo”

Creditos: Fernanda Piccolo

Alinexu, como Aline Brito é conhecida na sua quebrada, conta que a vontade maior dela e da sua companheira Alessandra, serem mães, veio de quando elas cuidavam da bebê de uma amiga para ela ir trabalhar.

“Uma amiga nossa, aqui da quebrada, teve uma bebê, é mãe solo, tava sempre no corre, não tinha com quem deixar a bebê e começamos a cuidar dela aos finais de semana, e aquilo mexeu com a gente. E a Dessa é uma bebezinha pretinha a coisa mais linda, ela chegava aqui bem cedo, às vezes ela fica dois dias aqui sabe, e aquela coisa de dar comida, trocar a bebê, dar banho, tudo e tal. Foi mexendo com a gente, coçando o útero né”, compartilha Aline.

Aline e Alessandra sempre tiveram e compartilharam dos planos de serem mães e construir uma família: “Até que um belo dia, a Ale, falou ‘mano é isso, eu quero ter um bebê, eu quero ser mãe, tô pronta, acho que tá na hora, a gente pode ter um bebê, né?’. E eu vamos, e a gente sempre trocou muito, sempre foi algo que estava dentro dos nossos planos, casar, de ser mãe, de ter uma família”, afirma.

Com o objetivo e planos conjuntos, Brito conta que então começaram a pensar na fertilização caseira e no processo de fertilização em vitro, que consiste na coleta dos gametas fora do útero para transferir o embrião depois.

“Começamos a pensar em como, pensamos na fertilização caseira, até pelo preço e tudo.. Por que para gente que é LGBT ter filho, tem muito a ver com uma questão social. Se você for fazer uma fertilização em vitro, que foi o nosso caso, é muito caro, é tipo 30, 40 mil, é um absurdo, não era nosso plano inicial fazer em vitro, mesmo que fosse até juntar esse valor né, juntar 40 mil reais para o tratamento, era muito dinheiro, a gente ia trabalhar a vida inteira, e guardar dinheiro para ser mãe, e a gente queria ser agora”, relata Aline. 

“Colocamos o pé no chão, ‘vamos ser mães, vamos fazer uma fertilização caseira, mas se der certo, como vai ser’, pensamos em ficar uns dois anos aí guardando um dinheiro, pra ter esse pé de meia mesmo sabe”

Alinexu conta que o plano de esperar esse tempo mudou, quando elas tiveram a chance de engravidar com o apoio de uma clínica. “Passou um tempo e Orixá abençoou a gente grandemente, uma mina que a gente conhece foi fazer útero solidário em uma clínica, aí lá eles estavam precisando de uma mina preta, de preferência de pele escura que quisesse doar óvulos e em troca ganharia a gestação, engravidar através do método de ovodoação compartilhada”, compartilha.

A moradora do Capão Redondo afirma que de início ficaram receosas se deveriam aceitar ou não. “O bagulho era pá pum assim, já ir na clínica, começar o tratamento, eles estavam com uma urgência, e a gente ficou pensando quando será que vamos ter essa oportunidade de novo né, e ainda mais de uma forma acessível assim. Inclusive é isso, esse método de ovodoação compartilhada que as clínicas têm feito, tem fortalecido várias mães de quebrada aí, a se tornarem mães, aí a gente aceitou”, coloca Aline.

Elas começaram o tratamento em dezembro de 2019 e “Dia 20 foi a transferência dos embriões pro útero da Ale e dia 28 de fevereiro a gente comprou o teste de gravidez de farmacia e deu positivo, e o mais doido é que foram transferidos dois embriões pro útero da Ale, ‘e aí será que vai vir gêmeos?'”, comenta.

“Esse plano de ser mãe, de ter filhos, de formar uma família tá ligado, viver aquele continho de fadas mesmo sabe, talvez a gente só tenha essa oportunidade de engravidar na vida, então que venha dois logo” 

Creditos: IsabelliVasco

Aline também conta como foi o processo de lactação e que o plano delas dentro dessa maternidade era também ter uma amamentação dupla.

“Eu passei pelo processo de introdução da lactação, a gente sabia que era possível a questão da dupla amamentação e a gente contatou uma obcestricia aqui da quebrada bem foda, inclusive é ali do Jangadeiro, fomos conversar com a Nabe, e ela disse que era super possível sim, e que ia foratalecer a gente nisso”, relata.

Ela conta que com a ajuda de uma profissional, também da quebrada, começou o processo de introdução da lactação: “é simples, é fácil, e eu falo que é fácil porque eu era das pessoas que pensava, ‘será que tem que fazer uma cirurgia ou algo assim?’, e não é, precisa fazer o uso de uma medicação, precisa de auxílio com os estímulos, com aquelas bombinhas sabe de tirar leite, e tem que ser acompanhada, eu fui acompanhada pela Nabe”, ela reforça que não é apenas ir na farmacia e comprar o remédio, é necessário auxílio e acompanhamento profissional. 

“É todo um processo, e é isso, comecei a produzir leite, estou produzindo, estou amamentando, mas fica aí o salve para as minas de quebrada que é possível sim, duas mães amamentar, ou até se você adotar um bebe, é possível amamentar, a gente divide a amamentação e da para os dois”

 A educadora conta que a ideia do instagram surgiu a partir de uma procura das duas na rede por famílias de duas mães pretas, ou dois pais pretos e não encontraram. “Decidimos por nosso corre na internet através do Maternidade Sapatão, passando nossa vivência de quebrada, e também para mostrar que é possível pras sapatão de quebrada aí, pras mina que é possível sim, a gente formar nossa família de dupla maternidade, de dupla paternidade, que seja com adoção, que seja com fertilização caseira, que seja com a fertilização em vitro”.

Ela afirma que mostram o dia a dia real delas como mães pretas e periféricas: “A gente mostra nosso corre de quebrada mesmo, das mães que vão comprar roupa lá no japoneses Santo Amaro, é isso, a gente mostra que é possível, e mostra como podemos ser uma mãe de quebrada normal”.

Brito relata como foi o processo de registro das crianças, já que elas foram o primeiro casal homoafetivo a registrar dois filhos no cartório do Capão Redondo, território que de novo marca os passos mais importantes do casal.

“A gente conseguiu registrar os meninos certinho, inclusive a gente foi o primeiro casal a registrar dois filhos legítimos no nosso nome, um casal de duas mães, no cartório de Capão Redondo, nossos filhos bem de quebrada mesmo, eles só não são mais de quebrada porque eles nasceram no Hospital São Paulo, lá pra Vila Mariana [risadas]”, conta Aline que complementa ressaltando que queriam que as crianças tivessem nascido no M’Boi Mirim, mas o hospital estava com foco de atendimento a covid-19.

“nois é o primeiro casal de mulheres a registrar duas crianças no Capão mano, mas tá lá na legislação que quando chega com declaração da clínica, o papel de recém nascidos e nossos rg, eles tem que registrar, o casal não precisa estar casado, no caso da fertilização em vitro não precisa”

A quebrada como espaço de afirmação e construção identitária

Creditos:Fernanda Piccolo

“Eu não me sinto tão representada, na questão do lgbtqia+, eu acho que inclusive é uma bandeira muito conhecida pelos homens gays, tão sempre lá no movimento, os homens gays, brancos, quando vai umas mulher, é umas mulher branca, quando vai pessoas trans, são homens trans brancos, mulheres trans brancas, é muito diferente da vivência, a gente que é da quebrada, a gente tem uma vivência mais vida loca, mais miliduca com as minas travesti tá ligado”, coloca Aline sobre questionar essa representatividade do orgulho lgbtqi+ que ainda não chega em seus corpos e muito menos em seu território.

Aline relembra que não é apenas um dia de representatividade que a mídia precisa divulgar, mas mostrar um cotidiano diário pela sobrevivência que pessoas lgbtqia+ precisam ter dentro da quebrada;

“Como as minas travesti, preta, que tava la no corre a mó tempão, ta ligado, os manos trans aí, que tão no corre pra pagar 200 conto em uma ampola de hormônio, ai quando levanta essas bandeiras do lgbtqia+ na internet, por exemplo, eu vejo uma galera branca ta ligado”, coloca Brito, questionando o modelo de representatividade que invibializa outros corpos da mesma comunidade.

“E se não tá representando a quebrada, não me representa, tá ligado, e é isso”

A educadora ressalta que existe artista de quebrada trazendo essa narrativa, porém ainda acredita que é pouco perto de toda grandeza territorial que o território possui e não é reconhecida.

“Tem por exemplo a Jup do Bairro, que é aqui da quebrada, que é aqui da zona sul, a gente tem a Lin da Quebrada lá do fundão, lá da zona leste, são as minas da quebrada que já estão chegando no rolê, mas eu acho que ainda tá faltando um pouco mais sabe”, afirma Aline.

Se reapropriar de termos pejorativos e transformar isso no seu objeto de fala. “Eu sou sapatão, eu sou da quebrada, a gente que é da quebrada a gente se reapropria do sapatão, é isso mesmo, eu sou sapatão”, reafirma Aline, reforçando que já existe uma cultura sapatão de quebrada com suas vestimentas e modos. 

“Mas falando assim de nós, da sapata de quebrada, com bermudão, chinelão, camisão e tal, muita de nós assim já nasce sapatão, já vem pro mundo sendo sapatão”

Ela aponta que apenas pode falar sobre o que vive, que é ser uma sapatão na quebrada: “Eu gosto de falar que eu tenho muito orgulho de ser sapatão, não falar orgulho de ser lbtqia+, eu falo sapatão, é o que eu sou, é a bandeira que eu levanto, que eu represento, eu acho quando eu falo orgulho de ser lbtqia+ eu to levantando outras bandeiras, não to falando que eu não tenho que levantar a bandeira das minhas trans, das minas bi, só que eu acredito muito também de lugar de fala, tá ligado”.

 O amor cura

creditos:Binho Cidral

Aline conta que Alexandra mora perto de sua família, porém sua avó teve dificuldade para aceitar sua escolha em amar outras mulheres. “Embora ela tenha o espaço no quintal da vó dela, a vó dela falou que é isso, ‘o diabo não vai fazer filho aqui no meu quintal, então já que você quer se relacionar com mulher você pode se retirar daqui’, então tá bom, é isso, aí ela foi pra fora, morar com outra mulher”, compartilha Aline sobre o momento fase que sua companheira saiu de casa por sua avó não aceitar suas escolhas.

“Aí ela se reaproximou da família dela, morando comigo, mas aí nos role de família, nos eventos, eu não podia entrar na casa da vó da Ale, só na casa do pai da Ale, e eu só podia ficar no máximo, na casa da vó dela até o quintal”

Aline conta que o restante da familia de Ale era totalmente receptiva: “Lá no quintal da família dela mora a tia, o pai, a sobrinha, morava o primo e todo mundo lá gosta de mim, todo mundo super me aceita, ai quando a avó ia pro culto, era engraçado que a tia falava assim, ‘olha a vó foi pra igreja, vem aqui com a Aline que ela foi pra igreja’, aí quando a Dona Lurdes ia pra igreja eu entrava lá, comia, jantava de boas”, conta Aline, que quando a avó da Ale estava elas não tinham esse convívio antes dos filhos chegarem na família.

Porém, quando os bebês chegaram algo se modificou, todas as crenças que sua avó tinha construído foram modificadas quando pegou os gêmeos no colo.

“Aí depois que os meninos nasceu ela ficou meio embaralhada, falou mano, como assim, duas mulheres, dois filhos, ela só tem 80 né, pra ela entender e absorver tudo isso foi um grande processo, e é isso, ela entendeu, absorveu, hoje eu posso super entrar no quintal”, conta Aline, que afirma não carregar ressentimentos desse processo por entender suas vivências e crenças.

“Eu entendo também que o cristianismo é foda, que a igreja é foda mesmo, pega sua mente, é tipo isso pra uma mulher que é cristã sua vida inteira, que tem 80, ai eu querer chegar do nada e falar, sou mesmo, mulher da Alexandra e tal, aceita ai, sendo que naturalmente ela ja compreendeu isso”

Aline ainda detalha como o comportamento da avó de Alessandra mudou depois da convivência com os bebês. “O orixá já clareou a cabeça dela, que é isso a neta dela é sapatão, além de ser sapatão é mãe, com uma outra mulher sapatão que tem dois filhos sabe, e ela é bisavó dos meninos, então ela super apaixonada também pelos meninos, ela adora, a gente acha engraçado”.

A avó tem dificuldade de falar o nome das crianças, Jamal e Jawari, mas “quando ela ta aqui do lado, ela fala, eu não peguei esse daqui no colo, me dá esse aqui, e fica, agora me dá esse daqui, e ela não sabe falar o nome dele, que é meio difícil, e a gente achou muito engraçadinho, muito fofinho tá ligado, então é isso”, conta Aline.

Ao falar sobre o futuro de sua família, Aline e Alessandra trazem como referência o documentário chamado Brazil – Jurema e Nicinha, que fala sobre o amor de duas mulheres aos 43 anos, que moram na favela da Rocinha do Rio de Janeiro.

“É esse legado que a gente quer deixar, é o legado da Nicinha e da Jurema, é do amor, de resistência, de 40 anos aí, formando filhos, netos, tá ligado. E essa queda também, a gente tem sempre essa questão da solidão da mulher preta, tantas minas preta solitária no mundo, aí é isso sabe, a gente ser duas mulheres preta que se amam já é uma puta revolução, porque é isso, o amor preto, o afeto, é negado sim pra mulher preta”, finaliza Aline. 

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