Poeta Binho une escrita e ilustrações autorais em novo livro para crianças e adultos

Edição:
Evelyn Vilhena

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O autor conhecido pela sua trajetória de fomentar a produção literária nas periferias de São Paulo e na América Latina, por meio da criação do Sarau do Binho, lança o novo livro neste domingo (13), na Praça do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

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O processo criativo de elaboração do livro intitulado ‘Azterketa’ surge durante o período de isolamento social, provocado pela pandemia de covid-19. (Foto: Suzi Soares)

Com um encontro literário aberto ao público e ao ar livre, o escritor e poeta Robinson Padial, mais conhecido no cenário da literatura como Binho, apresenta neste domingo (13), às 15 horas, o seu novo livro na Praça do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

Publicado pelo selo Sarau do Binho e pela editora Tchai, a obra intitulada ‘Azterketa’, cujo nome tem origem no idioma Elengoa e significa prova, exame e investigação, é fruto de um trabalho inovador do autor que une a experiência da escrita à produção de ilustrações autorais.

Além do livro que estará disponível para venda durante o lançamento, haverá uma exposição nos arredores da Praça do Campo Limpo, com 15 telas produzidas pelo autor para o público interagir durante o evento.

“A ideia do livro surgiu há alguns anos atrás, quando eu esbocei uma coisa de querer colorir”, conta Binho, ressaltando que esta iniciativa não evoluiu logo de cara para a criação de uma publicação.

Foi durante o período de isolamento social provocado pela pandemia de covid-19 que o autor afirma ter dado vida a construção do livro. “Na pandemia eu estive isolado um tempo num sítio, entre Campo Limpo e Juquitiba e aí fui fazendo o livro e colorindo, aí nasceu a ideia do nome do livro de um texto que eu vi num idioma antigo”, relata.

Com a proposta de ir além do publico adulto, as ilustrações do novo trabalho do autor visam dialogar também com o público infantil. (Foto: Suzi Soares)

“Esse livro é para as crianças também”

Binho é poeta, escritor e criador do Sarau do Binho, um dos movimentos literários brasileiro e periférico de maior expressão na América Latina.

A publicação é composta por poemas e versos inspirados nas ilustrações e fatos que fazem parte do cotidiano do autor e das pessoas à sua volta.

“Do ato de colorir eu fui traçando, pra poder daí brotando as poesias né? Porque enquanto você fica ali colorindo e tal, vem muitas ideias, frases e versos, né? E aí eu fui colocando isso no papel”, descreve Binho, apontando como foi parte do processo criativo de elaboração de Azterketa, livro que tem poemas e ilustrações autorais.

Entre os fatos que marcaram o processo de escrita, Binho cita situações do cotidiano como as notícias sobre o incêndio da estátua do bandeirante Borga Gato, que movimentou debates sobre a memória do Brasil na internet. Outro momento marcante lembrado pelo autor é o aniversário da irmã celebrado durante a pandemia, acontecimento que também serviu de inspiração poética para alguns trechos da obra. 

Ao comentar sobre o perfil de leitor que ele espera atingir com o novo livro, Binho destaca que tantos os temas dos poemas e versos, como as ilustrações, visam sensibilizar adultos e crianças. “Esse livro é para as crianças também, não só pra adultos. Que as crianças também possam olhar esse colorido nesse período nebuloso, tão cinzento, tão triste que passamos e que estamos passando ainda.”

Cultura popular 

Geraldo Magela, criador da Casa de Cultura Candearte, é homenageado no livro de Binho. Um dos textos ilustrados é uma ciranda de autoria de Magela. Durante o lançamento, o grupo Candearte fará uma apresentação na Praça do Campo Limpo, evidenciando a valorização do autor pelo mestre da cultura popular.

Além do Candearte, o grupo de teatro Cia. Truks fará uma intervenção artística que conta parte da história do poeta Binho. Juntamente com essas atrações, o público poderá vivenciar um sarau na Praça do Campo Limpo com a presença de diversos autores e poetas da literatura periférica.

Binho finaliza a entrevista ao Desenrola lembrando que faz exatos 23 anos que ele lançou o primeiro livro, a obra chamada de Postesia, considerada uma marco na literatura periférica. “Tem vinte e três anos exatamente que eu lancei o primeiro livro Postesia, foi em 14 de março de 1999, data essa que é o dia da poesia”, relembra ele, ressaltando que por apenas um dia essa data não se repete, já que o lançamento será neste domingo (13) de março.

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