Exposição Encruza provoca reflexões sobre o caos político das periferias em Taboão da Serra

Edição:
Redação

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A exposição de artes plásticas reúne obras inéditas produzida nos últimos meses pelos artistas Carolina Itzá, Uberê Guelé e Paulo Ñamake Zaire, moradores do Campo Limpo, zona sul da capital. 



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Foto: Divulgação

Durante os dias 25, 26 e 27 de outubro, o Espaço Clariô, localizado em Taboão da Serra, recebe a exposição coletiva “Encruza: Itzá + Ñamake + Uberê”. Durante a abertura, no dia 25, os participantes terão a oportunidade de realizar uma visita guiada monitorada pelo arte-educador e poeta Fabio Santos. Na sequência, para refletir sobre o arte e política, será realizada roda de conversa “Arte: entre treta e conciliação – mirabolando estratégias coletivas de resistência e abertura de caminhos”, com artistas convidados.

Proposta por Carolina Itzá, Uberê Guelé e Paulo Ñamake Zaire, a exposição reúne obras inéditas produzida nos últimos meses pelos artistas que são moradores do Campo Limpo, zona sul da capital. “A expô nasceu da vontade de fazer acontecer uma exposição aqui para esses lados, coisa que não acontece muito. Tem o Ateliê Capão Nu e o Ateliê Daki no Grajaú, mas de qualquer forma a gente sente uma carência de eventos voltados para as artes visuais”, conta o artista plástico e poeta de 27 anos, Uberê, que também confecciona bonecos e máscaras para os espetáculos do Grupo Clariô de Teatro.

De acordo com a avaliação do artista plástico, os trabalhos enraizados nas artes plásticas e visuais ainda não são amplamente divulgados no território, apesar do Campo Limpo abrigar uma efervecência artística, protagonizada por artistas independentes, coletivos e espaços culturais. Para ele, a exposição também vai construir um espaço de diálogo: “para promover um encontro entre esses artistas, ouvir quem veio antes e olhar pra quem tá chegando, como eu mesmo.”

É a partir deste propósito que Uberê reforça a importância da exposição para promover e fortalecer o vínculo entre as pessoas, que diante do contexto social das periferias se apresenta como uma demanda cada vez mais urgente. “A gente quer se encontrar. Nós estamos num momento em que a gente sente uma necessidade maior de se encontrar, de conversar. Pelo bem da nossa saúde mental e pelo bem da luta por liberdade.”

Visão política da Arte

O olhar crítico dos artistas frente às questões sociais que afetam o país e que se intensificam nas periferias é o que “cruza” os caminhos da produção apresentada na exposição. Além desta inquetação, os artistas acreditam que o papel da arte está ligado a tencionar o que está preestabelecido e buscar novas abordagens dos problemas atuais.

Nesse contexto político do fazer artístico, Uberê relata: “a gente tava pensando nessa esquizofrenia apática que é nossa situação política atual. Nesse desgoverno fascista. E pensando sobre como os debates de gênero, sexualidade, raça e classe tem sido feitos hoje em dia. Sentimos que estamos numa encruzilhada nessas várias questões. Nós não nos propomos a dar solução, mas sim fazer provocações mesmo, cada um do seu jeito.”

Conheça os artistas

ITZÁ – Carolina Itzá, 36, é artista plástica, grafiteira, arte educadora, militante da Fala Guerreira
ÑAMAKE – Paulo Ñamake Zaire, 29, é professor de Artes em escola pública e artista plástico
UBERÊ – Uberê Guelé, 27, é ator e artista plástico

Programação

Exposição “Encruza: Itzá + Ñamake + Uberê” | Dias 25, 26 e 27 de outubro.

Dia 25, sexta:
18h – Abertura
19h – Visita guiada com Fabio Santos, arte educador e ator
20h30 – Roda de conversa “Arte: entre treta e conciliação – mirabolando estratégias coletivas de resistência e abertura de caminhos”, com participação dos convidados: Aline Binns, Amanda Daphe, Catarina, Chellmí, Crica, Fernando Solidade, JC Sena, Mariana Salomão, Nave Mãe, Nenê Surreal, Perê, Peu Pereira, Rodrigo Bueno, Rogerio Pixote, Sheila Signário, Silsil do Brasil, Ziza.

Dia 26, sábado:
16h – Mostra de audiovisual e fotografia com artistas convidados.

Dia 27, domingo:
16h – Fechamento e confraternização.

Local: Espaço Clariô de Teatro
Rua Santa Luzia 96, Taboão da Serra -SP, a 15 minutos da estação de metrô São Paulo-Morumbi.

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