ENTREVISTA

Bloco do Beco lidera ações de formação cultural no Jardim Ibirapuera

A Organização conta com projetos que envolvem desde a realização de eventos culturais como rodas de samba, até oficinas de arte educação gratuitas para os moradores do território.
Por:
Anna Celli dos Santos e Lauane da Silva
Edição:
Ronaldo Matos

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Dandara Kuntê, produtora cultural do Bloco do Beco, zona sul de São Paulo. Foto: Vinicius Ramos.

O Bloco do Beco foi fundado em 2002 com o intuito de manter viva a cultura das rodas de samba e do carnaval de rua, mas hoje, a iniciativa mantém a conexão com os moradores do território por meio de oficinas e atividades artísticas, como Escolinha de Bateria, Capoeira, Ginástica Funcional, Carimbó, Forró, Mosaico, Pilates, Samba Rock, Maracatu, Dança Livre, Percussão, Teatro e até Mutirão de Alfabetização.

Para garantir que as histórias e tradições culturais do Jardim Ibirapuera sejam passadas para as futuras gerações, o Bloco do Beco vem transformando o bairro em um lugar cada vez mais acolhedor e de pertencimento cultural para a população das periferias de São Paulo.

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A produtora cultural Dandara Kuntê conta com detalhes para o Você Repórter da Periferia as diferentes formas de atuação da organização e o impacto na valorização cultural do Jardim Ibirapuera.

VCRP: O que você faz aqui no Bloco do Beco?

Eu sou a produtora cultural do espaço, recebi um convite dos gestores, entre elas a Carla que é a presidente do Bloco do Beco, a gestora coordenadora Mariana e o Luiz, que também é um dos direitos aqui do espaço.

VCRP: Qual é o papel do Bloco do beco na conservação da memória dos pontos históricos da comunidade?

Na década de 90 a gente teve uma questão muito forte de violência nos bairros Jardim São Luís, Jardim Ângela, Campo Limpo e Capão Redondo. Esses quatro bairros formavam um triângulo da morte, onde aconteciam vários assassinatos, aconteciam várias coisas ruins. Mas para além da violência, o Bloco do Beco é um dos primeiros espaços que vai puxando essa preservação da memória, para não deixar as memórias do bairro morrer. Na década de 90 também, para além dessa questão da violência, a gente teve os clubes de clubes de mães, que também foram e ainda são espaços de preservação da memória, e aí o Bloco do Beco chega também para somar.

VCRP: Quais são os principais espaços de atividades culturais?

Os principais espaços são a biblioteca do Bloco do Beco que fica aqui embaixo na Favela da Erundina e o próprio Bloco do Beco, que é esse espaço que a gente está, onde se concentra a maior parte das oficinas, reuniões de pessoas, a biblioteca, horta comunitária e o Ibira Lab.

VCRP: Como você vê a importância desses pontos históricos na comunidade?

A importância é gigantesca porque agora é pensando nesses espaços de educação não formal, que não seja só a escola ou a universidade. Com esses espaços não formais de cultura, saúde, lazer, etc, que estão concentrados aqui na região, a gente não precisa mais buscar fora porque a gente tem esses espaços aqui dentro da quebrada.

VCRP: O que você acha que tem surgido no território que é uma novidade na cena cultural e que deveria ter mais atenção e valorização? 

Eu fico pensando que as coletividades, como os grupos de mulheres e a galera LGBTQIAP+, que é uma galera mais nova, que está chegando para compor e construir juntos. Essa galera tem chegado com muito peso. Eu acho que a população precisaria olhar com outros olhos.

Esse conteúdo foi produzido por jovens em processo de formação da 8° edição do Você Repórter da Periferia (VCRP), programa em educação midiática antirracista realizado desde 2013, pelo portal de notícias Desenrola e Não Me Enrola.

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