Moradoras das periferias apontam os serviços públicos que precisam de maior atenção no início do governo Lula

Edição:
Ronaldo Matos

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Com base nas desigualdades sociais que afetam o cotidiano das moradoras das periferias, o Desenrola entrevista mulheres que apontam quais serviços públicos devem ser prioridade nos primeiros 30 dias do governo Lula. 

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Faltando 11 dias para a posse do presidente Lula (PT), mulheres moradoras das periferias de São Paulo e Taboão da Serra, elegem uma lista de prioridades da nova equipe de Ministros, para passarem por melhorias no início do novo mandato.

“Eu acho que deve priorizar a saúde, educação e a segurança pública”, Michele Gomes Bernardo, 40, moradora do Jardim São Judas, um dos bairros periféricos da cidade de Taboão da Serra.

Michele espera que Lula, sua equipe de ministros, bem como outros candidatos eleitos para o cargo executivo de governador, tenham um bom planejamento para realizar uma boa administração e gestão do Estado.

Segundo a moradora, a falta de políticas de empregabilidade no governo Jair Bolsonaro (PL) e a reforma trabalhista que flexibilizou as leis do trabalho foram responsáveis por aumentar o número de desempregados no bairro onde mora.

A percepção de Michele é comprovada pelo estudo do IBGE, no qual o desemprego atinge 9 milhões de pessoas. Em São Paulo, estado mais populoso do Brasil, o índice de desemprego é de 9,2%. Além do desemprego, o trabalho informal, que impacta 39 milhões de pessoas, é outro vilão que afeta a renda e os direitos trabalhistas dos brasileiros.

Durante a corrida eleitoral, Lula fez 103 propostas que devem começar a sair do papel já no início de 2023 – o número corresponde a uma promessa que precisa ser colocada em prática a cada duas semanas durante todo o mandato que tem duração de quatro anos.

As propostas vão desde o setor de educação, à economia, administração, segurança pública, saúde, pautas sociais etc. Dentre as demandas populares estão a criação de uma nova legislação trabalhista, estímulo à economia criativa, reajuste do salário mínimo acima da inflação e o retorno do Bolsa Família e manutenção dos $600 por família.

Na cidade de São Paulo, o presidente eleito no segundo turno recebeu mais de 60% dos votos válidos em territórios periféricos. No bairro de Piraporinha, que pertence ao distrito do Jardim São Luís, na região sul do município, Lula conquistou 66,56% dos votos.

“Como mulher, preta e nordestina jamais votaria em um candidato como o atual presidente”, diz Leidiane dos Santos Carmo, 32 anos, moradora do Jardim São Luís, eleitora que faz parte desta margem de votos válidos que elegeram o presidente Lula nas periferias.

Ela é mãe solo da Sofia, de 9 anos. Após as eleições, Leidiane deseja que as pessoas coloquem a cabeça no lugar e cobrem do candidato eleito as promessas de campanha.

Entre as principais áreas do novo governo presidencial, a moradora destaca especial interesse pelas áreas de saúde e educação, como já foi apontada por Michele, moradora de Taboão da Serra.

A temática Saúde e Educação se repetem entre as moradoras das periferias, e reforça as marcas deixadas durante a pandemia de Covid-19.

Com forte atuação nas redes sociais durante o período eleitoral, Michele afirma que as eleições foram importantes para escolher um candidato que representa os interesses da população, e portanto, ela espera que o presidente eleito desenvolva ações para a promoção da dignidade dos trabalhadores, das mães, jovens e crianças.

“Minhas expectativas para o nosso país é um futuro de oportunidade, respeito, prosperidade e amor entre as pessoas, a defesa por direitos trabalhistas, direito à moradia digna, saúde, educação, segurança e todos os serviços que envolvem a transformação da situação de desigualdade no país”, finaliza.

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