Na manhã desta sexta-feira, 8, data em que é comemorado o Dia Internacional das Mulheres, a coletiva Periferia Segue Sangrando, realizou um ato na Avenida João Dias, na zona sul de São Paulo, com o objetivo de denunciar o aumento nos casos de violência contra as mulheres.
“A intenção é chamar atenção para o número de feminicídios que cresceu bastante no nosso território, mas não só no nosso território. Chamar a atenção para a violência contra as mulheres”, aponta Luana Oliveira, educadora popular e integrante do Periferia Segue Sangrando.
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Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, foram registrados 1.463 casos de feminicídios no Brasil, o que representa o maior número desde a tipificação da lei do feminicídio sancionada em 2015.
Durante o ato, mulheres negras e periféricas, integrantes da coletiva, estenderam uma faixa com a frase “Parem de nos matar”.
“O 8 de março tem muitas histórias que às vezes se perdem nesses caminhos que vai transformando o dia nessa mitologia, mas principalmente o 8 de março está atrelado a luta das mulheres trabalhadoras”, afirma Alessandra Tavares, antropóloga, atuante no movimento de mulheres da zona sul de São Paulo e integrante da coletiva.
Periferia Segue Sangrando é uma rede de mulheres que desde 2015, atuam a partir das dinâmicas sociais que envolvem e aproximam as mulheres nas periferias, do feminismo periférico, e propõem ações que dialoguem com suas necessidades.
Alessandra ressalta que a intervenção é uma resposta para além dos eventos recentes. “Mulheres não só foram mortas, mas seus corpos foram profundamente violados. E a gente sabe os significados que isso tem. Queremos dizer e colocar que nós estamos atentas a isso e que a gente grita, que a gente tem voz e exige que parem de nos matar”, reforça.