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Evento reúne comunidades do samba na Casa de Cultura M’Boi Mirim

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A União Sul, evento organizado por um time de sambistas de renome, acontece neste feriado (9) de Julho, com a presença de diversas rodas de samba de São Paulo.

Atuando como uma roda única e rotativa, onde os sambistas se revezarão dando vida ao movimento,agrande roda de samba, nomeada “União Sul Comunidades de Samba”acontece pela primeira vez nesta quinta (9), a partir das 14hrs e tem como intuito fortalecer o samba de raiz como forma de valorizar a cultura popular da zona sul de São Paulo. A Casa Popular de Cultura M’ Boi Mirim foi o espaço escolhido para sediar o evento.

Além do samba, o evento terá a presença de expositores, como a “lojinha do samba”, comercializando produtos das rodas de samba presente. Para a comunidade prestigiar o evento, a organização solicita que seja doado um quilo de alimento não perecível, que será destinado a ONGs, asilos, orfanatos e entidades carentes.

Por abrigar um grupo de compositores, a Casa Popular de Cultura M’Boi Mirim tem forte tradição na cultura do samba tradicional, além disso, o espaço oferece diversas atividades culturais e educativas para a comunidade desde 1984, quando foi fundado por uma rede de entidades e movimentos sociais.

Agenda

União Sul Comunidade de Samba

Endereço: Casa de Cultura Popular M’Boi Mirim (Av. Inácio Dias da Silva, s/n º – Piraporinha)

Horário: 14h às 21h

Mais informações: (11) 5514-3408

Entrada: um quilo de alimente não perecível 

Filme “Capitães de Areia” é exibido ao ar livre no Jardim São Luís

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No dia 13 de julho às 18h, a Fundação Julita, organização não-governamental situada no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, realizará a exibição do filme “Capitães de Areia” ao ar livre. Essa exibição especial é realizada pelo “Cine_Juventude”, um momento de exibição de vídeos e roda de conversa com a juventude.

No dia 13 de julho às 18h, a Fundação Julita, organização não-governamental situada no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, realizará a exibição do filme “Capitães de Areia” ao ar livre. Essa exibição especial é realizada pelo “Cine_Juventude”, um momento de exibição de vídeos e roda de conversa com a juventude.

O objetivo do Cine_Juventude é exibir filmes e dialogar sobre a vida do jovem morador da periferia. Acontece toda segunda segunda-feira de todo mês e é aberto à comunidade com entrada gratuita. A atividade começa às 18h e é servido lanche aos participantes.

Sinopse do filme

Um grupo de adolescentes abandonados por suas famílias crescem nas ruas de Salvador e vivem em comunidade. Eles praticam uma série de assaltos, o que faz com que sejam constantemente perseguidos pela polícia. Tudo munda quando, aos poucos, nasce o afeto entre o líder do grupo e a jovem que acabou de integrar o bando.
Baseado no livro homônimo de Jorge Amado, escrito em 1937. Em 2011, ganhou a versão em longa metragem em comemoração ao centenário do escritor.

Cine_Juventude na Fundação Julita
Data: 13 de julho (acontece toda segunda segunda-feira de cada mês)
Horário: a partir das 18h
Local: Fundação Julita: Rua Nova do Tuparoquera, 249 –Jd. São Luís (zona sul de São Paulo)
Contato: 5853-2050 falar com Adélia ou Carlos
Mais Informações: Entrada gratuita com lanche para os participantes

Bloco de Pedra mostra gingado na Virada Cultural com cortejo de Maracatu

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Apresentação do Coletivo invadiu o calçadão do Vale do Anhangabaú e contagiou os foliões que foram assistir o encerramento da Virada Cultural.

Foto: Raphael Poesia

A apresentação do Coletivo Bloco de Pedra invadiu as ruas do centro de São Paulo na tarde do encerramento da Virada Cultural, espalhando alegria e contagiando o público presente com o seu gingado. O grupo surgiu em uma escola pública de São Paulo com um grupo de ex-alunos que se prontificaram a dar aula de maracatu de baque virado, um estilo da dança enraizada na cultura afro-brasileira.

O Maracatu, ritmo afro-brasileiro que mescla percussão, canto e dança tem raízes fortes no estado de Pernambuco, devido à forte relação local com as religiões de matrizes africanas. Já em São Paulo, essa presença está sendo construído aos poucos com apoio de coletivos culturais, como o Bloco de Pedra que prática o Maracatu de Baque Virado. “O grupo é minha vida, vivo para eles, e quero continuar fazendo isto para o resto da minha vida”, destaca Márcio Lozana, diretor artístico do coletivo.

Durante a apresentação do Bloco de Pedra, as pessoas não paravam de dançar e interagir com o ritmo contagiante da percussão e das cantigas. “O nosso barato é tocar maracatu, o que fazemos é apenas uma representação dos afros brasileiros”, diz Lozana sobre os princípios da atuação do coletivo. .

Em mais de 15 anos com aulas de percussão, dança e construção de instrumentos, já se passaram mais de 10 mil pessoas pelas apresentações do coletivo e a Virada Cultural serviu para este número crescer ainda mais, espalhando a cultura do Maracatu pelas ruas de São Paulo. “A dança é feita na periferia, em casa, na rua, em apresentações, no centro ou em Paris, então podemos levar para qualquer lugar, pois além de ser uma técnica de dominação, o Maracatu também é uma alternativa para reunir as pessoas”, finaliza o diretor do coletivo.

Rashid destaca importância da Virada Cultural para o lazer na periferia

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O rapper ressaltou para a equipe de reportagem do Você Repórter da Periferia, a importância do rap para a periferia e a iniciativa do evento de estruturar bons palcos para apresentações em diversas regiões da cidade.

A Virada Cultural, evento que acontece anualmente em São Paulo, teve muitas atrações entre elas, o rapper Michel Dias Costa, mais conhecido como Rashid no cenário do rap nacional. Ele se apresentou no palco da Ocupação Sesc no Parque Dom Pedro II, fechando a programação do evento.

Em sua terceira participação na Virada Cultural, ele destaca a importância do evento estar distribuído por toda a cidade e não só concentrada no centro. “Estou muito feliz porque esse ano tem vários palcos pelas quebradas e não está só concentrado no centro. Tem quer ter cultura de graça nos espaços públicos no centro da cidade e nas quebradas também”, diz.

O Rapper que também atua como compositor e produtor argumentou sobre a importância do rap para a periferia. “O rap é um grande veículo, não só de protesto, mais é uma saída para vários moleques que poderiam estar enfiado em coisas erradas. E vê no rap uma saída de emergência, uma válvula de escape”.

Rashid ressaltou também que pretende atingir todos os públicos com sua música. “Minha música não tem freio, não só minha música, mas no rap. Não se pode colocar freio em músicas que tem tanta coisa pra dizer, temos que deixar que todo mundo ouça”. Ele afirmou ainda que está começando a gravar o seu primeiro álbum oficial. 

Compositores do Samba da Vela esbanjam autenticidade na Virada Cultural

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Em entrevista exclusiva, Chapinha Partideiro, um dos idealizadores do grupo, conta um pouco mais sobre a participação num dos maiores eventos culturais de São Paulo e a proposta da roda de samba de agregar um celeiro de compositores.

Foto: Samba da Vela

A Virada Cultural de 2015 apresentou para os admiradores do samba tradicional a autenticidade dos compositores do Samba da Vela, uma roda de samba fundada há 15 anos pelos batuqueiros Chapinha Partideiro e Paquera Vela, no bairro de Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo, com a proposta de tornar as segundas-feiras do bairro mais amistosas com uma boa roda de samba. Um dos símbolos da roda de samba, uma vela acesa é quem determina a hora de encerramento do encontro de compositores.

Chapinha descreve os 15 anos de existência do grupo como um período de conquistas e cita a participação na Virada Cultural como uma delas. “São 15 anos de resistência, de luta, de batalha e por que não de vitória? Um artista chegar aqui e cantar músicas que fazem sucesso na rádio é fácil, agora nós que cantamos composições da comunidade, chegar aqui e ver o povo cantar junto desse jeito é algo indescritível e impagável.

Com o intuito de dar voz aos compositores da periferia, a roda de samba ainda abre espaço para aqueles que queiram compartilhar suas composições. “O Samba da vela foi criado para abrir espaço pro compositor de samba tradicional que estava “engavetado”. Nós não estamos resgatando o samba, estamos resgatando o compositor que outrora fora esquecido. Qualquer pessoa que escreve uma letra terá a oportunidade de mostrar para nós. É para todos, sem exceção: negro, branco, amarelo, magro, alto, baixinho que nem eu (risos)”, relatou o compositor.

O samba da Vela vem se destacando como uma das rodas de samba mais conhecidas de São Paulo, que pela sua história e luta tem sido considerada uma das principais porta-vozes da cultura periférica da cidade, mobilizando milhares de pessoas nesses 15 anos de trajetória. Durante a entrevista, perguntamos como ele vê a repercussão do grupo, que tem Beth Carvalho como madrinha. “Foi feita uma pesquisa e nela se concluiu que o Samba da Vela (SDV) é visto hoje em 153 países. Isso seria impossível sem a vinda da nossa madrinha Beth Carvalho. Eu acho que se estamos nesse patamar é porque temos alguma qualidade, mas claro, não podemos nos vangloriar e dizer que foi apenas pelo nosso talento. A chegada dela e de outras pessoas fortaleceram e tudo isso foi importante. Recebemos tantas personalidades, jornalistas, jogadores de futebol, cantores e cantoras de todos os segmentos. E tudo isso nos ajudou a fortalecer e dar visibilidade ao nosso trabalho”.

Ele ainda fez diversas homenagens ao seu amigo, já falecido Paquera Vela, presidente do grupo e inventor do uso da vela como cronômetro. “Fazer homenagem pro cara que foi meu parceiro desde 1982, um amigo de tantas histórias e composições, é muito satisfatório e automático. Criamos o projeto Samba da Vela juntos, é muita coisa… Mas antes do (SDV), eu já tinha outros projetos que acabaram parando pelo caminho. Mas o (SDV) foi o marco né, e ele que deu a idéia de colocar a vela como cronômetro e eu sugeri o relógio. E até hoje, as pessoas que não conhecem tem a curiosidade por conta desse diferencial”. Em tom de brincadeira, perguntamos o que acontece se a vela durar sete dias. “Aí tem que levar sete7 pares de sapato, um pra cada dia (risos)”, brincou Chapinha.

Durante a entrevista, ele destacou a importância do interesse dos jovens no samba e na cultura brasileira. “Pra eu dar entrevista pra jovens como vocês é uma satisfação. Os caras da mídia, da rádio, é outra coisa. Isso aqui que é sucesso verdadeiro, pois significa a continuidade do nosso trabalho”, revela o fundador do grupo.

Red Hot Chilli Peppers no Samba da Vela

Ainda falando sobre a expansão do samba e da quebra de fronteiras, Chapinha relata a presença inusitada de um artista durante uma reunião de segunda-feira. “Pra você ter uma noção, uma vez chegou um cara lá, de cabelo vermelho e estilo diferente e todos ficaram curiosos, aí alguém falou que era o Flea, o baixista do Red Hot Chilli Peppers, olha que louco! O cara veio pro Rock In Rio e ao chegar no Rio de Janeiro perguntaram pra onde eles queriam ir: Corcovado, Pão de Açúcar e tal e eles responderam que queriam ir pro Samba da vela. Eles pegaram um avião, decretado a nos assistir, olha o porte do cara! Ultrapassamos fronteiras que antes era impossível pro samba, e só temos que agradecer. Mas o nosso trabalho é simples: é comunidade, união, e é mostrar a capacidade de cada compositor, não fazemos nada demais”, conclui Chapinha.

“Go Skate Day” promove inclusão social e amor ao esporte

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Paralelo a Virada Cultural, o evento contou com a participação de skatistas e admiradores do esporte que cresce a cada dia nas comunidades de São Paulo.

Foto: Rarissa Santos

O “Go Skate Day”, evento conhecido mundialmente e celebrado no dia 21 de junho, reuniu skatistas de diversas regiões de São Paulo para fazer percursos por ruas e avenidas da cidade. Este ano, o evento foi organizado e divulgado pelas redes sociais, convidando os skatistas a se reunirem no vão livre do Masp. Ao som de fogos, eles percorreram até a Praça Roosevelt, onde aconteceu the best trick, forma livre de competição em que cada participante mostrou suas manobras, com direito a brindes e aplausos do público presente.

Em 1988, o então prefeito Jânio Quadros proibiu a prática do skate em alguns locais públicos da cidade. Segundo o jovem Gabriel, um dos participantes do evento, praticante do esporte há um ano e seis meses, a iniciativa serve para marcar os tempos de liberdade para se andar e divulgar o esporte.

Para Pedro, outro participante do evento, andar de skate na rua ainda incomoda a velha geração, que fazem comentários maldosos, afirmando que skatistas são ‘vagabundos’ e ‘maconheiro’, mas de acordo com a sua vivencia, em muitos casos não é bem assim, já que ele e seus colegas só querem andar e se divertir.

O “Go Skate Day” vem para quebrar este paradigma, tornando-se uma ferramenta de inclusão, pois entre os participantes do evento não importa a maneira de se vestir, idade, o modo de falar, cor e nem a condição financeira, pelo elo que os unem vir do amor pela prática do esporte, juntamente com as diversas possibilidades de manobras.

Durante a competição, a animação presente nos participantes se tornava cada vez mais perceptível, pois mesmo com algumas quedas, todos se levantavam e em seguida estavam prontos para mais uma manobra. “Skate é vida, amor, família, união e respeito”, ressalta Nicolas Silva, que há dois anos e meio participa do evento. Encontrando no skate uma solução para se divertir e estar bem consigo mesmo.

Daniel Oliveira, que participa do evento há cerca de dois anos, complementa a declaração do amigo Nicolas, explicando o seu sentimento pelo esporte. ”O skate, sei lá, abre barreiras, como se fosse um ponto de equilíbrio. Esta com stress? Skate. Tá nervoso? Skate. Ele deixa você mais calmo, é algo diferente, quem anda sabe, é difícil explicar para alguém de fora”.

Nas ruas de São Paulo, o skate não representa apenas um esporte, mas sim, um meio de transporte, que incorpora diversão e lazer, servindo também para reunir os amigos.

Pagode da 27 levanta bandeira contra Redução da Maioridade Penal durante Virada Cultural

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Os batuqueiros do Grajaú se apresentaram no palco da Sé-Toniquinho e contagiaram centenas de pessoas com a alegria de suas canções. Antes de iniciar o show, eles afirmaram ser contra a aprovação da lei de redução da maioridade penal.

Divulgação Facebook Pagode da 27/Thais Siqueira

Os paulistanos que decidiram curtir a virada cultural de 2015 durante a madrugada de domingo (21) não ficaram parados. A tradicional roda de samba do Grajaú, bairro localizado na zona sul de São Paulo, contagiou centenas de pessoas que estavam na Praça da Sé, com a alegria em suas canções.

“O Pagode da 27 surgiu há 10 anos, numa roda de samba entre amigos, sem propósito algum, apenas de cantar samba que é o que a gente gosta”, afirmou Nenê Partideiro, um dos responsáveis pelo grupo.

Além de levar alegria à região, a formação da roda de samba mudou o antigo conceito de violência do bairro e isso tem sido motivo de orgulho para todos que contribuem com esse encontro entre amigos. “Eu me sinto orgulhoso e feliz porque uma rua que era perigosa, que era vista no jornal por homicídio, por roubo, hoje é vista pela cultura e todo mundo quer conhecer a 27. É só jogar no Google o nome ‘Pagode da 27’ que aparece a rua como um projeto cultural e todo mundo quer conhecer lá por causa do samba”.

Sabrina Nascimento do Você Repórter da Periferia, em entrevista com integrante do Pagode da 27 Nenê Partideiro.

Nenê acredita que o convite para participar da virada cultural significa um reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos nas periferias. “Você faz um trabalho na quebrada que é o que a gente faz. O que a gente ama. E a maioria das pessoas que conhecem é só as pessoas dos bairros próximos. Quando você expande isso e é convidado para uma virada cultural e você vai ao centro, no marco zero de São Paulo, onde vai ter várias pessoas, como nordestino, baiano, paulista e vai estar todo o estado concentrado no centro da cidade, isso é bom porque o seu trabalho é visto por todo mundo, não só do Grajaú, da ponte pra cá também tem muita importância”, completou.

Os batuqueiros da 27 também realizam um projeto social, no qual arrecadam doações para distribuir alimentos a famílias e entidades carentes. “Eu me sinto honrado juntamente com meus amigos do pagode e meus amigos músicos por fazer parte dessa transformação social”, comentou Nenê sobre as consequências positivas dessa iniciativa, que convida o público presente no samba a doar um quilo de alimento que será destinado às ações beneficentes do projeto.

O batuqueiro também define em “Amor, gratidão, respeito e transformação social” o sentimento que tem por fazer parte do grupo e das ações sociais realizadas.

Maioridade Penal

Como um grupo pertencente à periferia e que vivência diariamente as carências educacionais e culturais que os jovens têm nos bairros distantes do centro, além da exposição constante ao tráfico de drogas e à violência física e moral que eles são submetidos, o Pagode da 27, antes de iniciar seu show afirmou ser contra a aprovação da lei de redução da maioridade penal e esse foi um assunto comum nos palcos onde se apresentaram grupos das periferias da cidade, como Filhos de Ururaí (zona leste) e Sarau do Grajaú (zona sul).

A lei de redução da maioridade penal pretende diminuir a idade prisional de 18 para 16 anos e está em debate na Câmara, ainda sem aprovação absoluta, mas com muitas oposições já que não há uma boa estrutura penitenciária no país e nem educação de qualidade para os jovens da periferia.

Virada Cultural recebe uma dose da musicalidade de Camila Brasil

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Com um bocado de originalidade, a musicista e compositora, Camila Brasil fala sobre seu estilo musical e a sua participação no maior evento cultural de São Paulo.

Foto: Raphael Poesia

Foi aos 14 anos que suas composições começaram a surgir, trocando timidez por música e cantando em saraus que a sua vocação cresceu. Para marcar o nosso país com sua identidade e linguagem própria, sendo mais que um nome para a música popular brasileira, Camila Brasil faz um convite ousado à definição do seu estilo: permita-se e sinta. “O músico independente leva esse peso, de fazer a sua arte, a responsabilidade de propagar seu próprio som” – diz ela.

Cantora e interprete das próprias canções, ressaltou a vantagem de ser independente e ter liberdade para atuação, expandindo a sua arte. Chico Science, Cátia de França, Candearte, Sarau do Binho, são alguns artistas e movimentos culturais que a influenciam, assim como o Coco, Maracatu e Ciranda, elementos marcantes na identidade da musicalidade brasileira.

No show que fez acompanhada do trio OuroeChá na 11ª edição da Virada Cultural, o público se mostrou bem receptivo e embalado pelo ritmo envolvente da artista, responsável por mandar o frio embora. De um jeito divertido e bem familiar em suas músicas, Camila falou sobre amor, saudade e até sobre estar com fome. Demonstrou muito carinho pelo público que a acompanhava.

Camila está prestes a lançar seu EP, que terá no repertório músicas como “Simpático – um bocado de comida e uma dose de amor” e “Eu vim de todos os cantos”, no qual ela disse estar ansiosa e muito feliz por gerar este trabalho de muito amor que será lançado em breve e espera que as pessoas gostem, desfrutem e compartilhem.

Confira o clipe de “Eu Vim De Todos os Cantos“!

Sarau do Grajau leva autenticidade e possibilidades de se fazer cultura para a comunidade

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Evento que acontece todo último sábado do mês, há cerda de um ano e meio no bairro do Grajaú, zona sul de São Paulo, marca presença na Virada Cultural 2015 e revela os traços da identidade cultural da periferia.

Foto: Sarau do Grajaú

A comunidade do Grajaú, formada por cerca de 1 milhão de pessoas, recebeu em janeiro de 2014 um Sarau com seu nome. Idealizado por Daniel Alexandrino e Edilene Santos, o evento acontece em um bar que também é sede do Hawaí, tradicional time de futebol do bairro. Vindos de outros coletivos culturais da periferia, o trabalho do casal foi convidado para se apresentar na Virada Cultural deste ano.

O nome surgiu como provisório e acabou se tornando oficial. “Existem muitos coletivos dentro do Grajau, como o “Ateliê Daki” e “Sobrenome Liberdade” e é impressionante que ninguém teve a ideia obvia de usar o nome “Grajaú”. Não que sejamos mais criativos, mas a gente simplesmente se perguntou ‘Como vamos chamar?’ e saiu “Sarau do Grajau”, porque a gente ia fazer no Grajaú e a partir do nome a comunidade se identificou. As pessoas falam Sarau do Grajaú e a gente faz no Grajaú, para o Grajaú, com o Grajaú”, ressalta Alexandrino.

A população passou a enxergar que ela existe e que ela pode produzir cultura. Além das apresentações do sarau, a comunidade está organizando eventos aos finais de semana com o equipamento utilizado no sarau que fica alocado no bar.

“Eu acho que a comunidade passou a entender que ela é importante e que ela pode produzir e criar seu próprio espaço de lazer e cultura. Um coisa que eu costumo dizer, a gente não quer fazer sarau, a gente quer que a comunidade se aproprie do sarau”, afirma.

O trabalho que vem sendo realizado mexeu com a auto estima dos moradores, que estão se movimento e aproveitando as oportundiade de conhecimento que o sarau está possibilitando à todos. O casal também criou uma biblioteca comunitária onde é possível pegar quantos e quais livros a pessoa quiser. Não há anotações e nem restrições quanto a data de devolução, a única ‘regra’ é que o livro seja devolvido já que é algo da comunidade.

“Eu acho que esse acesso do morador à literatura e à poesia, enfim, vai surgindo naturalmente, quando o cara percebe que o sarau é legal e tá ali no bar, tá ali do lado, e que ele não precisa ir pro centro. O morador vai tendo contato com livro, com algum escritor, ele vai ouvindo uma música diferente. Querendo ou não, para além da literatura, acaba virando um movimento social também porque as pessoas vão lá protestar, vão lá falar, se expressar de alguma maneira e reinvindicar. E aí a gente tem lá uma pequena estante com livros que é uma biblioteca comunitária”, informa Edilene.

Acontecendo há pouco mais de um ano, o sarau já ajudou muita gente a se soltar e mostrar seu talento em público, como o poeta Maurício que guardava mais de 300 poemas em um caderno que só ele conhecia e que hoje recita poesia até mesmo quando está discutindo com sua esposa, e o Val Divino que além de um grande fã de Roberto Carlos, interpreta as músicas do cantor e hoje faz seus shows no Sarau.

Auto declarados como um casal que realiza um movimento de esquerda, algo particular entre os dois, como projetos futuros é o que não falta no calendário de Edilene e Daniel. Para o fim deste ano, está programado o documentário “Grajau em Foco” que irá registrar o trabalho dos artistas e movimentos da região. Além do projeto “Poesia nas Escolas” e apresentações de cinema e teatro na comunidade.

“Nó vamos desmistificando a arte, de forma que as pessoas comuns da comunidade, com um certo medo da câmera e até com um certo medo do microfone se olhem e digam ‘eu também posso fazer arte’, isso é que é legal”, diz o articulador cultural.

Edilene lembra que mesmo que o movimento se auto afirme de esquerda, com toda essa condição ideológica e de pensamento, ele são totalmente apartidários. “Agora a gente passa a ter o VAI como parceiro e a gente tem que colocar isso, temos sim o apoio da prefeitura. Agora toda vez que você pensa num movimento que vai falar de justiça social, que vai buscar igualdade de gênero etc, automaticamente a gente é visto como um movimento de esquerda porque é a esquerda que busca essa equiparação, essa igualdade”, defende Edilene.

“Eu costumo dizer que a gente é um movimento libertário de esquerda e que a gente anda armado. A gente é perigoso, a gente anda armardo com poesia, com verdade e com a comunidade”, finaliza Alexandrino.

O Hip Hop canta sua história na Virada Cultural de 2015

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O show “Uma Viagem pelo Rap Nacional”, organizado pelo produtor Milton Sales, no Vale do Anhangabaú, reuniu centenas de pessoas que lutam pela cultura do Rap.

Foto: Éricah Symon/Nicole Rodrigues

A Virada Cultural 2015 trouxe a São Paulo diferentes atrações em diferentes regiões da cidade neste último fim de semana. O show “Uma Viagem pelo Rap Nacional”, no Palco Anhangabaú, na tarde de domingo, reuniu vários artistas conceituados e conhecidos do público.

O anfitrião do show e ex-produtor do Racionais MC’s, Milton Sales criou o Movimento Hip Hop Organizado (MH2O) e recebeu no palco grandes nomes do Hip Hop, como: Nação Hip Hop, Doctor MC’s, Posse Mente, Ducorre, Thaíde, entre outras atrações.

Milton Sales, um dos precursores do Rap no Brasil, acredita que o movimento Hip Hop vem atingindo uma evolução. “Eu enxergo um caminho de evolução, e espero que o Hip Hop seja cada vez mais militante e que tenha mais compromisso com a periferia, não é só colocar a favela na foto, mas fazer parte e lutar por ela”.

Último artista a se apresentar, Thaíde acredita que ainda é preciso trabalhar a cultura Hip Hop. Rapper a apresentador do programa A Liga, da TV Bandeirantes, Thaíde diz que o programa o ajuda a contar a história do Brasil como ele realmente é, não como as pessoas o imaginam.

“O que a gente fala no Rap eu posso mostrar através do programa A Liga, então as pessoas podem ver aquilo tudo que eu já falava antes e ainda falo nas minhas músicas, que infelizmente os problemas do Brasil sempre aumentam. Então o que a gente mostra na Liga é uma maneira de mostrar que o Brasil é desse jeito e não como a gente imagina”, afirma Thaíde.

Muitos dos grupos que se apresentaram no último show do Palco Anhangabaú foram criados através de coletivos culturais das periferias de São Paulo. Para Milton Sales, a periferia tem construindo uma consciência coletiva. ” Eu acho que a música serve pra alienar ou libertar, e acho que a cultura do Rap é uma cultura de libertação, que leva a reflexão, leva as pessoas a raciocinarem por meio das letras, grafitti e dança. Então isso, faz com que a população avance a sua consciência coletiva, e esse é o papel do Hip Hop, a evolução através das palavras”.