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Coletivo de fotógrafos da periferia se apresenta em exposição na Consolação

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Aberta ao público, a exposição “Vertente” que acontece neste final de semana apresenta fotografias que exploram a visão, pensamento e sentimento de cada fotógrafo.

Formado por trinta e sete pessoas de várias comunidades de São Paulo, o Coletivo Vertente apresenta neste final de semana, sábado (3) e domingo (4) a exposição “Vertente”, que leva o mesmo nome do coletivo, na Andreus Galeria, localizada no bairro Consolação, região central de São Paulo.

A exposição irá explorar as cores preto e branco, como uma forma de representar o que é a fotografia para cada fotografo integrante do coletivo, destacando suas singularidades e emoções. Como a maioria dos integrantes do coletivo é da periferia, as fotografias trarão paisagens e olhares distintos em relação ao cenário que abrange o bairro da Consolação.

Agenda

Exposição Vertente

Local: Rua Nestor Pestana, 109 – Consolação São Paulo SP

Data e Horário: 03/12 – das 17h às 22h

04/12 – das 13h às 18h

Entrada: Gratuita

Cia. Sansacroma abre temporada de espetáculos na Casa de Cultura M’Boi Mirim

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Até 10 de dezembro, a Casa de Cultura M´Boi Mirim será palco de 5 apresentações do espetáculo “Sociedade dos Improdutivos”, fruto de dois anos de pesquisa sobre a loucura.

Com apresentações na Casa de Cultura M´Boi Mirim nos dias 1, 2, 8, 9 e 10 de dezembro (quinta a sábado), o espetáculo Sociedade dos Improdutivos, da Cia. Sansacroma tem direção de Gal Martins e é o resultado de dois anos de pesquisa teórica e de campo sobre a loucura.

O questionamento central do espetáculo contrapõe o corpo que é socialmente invalidado ao corpo que é socialmente produtivo. O primeiro é marginal, portador de algum tipo de loucura. O segundo é medicado, incluído e sujeitado ao modo de vida capitalístico – corpo explorado até o esgotamento das suas capacidades produtivas.

Trata-se da invalidez da reprodução. Força invisível chamada de loucura, transcender coletivo. A não-adequação social produtiva. É solidão. É a história, um itinerário da loucura em fusão para um embate contra o capital. O controle ocidental contrapondo a corporeidade do imaginário africano. São vozes potentes, negras, de territórios e seus povoamentos. Um cotidiano dos que estão à margem e dos que não estão. São vozes da “Sociedade dos Improdutivos”.

Agenda

Cia. Sansacroma – Espetáculo Sociedade dos Improdutivos

Datas: 1, 2, 8,9 e 10 de dezembro

Horário: às 20h;

Local:

Endereço: Avenida Inácio Dias da Silva, s/n, Piraporinha, São Paulo – SP.

Contato: (11) 5514-3408

Entrada franca (retirada dos ingressos na bilheteria meia hora antes do espetáculo)

Duração: 50 minutos

Classificação etária: 14 anos

Capacidade: 40 lugares

Luz Ribeiro: símbolo de resistência contemporânea da mulher negra periférica

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Usufruindo da arte literária para difundir conhecimento e senso crítico, a poeta segue uma trajetória pautada em ativar em outras mulheres negras e na juventude periférica um sentimento de pertencimento e identidade racial.

No mês da Consciência Negra, a figura de Zumbi do Palmares é celebrada e relembrada com orgulho por inúmeros grupos sociais, coletivos culturais e artistas independentes que mantém uma linha de atuação que defende e promove a luta por igualdade racial para o povo preto periférico. No entanto, a figura da guerreira negra, Dandara, esposa do líder de Palmares aparece com menos espaço durante as comemorações do dia 20 de novembro, data que faz referência à morte de Zumbi. E é com base nesta abordagem histórica e sociológica, que a atuação artística de mulheres pretas, como a poeta Luz Ribeiro, revitaliza e consolida a importância do olhar feminino para a formação de cidadãos mais antenados e integrados com a sua realidade social no mundo atual.

Ser uma mulher preta periférica ativista e consciente das suas raízes culturais e políticas nos dias atuais simboliza um ato de bravura e que reforça a importância do feminismo que renasce nas comunidades de São Paulo. Neste cenário, a poeta Luz Ribeiro surge com uma atuação carregada de valores sociais, políticos e culturais provocadores e transgressores, pautados pela luta por igualdade racial e de gênero para a juventude periférica.

“Eu acabei tendo um contato maior com a minha ancestralidade por meio da relação com os Saraus”, conta a poeta, relatando a descoberta da escrita afro centrada. “Falar sobre os orixás, sobre ser mulher negra, sobre a África que é uma escola e um berço para todos nós, acabou sendo algo essencial na minha escrita”, diz ela.

Desde pequena Luz já escrevia por influências da mãe e da irmã, mas somente com 22 anos se descobriu poeta, quando participou pela primeira vez de um sarau literário na periferia de São Paulo. “Eu tinha muito como influência minha mãe, que compunha letras de música e minha irmã, que assim como eu também escrevia poesias. Com pouca frequência, mas escrevia.”

Luz, que é paulistana, pedagoga, formada em educação física, aspirante à atriz e performer se lançou em 2013 como autora independente e publicou o livro “Eterno Contínuo” onde apresentou poemas lapidados sob o ritmo frenético de “Sampa”, mas com a sensibilidade e força de alguém que não se deixa anular.

Hoje a poeta é uma das idealizadoras do coletivo Poetas Ambulantes, grupo que declama e distribui poesia nos transportes públicos de São Paulo desde 2011, mesclando diversidade junto aos desconhecidos. Ela também participa ativamente dos coletivos: Slam do Treze e Slam das Minas SP, linguagens artísticas que estão cada vez mais ganhando espaço e jorrando conteúdo cultural para a juventude periférica. Além destes trabalhos, ele também faz parte do trio de música infantil “Luz, Flores e Peixes”, onde a poeta faz apresentações compostas por canções autorais ou covers com ritmos diversos.

Em sua escrita, a poeta buscar retratar suas inquietações políticas e literárias. “Eu falo muito sobre a Periferia e a Juventude Negra, por eu ser uma mulher negra periférica e viver esses caminhos”, revela ela, relembrando nomes de mulheres como, Elizandra Souza, Roberta Estela D´alva, Mel Duarte, Jovelina Perola Negra, Elza Soares, Helen Oléria, entre outras, que são referências na sua trajetória de militância artística e social.

Uma das poesias marcantes de autoria de Luz é “Menimelímetros”, uma narrativa que detalha o quanto suas vivências sociais, culturais e políticas influência a sua escrita. “Essa poesia foi construída totalmente com base nas minhas vivências pessoais. Eu trabalhei durante 6 anos com medidas socioeducativas e atendia adolescentes e jovens, por meio de visitar domiciliares”, descreve ela, apontando a relação de afeto humanitário que construiu com a juventude, ao conhecer de perto a suas angustias e dificuldades de integração social.

Usufruindo da sua arte, a poeta segue adiante, distribuindo pela periferia, nos saraus, nas rodas de conversa, nos slams e pelo centro de São Paulo a sua essência de mulher negra e sua ancestralidade, que hora está presente nos seus versos ou nas suas músicas.

Jornada da Juventude Viva convida Rappin Hood e Art Popular para show na Praça do Campo Limpo

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Neste sábado (26), a Praça do Campo Limpo, localizada na zona sul de São Paulo, será palco de dois shows que celebram a Jornada da Juventude Viva, evento realizado pela Secretária Municipal de Igualdade Racial em parceria com a Rede Doladodecá.

Utilizando o Rap e o Samba como instrumentos de resistência cultural, política e social, a Jornada da Juventude Viva, iniciativa criada pela Secretária Municipal de Igualdade Racial em parceria com a Rede Doladodecá, convida a juventude negra e periférica para um encontro cultural neste sábado (26), às 19h, na Praça do Campo Limpo, localizada na zona sul de São Paulo, para lançar oficialmente a campanha #ContraMortedeJovensNegrosnasPeriferias.

No mês em que a comunidade afro brasileira celebra a consciência negra, a cidade de São Paulo vira palco de inúmeros eventos que resgatam a ancestralidade e a identidade cultural do povo preto. Neste contexto, a Jornada da Juventude Viva surge com uma proposta de atrair os jovens negros para um evento que destaca expressões artísticas marcante na periferia, com a presença do rapper Rappin Hood, autor de várias músicas que destacam a luta do povo negro e do grupo de samba Art Popular, um dos principais representantes da música popular brasileira que cultiva o autentico samba de raiz.

A Jornada da Juventude Vida também está presente no futebol de várzea, por meio do Festival Doladodecá, que está levando para a beira dos campos da periferia a #ContraMortedeJovensNegrosnasPeriferias. Com 22 equipes participante, o evento está circulando a cidade de São Paulo, inserindo os tradicionais times da varzea paulistana nessa luta contra o genocídio da juventude periférica.

Agenda

Jornada da Juventude Viva

Local: Praça do Campo Limpo – SP

Data: 26/11

Horário: 19h

Entrada: Gratuita

Alma Preta organiza debate sobre democratização da mídia no país

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Além de uma intervenção literária realizada por Akins Kintê, o debate conta com participações de Rosane Borges, Dennis de Oliveira, Aline Ramos e Oswaldo Faustino.

No dia 26 de Novembro, sábado, o Alma Preta, portal de mídia negra, organiza um encontro para discutir a democratização da mídia no país. A atividade tem início às 13h e acontece no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Rua Rêgo Freitas, 530, centro.

Os convidados para o debate são Rosane Borges, pós-doutoranda na USP, Dennis de Oliveira, professor da USP, Aline Ramos, idealizadora do blog Que Nega é Essa?, e Oswaldo Faustino, integrante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, COJIRA. O poeta Akins Kintê participa da abertura da atividade com intervenções poéticas.

O evento também serve para o Alma Preta divulgar a sua campanha de assinaturas e loja virtual como formas de sustentar o projeto. “É importante que a mídia negra se adeque aos novos modelos de negócio existentes no jornalismo. Essa missão é fundamental para a manutenção de uma prática independente e qualificada”, explica Vinicius de Almeida, co-fundador do Alma Preta.

Criado em Maio de 2015 pelos então estudantes de jornalismo Pedro Borges, Vinicius de Almeida, Solon Neto, e de design, Vinicius de Araújo, o Alma Preta faz cobertura de eventos da comunidade negra e produz reportagens sob a perspectiva racial. O projeto propõe uma reflexão sobre o racismo existente no Brasil e a democratização da mídia.

De acordo com dados da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), apenas 22% dos jornalistas se autodeclaram negros. Para Vinicius de Almeida, é importante que haja uma maior diversidade na imprensa do país. “A democracia exige a pluralidade de opiniões e olhares. O jornalismo, como peça de extrema importância para o ambiente democrático, precisa refletir a diversidade da sociedade brasileira”.

Shows e debate celebram a arte das mulheres negras em Itaquera

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Como parte das celebrações pelo mês da Consciência Negra, no dia 26 de novembro (sábado), o Coletivo Nós, mulheres da Periferia realiza o evento “Mulheres Pretas: arte, cultura e resistência na quebrada” na Cohab José Bonifácio em Itaquera (zona leste de São Paulo), com participações de A’s Trinca, Lei di Dai e Batekoo na programação.

Gratuito, o objetivo do evento é valorizar a arte produzida por mulheres negras por meio de uma grande festa envolvendo atrações musicais, roda de conversa, além de uma feira com exposição de produtos, artesanato e livros produzidos por mulheres da região.

A ação faz parte do Projeto Ações Integradas, em parceria firmada entre a União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências, a Prefeitura Municipal de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, e Ministério do Trabalho através da Secretaria Nacional de Economia Solidária.

Dentre as atrações, está o grupo de rap A’s Trinca, formado por moradoras da Cidade Tiradentes, com passagem recente no programa X Factor, da TV Band, além de Lei di Dai, também da zona leste, coroada a rainha do Dancehall Raggamuffin Brasileiro pela Revista Rolling Stones. Haverá ainda apresentações do grupo Samba Delas, formado exclusivamente por mulheres, e discotecagem da DJ Miria Alves.

Em uma roda de conversa sobre as dores e alegrias da produção artística das mulheres negras, o evento receberá a rapper Sharylaine, primeira mulher a se destacar no cenário do Hip Hop no Brasil; a cineasta Renata Martins, criadora da websérie Empoderadas; a poeta e musicista Queila Rodrigues, integrante do grupo de coco feminista Semente Crioula e do Sarau O que dizem os Umbigos?, do Itaim Paulista; e Renata Prado, dançarina e organizadora da festa Batekoo, voltada para os ritmos hip hop, rap, funk, R&B, trap, twerk, kuduro, dentre outros. O Coletivo Batekoo também vai se apresentar e animar todo o público.

Durante todo o evento, acontecerão exibições de vídeos da websérie Empoderadas e da exposição “Quem somos [por nós] ” do Coletivo Nós, mulheres da periferia. Haverá, ainda, barracas de alimentação, artesanato, livros, além de atrações recreativas gratuitas para crianças.

Agenda – “Mulheres Pretas: arte, cultura e resistência na quebrada”

Data: 26 de novembro (sábado).

Horário: das 10h às 22h.

Local: Avenida Professor João Batista Conti, 1245 (em frente ao Espaço Cultural Reação Arte e Cultura) – Cohab José Bonifácio – Itaquera – São Paulo.

Programação:

10h – Roda de conversa com jovens dos Centros da Juventude (CJ).

14h – DJ Miria Alves

15h – Show Lei di Dai

16h – Roda de conversa: “Mulheres negras: dificuldades e alegrias em fazer arte – relatos de artistas”. Com Queila Rodrigues, Renata Martins, Renata Prado e Sharylaine.

17h – DJ Miria Alves

18h – Show Samba Delas

19h – Show A’s Trinca

20h30 – Apresentação Batekoo

21h30 – Encerramento.

ADESAMPA promove Encontro de Empreendedores na M’Boi Mirim

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A Agência São Paulo de Desenvolvimento(ADESAMPA) coloca em prática uma iniciativa para fortalecer o trabalho de empreendedores da região do M´Boi Mirim, promovendo um encontro que busca a inovação e a construção de redes de parcerias.

Nesta sexta-feira (25), a Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADESAMPA) e a Subprefeitura da M’Boi Mirim, localizada no Jardim Vergueiro, zona sul de São Paulo, em parceria com a Caixa Crescer e o SEBRAE, realizará o primeiro encontro de empreendedores da M’Boi Mirim. Para atender o grande número de pequenos empreendedores e comerciantes da região, o evento acontece no auditório da Subprefeitura.

O encontro abordará os temas:· Apoio ao Pequeno e Micro Empreendedor; Identificar as potencialidades dos territórios; Fortalecer o Desenvolvimento Local; Integração dos Empreendimentos buscando a inovação em redes; Promover a troca de saberes; Palestras e encaminhamento para Microcrédito. Segundo Juliana Marinho, funcionária da subprefeitura, eles já vinham atendendo micro empreendedores da região para fortalecer o crescimento da economia local.

Agenda

1º Encontro de Empreendedores da M’Boi Mirim

Local: Subprefeitura da M’Boi Mirim

Endereço: Avenida Guarapiranga, nº 1695, Parque Alves Lima, São Paulo – SP

Data: 25/11

Horário: Das 10h às 13h

Vagas limitadas

Confirmar presença pelos e-mails e telefone abaixo:

juliana.marinho@adesampa.com.br

julianamarinho@prefeitura.sp.gov.br

Tel.: (11) 3396 – 8457

(11) 96262 – 1924

Maria Vilani transforma experiência de vida em aprendizado sobre produção cultural na periferia

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Ao longo do segundo bate papo promovido pelo programa de formação cultural Criando Criadores, Maria Vilani tocou em assuntos que emocionaram, ensinaram e alertaram o publico presente na sede da Ocupação Mateus Santos sobre formas de atuação do empreendedor cultural nos dias atuais.

Iniciando a roda de conversa na última terça-feira (25) com a afirmação “empreender é ter disciplina, perseverança e acreditar em si mesmo”, Maria Vilani deixou claro ao publico presente na sede da Ocupação Cultural Mateus Santos que aquela noite seria composta por momentos de reflexão e pensamento critico. E essa proposta ficou ainda mais evidente quando ela abordou em seu discurso questões como empreendedorismo, educação, produção cultural, machismo e respeito ao próximo.

Durante uma hora e 30 minutos, a ativista cultural apresentou uma série de cenários sociais que moldam o dia a dia do artista independente e dos coletivos da periferia. “Estamos num momento político que muitas portas se fecharam. Mas nós não podemos nos fechar para o mundo. E enquanto houver força humana os projetos acontecem”, enfatiza ela.

Aproveitando que o tema do bate papo era “Empreendedorismo Cultural”, Vilani resumiu em poucas palavras a sua posição sobre o tema. “O Empreendedorismo cultural está vinculado a valorização da arte e do ser humano e não do retorno financeiro”, destaca a professora, lembrado o processo de criação de um dos seus mais novos projetos. “Eu estou tentando empreender a criação de um Fórum de Educadores e nós não vamos buscar o dinheiro como retorno, mas a dignidade para a nossa categoria”, diz a professora.

Com olhares atentos no bate papo, boa parte do publico presente demonstrou estar surpreso com os aprendizados compartilhados por Maria Vilani. “Eu fiquei bastante tocado com a palestra dela. Quando você ouve ela falando dá um gás impressionante pra gente agilizar as coisas e fazer acontecer”, relata Rafael Limberger, morador da comunidade de Ermelino Matarazzo e membro do coletivo de fanzine Bergamotas.

Frequentadora das ações culturais promovidas pelo Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, a jovem Maria Mel de 14 anos diz que ficou impressionada com a história de vida da ativista. “Eu não esperar ouvir e aprender tudo isso. E a partir de agora, eu vou pensar muito em como tratar as pessoas, porque ela abriu meus olhos do quanto isso é importante.”

Mesmo já conhecendo o trabalho desenvolvido por Maria Vilani, a moradora do bairro de Tatuapé, na zona leste de São Paulo, Viviane Pereira, idealizadora do projeto “Música Compartilhada” afirmou que sai bate papo fortalecida pela troca de conhecimento. “Eu saio daqui levando comigo o privilégio de acreditar na vida próximo. E esse projeto Criando Criadores representa isso pra mim. Essa troca de conhecimento com a Maria é muito rica e é isso que atrai os jovens até esse espaço”.

Outra característica marcante do publico é a representatividade feminina presente no bate papo. E a convidada aproveitou esse cenário para relatar de momentos marcantes da sua militância. “Eu sofri muito por ser mulher. E hoje eu faço um trabalho para resgatar a história da mulher no Brasil”, relembra Vilani ao falar sobre o processo de luta conta o machismo durante a sua trajetória de vida.

Ao final do bate papo, Vilani destacou suas impressões sobre os participantes do evento, que mesmo em uma noite chuvosa não pouparam esforços para assistir a roda de conversa. “Eu acredito que uma palavra resume tudo o que eu estou sentido e vejo nestes jovens: lucidez. Porque eles tem consciência do momento que estão vivendo, sabem o que é necessário para contribuir com a aprendizagem do próximo e pela busca de instrumentos para transformação do meio em que eles vivem”, define a ativista cultural.

Primeira palestra do Criando Criadores reforça importância de criar espaços de troca de conhecimento na periferia

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Durante a primeira palestra do Criando Criadores, os convidados Emerson Alcade e Lucas Afonso mostraram ao público como as batalhas de poesia mudaram suas vidas na periferia de São Paulo.

A sede do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, localizada na zona leste de São Paulo, foi palco do primeiro bate papo, promovido pelo projeto Criando Criadores. Realizado na noite desta terça-feira (18), o bate papo facilitado por Emerson Alcade, idealizador do Slam da Guilhermina e Lucas Afonso, integrante do coletivo Filhos de Ururai e apresentador do Slam da Ponta, impactou o publico presente, pela troca de conhecimento propiciada pelas experiências de vida dos convidados, enraizada nos movimentos culturais da periferia.

Resgatando suas trajetórias em suas primeiras falas, os convidados contaram como o envolvimento com o rap, teatro e o samba se tornou a porta de entrada para a literatura periférica e a articulação com diversos movimentos culturais, articulados pelos coletivos atuantes nas periferias da zona leste de São Paulo.

“Aqui você poder conhecer e entender como se construiu a trajetória do autor e por quais processos o poeta precisou passar na sua trajetória. E isso é muito importante para compartilhar conhecimentos que às vezes não é possível transmitir num sarau”, diz Lucas Afonso, descrevendo a importância do espaço para troca de vivências, propiciado pelo Criando Criadores.

A professora e moradora da comunidade de Ermelino Matarazzo, Mônica Garcia Patrício, uma das expectadoras do bate papo, foi mais além ao avaliar o impacto do projeto, após conhecer de perto o trabalho de Lucas e Emerson. “Eu to saindo daqui com muita esperança, pois a conversa com os convidados e a experiência de vida que eles passaram é uma fala de quem está buscando mostrar para a juventude o valor cultural e social que nós temos”, avalia a educadora, reforçando que a iniciativa tem um peso educativo, cultural e político que pode mudar a cabeça de muitas pessoas, inclusive de estudantes de escolas públicas.

Ela destaca que esse tipo de ação ajuda a integrar mais as pessoas que lutam pela transformação social e cultural do bairro. “É fundamental ter esses projetos, para saber o que está acontecendo dentro dos bairros da zona leste de São Paulo, que são tão ricos em cultura. E isso nos ajudar a se fortalecer como grupo ou movimento que tem o mesmo objetivo, de promover e batalhar pelo crescimento da periferia.”

A presença e o interesse da professora em conhecer o trabalho dos ativistas culturais convidados pelo Criando Criadores reforça a relevância do trabalho desenvolvido por eles com jovens da periferia.

“No ambiente escolar, a poesia acaba sendo uma forma dos estudantes se expressarem e se posicionar. E quando eles ouvem seu colega tímido, que não fala nada em sala de aula se expressar, há um sentimento de surpresa muito grande entre eles. E os temas abordados são variados, descrevendo como o jovem se sente mal naquele ambiente, preconceito racial e bullying. E isso é transformador, mas precisa ser mais trabalhado e ampliado nas escolas”, argumenta Emerson, que além de organizar o Slam da Guilhermina, uma dos principais batalhas de poesia da zona leste, está se dedicando a levar essa cultura para dentro das escolas públicas.

O jovem organizador de campeonatos de skate, Gil Douglas Barbosa, morador da Vila Cisper, comunidade localizada nos arredores da ocupação, onde rolou a roda de conversa, disse que a troca de conhecimento quebra barreiras e fortalece o trabalho dos artistas da periferia. “Esses encontros, debates e oficinas vem para pegar essa produção cultural meio crua e ensinar e mostrar para os artistas daqui como trabalhar e mostrar isso pro mundo.”

Ao final do encontro, Douglas ressaltou o sentimento de troca que ele carrega consigo do primeiro bate papo. “Eu estou saindo daqui cheio de ideias novas e talvez o resultado disso irá me ajudará a reconhecer, valorizar e trabalhar com aquilo que eu sei fazer”, finaliza.

No encerramento do evento, o público pediu aos convidados para declamar uma poesia propicia para aquele momento. E o resultado dessa intervenção literária na sede do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo trouxe mais admiração e reconhecimento pelo trabalho realizado pelos ativistas na periferia.

Conheça as oportunidades de formação oferecidas pelo Projeto REDES – Juventude Integrada

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Uma das ações do Projeto REDES que está em atividade é a realização da 1° Feira Empreendedora de Economia Solidária do Centro de Juventude – Magdalena e Jardim Comercial, nesta (11/10), na zona sul de São Paulo.

Com o objetivo de promover o desenvolvimento local e o empoderamento de jovens em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo, o Projeto REDES – Juventude Integrada, prevê a execução de ações integradas de Economia Solidária, por meio de diversas iniciativas de formação e capacitação da juventude periférica. A Percurso Produções é um dos apoiadores deste programação de fomento a Economia Solidária.

Uma das ações do Projeto REDES que está em atividade é a realização da 1° Feira Empreendedora de Economia Solidária do Centro de Juventude – Magdalena e Jardim Comercial, nesta (11/10), na zona sul de São Paulo.

O projeto é uma parceria firmada entre a União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências com a Prefeitura Municipal de São Paulo, através da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, o Ministério do Trabalho e a Secretaria Nacional de Economia Solidária.

Acompanhe as oportunidades de formação do Projeto REDES em nossas redes sociais e por meio do site da União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências.