“A juventude tem que estar afim, tem que se unir”

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A juventude brasileira está insatisfeita com a política institucional, não está empolgada em participar desse jogo real e não se sente atraída pela velha política e pelos seus líderes. São várias as motivações pra esse mal estar.

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Jovens do cursinho da Rede Ubuntu – Foto: Divulgação

Os jovens não se veem representados nos políticos atuais nas diferentes esferas e as pautas discutidas nas câmaras quase sempre não contemplam as juventudes e seus anseios. Além disso, pouco são os políticos jovens, ao contrário, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a média de idade dos candidatos que solicitaram registro para o as eleições municipais de 2020 é de 45,6 anos.

Alguns desses sintomas podem ser vistos pelo baixíssimo número de jovens filiados a partidos políticos, bem como por uma das menores adesões de jovens de 16 e 17 anos em tirarem o título de eleitor no ano de 2022.

Segundo dados do TSE, o Brasil tem atualmente mais de 16 milhões de pessoas filiadas a partidos políticos, sendo que desse total, menos de 2% estão na faixa etária de 16 a 24 anos, mesmo constituindo mais 13% do total de eleitores do país. Os dados da TSE também apontam que o número de jovens de 16 e 17 anos, inscritos para votar este ano, é o mais baixo desde 1992.

“A juventude tem que estar afim, tem que se unir”

Charlie Brown Jr.

Contudo, é verdade também que a Juventude está insatisfeita com o governo atual do presidente Bolsonaro. Segundo pesquisa Poder Data, realizada de 27 a 29 de março de 2022, apenas 29% dos jovens de 16 a 24 anos tem intenção de votar em Bolsonaro, ante 51% que preferem Lula. Pode-se dizer que a juventude será uma pedra no sapato para a reeleição do presente atual.

Essa insatisfação da juventude pode se tornar uma chama de esperança pra mudar esse país. O voto da juventude nunca teve tanto valor, se tornou uma questão estratégica para barrar o avanço desse governo impopular que flerta com o fascismo no nosso país.

Assim, uma das tarefas que urge é convencer o maior número de jovens de 15, 16, 17 e 18 anos habilitados para votarem, mas que ainda não solicitaram seus títulos de eleitor.

Muitos não estão dispostos a requerer o título, de modo que o trabalho de convencimento que é fundamental, se torna ainda mais importante. Muito além de campanhas nas redes, é preciso arregaçar as mangas e ir às ruas, às escolas, igrejas, aos shoppings, nos lugares frequentados pelos jovens. 

Aqui, nas nossas quebradas, alguns coletivos e movimentos estão trabalhando nessa empreitada. Um dos exemplos é o trabalho da ativista social Martha Gaudêncio, junto aos Cursinhos Populares da Rede Ubuntu e em algumas paróquias.

Com 22 anos, estudante de Políticas Públicas na Universidade Federal do ABC, essa jovem vem promovendo encontros de formação e ajudando dezenas de jovens a tirarem seu título de eleitor.

Ela, de maneira voluntária, faz plantões em sua paróquia conduzindo o Movimento Fé e Cidadania e vai aos cursinhos discutir com jovens a importância de sua participação na política, como funcionam os poderes no Brasil e incentivando-os a participarem do pleito político-eleitoral e mudar os rumos desse país.

Este trabalho tem um grande potencial e mostra a importância desses trabalhos de base. Ademais, essa ousadia da Martha mostra força da juventude. Se de um lado temos muitos jovens descrentes da política, por outro é importante colocar em relevo que temos outros tantos jovens fazendo política em nossas quebradas.

Trabalhos como esse precisam ser ampliados, temos até o dia 4 de maio para convencer o maior número de jovens a pegar o título de eleitor em mãos, e junto à classe trabalhadora periférica, mudar os destinos deste país e de nossas quebradas! 

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