FOTORREPORTAGEM

Skatepark no Campo Limpo concentra juventude apaixonada pelo esporte olímpico

Edição:
Ronaldo Matos

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Além de ajudar a fazer a manutenção do único parque comunitário dedicado ao esporte na região, jovens ainda lutam contra o preconceito em relação ao skate.

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O Skatepark Bowl Arariba é frequantado diariamente pelo jovem Lenison Moreira para praticar skate.(Foto: Gustavo Henrique).

Jovens moradores do Campo Limpo e do Capão Redondo consideram o Bowl Arariba, skatepark localizado no Parque Arariba, o principal espaço comunitário acessível para praticar manobras de skate nesta região da zona sul de São Paulo.

O skatepark era uma obra da Prefeitura de São Paulo que foi abandonada nos anos 80, mas com a força da articulação comunitária, moradores, agentes culturais, jovens e skatistas se uniram para zelar pela limpeza e manutenção do local, que abriga pista de skate, quadra de futsal e local para andar de bicicleta.

Além da luta para ter um espaço dedicado ao skate aberto ao público e gratuito, esses jovens também atuam para mudar a imagem do esporte, que para muitos moradores ainda é visto como uma cultura marginalizada.

Lenison é um dos jovens que ajuda a cuidar da manutenção e limpeza do Bowl Arariba. (Foto: Gustavo Henrique)

Essa é a opinião do skatista Lenison Moreira, 19, morador do Parque Regina, mais conhecido como Abacaxi de 19 anos. Para ele, o skate sempre foi visto como um esporte marginalizado. “Não acho que sempre foi bem aceito na sociedade, antigamente muita gente associava skate a imagem de uma pessoa marginal.”

A prática do skate como esporte ou brincadeira já foi proibida na cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Jânio Quadros, que durou até o ano de 1988.

No ano seguinte, a então prefeita eleita Luiza Erundina, filiada ao Partidos dos Trabalhadores (PT) na época, revogou a proibição do esporte, tornando o ano de 1989 como o período na história onde o skate voltaria a ser liberado como prática esportiva para a juventude paulistana.

A piscina do skatepark é um dos principais espaços utilizados pelos jovens que frequentam o local. (Foto: Gustavo Henrique)

Abacaxi anda de skate há cinco anos, e frequenta o Bowl Arariba quase todos os dias para praticar o esporte. Ele diz que nunca sofreu agressão ou preconceito, pois consegue evitar o preconceito sendo comunicativo e evitando situações que possam gerar problemas. Mas ele revela que já aconteceu com pessoas ao redor dele.

O jovem considera que as Olimpíadas de Tóquio, realizadas em 2021, ajudaram a melhorar a percepção da sociedade sobre o quão difícil é o esporte, e como os brasileiros conseguem se superar para conquistar medalhas na nova modalidade olímpica.

“O Brasil pôde ver nas olimpíadas a dificuldade do esporte, e pôde ver também que os brasileiros são bons e tem capacidade para trazer medalhas. É um esporte que deveria ter importância tanto quanto o futebol.” – Afirma ele.

Com essa visão, Abacaxi acredita que o número de crianças interessadas em praticar o esporte também irá aumentar com o sucesso do país nas olimpíadas. 

Sensação de liberdade 

Desde 2015, Pedro Garcia,18, morador da Vila Fundão, bairro do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, anda de skate e frequenta o Bowl Arariba junto com amigos. A sensação de liberdade e o vento que bate no rosto ao andar pelas ruas são sensações vivenciadas pelo jovem que o tornam mais admirador do esporte.

“Ando porque gosto, skate é uma energia bem diferente, não tem como explicar, só quem anda sabe!”, afirma Pedro, explicando que a sensação de liberdade que ele sente ao andar de skate é como se pudesse ir a qualquer lugar.

Pedro é morador da Vila Fundão e frequenta o Bowl Arariba sempre com o grupo de amigos skatistas. (Foto: Gustavo Henrique)

O jovem conta que o trajeto de sua casa até o skatepark é longo, porém ele sempre conta com a companhia de amigos. Para ele, as conversas e risadas com os amigos que também andam de skate fazem com que o tempo passe e o trajeto se torne mais curto até o Bowl Arariba.

A casa de Pedro fica há três quilômetros de distância do skatepark. (Foto: Gustavo Henrique)

A distância da casa de Pedro até o skatepark é de três quilômetros e esconde os perigos do trânsito das avenidas mais movimentadas do Capão Redondo, como a Carlos Caldeira Filho e a Estrada de Itapecerica, o que torna esse trajeto um pouco mais perigoso. 

“O trajeto da minha casa até o Bowl é um pouco longo é perigoso, sempre presto atenção em tudo e em todos”, relata o jovem, enfatizando que mesmo com os perigos, é muito bom andar com os carros passando e sentindo toda a adrenalina que o skate proporciona.

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