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São Mateus em Movimento e Casa das Caldeiras realizam oficinas de Parkour

Edição:
Redação

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Parceria visa fortalecer integração entre os públicos e apropriação do espaço urbano.

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São Mateus em Movimento

No mês de fevereiro, o coletivo São Mateus em Movimento fechou uma parceria com a Associação Cultural Casa das Caldeiras para a realização de oficinas de Parkour – técnica de criar obstáculos em qualquer ambiente, como escalar muros, pular, correr e se equilibrar em corrimãos. Foram quatro encontros, sendo dois no Clube Escola São Mateus, um no Parque Reservatório Sumaré e um na Casa das Caldeiras.

Em 2015 Joel Borges, Gestor da Casa das Caldeiras, visitou o espaço São Mateus em Movimento e desde então a parceria entre os dois pontos de cultura está se fortalecendo, com a objetivo de levar mais atividades culturais para dentro da comunidade e para a cidade de São Paulo como um todo.

Para Diego de Farias dos Santos, 28, morador de São Mateus e Coordenador do espaço São Mateus em Movimento, a oficina não fortaleceu apenas a questão da atividade cultural. “Por ser uma atividade diferente e “nova” os moradores que participaram se interessaram por saber do que se tratavam as oficinas e fortaleceram essa corrente para o desenvolvimento cultural e social da comunidade”.

Além disso, o encontro criou um diálogo e uma integração entre os parceiros, o professor e os participantes. A Casa das Caldeiras informou que um de seus objetivos fundamentais é trabalhar com outras instituições em outros territórios, criando um laço de comunicação, colaboração e co-criação. “Sabemos o quão importante é para espaços independentes e autônomos que trabalham com cultura e diversidade, realmente entender a cidade como um todo, estar conectado com as diferentes expressões e iniciativas”.

As oficinas contaram com a orientação do educador Jerônimo Bittencourt que apesar de praticar e dar aulas de Parkou há 12 anos, disse que essa experiência foi muita intensa e desafiadora para ele. “Havia muitas pessoas, o que é sempre delicado. Mas foi muito lindo a maneira como cada um lidou com a experiência, tendo conseguido realizar ou não determinado movimento”, conta o educador.

Com ambientes e públicos diferentes, o maior desafio das oficinas era o envolvimento das pessoas que frequentam um dos dois pontos culturais.

Para Farias, o que mais chama sua atenção é perceber a dificuldade que as crianças das periferias têm ao se deparar com um território diferente do delas. “Ter a sensação de não pertencimento gera um incômodo. Infelizmente isso é um fato que se perpetua há tempos, inclusive por conta das barreiras que o sistema impõe ao povo periférico que muitas vezes nos forçam a acreditar que o único espaço que nos pertecem são as favelas e os guetos”, enfatiza.

Ainda assim, o Coordenador do espaço São Mateus em Movimento comenta que o tratamento que as crianças receberam da equipe da Casa das Caldeiras fez com que elas se soltassem e aproveitassem as oficinas com conforto e bem estar.

Espaço Urbano

As oficinas serviram também como uma espécie de apropriação do espaço urbano como meio de expressão cultural e artística. Para a Casa das Caldeiras, o espaço público está aí para ser experimentado e vivenciado.

Para tanto, a enditade afirma que a pessoas envolvidas em projetos culturais devem contribuir, inspirar e propor formas diferentes de olhar os espaços, proporcionando novas experiências para a sociedade.

Já o professor Jerônimo afirma que “a apropriação do espaço acontece de maneira natural, como parte de um corpo não apenas capaz de subir muros e se equilibrar em corrimãos, mas de poder ver todas as possibilidades e dimensões do entorno. É preciso primeiro ser livre para depois pensar em se apropriar do espaço”.

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