Há dois anos, Guilherme Bittencourt, um menino de 12 anos que mora na Cidade Tiradentes, zona Leste de São Paulo, mantém a rotina de acordar às 7h da manhã todos os sábados, para participar das atividades educativas e culturais promovidas pelo projeto Love CT, que atua para aproximar crianças e adolescentes do território do skate como prática esportiva e cultural.
Incentivado pelo pai e pelos aprendizados obtidos no projeto, Guilherme conta que encontrou no Skate uma paixão que pode mudar o seu futuro. Em entrevista ao Você Repórter da Periferia, ele afirma que tem o sonho de participar das Olimpíadas e trazer uma medalha para sua quebrada.
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VCRP: Como surgiu o seu interesse pelo Skate e quando você e quando você?
Guilherme: Foi um amigo que me convidou, porque eu estava no meu prédio de boa, ele chegou e falou: “Ah, vamos ali fazer uma aula”. Falei não mano, é muito chato, skate é para criança. Depois mudei de ideia e no primeiro dia não gostei muito, mas aí o segundo dia eu já achei mais interessante, depois foi aí que meu pai, o tio fotógrafo [educador do projeto], o Celo [fundador do projeto] e os professores começaram a me incentivar. Ai faz dois anos que estou aqui.
VCRP: Quais são os seus maiores sonhos?
Guilherme: Quero ser um atleta profissional e me preparar para as Olimpíadas e assim trazer uma medalha para o Brasil.
VCRP: Quais são os desafios que você enfrenta para ser um skatista na Cidade Tiradentes?
Guilherme: As pessoas não ajudam quando ficam passando na única pista que a gente tem para treinar. A gente precisa ter uma pista aqui que dá para treinar tranquilo. Também treino na rua, aí precisa tomar cuidado para não bater nos carros.
VCRP: O que você precisa hoje para se tornar uma atleta?
Guilherme: Eu tenho que ter educação e respeito, preciso respeitar o meu pai e os professores e seguir em frente. Sobre o investimento, o primeiro skate veio daqui do Love CT, e hoje já tenho três, sendo um profissional, mas para ter um bom mesmo preciso ter uns dois mil reais.
VCRP: Se você conseguir ser tornar um atleta, qual será o impacto na sua família?
Guilherme: Meu pai vai ficar muito orgulhoso! Meu pai desde o começo acordava 5 horas da manhã, a gente se arrumava em casa e subia 6 horas para pista, então se eu for para as olimpíadas e trazer uma medalha eu realizarei meu sonho e do meu pai.