Jogo desenvolvido por articuladoras locais fortalece memória coletiva 

“Perus no tabuleiro da memória”, foi criado com intuito de, através da ludicidade, registrar narrativas locais de luta e pertencimento no território.
Edição:
Evelyn Vilhena

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A valorização dos saberes de povos e territórios é uma das demandas que atravessam o trabalho de agentes locais que atuam a partir das periferias. A criação do jogo “Perus no tabuleiro da memória”, formulado pelo Centro de Memória Queixadas – Sebastião Silva de Souza (CMQ), é um exemplo dessa movimentação.

Viabilizado por meio da 7ª edição do edital Fomento à Cultura da Periferia, “Perus no tabuleiro da memória”, propõe atividades lúdicas e educativas para o público infanto-juvenil. A partir da memória coletiva, narrativas locais e o vínculo com o bairro de Perus, território localizado na zona noroeste da cidade de São Paulo, o jogo busca registrar a história local. Desse modo, a iniciativa procura contribuir na difusão e valorização do patrimônio cultural e histórico periférico.

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O tabuleiro leva os participantes por uma jornada que retrata as transformações do bairro e estimula reflexões sobre as relações pessoais com o território, reforçando os vínculos afetivos e identitários. “Foi todo desenvolvido em cima de um mapeamento afetivo realizado com a comunidade. Além do mapa do bairro em si, toda a divisão do território tem como base também a memória. O tabuleiro é cheio de pins de lugares que foram citados de alguma forma nesse mapeamento”, explica Sheila Moreira, uma das gestoras do Centro de Memória Queixadas.

Durante as rodadas, os jogadores precisam localizar pins no tabuleiro. Alguns deles são nomeados, como a biblioteca da região. Outros são pins que remetem à memória das pessoas que participaram do mapeamento.

“A memória é um fenômeno coletivo e social que, embora sujeito a transformações, possui marcos que constituem o imaginário social. Esses marcos, presentes no jogo, são ferramentas para fortalecer a conscientização e o protagonismo periférico, gerando identificação e pertencimento”

Angélica Müller, responsável pelo núcleo Educativo do Centro de Memória Queixadas.

Desenvolvido pelo Centro de Memória Queixadas, espaço criado para ser um centro comunitário dedicado à preservação e valorização da memória coletiva de Perus, o jogo foi lançado em fevereiro de 2025, e a ideia não é ser distribuído, mas que circule por diversas escolas. 

“Todas as escolas da região poderão receber a iniciativa mediante agendamento prévio com a equipe do Centro de Memória Queixadas, que oferecerá suporte para integrar o jogo às dinâmicas pedagógicas de cada instituição”, explica Erika Barbosa, gestora no núcleo de Articulação Territorial do CMQ. 

O tabuleiro foi desenvolvido com base em um mapeamento afetivo realizado com moradores de Perus. Foto: Divulgação.

O público geral interessado em conhecer o tabuleiro também pode agendar uma visita ao Centro de Memória Queixadas, via email ou instagram, e assim ter acesso ao jogo. A equipe ressalta que por ser uma atividade colaborativa, se a ida ao espaço for sem agendamento, é preciso ir com mais pessoas, até seis jogadores. 

No caso das escolas, o núcleo do CMQ vai até os alunos, ou as escolas também podem combinar uma visita ao espaço. Para entrar em contato e agendar uma atividade com a equipe é preciso enviar um email para contato@cmqueixadas.com.br ou mensagem no instagram.

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