Comerciante une admiração ao futebol à venda de espetinhos na Copa Terra Nossa em Osasco

Aos 70 anos, o aposentado Carlos Antônio complementa sua renda a partir da venda de espetinhos na beira de campo, em Osasco.
Por:
Anna Celli
Edição:
Evelyn Vilhena

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Nascido em Cajazeiras, na Paraíba, Carlos Antônio da Silva, se mudou para São Paulo em 1960, ainda criança. Após morar em Pirituba, e se mudar para o bairro Jardim Bonança, em Osasco, região metropolitana de São Paulo, foi no bairro Terra Nossa, no mesmo município, que ele encontrou a oportunidade de continuar seu trabalho como vendedor de espetinhos, mas agora unindo seu apreço pelo futebol à sua renda extra.

Aposentado e recuperando-se de um AVCI (Acidente Vascular Cerebral Isquêmico), Carlos mora próximo do seu filho Leandro, e segue ativo na comunidade. Através do apoio de Flávio, conhecido como “Pinguim”, dono do bar em frente ao campo de futebol que acontece a Copa Terra Nossa, o vendedor encontrou ali um novo espaço para trabalhar.

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Carlos Antônio complementa sua renda a partir da venda de espetinhos na beira de campo em Osasco. Foto: Yasmin Turini

Como é sua rotina atualmente?

Eu sou aposentado, então eu fico em casa fazendo os afazeres de casa, vou fazer uma compra, vou atrás das necessidades diárias, arrumo minha casa, visito a minha nora, visito o meu filho que mora aqui perto. Eu tenho que vir aqui no domingo, então na sexta-feira, eu já vou buscar a carne, já corto, tempero e no sábado eu espeto. Tem 150 espetinhos e no domingo eu venho para assar acompanhando o futebol. 

Como o senhor começou a vender os espetinhos aqui nessa região?

O espetinho eu vendo desde 2005, numa outra localidade onde eu morava, no Jardim Bonança. Aí eu tive um AVCI no ano passado, e esse ano eu mudei para perto do meu filho. Por coincidência tem essa quadra aqui e com esse campeonato. A gente uniu o útil ao agradável e eu vim fazer os espetinhos, que modéstia à parte, é muito saboroso. Aí eu estou iniciando. Inclusive, hoje é o meu segundo domingo.

Como foi a recepção da comunidade local quando o senhor começou a trabalhar aqui?

O Pinguim é o dono do estabelecimento aqui, do bar, ele que me cedeu o espaço aqui tranquilo. A gente já se conhece há mais de quatro [ou] cinco anos. Então eu não sou novato para o pessoal daqui. Eu já sou amigo do Pinguim há muito tempo, agora para vender churrasquinho, para trabalhar em si, é o meu segundo domingo, mas a recepção foi muito maravilhosa, me acolheram muito bem, não tenho do que reclamar, é só agradecer. 

A venda dos espetinhos traz alguma mudança no seu bem-estar?

Olha, é um trabalho como outro qualquer, só que com um pequeno diferencial, aqui você lida com o povo, você lida com o ser humano, então você faz muitas amizades e não tem como não fazer, né!?

Qual é a melhor parte de ter começado a vender aqui? 

Veja bem, trabalhar por conta é isso. Você faz o seu horário. E por coincidência eu vim morar próximo ao meu filho. Aí é essa união de morar perto do meu filho e ter esse evento aqui para poder fazer esse churrasquinho. No outro local, eu vendia 50 espetinhos por dia, trabalhava três dias da semana, aqui eu trabalho aos domingos e vendo 150 espetinhos. Como eu sou aposentado por idade, recebo um salário mínimo, então o que eu pego aqui ajuda muito na renda. Aqui o pessoal me chama de Carlinhos, mas futuramente serei conhecido como Carlinhos do Espetinho.

Esse conteúdo foi produzido por jovens em processo de formação da 8° edição do Você Repórter da Periferia (VCRP), programa em educação midiática antirracista realizado desde 2013, pelo portal de notícias Desenrola e Não Me Enrola.

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