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Odisseia das Flores revela postura inovadora no Rap com rimas feministas

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Redação

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Formado por um time de mulheres articuladoras da zona leste de São Paulo, o grupo inova no cenário do rap nacional com letras que empoderam a mulher, ressaltando a valorização da consciência feminista como instrumento de luta contra o machismo na sociedade.

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É com base em estilos músicas marcantes na periferia como maracatu, reggae, rap, samba e black music, que as articuladoras culturais Jô Maloupas, Chai Odisseiana e Letícia Arruda se deixam levar nos momentos de compor suas letras. Desde 2008, quando decidiram formar o grupo Odisseia das Flores, as letras nunca deixaram de expor um protesto contra qualquer forma de machismo pregado pela sociedade. Atualmente, o grupo conta com mais dois integrantes, o DJ Dog e Vanice Deise, que chegaram para somar e tornar o trabalho desenvolvido cada vez mais notável e ativo em São Paulo.

De acordo com Letícia Arruda, o grupo quer realmente fazer um mix de melodias e não ser rotulado pelo gênero musical que cantam. “A pessoa só fala assim: ah é um grupo de rap. Não. A gente quer a oportunidade de poder cantar para todos os públicos. Então, é legal você fazer um som que você consegue agregar vários estilos musicais”, destaca.

Ao imaginar os imprevistos que viveriam, o grupo escolheu ser conhecido por Odisseia, justamente pelo significado da palavra que é uma grande aventura. “Então, a ideia é de um refrão de uma das músicas e é justamente aquilo que a gente vive, porque Odisseia é uma grande experiência, uma grande aventura. E eu acredito que não só a gente, como todo mundo vive essa Odisseia. Você estar vivo, já é uma grande Odisseia”, explicou Jô Maloupas.

Mas a luta do grupo vai além das músicas. Como integrantes do coletivo São Mateus em Movimento, localizado no bairro Vila Flávia, em São Mateus, zona leste de São Paulo, as Odisseias sempre participam das atividades realizadas na comunidade como oficinas, eventos, palestras e debates. Fora do espaço, elas também apóiam outras iniciativas nos bairros onde cresceram que são o Brás e Franco da Rocha. Todas essas iniciativas mostram a identidade do grupo e por quais mudanças elas lutam. “É acreditar que através da arte a gente pode fazer uma mudança, a gente não pode mudar o mundo, mas a gente pode mostrar uma oportunidade. A pessoa tem direito a fazer escolhas”, afirma Chai Odisseiana.

O feminismo e a mulher no rap nacional

Na história do Rap Nacional, onde os homens são os maiores porta-vozes, há uma clara necessidade das mulheres se identificarem com o retrato de uma realidade mais feminina, cantada por quem vive este dia a dia de fato. Segundo Jô Maloupas, uma das líderes do grupo, o machismo está propagado em larga escala na sociedade, por isso, o grupo desenvolve um trabalho focado em fortalecer a postura da mulher perante a este cenário de desigualdade.

E foi sem mudar o perfil do grupo e reafirmando constantemente os ideais de luta feminista e por uma sociedade melhor que as Odisséias participaram e participam de grandes eventos e programas televisivos. Entre eles estão: abertura da Semana de Hip Hop São Paulo no CCJ (março de 2013), apresentação do single ‘Não não não’, no Manos e Minas (junho de 2013) e o show na Virada Cultural em 2015.

O feminismo surgiu no ano de 1848, em Nova York, na convenção dos direitos da mulher, no entanto, seus ideais ainda são confundidos até hoje, em pleno século XXI, por muitos leigos que acreditam que o movimento é uma oposição ao sexo masculino e usam discurso para desqualificar tal luta. Assim como o rap, o movimento feminista busca a igualdade social e está na batalha diária para que os direitos conquistados até aqui sejam garantidos de fato, para todas as mulheres.

Confira o som das Odisseias das Flores “Não Não Não”!

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