Integrante da Uneafro concorre à eleição para o Conselho Estadual da Juventude de SP

Edição:
Ronaldo Matos

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Com a eleição, 12 jovens serão escolhidos para fiscalizar as políticas públicas de juventudes do novo governador Tarcísio de Freitas. 

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Julia Gomes disputará a eleição para o Conselho Estadual de Juventude reprsentando a UneAfro como movimento social. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na próxima segunda-feira (28), acontecem as eleições para a escolha do Conselho Estadual da Juventude, órgão que reúne agentes do Governo e da Sociedade Civil para discutir, pensar e articular Políticas Públicas voltadas para as Juventudes de todo o estado de São Paulo.

Uma das candidatas a concorrer na eleição do Conselho Estadual de Juventude de São Paulo é Julia Gomes, 19, que é moradora da Vila Falchi, bairro da cidade de Mauá, no ABC Paulista. Ela é integrante da Uneafro, um movimento de educação popular que fortalece a juventude periférica no acesso à universidade.

Parte integrante da política institucional, o Conselho Estadual da Juventude funciona e desenvolve ações na mesma instância dos Governos municipal, estadual e Federal.

Entre os motivos que fizeram Julia tomar conhecimento e valorizar a participação política estão a educação popular e a cultura periférica.

 “Essencialmente a educação popular e a cultura me introduziram a política”

 Julia Gomes é ingtegrante do grupo de jovens da UneAfro. 

Reunião do grupo de jovens da UneAfro. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Entendo que a cultura para a juventude é o maior ato político, se usado de forma correta. Vejo o hip-hop e o funk como a maior ferramenta de ativismo da juventude“, destaca.

No Brasil, a juventude é responsável por tensionar a sociedade há muitos anos. Na década de 60, por exemplo, o movimento da Contracultura ficou conhecido como um ato libertário de contestação social e, como o próprio nome sugere, foi contra a cultura Europeia que influenciava a arte produzida no Brasil da época.

Os jovens do movimento usaram os meios de comunicação daquele período e disseminaram suas ideias por meio da pintura e principalmente da música, como é o caso do rap, funk e hip-hop nos dias atuais, que conscientiza sobre diversos assuntos que afetam diretamente a trajetória de vida das juventudes nas periferias.

Julia é estudante de letras no Instituto Singularidades, vaga que conquistou por meio da bolsa de equidade racial, uma parceria entre o Instituto e a UNEAFRO. A estudante conta que desde pequena acompanha a mãe em grupos de estudo, eventos de samba, batalhas de rima e centros culturais e desde os 15 anos compõe o cursinho pré-vestibular da UNEAFRO e desenvolve ações de mobilização estudantil como Saraus, projetos de literatura, batalhas de conhecimento, além de integrar o espaço cultural do Movimento antirracista Dandara, em Mauá.

“Vejo a necessidade de representar esses espaços que me formaram e deram um sentido para minha caminhada, a possibilidade de abrir caminhos e mostrar que é possível a presença da juventude negra e de periferia dentro dessa instituição. Só a gente constrói pra gente”, argumenta.  

Ela reforça a importância de ter alguém com a mesma vivência de quem mora nas periferias fiscalizando e planejando Políticas de Juventude para o Governo do Estado de São Paulo.

“O que foi demonstrado durante a campanha do novo governador (Tarcísio de Freitas) demonstra que seu projeto político vai em direção oposta ao que acreditamos como um projeto de bem viver para a juventude periférica, negra e indígena”, avalia.

A jovem sempre está articulando espaços de cultura e participação política no grupo de jovens da UneAfro. (Foto: Arquivo Pessoal)

Para votar em um dos 12 jovens que se candidataram para o Conselho Estadual de Juventude é preciso acessar o site: https://www.sdr.sp.gov.br/juventude/, residir no Estado de São Paulo e ter entre 16 e 29 anos.

A votação online fica aberta nesta segunda-feira (28) no horário das 10h às 17h. No dia seguinte, terça-feira (29), o processo eleitoral segue em frente com a apuração dos votos, homologação do resultado e divulgação dos candidatos eleitos.

Sobre a forma como pretende atuar, caso seja eleita, a estudante conta que a ideia é estar ativamente nos espaços culturais dialogando com a juventude sobre a importância do cargo e ouvir os pontos e reivindicações para tomadas de decisões assertivas e afirmativas.

“Entendemos que a questão de conselhos participativos, assim como demais instrumentos e ações de políticas públicas, não chegam na juventude por uma série de fatores, por isso esta campanha, além de levar a candidatura e ouvir a juventude, também tem um caráter pedagógico sobre o que é esta instância do Conselho e qual a sua importância”, conclui.

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