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“Muros que gritam” constrói paisagens artísticas na zona leste

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Redação

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Um dos principais painéis realizados pelo coletivo cultural Muros que Gritam está em frente ao estádio do Corinthians, em Itaquera e retrata o rosto de algumas vítimas da violência policial.

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Foto: Divulgação

O coletivo “Muros que gritam” existe há dois anos. É composto por grafiteiros que moram em bairros da zona leste de São Paulo. O principal foco do grupo é realizar pinturas em muros da periferia, buscando explorar questões sociais que afetam diretamente as pessoas que residem nestas áreas.

Foto da matériaÍtalo Raphael, um dos integrantes do movimento viu na arte uma saída para manifestar sua insatisfação social e vê o grafite como uma “arte diferente” por ela carregar a característica de ser acessível a todos. “Eu encontrei no grafite uma oportunidade de mostrar para as pessoas o que eu penso e a arte que eu faço. E as pessoas daqui aceitam e deixam pintar os muros deles, na verdade, eu pinto onde tiver vago”, diz.

Igualmente ao que acontece hoje, na década de 20 no México, em meio a uma revolução social liderada pelo povo em busca de melhorias sociais para a América e, sobretudo, para o próprio país, nasce o “muralismo”, iniciativa de Diego Rivera, David Siqueiros e José Orozco. Eles pintavam uma série de murais em órgãos públicos com o objetivo de chamar atenção para a temática social em que a sociedade estava envolvida naquele período. O nome do movimento procede da própria ação dos artistas em ‘tirar’ a arte dos locais fechados e cavaletes e leva-la às ruas, para o acesso de todos, nos muros.

Um dos principais painéis realizados pelo MQG está em frente ao estádio do Corinthians, em Itaquera e retrata o rosto de algumas vítimas da violência policial, como é o caso do pedreiro Amarildo, nunca mais encontrado depois te ter entrado numa viatura policial.

Para Maria do Rosário, moradora do bairro de Guaianases, é muito importante ter uma manifestação artística que mude pra melhor a cara da comunidade. “O trabalho dos meninos é bom porque eu cansei de usar a voz para falar dos problemas, mas com a tinta é outra forma de dizer a mesma coisa. E os grafites ficam muito bons”, diz a moradora elogiando o trabalho do coletivo.

Com o objetivo de continuar manifestando nos muros suas insatisfações políticas e sociais, o coletivo desenvolve alguns projetos culturais e o trabalho pode ser acompanhado por meio de sua página no facebook.

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