OPINIÃO

Somos natureza e cultura. A economia é apenas uma fração do que somos capazes

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Somos filhos do nosso tempo. Acordamos diariamente com notícias boas ou ruins. Nos deparamos com sonhos e fantasias. A cada momento refletimos sobre o que almejamos e não alcançamos, o que alcançamos e não nos completa. Sabemos acerca de nós o quanto nos dedicamos a nos observar, sabemos do outro o quanto este nos mostra. Pouco sabemos acerca de nossa época em sua totalidade; temos tendência a generalizações apressadas, universalizamos o singular e singularizamos o geral, no mais, somos um processo contínuo de revisão e construção de si.

O vírus que nesse momento nos leva a uma reflexão constante sobre os motivos acerca do valor da vida, do valor do que foi vivido, do que estamos deixando de viver em nome dos interesses do mercado, dos interesses de um progresso que dilapida a natureza, que assimila as contradições em nome do lucro, que se apropria da capacidade produtiva do outro para mover uma máquina financeira, que enriquece poucos, manténs milhões na extrema pobreza e milhões a margem da riqueza, com o sonho de chegar lá. Esse modelo tem se mostrado danoso para existência humana.

A natureza não cobra do consumidor pelo seu fruto. A natureza precisa de tempo para dar os seus frutos. Cada fruta e legume tem o seu valor nutritivo e nenhum depende das mãos humanas para brotar em estado natural. As mãos humanas interferem constantemente nesse processo e fazem isso almejando o bem coletivo ou o bem econômico. O bem econômico que o ministro da economia assinala como caminho é do sacrifício da natureza, nós somos uma fração no conjunto dos seres vivos e atuamos como se não fôssemos uma parte no todo.

Somos uma parte no todo, somos filhos do nosso tempo, somos frutos do conjunto de saberes que acessamos e de relações que estabelecemos, somos enquanto vivos, somos organismos autônomos, somos construtores, somos a criatividade. A economia é uma fração do que somos capazes de criar, a economia, a política, a concepções que seguimos cegamente, são frações do que somos capazes de fazer, mas não são as únicas coisas que somos capazes de fazer, e o óbvio desse processo é que a economia, a política não são nada sem a Cultura (conjunto de tudo aquilo que os seres humanos criam para viver).

Cultura, ela é popular, erudita, ela se desdobra em artesanato, música, poesia, dramaturgia, filosofia, pintura, escultura, ela é fruto do que elaboramos no nosso dia a dia, está no Patativa de Assaré, quantas reflexões não surgem quando escutamos o poemas desse poeta musicados por Luiz Gonzaga. Quantos sentimentos afloram quando comunicamos ao mundo o desejo de um tempo no qual a Natureza possa florescer, os seres vivos possam viver e desfrutar o breve instante da vida, criando, fazendo Cultura.

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