Opinião

Natal e suas decorações: Quanto vale montar a árvore na periferia

O conflito entre a tradição natalina e o orçamento das pessoas que moram na quebrada, que encontram maneiras criativas de viabilizar a decoração do Natal.

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Dezembro chegou e é só andar pela Quebrada que já vemos as luzes enfeitando casas, os famosos pisca-pisca iluminando a rua quando a noite chega. Dentro de cada casa sempre rola aquela dúvida, montar ou não montar a árvore de Natal este ano?

Para quem vê as fachadas dos shoppings piscando e os comerciais de TV cheios de pinheiros enormes com muitos enfeites pode até parecer uma tradição simples. Mas na realidade das periferias, montar uma árvore, mesmo que pequena, já pesa no bolso. 

A maioria dos moradores gostaria de colocar a casa toda em clima natalino, fazer decorações mais completas, mas nem sempre o dinheiro acompanha esse desejo.  Preços altos no mercado, no aluguel, no transporte, nos gastos de fim de ano, faz muitos se questionarem se vale a pena investir na decoração. 

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Uma árvore pequena de Natal custa em média de R$40 a R$80 nas lojas populares e se a pessoa quiser uma árvore maior e mais cheia, esse valor sobe. As árvores maiores custam a partir de R$150. 

E isso é só a árvore. Têm os piscas-piscas, as bolinhas enfeitadas, os laços, os papai noel, os gorros. No fim das contas uma decoração simples pode facilmente ultrapassar duzentos reais, para muitas famílias isso já é o preço de um botijão de gás, uma conta de água, comida.

Mesmo com as dificuldades, a galera sempre arruma uma forma de poder manter a tradição, muitas pessoas optam por ir até a 25 de março, rua de comércio popular em São Paulo, para achar preços mais em conta, e assim deixar seus lares também enfeitados. 

Mesmo com as mudanças nos hábitos de consumo e no ritmo da cidade, as tradições seguem firmes nas periferias e as famílias vão se preparando para as celebrações. 

No final, calcular quanto custa montar uma árvore não se resume ao preço do enfeite ou do pisca-pisca. O verdadeiro valor está no impacto que essa tradição tem na comunidade. Reforça laços, fortalece histórias compartilhadas e mantém vivas práticas que definem a identidade do bairro. Na periferia, montar a árvore é investir em memória, união e pertencimento.

Este é um conteúdo opinativo. O Desenrola e Não Me Enrola não modifica os conteúdos de seus colaboradores colunistas.

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