Opinião

Cura e cuidado ancestral

Vou apresentar algumas práticas que podemos acessar e que dá uma super conexão consigo mesmo e ajuda a iniciar um processo de autoconhecimento.

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Vou começar a nova sessão convidando vocês a refletirem sobre o que é uma sessão voltada ao cuidado ancestral. O que lhes vem à cabeça ao receberem esse convite?
E também lhes pergunto se iniciaram a busca por algum cuidado que propus na sessão anterior.

Vou apresentar aqui algumas práticas que podemos acessar e que dão uma conexão profunda consigo mesmo e ajudam a iniciar um processo de autoconhecimento.

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Escrever e falar sobre si, se permitir ser ouvido, falar à vontade sobre qualquer assunto sem ser julgado, pode ser muito curativo, isso pode ser feito com um profissional da psicologia, psicanálise, terapeutas, terapeutas holísticas e também na oficina maravilhosa sobre “Escrita de Si”, com a Bianca Santana. 

Porém, contar sua história, resgatar e saber mais sobre si, reconhecer e saber quem são seus ancestrais, é também uma maneira de se conhecer melhor, resgatar sua trajetória e se conectar com seus antepassados. 

Quem são eles, sua origem, conhecer sua raiz, cultura, seus saberes, entender como viviam os povos negros, ameríndios e a forma como cultuavam os ancestrais, e entender que não se vivia baseado no individualismo e capitalismo.

Compreender as diversas formas de cuidados com as práticas e saberes dos antepassados que se dava de forma oral e circular no cuidado com seu povo, é um cuidado com a medicina tradicional que é muito potente e curativa.

Nos deixar embalar pelas escritas e nos levar pelas leitura do que escrevemos, nos envolver e trazer a tona o cuidado e a manifestação dos desejos que temos de sermos vistos, ouvidos e cuidados, está conosco este compromisso.

Me lembro de ter dito que é muito possível incluirmos um cuidado diário e passando para essa reflexão e ações, o que podemos incluir e que seja saudável e curativo para nossa mente, corpo e alma?

Um desafio para rompermos essa prática de rotina adoecedora é entender como vivemos inconscientes, como a lógica capitalista e colonialista nos impuseram tantas formas violentas de viver, que não temos uma história relacionada com nossos antepassados para contar ou ouvir, sendo que todos os outros povos antigos honram suas histórias e sua cultura, me dá uma sensação que somos aculturados pelo sistema, mas também muitos de nós não tem muito interesse em entender de onde viemos e o que somos para além do que realizamos em torno de tarefas exaustivas.

Como é poderosa essa forma de viver, incluindo a comunidade e de forma coletiva, ter contato social. Após iniciar o trabalho que criei com o Núcleo Obará, percebi que estava revivendo uma forma de cuidar de mim e do outro através dos saberes ancestrais.

Que a partir da oralidade, das conversas em roda e do contato com as medicinas tradicionais fui trazendo a vida de volta, o afeto, o amor e as re-conexões com minha própria trajetória, como ela deságua na cura individual e coletiva, no autoconhecimento e nas infinitas possibilidades de vivermos como nosso povo ancestral vivia. Povos que vieram do grande continente africano e que não sabemos quase nada sobre eles, somente o que os pesquisadores e a história contam, e dos povos originários sabemos ainda menos, sabemos que resistem para serem conhecidos e reconhecidos como os verdadeiros donos dessa terra.

A narrativa aqui desta sessão tem o objetivo de lhes apresentar o que tenho vivenciado e que temos muitas maneiras de quebrar o individualismo, nos conectando com a essência da vida e ainda nos provoca a entender quem somos e quem nos deixou seu legado. Foram escondidos e apagados, porém temos formas de resgatarmos e buscar o conhecimento que venha nos levar a integralidade interna, uma identificação e força olhando para trás para podermos seguir em frente, isso também é um ensinamento antigo. 

Então encerro aqui lhes dizendo: não neguem quem são, resgatem sua história e disso saíra um acolhimento tão amoroso e afetuoso consigo mesmo, assim como faziam os mais velhos e antepassados, cuido aqui de encerrar esta sessão reverenciando a Eles.

Na próxima sessão falamos sobre mais possibilidades de autoconhecimento através da cura e cuidado ancestral.

Este é um conteúdo opinativo. O Desenrola e Não Me Enrola não modifica os conteúdos de seus colaboradores colunistas.

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