Em algumas periferias, a bicicleta é um meio de transporte essencial, seja para o trampo, escola ou lazer. Em regiões onde o transporte público é caro e precário, a bicicleta vira a solução. O jeito mais rápido e barato para se deslocar. Evitando longas filas de espera pelo busão lotado. É uma alternativa que o morador tem em suas mãos para o controle do seu deslocamento.
Mas nem todo mundo tem essa vivência. Muitas pessoas na quebrada nunca aprenderam a andar de bicicleta e os motivos variam. Enquanto em algumas regiões mais privilegiadas as crianças aprendem a pedalar em parques ou ciclovias seguras, na quebrada a realidade é outra.
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O medo de acidentes, a falta de espaços e a rotina puxada das famílias dificultam esse aprendizado. Para muitas crianças, a primeira bicicleta nunca chega, seja por questões financeiras ou pela falta de um ambiente que favoreça essa experiência.
Para mudar essa realidade, é preciso olhar para a bicicleta como mais do que um simples objeto de lazer.
Ela é transporte, é autonomia, é possibilidade de trabalho e de liberdade.
Mas para que mais pessoas tenham acesso a essa ferramenta, é necessário investir em infraestrutura nas quebradas: ruas mais seguras, ciclovias acessíveis e espaços públicos onde as crianças possam aprender a pedalar sem medo.
E na comunidade seguimos assim: a molecada que tem uma, mesmo que usada, compartilha para que os amigos tenham a experiência também. Entre diversão, rôles e grau, rola o fortalecimento coletivo.
Quando a quebrada se fortalece, ninguém fica para trás.