A fantasia do acúmulo financeiro nos cega para a difícil arte do viver e conviver

Leia também:

Brevíssimas reflexões

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Cadastre seu e-mail e receba nossos informativos.


Somos filhos do nosso tempo. Tempo cronológico que a todos, indistintamente, não importa onde você esteja, ele passa, ele não retroage. Segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e décadas… Nessa percepção temporal a nossa vida se processa assim, uma pequena fração dos seres vivos alcançam uma experiência centenária. O tempo em si não tem forma, os registros que fazemos ao transcorrer do tempo, dá a esse o contorno que, em si, ele não tem.

O tempo cronológico afeta a todos indistintamente. As escolhas que fazemos coletivamente conotam o tempo vivido por uma sociedade. Rememore as aulas de história, observe os tempos de mudança, a passagem de um período para o outro, para então, perceber que o tempo cronológico transcorreu livre, as escolhas individuais e coletivas deram a ele o contorno que passou a possuir anos ou séculos depois.

A nossa subjetividade lida com o tempo de modo peculiar, a saber, o tempo subjetivo é a sequência do vivido experienciado e/ou imaginado e/ou desejado e/ou rejeitado e/ou temido… O tempo subjetivo é qualificado, pela pessoa que o registra em sua memória, compartilhar uma mesma lembrança em grupo explicita isso. Os registros são distintos, as sensações rememoradas, enfim, podemos vivenciar uma mesma experiência e qualificar de modo distinto, dar ênfase a elementos distintos, enfatizar alguma peculiaridade não observada por todos.

A vida é breve, a mesquinhez do sistema financeiro, a fantasia do acúmulo financeiro, nos cega para a difícil arte do viver e conviver. A experiência individual nunca se dá sem o outro, estamos sempre em relação, mesmo quando imaginamos uma vida solitária, estamos em relação, pois, o conjunto dos seres vivos estão no nosso entorno, imediato ou não. Esse fato não elimina a sensação de solidão, a sensação de não pertencimento, a sensação de desencontro. Viver não é fácil, o tempo cronológico é implacável, pois passa à revelia da nossa vontade. O tempo subjetivo é a vida que se passa em nossa memória, é o como qualificamos, o resultado dos nossos desejos, das nossas perdas , as conquistas …

A arte do encontro não possui um formato único e universal, tantos povos e costumes existem, tantos são os jeitos. O cronos (tempo) é um universal que passa, registramos com o seu auxilio o que se deu e qualificamos subjetivamente, à luz do passado, do presente ou do que pretensamente imaginamos ser o futuro o que experienciamos. Saber estar com o outro é um conhecimento a ser adquirido a cada dia, a cada instante. Precisamos aprender esta arte que é sempre incompleta, para então, convivermos em conjunto com tudo o que nos cerca (natureza), sabendo que o tempo cronológico passa implacavelmente.

Autor

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Cadastre seu e-mail e receba nossos informativos.