Opinião

O bem-estar como direito humano

Sentir, acolher e entender que temos limites pode trazer prazer e momentos que superam as dores, que nos potencializa a viver mais e melhor.

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Começo aqui resgatando os caminhos sugeridos, que foram apresentados na sessão anterior, de como é possível nos reconectar e elaborar dores a partir da escuta de si, do outro e dos antepassados. Como podemos resgatar laços e tomar consciência de quem somos, nos curar e usar o conhecimento das medicinas tradicionais que são milenares e herança ancestral, e incluir de forma simples o autocuidado na rotina diária para vivenciar seus benefícios na prática, tanto no individual, como no coletivo.

As práticas são variadas e tão possíveis, que podemos até desacreditar ou não entender como isso pode ter tantos benefícios. Um banho de ervas, um escalda pé, uma massagem, conversar com um terapeuta, escrever, dar espaço para ser ouvido,  resgatar memórias e elaborá-las, qual o sentido disso? 

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Procure realizar alguns desses cuidados por um profissional, participar de um grupo para acolher e ser acolhido que entenderá com os resultados.

Desenvolver uma rotina, iniciar o autocuidado, entender o que sentimos, o que nos incomoda, o que desejamos, é um movimento que precisamos por em ação, começar ou recomeçar se for necessário. 

O problema é que procrastinamos ou não ouvimos as dores, ignoramos, não acolhemos, somos duros ou frios conosco, deixamos de lado e seguimos nos desumanizando, sem descobrir o que elas estão tentando dizer para nos levar para outro caminho.

A ação e o movimento que precisamos dar é a oportunidade de incluir os cuidados e bem estar como um direito humano e que podemos transformar em hábitos saudáveis para tornar a vida mais leve e feliz. É um direito sim, individual e coletivo.

Aí pergunto: quanto levamos a sério os sentimentos e necessidades? se procuramos entendê-las, ou se não levamos a sério, quanto estamos comprometidos com isso?

É muito fácil não fazer nada, pois tendemos a entrar no negacionismo, e aí perdemos a chance de ter saúde, bem estar e sermos mais felizes em nossa própria companhia.

Definir qual cuidado preciso e saber que isso depende de nós, é um modelo diferente de viver, onde temos a autonomia de irmos em busca daquilo que desejamos e precisamos, porém, quantas limitações são impostas, por nós, ou pelo outro, e digo isso de forma muito genérica, e aí caímos na descrença e nos habituamos com a doença. 


Ao ler bell hooks “Tudo sobre o amor: novas perspectivas”, vejo que não acreditamos mais e levantamos barreiras e dúvidas, e isso nos paralisa, estamos acostumados ao desamor que é o tema da vida contemporânea. Nos desconectamos e deixamos para o outro dizer o que precisamos, esquecemos de dar espaço para quem realmente somos e o que desejamos.

Não nos conhecemos e esquecemos a essência do amor próprio, uma forma de colocar seu ser mais profundo, suas raízes no centro, se fortalecer e amar quem você é ou buscar ser o que realmente gostaria. Se sentir amado e se curar da doença das quais são tão comuns nos dias atuais. 


A leitura deste livro ainda indica caminhos, quanto nossas ações pessoais estão implicadas com uma postura perante a sociedade, que o amor como força para romper o ciclo perpetuado nas dores e violências. 

O amor pode ser uma ferramenta onde a vontade, se empenhar ao máximo para promover o próprio crescimento, através do cuidado, afeição, reconhecimento, respeito, compromisso e confiança, entre outros, como a comunicação sincera, podem ser ações para construir novos sentimentos, trazer curas e soluções para as questões duras que somos submetidos.


Sentir, acolher e entender que temos limites, nos respeitar e sermos mais criativos, alegres, vivos e comprometidos consigo mesmo, pode trazer prazeres e momentos que superam as dores e nos potencializa a viver mais e melhor.

Este é um conteúdo opinativo. O Desenrola e Não Me Enrola não modifica os conteúdos de seus colaboradores colunistas.


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