Opinião

A criança interior resgata a leveza que merecemos ter hoje

Com este artigo, desejo convidar você a reservar alguns minutos do seu dia para rir, brincar, se alegrar consigo mesmo.
Por:
Cátia Cipriano
Edição:
Isadora Santos

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No dia 27 de setembro comemora-se o Dia dos Ibejis, no dia 12 de outubro foi Dia das Crianças, qual a importância dessas datas? Será que temos que procurar por nossa criança interior? Sigo nessa sessão com reflexões relacionadas ao resgate ancestral e com o tema que propõe a celebração das crianças.

Refletir sobre a força simbólica e afetiva que é muito profunda relacionado a elas, unindo memória, psicologia, espiritualidade e ancestralidade. O que senti foi costurar lembranças da infância, a força das crianças nos terreiros, a simbologia dos Ibejis e a importância psicológica de reencontrar essa alegria.

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A alegria das crianças, dos recomeços e dos desejos que buscamos realizar, pedir e conquistar, nos convida a lembrar da certeza de que existe uma criança dentro de nós — e também fora, nos pequenos que nos rodeiam e que, com sua presença, nos rejuvenescem. Eles nos trazem esperança, alegria e a possibilidade de olhar a vida com mais leveza.

Memória da infância

Quando penso na ciranda, na brincadeira de roda da ciranda cirandinha, recordo os tempos em que brincávamos na rua. Havia alegria, inocência e uma liberdade que hoje parecem ter sido esquecidas pelo estilo cheio de limitações da vida adulta.

Lembro da correria nas ruas de terra, dos bosques, das comidinhas e doces improvisados. Mesmo sem brinquedos, roupas ou sapatos, a diversão não deixava de existir. As faltas não pareciam pesar. O que preenchia a infância era a liberdade, a felicidade e a leveza.

A criança interior

Na festa dos erês, reencontramos tudo isso: cores, doces, brinquedos, correria e bagunça. O que para o adulto pode parecer exagero, para as crianças é a expressão mais pura da felicidade. E talvez essa seja a pergunta: a felicidade se perdeu no tempo ou podemos buscá-la novamente em cada abraço, em cada olhar, em cada gesto de cuidado pelas nossas crianças e por nós mesmos?

Com frequência escrevo sobre ancestrais, orixás, sentidos e sentimentos. Mas percebi que pouco falo sobre a alegria — e do quanto ela pode nos transformar. O adulto, muitas vezes, tenta apagar a criança que carrega dentro de si. E, nesse apagamento, perde o contato com sua essência pura e divinizada.

A criança interior é a força que nos lembra que a vida pode ser leve, brilhante, afetiva e cheia de encantamento. Permitir que ela se manifeste é reencontrar uma fonte de rejuvenescimento e esperança.

Ibejis: a alegria que renasce

Na tradição afro-brasileira, essa alegria é celebrada nas festas dos Ibejis — gêmeos associados à dualidade e ao princípio do recomeço. Ligados à infância, representam o brotar da vida: a nascente de um rio, o nascimento humano, o germinar das plantas.

A grande celebração acontece em 27 de setembro, Dia de Ibejis, quando doces, caruru, vatapá e bolinhos são oferecidos às crianças e aos frequentadores dos terreiros. Os Ibejis são a divindade da brincadeira, da alegria e da infância.

Um convite

Talvez possamos incorporar esse olhar para dentro nas festas e comemorações anuais. A criança pode ser o princípio de recomeço e de flexibilidade da mente. Mas, distantes dessa essência, deixamos que a rotina e as obrigações tornem a vida cinza, pesada, sem graça.

Com este artigo, desejo convidar você a reservar alguns minutos do seu dia para rir, brincar, se alegrar consigo mesmo. Busque sua felicidade. Faça algo que te divirta. Permita-se não levar a vida tão a sério — hoje!

Este é um conteúdo opinativo. O Desenrola e Não Me Enrola não modifica os conteúdos de seus colaboradores colunistas.

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